domingo, 23 de junho de 2024

HISTÓRIA: O PEQUENO PRÍNCIPE 1º CAPÍTULO - ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRY - COM GABARITO

 História: O pequeno príncipe 1º capítulo

              Antoine de Saint-Exupéry

        Certa vez, quando tinha seis anos, vi num livro sobre a Floresta Virgem, "Histórias Vividas", uma imponente gravura. Representava ela uma jiboia que engolia uma fera. Eis a cópia do desenho. 

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiu_YFmlvOv324NyDAeq8JK8BA30rQnnHQbrS2xnoF0gCRESaKtQjFKqO81cH6YS-giTTW-owOPIC51ooxQxBoKsPBQWG26SX39e5JWS235Y_-mjVzxGAcnHQzrit5sniJ2PjuF07FlppHdt76U7KICDBkeDXhdZFcHU9Yyi0mNzTBNJ7R28mvxFqoma2g/s320/PRINCIPE.png 


        Dizia o livro: "As jiboias engolem, sem mastigar, a presa inteira. Em seguida, não podem mover-se e dormem os seis meses de digestão." 

        Refleti muito então sobre as aventuras da selva, e fiz, com lápis de cor, o meu primeiro desenho. Meu desenho número 1 era assim:

        Mostrei minha obra-prima às pessoas grandes e perguntei se o meu desenho lhes fazia medo. 

        Responderam-me: "Por que é que um chapéu faria medo?" 

        Meu desenho não representava um chapéu. Representava uma jiboia digerindo um elefante. Desenhei então o interior da jiboia, a fim de que as pessoas grandes pudessem compreender. Elas têm sempre necessidade de explicações. Meu desenho número 2 era assim: 

        As pessoas grandes aconselharam-me deixar de lado os desenhos de jiboias abertas ou fechadas, e dedicar-me de preferência à geografia, à história, ao cálculo, à gramática.  Foi assim que abandonei, aos seis anos, uma esplêndida carreira de pintor. Eu fora desencorajado pelo insucesso do meu desenho número 1 e do meu desenho número 2. As pessoas grandes não compreendem nada sozinhas, e é cansativo, para as crianças, estar toda hora explicando. 

        Tive pois de escolher uma outra profissão e aprendi a pilotar aviões. Voei, por assim dizer, por todo o mundo.  E a geografia, é claro, me serviu muito. Sabia distinguir, num relance, a China e o Arizona. É muito útil, quando se está perdido na noite. 

        Tive assim, no correr da vida, muitos contatos com muita gente séria. Vivi muito no meio das pessoas grandes.  Vi-as muito de perto. Isso não melhorou, de modo algum, a minha antiga opinião. 

        Quando encontrava uma que me parecia um pouco lúcida, fazia com ela a experiência do meu desenho número 1, que sempre conservei comigo. Eu queria saber se ela era verdadeiramente compreensiva. Mas respondia sempre: "É um chapéu". Então eu não lhe falava nem de jiboias, nem de florestas virgens, nem de estrelas. Punha-me ao seu alcance. Falava-lhe de bridge, de golfe, de política, de gravatas. E a pessoa grande ficava encantada de conhecer um homem tão razoável. 

SAINT-EXUPÉRY, Antoine. O Pequeno Príncipe. Trad.: Dom Marcos Barbosa. Rio de Janeiro: Agir, 1974, p. 9-11.

Fonte: Maxi: Séries Finais. Caderno 1. Língua Portuguesa – 7º ano. 1.ed. São Paulo: Somos Sistemas de Ensino, 2021. Ensino Fundamental 2. p. 10-12.

Entendendo a história:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Imponente: grandioso, impactante.

·        Esplêndido: que causa esplendor, grande admiração.

·        Lúcido: que não se ilude, compreensivo, descomplicado.

·        Bridge: jogo de cartas (baralho) de origem inglesa.

02 – Com base no texto que você leu, como começa a história “O Pequeno Príncipe”?

      “O livro começa com o narrador contando que tinha 6 anos e leu num livro que jiboias engoliam feras. Inspirado nisso, fez seu desenho número 1, que não foi bem compreendido. Então, fez um desenho número 2. Enfim, os adultos o aconselharam a estudar Geografia e outras disciplinas e abandonar os desenhos. Por isso ele se tornou piloto de avião.”

03 – O narrador considera adequado o modo como as crianças enxergam o mundo ou o modo como os adultos enxergam o mundo?

      O narrador considera o ponto de vista da criança mais adequado do que o dos adultos no início. Mas, depois considera também o dos adultos quando diz que a Geografia foi importante na vida dele. Se disserem apenas o ponto de vista da criança.

04 – Releia o trecho abaixo:

        “[...] e aprendi a pilotar aviões. Voei, por assim dizer, por todo o mundo.  E a geografia, é claro, me serviu muito.”. Segundo o narrador, nesse ponto, o conselho dos adultos foi ruim para ele? Explique seu ponto de vista. Por que ele aceitou o conselho, abandonou os desenhos e seguiu outra carreira?

      Não. O ponto de vista do narrador mudou. Ele abandonou o desenho para ser piloto de avião, e o que aprendeu de Geografia foi importante para sua profissão de piloto.

05 – Agora, releia o último parágrafo do capítulo 1 de “O Pequeno Príncipe” e responda: O narrador é um homem ou um menino? Justifique sua resposta com dados do último parágrafo.

      É um homem, porque pilota aviões, conhece Geografia, discute política e usa gravatas, joga baralho e diz que o consideram um homem razoável.

06 – No livro “O Pequeno Príncipe”, combinam-se aspectos formais

Narrativos e aspectos literários. Assinale a alternativa que indica a combinação correta.

a)   Narrativa em 3ª pessoa com história real.

b)   Narrativa em 1ª pessoa com história fictícia.

c)   História real escrita em versos.

d)   Ficção escrita em versos e vida real.

07 – Releia o trecho a seguir e considere a parte destacada.

        “Quando encontrava uma (pessoa grande) que me parecia um pouco lúcida, fazia com ela a experiência do meu desenho número 1, [...]. Mas respondia sempre: "É um chapéu". Então eu não lhe falava nem de jiboias, nem de florestas virgens, nem de estrelas. Punha-me ao seu alcance. Falava-lhe de bridge, de golfe, de política, de gravatas.

Agora, parafraseie o trecho destacado. Escreva com suas palavras o que o autor disse. Em seguida, discuta com o professor e seus colegas a importância de adequar nosso ponto de vista à circunstância.

      Resposta pessoal do aluno.

Nenhum comentário:

Postar um comentário