Poesia: O Pão Amargo
Renata
Pallottini
"Ela foi sentar-se em frente dele a boa
distância,
como a de um tiro de arco;
pois disse:
que não veja eu a morte do menino.
Sentada em frente dele,
levantou sua voz e chorou."
Gênesis, 21:16
O pão amargo e a água consumada
do odre seco em cáustico deserto;
sob o mirrado arbusto a esquiva sombra
se nega pela areia e é como um rastro.
Sem planta fresca, a fruta apetecida
traz a longínqua fixação do incerto;
quando a brasa arenosa for alfombra
tornar-se-á carícia o fogo do astro.
Para a criança adormecida ao braço
o olhar alonga, e faz como se fosse
para nos olhos tê-la, traço a traço.
Lembrando a noite aquela e a face gêmea
que lhe roçara a face em mágoa doce,
a escrava chora a condição de fêmea.
Renata Pallottini.
Entendendo a poesia:
01 – Qual é a referência
bíblica mencionada no início da poesia?
A referência
bíblica mencionada é Gênesis 21:16.
02 – Como a poesia descreve o
ambiente em que se passa a cena?
A poesia descreve
um ambiente árido e deserto, onde a comida e a água são escassas.
03 – O que a autora sugere
sobre a sombra sob o "mirrado arbusto"?
A autora sugere
que a sombra sob o "mirrado arbusto" é evasiva e difícil de encontrar
devido à escassez de vegetação.
04 – Como a poesia descreve a
esperança da personagem em relação à fruta apetecida?
A poesia descreve
a esperança como uma "fixação do incerto," sugerindo que a personagem
anseia por algo distante e incerto.
05 – Qual é o simbolismo por
trás da descrição da brasa arenosa como "carícia"?
O simbolismo
sugere que o calor escaldante do deserto, representado pela "brasa
arenosa," se transformará em algo suave e reconfortante, como uma
"carícia," quando a noite chegar.
06 – O que a escrava chora no
final da poesia e por quê?
A escrava chora a
"condição de fêmea" no final da poesia, possivelmente expressando o
sofrimento e a vulnerabilidade de sua posição como mulher naquele contexto. Ela
também pode estar relembrando uma experiência dolorosa, mencionada na
referência bíblica do início da poesia.
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