Poema: Tudo, todos e o todo
Carlos
Rodrigues Brandão
Somos feitos de barro e do fogo
e por isso somos o desejo e o amor.
Fomos feitos de terra e de água
e assim somos eternos como a vida
e somos passageiros como a flor.

Somos a luz a sombra, o claro, a escuridão
a memória de deus, a história e a poesia.
Somos o espaço e o tempo, a casa e a janela
e a noite e o dia, e o sol e o céu e o chão.
Somos o silêncio e o som da vida.
O estudo, a lembrança e o esquecimento.
Somos o medo e o abandono.
A espera somos nós e somos a esperança.
Pois não somos mais e nem menos do que o todo
e nem somos menos e nem mais que tudo.
Somos o perene e o momento, a pedra e o vento
a energia e a paz, a vida criada e o criador.
Somos o mundo que sente, e irmãos da vida
somos a aventura de ser vida e sentimento.
E assim em cada ave que voa há nossa alma,
e em cada ave que morre, a nossa dor.
Carlos Rodrigues
Brandão desenhou as palavras, Isis Zahara coloriu as imagens. O jardim de
todos. Campinas: Autores Associados, 2004. p. 71.
Fonte: Livro –
Português: Linguagens, 5ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar
Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 176.
Entendendo o poema:
01 – De acordo com a primeira
estrofe, quais são os elementos que nos constituem e quais qualidades são
associadas a eles?
Segundo a
primeira estrofe, somos feitos de barro e do fogo, o que nos torna desejo e
amor. Também somos feitos de terra e de água, o que nos torna eternos como a
vida e passageiros como a flor.
02 – Que dualidades ou
contrastes são apresentados na segunda e terceira estrofes para descrever a
nossa natureza?
Na segunda e
terceira estrofes, somos apresentados como luz e sombra, claro e escuridão,
memória de deus, história e poesia. Somos também espaço e tempo, casa e janela,
noite e dia, sol e céu e chão.
03 – Quais experiências ou
estados emocionais são atribuídos a nós na quarta e quinta estrofe?
Na quarta e
quinta estrofe, somos atribuídos ao silêncio e ao som da vida, ao estudo, à
lembrança e ao esquecimento. Somos também o medo e o abandono, a espera e a
esperança.
04 – Como o poema define a
nossa relação com o "todo" e com "tudo" na sexta estrofe?
Na sexta estrofe,
o poema afirma que não somos mais nem menos do que o todo, e nem somos menos
nem mais que tudo, enfatizando uma igualdade fundamental com a totalidade da
existência.
05 – Que conexão é
estabelecida entre nós e a natureza na última estrofe do poema?
Na última
estrofe, é estabelecida uma conexão profunda entre nós e a natureza, afirmando
que em cada ave que voa há nossa alma, e em cada ave que morre, há nossa dor,
sugerindo uma empatia e uma ligação espiritual com o mundo natural.
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