Notícia: O dobro de meninas grávidas – Fragmento
No
grupo de 10 a 14 anos, subiu 93,7% o número de mães iniciantes, em 2000
O número de meninas de 10 a 14 anos
que tiveram filhos pela primeira vez em 2000 quase dobrou em relação a 1991.
Foram 20.632 crianças e adolescentes estreando na condição de mães. Mais
alarmante é o fato de que outras 2.502 meninas já tinham filhos naquele ano,
quando tiveram outro bebê. No grupo de 10 a 14 anos, aumentou 93,7% o número de
mães iniciantes. Entre as jovens de 15 a 19 anos, o aumento foi de 41,5% na
década de 90. Do total de 1,3 milhão de mulheres que tiveram o primeiro filho
em 2000, 38,6% tinham entre 10 e 19 anos.

A Região Norte tem os maiores
porcentuais de mães muito jovens. As mães adolescentes são em geral pobres, com
baixa escolaridade e nem sempre contam com a presença do pai dos bebês.
“No caso das mães jovens de baixa
renda, a maioria interrompe os estudos e não volta mais à escola. No caso das
mais ricas, cria-se um aparato para cuidar do filho e os cuidados com a criança
são divididos na família”, compara o demógrafo do IBGE Juarez de Castro
Oliveira.
[...]
Planejamento
não é só dar pílula, afirma pesquisador
Políticas de prevenção à gravidez
precoce não têm sido suficientes para evitar o aumento do número de mães
adolescentes porque estão muito voltadas para a distribuição de preservativos e
pílulas anticoncepcionais, mas ainda não conseguiram transmitir o impacto do
nascimento de um filho na vida das jovens. “Planejamento familiar não é só
distribuir pílula. É passar informações para que uma família se forme de
maneira saudável e sem traumas. Não é por falta de informação que as jovens
engravidam. Acredito que seja mais por falta de atenção e por descuido”, diz o
demógrafo Juarez de Castro Oliveira, autor da pesquisa que aponta o aumento das
mães adolescentes.
[...] Outro dado importante da pesquisa
foi a mudança na situação conjugal das mães. Em 19770, apenas 22,77% das
mulheres solteiras eram mães. Em 2000, esse número subiu para 16,37%. Fenômeno,
segundo o economista (Marcelo Neri, da Fundação Getúlio Vargas), relacionado
com a gravidez precoce.
O Estado de São Paulo,
7/5/2005.
Fonte: Livro –
Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar
Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 166-167.
Entendendo a notícia:
01 – Qual é o principal dado
alarmante apresentado na notícia?
O principal dado
alarmante é o aumento significativo no número de meninas de 10 a 14 anos que se
tornaram mães pela primeira vez em 2000, quase dobrando em relação a 1991. Além
disso, há o fato de que muitas dessas meninas já tinham filhos anteriormente.
02 – Quais são as regiões do
Brasil com os maiores índices de gravidez na adolescência?
A Região Norte do
Brasil apresenta os maiores percentuais de mães muito jovens.
03 – Quais são as
características socioeconômicas das mães adolescentes, de acordo com a notícia?
As mães
adolescentes são, em geral, pobres, com baixa escolaridade e, frequentemente,
não contam com a presença do pai dos bebês.
04 – Como a situação
socioeconômica influencia as consequências da gravidez na adolescência, segundo
o demógrafo Juarez de Castro Oliveira?
Segundo o
demógrafo, meninas de baixa renda tendem a interromper os estudos e não
retornar à escola, enquanto aquelas de famílias mais ricas têm maior suporte
familiar para cuidar dos filhos e continuar seus estudos.
05 – Qual é a crítica do
pesquisador em relação às políticas de prevenção à gravidez precoce?
O pesquisador
critica o fato de que as políticas de prevenção estão muito focadas na
distribuição de preservativos e pílulas anticoncepcionais, sem abordar
adequadamente o impacto da maternidade na vida das jovens.
06 – Qual é a visão do
demógrafo Juarez de Castro Oliveira sobre as causas da gravidez na
adolescência?
O demógrafo
acredita que a gravidez na adolescência é mais resultado da falta de atenção e
descuido do que da falta de informação sobre métodos contraceptivos.
07 – Qual é a relação entre
gravidez precoce e situação conjugal das mães, segundo o economista Marcelo
Neri?
Segundo o
economista, há uma relação entre o aumento da gravidez precoce e o aumento do
número de mães solteiras, indicando uma mudança na situação conjugal das mães
ao longo dos anos.
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