quarta-feira, 2 de abril de 2025

NOTÍCIA: CERCO À PICHAÇÃO - FOLHA DE SÃO PAULO - COM GABARITO

 Notícia: CERCO À PICHAÇÃO

        Embora pautado pela ideia correta de frear a impunidade, o projeto de combate à pichação da Prefeitura de São Paulo peca por ser essencialmente calcado na repressão aos infratores. O cerne da proposta, ainda em fase de elaboração, é a discutível determinação de que a família de cada pichador apanhado em flagrante ficaria obrigada a pagar ao município o montante despendido para limpar o local. Além disso, os autores teriam de remover seus rabiscos dos muros pichados.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPD43EfuvOVOziJta_25zfoK42zSzCeYwQTR0FPm33dslDRg8rss2S0S8uKRQJjraob4D12VJqUaa2JYTnNMZnYas_0BDl9FCbHnQ_xgUQhO-V2xv8lSF3YC0AaL0ny8GlmaKNZ11uVE8J6JN4bSKOVL1-YeRDIY7ILvGEqj2f5qZpZJBT0hGbb1PFY5w/s320/Prefeitura-de-SP-retira-pichacao-na-23-de-maio.jpg


        Não há dúvida de que todo tipo de vandalismo praticado contra o patrimônio público e privado deve ser punido com rigor exemplar. A pichação constitui uma agressão intolerável, além de ser um fator de degradação do já bastante inóspito espaço urbano de São Paulo. Ademais, pichar e conspurcar edifício público são crimes previstos em lei.

        Um plano para enfrentar o problema, porém, precisaria reconhecer a pichação como um fenômeno complexo, que também demanda medidas socioeducativas. Os grupos ou gangues que se reúnem em torno dessa atividade são, em sua maioria, compostos por jovens de baixa renda que buscam canais de expressão e algum grau de notoriedade, deixando suas marcas na paisagem da cidade.

        A experiência tem demonstrado que medidas repressivas, embora eficazes em alguns casos, são insuficientes. Outras soluções devem e podem auxiliar na tentativa de banir essa prática. Na gestão passada já houve iniciativas positivas -algumas realizadas em parceria com organizações não-governamentais- que buscavam oferecer aos pichadores novas possibilidades, como educação voltada para a arte e o desenho gráfico, além da demarcação de espaços para a grafitagem.

        A prefeitura nada teria a perder se ampliasse e intensificasse ações dessa natureza em seus esforços para combater a praga da pichação e estimular o respeito pela cidade.

Folha de São Paulo, 30/3/2005.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 57-58.

Entendendo a notícia:

01 – Qual é o principal problema do projeto da Prefeitura de São Paulo para combater a pichação, segundo o texto?

      O projeto foca excessivamente na repressão, penalizando financeiramente as famílias dos pichadores, em vez de incluir medidas socioeducativas.

02 – Por que a pichação é considerada um problema grave?

      Ela é vista como vandalismo que agride o patrimônio público e privado, além de contribuir para a degradação do espaço urbano.

03 – Qual é o perfil dos pichadores, de acordo com o texto?

      São, em sua maioria, jovens de baixa renda que buscam expressão e reconhecimento através de suas marcas na cidade.

04 – As medidas repressivas são suficientes para resolver o problema da pichação?

      Não. O texto argumenta que, embora sejam eficazes em alguns casos, são insuficientes e precisam ser complementadas por outras soluções.

05 – Que tipo de medidas socioeducativas são sugeridas como alternativas?

      O texto menciona iniciativas como educação voltada para arte e desenho gráfico, além da criação de espaços para a prática de grafite.

06 – O que a prefeitura poderia ganhar ao ampliar ações socioeducativas?

      A prefeitura poderia ter mais sucesso no combate à pichação e promover o respeito pela cidade.

07 – Qual a diferença entre pichação e grafite, segundo o texto?

      O texto mostra que a pichação é um ato de vandalismo, enquanto o grafite e uma forma de expressão artística. O texto sugere que a prefeitura crie espaços para o grafite.

 

 

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