Poema: Pela Rua
Ferreira Gullar
Sem qualquer esperança
Detenho-me diante de uma vitrina de bolsas
Na avenida nossa senhora de Copacabana, domingo,
Enquanto o crepúsculo se desata sobre o bairro.
Sem qualquer esperança
Te espero.
Na multidão que vai e vem
Entra e sai dos bares e cinemas
Surge teu rosto e some
Num vislumbre
E o coração dispara.
Te vejo no restaurante
Na fila do cinema, de azul
Diriges um automóvel, a pé
Cruzas a rua
Miragem
Que finalmente se desintegra com a tarde acima dos
edifícios
E se esvai nas nuvens.
A cidade é grande
Tem quatro milhões de habitantes e tu és uma só.
Em algum lugar estás a esta hora, parada ou andando,
Talvez na rua ao lado, talvez na praia
Talvez converses num bar distante
Ou no terraço desse edifício em frente,
Talvez estejas vindo ao meu encontro, sem o saberes,
Misturada às pessoas que vejo ao longo da avenida.
Mas que esperança! tenho
Uma chance em quatro milhões.
Ah, se ao menos fosses mil
Disseminada pela cidade.
A noite se ergue comercial
Nas constelações da avenida.
Sem qualquer esperança
Continuo
E meu coração vai repetindo teu nome
Abafado pelo barulho dos motores
Solto ao fumo da gasolina queimada.
GULLAR, Ferreira.
Entendendo o poema
1)
Quem fala no poema?
O eu lírico é um homem à espera de sua amada.
2)
Qual é o assunto do poema?
É uma busca desesperada pelas ruas da pessoa amada.
3)
A busca do homem é bem-sucedida? Por quê?
Não, pois ele a cada rosto que vê pela rua vislumbra e o coração
dispara imaginando ser ela.
4)
Desde o início, o homem tem um sentimento em
relação ao que busca. Qual é esse sentimento? Copie o verso que indica esse
sentimento.
Desde o começo se mostra sem qualquer esperança.
“Sem qualquer esperança
continuo.”
5)
O poema de Ferreira Gullar apresenta vários
recursos da linguagem figurada. Há trechos que apresentam ideias ou palavras de
sentidos contrários, chamadas de antíteses.
Encontre
esses trechos no poema.
“...abafado pelo barulho dos motores.”
“Na multidão que vai e vem”.
“...entra e sai dos bares e cinemas”.
“...parada ou andando”.
6)
Quais as duas palavras que se opõem, entre o
início e o final do poema?
No início ... te espero
No final...continuo.
7)
O poeta usa uma metáfora muito criativa nos
versos:
A noite se ergue comercial
Nas constelações da avenida
a)
Qual a ligação entre “noite” e “constelações”?
São opostas, pois a noite é escura e constelações são agrupamentos
de estrelas.
b)
O que significa algo que é “comercial”?
É algo que é para ser vendido ou comprado.
c)
Agora escreva, o que seriam as “constelações
da avenida”, em uma “noite que se ergue comercial”?
Muitas luzes na avenida em uma noite de grandes vendas.
8)
A hipérbole é o exagero de expressão.
Encontre essa figura no poema.
“Ah, se ao menos fosses mil
disseminada pela cidade”.
Muito bom !! Muito obrigada
ResponderExcluirQue que parte do corpo sai a voz que pronuncia o nome?
ResponderExcluirpela boca
ExcluirNo poema, por que foi possível fazer relação entre coração e boca?
ResponderExcluirNo poema, por que foi possível fazer relação entre coração e boca?
ResponderExcluir?
ExcluirEu tbm queria saber a resposta mais ta difícil!!
ExcluirPois achamos que o coração simboliza nossa parte sentimental, que tem instinto para fazer o que lhe parece certo.
ExcluirQue órgão do corpo simboliza o amor?
ResponderExcluirCoração
ExcluirDe que parte do corpo sai a voz que pronuncia o nome?
ResponderExcluir