Texto: O Testamento
Um homem rico, sem filhos, sentindo-se
morrer, pediu papel e caneta e escreveu assim:
"Deixo
meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do mecânico
nada aos pobres".

Não teve tempo de pontuar – morreu.
Eram quatro concorrentes. Chegou o
sobrinho e fez estas pontuações numa cópia do bilhete:
"Deixo meus bens à minha irmã?
Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do mecânico. Nada aos
pobres."
A
irmã do morto chegou em seguida com outra cópia do testamento e pontuou assim:
"Deixo meus bens à minha irmã. Não
a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do mecânico. Nada aos pobres."
Apareceu o mecânico, pediu uma cópia do
original e fez estas pontuações:
"Deixo meus bens à minha irmã?
Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do mecânico. Nada aos
pobres."
Um juiz estudava o caso, quando
chegaram os pobres da cidade. Um deles, mais sabido, tomou outra cópia do
testamento e pontuou deste modo:
"Deixo meus bens à minha irmã?
Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do mecânico? Nada! Aos pobres!”.
Adaptado de: Amaro
Ventura e Roberto Augusto Soares Leite. Comunicação/Expressão em língua nacional.
5ª série. São Paulo: Nacional, 1973. p. 84.
Fonte: Livro –
Português: Linguagens, 7ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar
Magalhães, 1ª ed. 15ª reimpressão – São Paulo: Atual Editora, 2003. p. 106.
Entendendo o texto:
01 – Qual é a principal causa
da disputa entre os concorrentes no texto?
A principal causa
da disputa é a falta de pontuação no testamento original do homem rico, o que
permite diferentes interpretações sobre a destinação de seus bens.
02 – Quantos e quais são os
concorrentes que aparecem na história para reivindicar a herança?
Aparecem quatro concorrentes: a irmã do
morto, o sobrinho, o mecânico e os pobres da cidade.
03 – Como o sobrinho
interpreta e pontua o testamento para beneficiar a si mesmo?
O sobrinho pontua
o testamento da seguinte forma: "Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu
sobrinho. Jamais será paga a conta do mecânico. Nada aos pobres." Ele nega
a intenção de deixar os bens para a irmã e afirma que ele é o herdeiro.
04 – De que maneira a irmã do morto
pontua o testamento para ser a beneficiária?
A irmã pontua o
testamento assim: "Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho.
Jamais será paga a conta do mecânico. Nada aos pobres." Ela afirma que a
intenção do falecido era deixar os bens para ela, excluindo o sobrinho.
05 – Qual é a interpretação e
a pontuação que o mecânico faz do testamento?
O mecânico pontua
o testamento da seguinte maneira: "Deixo meus bens à minha irmã? Não! A
meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do mecânico. Nada aos pobres." Ele
interpreta que a conta dele deveria ser paga antes de qualquer outra destinação
dos bens.
06 – Como os pobres da cidade,
representados pelo mais sabido, interpretam e pontuam o testamento?
Os pobres pontuam
o testamento da seguinte forma: "Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu
sobrinho? Jamais! Será paga a conta do mecânico? Nada! Aos pobres!”. Eles
interpretam que, após negar os outros beneficiários, a intenção final era
deixar os bens para eles.
07 – Qual a importância da
pontuação na interpretação de textos, como demonstrado nessa narrativa?
A narrativa
demonstra de forma clara a importância crucial da pontuação na interpretação de
textos. A ausência de sinais de pontuação no testamento original permitiu
múltiplas e conflitantes interpretações, cada uma favorecendo um dos
interessados. Isso ressalta como a pontuação define o sentido das frases e pode
alterar completamente a intenção de um texto.
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