domingo, 21 de junho de 2020

TEXTO: CORONA-VÍRUS: O QUE SABEMOS E O QUE ESPERAR DA NOVA INFECÇÃO RESPIRATÓRIA - POR DIOGO SPONCHIATO, ANDRÉ BIERNATH - COM GABARITO


 Texto: Corona-vírus: o que sabemos e o que esperar da nova infecção respiratória

             Por Diogo Sponchiato, André Biernath

             Especialistas explicam o que é o novo corona-vírus, originário de Wuhan (China), quais seus sintomas e o risco de ele ser transmitido no Brasil.

     Um novo vírus que ataca o sistema respiratório e se espalhou a partir da região de Wuhan, na China, preocupa o planeta. Ele pertence à família dos corona-vírus, um grupo que reúne desde agentes infecciosos que provocam sintomas de resfriado até outros com manifestações mais graves, como os causadores da Sars (sigla em inglês para Síndrome Respiratória Aguda Grave) e da Mers (Síndrome Respiratória do Oriente Médio).

        “Falamos de uma ampla família de vírus, que acometem praticamente todas as espécies, de répteis a mamíferos”, contextualiza o infectologista Celso Granato, do Fleury Medicina e Saúde. De acordo com as investigações ainda em andamento, o novo corona-vírus, que afeta mais de 800 pessoas e matou pelo menos 26 até o momento, pode ter origem em serpentes ou morcegos — inclusive se especula que a ingestão de um desses animais teria originado o surto. Apesar de um estudo chinês ter encontrado uma relação do novo corona-vírus com cobras, não existe consenso entre os cientistas sobre a origem da doença. Muitos apostam que outro animal possa estar envolvido com o início do problema na China.

        O fato é que corona-vírus diferentes podem sofrer mutações e se recombinar, dando origem a agentes inéditos. Pulando entre espécies animais (os hospedeiros), eles eventualmente chegam aos seres humanos. “É um processo que tem semelhanças com o que acontece na gripe. Na gripe suína, um porco pegou o vírus de aves e, na recombinação de vírus diferentes dentro do animal, surgiu um H1N1 que conseguiu passar para os seres humanos”, explica Granato.

        Tudo leva a crer que o novo corona-vírus tenha sido originalmente transmitido para o ser humano de um animal e ainda em esteja em processo de evolução e adaptação. “Embora a transmissão de uma pessoa para outra já tenha sido detectada, até agora não está clara a importância da transmissão inter-humana”, diz a infectologista Lígia Pierrotti, do laboratório Delboni Auriemo. 

        Seguindo o padrão dos corona-vírus, e a perspectiva de o agente aperfeiçoar sua propagação entre os humanos, existem algumas vias principais de transmissão. De acordo com o pneumologista Elie Fiss, professor titular da Faculdade de Medicina do ABC, os corona-vírus normalmente são transmitidos pelo ar, por meio de tosse ou espirro, contato pessoal próximo ou com objetos e superfícies contaminadas.

        O que o novo corona-vírus faz e quais seus sintomas?

        Pesquisadores e autoridades de saúde estão mobilizados em entender melhor o comportamento desse agente infeccioso e evitar sua disseminação geral. No entanto, a Organização Mundial da Saúde (ainda) não decretou uma emergência global. Mesmo assim, o Brasil e outras nações deram início a um plano de vigilância e contenção de casos suspeitos — por ora não há episódios confirmados por aqui.

        Mas falamos de um vírus perigoso? O número de vítimas na China fez soar o alerta, sobretudo para o risco de pneumonia e insuficiência respiratória em pessoas mais velhas e que já tenham outras doenças. “O novo corona-vírus causa, em geral, sintomas respiratórios mais leves que os da Sars e da Mers e os sinais clínicos mais referidos são febre e tosse. Até o momento, a letalidade também é menor que a associada a Sars e Mers”, relata Lígia.

        O professor Elie Fiss conta que a Sars é uma condição causada por um corona-vírus diferente cujos primeiros relatos surgiram também na China em 2002. “Ela se disseminou rapidamente por mais de 12 países na América do Norte, América do Sul, Europa e Ásia, infectando mais de 8 mil pessoas e causando em torno de 800 mortes antes de a epidemia ser controlada em 2003”, lembra o pneumologista.

        Em 2012, por sua vez, outro corona-vírus disseminou o terror na Ásia. Esse foi identificado inicialmente na Arábia Saudita e se alastrou pelo Oriente Médio, afetando pessoas que circularam pela região. Provocava um colapso respiratório e ganhou o noticiário com a sigla Mers.

        Tanto o vírus da Sars quanto o da Mers parecem mais mortais que o novo corona-vírus de Wuhan. Segundo Lígia, a letalidade chega a 10% dos casos na Sars e a 40% nos episódios de Mers.

        De acordo com Fiss, os óbitos ligados ao atual corona-vírus têm acontecido em indivíduos que já possuíam doenças associadas. Quanto ao contágio, avisa o médico, ele ainda se restringe a cidades na China e a viajantes que vieram dessas regiões.

        “Todos os casos detectados até agora têm histórico de moradia ou deslocamento em Wuhan, na China. Mesmo os episódios fora desse país tinham vínculo com a cidade chinesa”, completa Lígia.

        A atenção da OMS e das autoridades não é em vão. Celso Granato explica que possivelmente o vírus ainda se encontra em processo de mutação e nosso organismo não tem mecanismos de defesa para combatê-lo adequadamente. Na ausência de uma vacina ou de um tratamento específico, o melhor conselho é evitá-lo mesmo.

        Como se proteger?

        Para os brasileiros, não há motivo para alarmismo. Cabe frisar: todos os casos da doença têm relação direta com os territórios chineses acometidos, que inclusive já foram isolados. Por aqui, um episódio suspeito em Belo Horizonte já foi investigado e o veredicto é que não se tratava do problema.

        “Pessoas que apresentam sintomas respiratórios e não tenham passagem por essas áreas de circulação do vírus nem contato com casos suspeitos ou confirmados não precisam se preocupar”, tranquiliza Lígia.

        A primeira medida de prevenção é evitar viajar a Wuhan e região, bem como a cidades que possam vir a alojar surtos. Se inevitável, os médicos Elie Fiss e Celso Granato aconselham algumas medidas básicas de proteção, que inclusive se aplicam a outros agentes infecciosos transmitidos pelo ar e por gotículas de saliva:

·        Evite aglomerações e contato próximo com outras pessoas.

·        Cubra o nariz e a boca com lenço descartável ao tossir ou espirrar (e descarte o material em local adequado).

·        Lave as mãos a cada duas horas e principalmente após passar por estabelecimentos ou transportes públicos.

·        Procure não tocar olhos, nariz e boca.

·        Não compartilhe copos, toalhas e objetos de uso pessoal.

·        Dependendo do local, compre e use máscaras que cobrem boca e nariz.

Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/o-que-e-corona-virus.

Entendendo o texto:

01 – Qual é o gênero do texto lido?

a)   Sinopse.

b)   Propaganda.

c)   Crônica.

d)   Notícia.

02 – O vírus, retratado na notícia lida, ataca qual sistema do corpo humano?

a)   Cardiovascular.

b)   Digestivo.

c)   Respiratório.

d)   Locomotor.

03 – O corona-vírus se espalhou em qual país asiático?

a)   China.

b)   Arábia Saudita.

c)   Coreia do Sul.

d)   Japão.

04 – O que significa as siglas:

a)   Sars: Síndrome respiratória aguda grave.

b)   Mers: Síndrome respiratória do Oriente Médio (Middle East Respiratory Syndrome).

05 – De acordo com o infectologista Celso Granato, de quais animais pode ter sido desenvolvido este vírus?

      Pode ter origem em serpentes ou morcegos.

06 – Assinale (V) para verdadeiro e (F) para falso:

(V) Assim como a gripe suína, onde o vírus foi disseminado através de um hospedeiro (o porco), acredita-se que o corona-vírus também possui a origem semelhante.

(F) A transmissão do vírus de uma pessoa para outra ainda não foi detectada.

(V) De acordo com o pneumologista Elie Fiss, os corona-vírus normalmente são transmitidos pelo ar, por meio de tosse ou espirro.

(F) Apenas o Brasil e outras nações deram início a um plano de vigilância e contenção de casos suspeitos.

(F) Todos os casos da doença ocorreram em diversas regiões do mundo, exceto nos territórios chineses.

07 – Qual é a principal medida de prevenção?

a)   Não sair de casa.

b)   Comprar e usar máscaras que cobrem boca e nariz.

c)    Abortar os hábitos de higiene.

d)   Evitar viajar a Wuhan e região.

08 – Cite duas medidas básicas de proteção:

·        Evite aglomerações e contato próximo com outras pessoas.

·        Lave as mãos a cada duas horas e principalmente após passar por estabelecimentos ou transportes públicos.

09 – Com base no texto lido, resuma, com suas palavras, o que se pode entender a respeito da pandemia do corona-vírus:

      Resposta pessoal do aluno.

 


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