Texto: Minimalismo – Documentário
Quando menos é mais ou Quando mais é
menos: um texto sobre as coisas importantes da vida
No último final de semana a Netflix
disponibilizou um documentário que eu queria assistir há algum tempo: “Minimalism: A Documentary
About the Important Things“.
Eu sou um grande fã de documentários.
Assim como os livros biográficos, eles são uma grande fonte de inspiração. Como
o título adequadamente afirma, “Minimalism” é sobre as coisas importantes na
vida. Joshua Millburn e Ryan Nicodemus, Os
Minimalistas — não confunda com Os Tribalistas —, cresceram
perseguindo o Sonho Americano. Dinheiro, prestígio e coisas. E eles
conseguiram. Se tornaram executivos bem-sucedidos. Pelo menos, no sentido
tradicional e aplaudido pela sociedade.
Mas, quem são os Minimalistas e o
que é o minimalismo?
Dois caras que viveram no mundo
corporativo presos na mentalidade de acumular dinheiro, posses e prestígio. No
entanto, apesar de ambos serem bem-sucedidos no que faziam, nenhum deles era
verdadeiramente feliz. Eles tinham os gadgets do momento, casas
enormes e carros luxuosos, mas trabalhavam de forma insana e se
sentiam constantemente estressados.
Quando sua mãe faleceu e seu casamento
terminou em divórcio, ambos no mesmo mês, Joshua teve uma epifania. Percebeu
que a maioria de suas posses materiais não estavam agregando valor à sua vida
ou ajudando-o a se tornar mais feliz. Foi então que se livrou de boa
parte dos seus pertences a fim de se concentrar nas coisas que
realmente importavam para ele.
Ryan, que estava se sentindo mal por
ter treinado sua equipe para vender celulares a crianças de 5 anos,
percebeu que o semblante de Joshua havia mudado. Ele estava sereno, parecia
feliz. Ao descobrir que o motivo era a mudança radical em seu estilo de vida,
fez o mesmo que o amigo: encaixotou suas coisas e se livrou de 80% do que
tinha. Sentiu um peso sair de suas costas.
Os amigos criaram um blog sobre
sua nova filosofia de vida. Logo veio um podcast, palestras e, mais
recentemente, o documentário. O minimalismo é um estilo de vida onde você
reduz suas posses de tal forma que tenha apenas itens que realmente
tragam valor à sua vida. Trata-se de remover o excesso de sua vida, de modo que
você seja capaz de se concentrar no que é mais importante. Não há limite
de itens ou restrições específicas. E, eles não estão dizendo que todo o
tipo de consumo é prejudicial. É apenas uma maneira mais simples de viver para
reduzir o estresse e ter mais liberdade.
“Imagine uma vida com menos: menos
coisas, menos desordem, menos estresse e descontentamento… Agora imagine uma
vida com mais: mais tempo, mais relações significativas, mais crescimento,
contribuição e contentamento “.
Isso é útil? Me traz alegria?
Dan Harris, autor do ótimo “10% Mais Feliz“, é
um dos entrevistados do documentário. Ele compartilha sua experiência sobre
estresse e ansiedade. Em 2004, Harris teve
um ataque de pânico em rede nacional enquanto apresentava o “Good Morning America”
da rede ABC.
Durante a entrevista, menciona que
o melhor conselho que recebeu até hoje, no contexto da ansiedade, foi
sobre perguntar a si mesmo se “Isso é útil?”. A pergunta lembra o conceito
de “Isso
me traz alegria?” da autora japonesa Marie Kondo.
Desde que li pela primeira vez a frase
“menos é mais”, num artigo sobre a obsessão de Steve Jobs
com designs minimalistas, resolvi seguir essa filosofia. Eu recém
tinha completado 20 anos, era um jovem comum que adorava comprar roupas de
marcas famosas e sonhava em ter um carro importado. Afinal, pra mim isso era
sinônimo de status pessoal.
O que percebi, com o tempo, é que
nenhuma daquelas coisas me traria alegria. Quem segue um estilo de vida
consumista, geralmente, compra itens apenas para seguir modismos e fazer parte
de um grupo. Me dei conta de que as pessoas com as quais eu me importava de
verdade não estavam nem aí se eu andava de Corolla ou Fusca. Se vestia uma
camisa da Tommy Hilfiger ou da Renner.
Quando deixei de ter um comportamento
consumista, passei a ser menos ansioso. Ao invés de juntar dinheiro
para ter coisas, percebi que seria mais feliz utilizando minhas
economias para viajar, por exemplo. Troquei o carro por uma bicicleta e logo me
sobrou grana para um mochilão pela Europa. Enquanto alguns conhecidos
me mostravam seus novos iPhones ou Galaxys, eu e meu velho BlackBerry
embarcávamos para Nova York.
E veja que não existe certo ou errado
nessa história. São escolhas. Mas, nunca estive tão bem comigo mesmo. E sereno,
como Joshua.
Steve Jobs em sua casa em 1982. “Isso
era típico da época. Eu era solteiro. Tudo o que você precisava era de uma
xícara de chá, uma luz, você sabe, e era tudo o que eu tinha”. Foto: Diana
Walker
Ame as pessoas e use as coisas —
porque o oposto nunca funciona
Se eu sou minimalista? Não no nível de
Joshua ou Ryan. Eu continuo comprando coisas. E eles também, na verdade. O
objetivo do documentário não é fazer com que as pessoas
joguem fora todas as suas posses e se mudem para um bangalô. O ponto
central é simplesmente perguntar-se por que você possui as coisas que
possui, o que elas acrescentam à sua vida e se você pode viver tranquilamente
sem elas.
Essa
ideia de desapego material me lembrou dois fatos recentes.
O primeiro é sobre o Serafín (70)
e a Shirley (69), um casal de idosos casados há 40 anos. Em maio eles partem para uma viagem de volta ao mundo. De
moto! Numa Honda CG 160 Titan — o único bem material dos dois.
Eles entenderam qual o verdadeiro
patrimônio em nossa passagem por esta vida e o porquê ela vale a pena ser
vivida. Quando escrevi aquele artigo, o Serafín me contou que eles
finalmente compreenderam que o que realmente vale é o ser — e não
o ter. E que, por sinal, isso é a única coisa que levamos para o outro
lado junto com as nossas escolhas. Todo o resto fica aqui. Por mais que, na
teoria, saibamos disso desde muito jovens, é apenas “quando a água bate na
bunda” que entendemos o sentido real por trás de frases clichês que circulam
por aí.
Já o segundo fato tem a ver com
algo que comprei. Recentemente adquiri um Kindle, o
leitor digital da Amazon. O interessante nisso é que uma compra feita por
impulso (sou um ser humano, afinal de contas), fez com que eu deixasse de amar
meus livros físicos — ou 90% deles. Ao olhar minha estante repleta de volumes
empoeirados, pensei comigo mesmo: “isso é útil?”. Não. Eu não preciso mais
deles. Já posso me desapegar. Percebem como a compra de um item gerou o
desapego de uma centena de outros?
Fonte: https://www.linkedin.com/pulse/minimalismo-um-texto-sobre-coisas-importantes-da-vida-de-souza.
Entendendo o texto:
01 – Qual é o título do
documentário mencionado no texto?
O título do documentário é "Minimalism:
A Documentary About the Important Things".
02 – Quem são os protagonistas
do documentário?
Os protagonistas
do documentário são Joshua Millburn e Ryan Nicodemus, conhecidos como Os
Minimalistas.
03 – O que é o minimalismo, de
acordo com o texto?
O minimalismo é
um estilo de vida que envolve reduzir a quantidade de pertences para se
concentrar apenas naquilo que realmente agrega valor à vida.
04 – O que motivou Joshua a
adotar o minimalismo?
Joshua adotou o minimalismo após a morte de sua mãe e o
divórcio, quando percebeu que a maioria de suas posses materiais não contribuía
para sua felicidade.
05 – Por que Ryan decidiu se
tornar um minimalista?
Ryan se tornou um
minimalista após notar a mudança positiva na vida de Joshua e o alívio que ele
experimentou ao se livrar de suas posses.
06 – Qual é a ideia central do
minimalismo, de acordo com os protagonistas do documentário?
A ideia central do minimalismo é eliminar
o excesso de coisas na vida para reduzir o estresse e focar no que realmente
importa.
07 – Quais são os benefícios
do minimalismo, conforme mencionados no texto?
Os benefícios do
minimalismo incluem menos estresse, mais tempo, relacionamentos significativos,
crescimento pessoal e contentamento.
08 – Como o autor do texto
relaciona o minimalismo à sua própria vida?
O autor do texto
relata que, ao adotar o minimalismo e abandonar um estilo de vida consumista,
ele se tornou menos ansioso e mais feliz.
09 – Qual é a pergunta-chave
associada ao minimalismo, mencionada no texto?
A pergunta-chave
associada ao minimalismo é "Isso é útil?" para avaliar se as coisas
que possuímos realmente acrescentam valor à nossa vida.
10 – Qual é a mensagem final
do texto em relação ao minimalismo?
A mensagem final
é que o minimalismo não exige que as pessoas se livrem de todas as suas posses,
mas sim que questionem por que possuem as coisas e se elas são verdadeiramente
necessárias. É um convite à reflexão sobre o que realmente importa na vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário