Por Diogo Sponchiato, André Biernath
Especialistas explicam o que é o novo corona-vírus, originário de Wuhan
(China), quais seus sintomas e o risco de ele ser transmitido no Brasil.
Um novo vírus que ataca o sistema
respiratório e se espalhou a partir da região de Wuhan, na China, preocupa o
planeta. Ele pertence à família dos corona-vírus, um grupo que reúne desde
agentes infecciosos que provocam sintomas de resfriado até outros com
manifestações mais graves, como os causadores da Sars (sigla em inglês para
Síndrome Respiratória Aguda Grave) e da Mers (Síndrome Respiratória do
Oriente Médio).
“Falamos de uma ampla família de vírus,
que acometem praticamente todas as espécies, de répteis a mamíferos”,
contextualiza o infectologista Celso Granato, do Fleury Medicina e Saúde.
De acordo com as investigações ainda em andamento, o novo corona-vírus, que
afeta mais de 800 pessoas e matou pelo menos 26 até o momento, pode ter origem
em serpentes ou morcegos — inclusive se especula que a ingestão de um desses
animais teria originado o surto. Apesar de um estudo chinês ter encontrado uma
relação do novo corona-vírus com cobras, não existe consenso entre os
cientistas sobre a origem da doença. Muitos apostam que outro animal possa
estar envolvido com o início do problema na China.
O fato é que corona-vírus diferentes
podem sofrer mutações e se recombinar, dando origem a agentes inéditos. Pulando
entre espécies animais (os hospedeiros), eles eventualmente chegam aos seres
humanos. “É um processo que tem semelhanças com o que acontece na gripe. Na
gripe suína, um porco pegou o vírus de aves e, na recombinação de vírus
diferentes dentro do animal, surgiu um H1N1 que conseguiu passar para os
seres humanos”, explica Granato.
Tudo leva a crer que o novo corona-vírus
tenha sido originalmente transmitido para o ser humano de um animal e ainda em
esteja em processo de evolução e adaptação. “Embora a transmissão de uma pessoa
para outra já tenha sido detectada, até agora não está clara a importância da
transmissão inter-humana”, diz a infectologista Lígia Pierrotti, do
laboratório Delboni Auriemo.
Seguindo o padrão dos corona-vírus, e a
perspectiva de o agente aperfeiçoar sua propagação entre os humanos, existem
algumas vias principais de transmissão. De acordo com o pneumologista Elie
Fiss, professor titular da Faculdade de Medicina do ABC, os corona-vírus
normalmente são transmitidos pelo ar, por meio de tosse ou espirro, contato
pessoal próximo ou com objetos e superfícies contaminadas.
O
que o novo corona-vírus faz e quais seus sintomas?
Pesquisadores e autoridades de saúde
estão mobilizados em entender melhor o comportamento desse agente infeccioso e
evitar sua disseminação geral. No entanto, a Organização Mundial da Saúde (ainda)
não decretou uma emergência global. Mesmo assim, o Brasil e outras nações deram
início a um plano de vigilância e contenção de casos suspeitos — por ora não há
episódios confirmados por aqui.
Mas falamos de um vírus perigoso? O
número de vítimas na China fez soar o alerta, sobretudo para o risco de pneumonia e
insuficiência respiratória em pessoas mais velhas e que já tenham outras doenças.
“O novo corona-vírus causa, em geral, sintomas respiratórios mais leves que os
da Sars e da Mers e os sinais clínicos mais referidos são febre e tosse. Até o
momento, a letalidade também é menor que a associada a Sars e Mers”,
relata Lígia.
O professor Elie Fiss conta que a Sars
é uma condição causada por um corona-vírus diferente cujos primeiros relatos
surgiram também na China em 2002. “Ela se disseminou rapidamente por mais de 12
países na América do Norte, América do Sul, Europa e Ásia, infectando mais de 8
mil pessoas e causando em torno de 800 mortes antes de a epidemia ser
controlada em 2003”, lembra o pneumologista.
Em 2012, por sua vez, outro corona-vírus
disseminou o terror na Ásia. Esse foi identificado inicialmente na Arábia
Saudita e se alastrou pelo Oriente Médio, afetando pessoas que circularam pela
região. Provocava um colapso respiratório e ganhou o noticiário com a sigla
Mers.
Tanto o vírus da Sars quanto
o da Mers parecem mais mortais que o novo corona-vírus de Wuhan. Segundo Lígia,
a letalidade chega a 10% dos casos na Sars e a 40% nos episódios de Mers.
De acordo com Fiss, os óbitos ligados
ao atual corona-vírus têm acontecido em indivíduos que já possuíam doenças
associadas. Quanto ao contágio, avisa o médico, ele ainda se restringe a
cidades na China e a viajantes que vieram dessas regiões.
“Todos os casos detectados até agora
têm histórico de moradia ou deslocamento em Wuhan, na China. Mesmo os episódios
fora desse país tinham vínculo com a cidade chinesa”, completa Lígia.
A atenção da OMS e das autoridades não é em vão. Celso Granato explica que
possivelmente o vírus ainda se encontra em processo de mutação e nosso
organismo não tem mecanismos de defesa para combatê-lo adequadamente. Na
ausência de uma vacina ou de um tratamento específico, o melhor conselho é
evitá-lo mesmo.
Como
se proteger?
Para os brasileiros, não há motivo para
alarmismo. Cabe frisar: todos os casos da doença têm relação direta com os
territórios chineses acometidos, que inclusive já foram isolados. Por aqui, um
episódio suspeito em Belo Horizonte já foi investigado e o veredicto é que
não se tratava do problema.
“Pessoas que apresentam sintomas
respiratórios e não tenham passagem por essas áreas de circulação do vírus nem
contato com casos suspeitos ou confirmados não precisam se preocupar”,
tranquiliza Lígia.
A primeira medida de prevenção é evitar
viajar a Wuhan e região, bem como a cidades que possam vir a alojar surtos. Se
inevitável, os médicos Elie Fiss e Celso Granato aconselham algumas medidas
básicas de proteção, que inclusive se aplicam a outros agentes infecciosos
transmitidos pelo ar e por gotículas de saliva:
·
Evite aglomerações e contato próximo com
outras pessoas.
·
Cubra o nariz e a boca com lenço descartável
ao tossir ou espirrar (e descarte o material em local adequado).
·
Lave as mãos a cada duas horas e
principalmente após passar por estabelecimentos ou transportes públicos.
·
Procure não tocar olhos, nariz e boca.
·
Não compartilhe copos, toalhas e objetos de
uso pessoal.
·
Dependendo do local, compre e use máscaras
que cobrem boca e nariz.
Fonte:
https://saude.abril.com.br/medicina/o-que-e-corona-virus.
Entendendo o texto:
01 – Qual é o gênero do
texto lido?
a)
Sinopse.
b)
Propaganda.
c)
Crônica.
d)
Notícia.
02 – O vírus, retratado na
notícia lida, ataca qual sistema do corpo humano?
a)
Cardiovascular.
b)
Digestivo.
c)
Respiratório.
d)
Locomotor.
03 – O corona-vírus se
espalhou em qual país asiático?
a)
China.
b)
Arábia Saudita.
c)
Coreia do Sul.
d)
Japão.
04 – O que significa as
siglas:
a)
Sars: Síndrome respiratória aguda grave.
b)
Mers: Síndrome respiratória do Oriente Médio (Middle East
Respiratory Syndrome).
05 – De acordo com o
infectologista Celso Granato, de quais animais pode ter sido desenvolvido este
vírus?
Pode ter origem
em serpentes ou morcegos.
06 – Assinale (V) para verdadeiro e (F) para falso:
(V) Assim como a gripe suína, onde o
vírus foi disseminado através de um hospedeiro (o porco), acredita-se que o
corona-vírus também possui a origem semelhante.
(F) A transmissão do vírus de uma
pessoa para outra ainda não foi detectada.
(V) De acordo com o pneumologista
Elie Fiss, os corona-vírus normalmente são transmitidos pelo ar, por meio de
tosse ou espirro.
(F) Apenas o Brasil e outras nações
deram início a um plano de vigilância e contenção de casos suspeitos.
(F) Todos os casos da doença
ocorreram em diversas regiões do mundo, exceto nos territórios chineses.
07 – Qual é a principal
medida de prevenção?
a)
Não sair de casa.
b)
Comprar e usar máscaras que cobrem boca e
nariz.
c)
Abortar os hábitos de higiene.
d)
Evitar viajar a Wuhan e região.
08 – Cite duas medidas
básicas de proteção:
·
Evite aglomerações e contato
próximo com outras pessoas.
·
Lave as mãos a cada duas horas e
principalmente após passar por estabelecimentos ou transportes públicos.
09 – Com base no texto lido,
resuma, com suas palavras, o que se pode entender a respeito da pandemia do
corona-vírus:
Resposta pessoal
do aluno.
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