Poema: Eu em mim
Carlos
Queiroz Telles
Enfim,
esse é meu corpo,
flor que amadureceu.

Estalo os dedos
é sonho.
Respiro fundo,
é brisa.
Estendo os braços,
é asa.
Libero as fibras,
é voo.
Esperança resolvida,
Verso que ficou pronto.
Meu corpo é assim.
Olho seu rosto,
Mistério.
Ouço sua voz,
Estrangeira.
Cheiro seu suor,
lembranças.
Sinto sua pele...
sou eu!
Sou eu
para a dor e o prazer,
para o sabor e o saber,
para a emoção de viver
viagem tão companheira...
Sou eu sim,
sou eu assim,
sou eu enfim,
com meu corpo
em mim.
Carlos Queiroz Telles.
Sonhos, grilos e paixões. São Paulo: Moderna, 1990. p. 22-23.
Fonte: Livro –
Português: Linguagens, 5ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar
Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 130.
Entendendo o poema:
01 – Como o eu lírico descreve
seu corpo na primeira estrofe?
Na primeira
estrofe, o eu lírico descreve seu corpo como uma "flor que
amadureceu", sugerindo uma fase de plenitude ou desenvolvimento completo.
02 – Quais sensações e ações
são associadas a imagens da natureza nas estrofes seguintes?
Estalar os dedos
é associado a "sonho", respirar fundo é associado a
"brisa", estender os braços é associado a "asa", e liberar
as fibras é associado a "voo".
03 – Que tipo de sentimento ou
estado é expresso na frase "Esperança resolvida, / Verso que ficou
pronto"?
A frase
"Esperança resolvida, / Verso que ficou pronto" expressa um
sentimento de conclusão, satisfação ou realização de um desejo ou de uma
expressão artística.
04 – Quais são as sensações
que o eu lírico experimenta ao interagir com o "seu rosto", "sua
voz" e "seu suor"?
Ao olhar o rosto
do outro, o eu lírico sente "mistério"; ao ouvir sua voz, sente algo
"estrangeiro"; e ao cheirar seu suor, evoca "lembranças".
05 – Qual a forte
identificação que o eu lírico sente ao tocar a pele do outro?
Ao sentir a pele
do outro, o eu lírico experimenta uma forte identificação, exclamando "sou
eu!", indicando uma conexão profunda ou um reconhecimento de si mesmo no
outro.
06 – Para que experiências o
eu lírico se reconhece como sendo, na penúltima estrofe?
Na penúltima
estrofe, o eu lírico se reconhece como sendo para "a dor e o prazer, /
para o sabor e o saber, / para a emoção de viver / viagem tão
companheira...".
07 – Como o eu lírico conclui
o poema em relação à sua própria identidade e seu corpo?
O eu lírico conclui o poema reafirmando
sua identidade ("Sou eu sim, / sou eu assim, / sou eu enfim") e sua
total integração com seu corpo ("com meu corpo / em mim").
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