domingo, 29 de maio de 2022

RECEITA: DE ACARAJÉ - LÚCIA GASPAR - COM GABARITO

 Receita: de Acarajé

Ingredientes:

½ kg de feijão fradinho.

150 g de cebola.

Um litro de azeite de dendê.

700 g de camarão defumado sem casca.

Recheio:

        Quatro a seis xícaras de azeite de dendê, três cebolas picadas, alho a gosto, camarão defumado sem casca e cheiro-verde refogados por 10 a 15 minutos. Podem-se acrescentar tomate e coentro, caruru, vatapá e molho de pimenta.

Modo de fazer:

        Coloca-se o feijão fradinho de molho até inchar. Tira-se o olho e a pele. Moesse na pedra, no pilão ou na máquina de triturar. Tempera-se a massa resultante, com sal, cebola machucada e camarões secos descascados e bem moídos. Bate-se bem, até a massa ficar homogênea e ligada. Coloca-se azeite de dendê numa frigideira e vai frigindo a massa às colheradas. Serve-se com um recheio de camarão seco, pimenta e cebola.

Lúcia Gaspar. Acarajé. Pesquisa Escolar On-line. Recife: Fundação Joaquim Nabuco. Disponível em: http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar. Acesso em: 20 mar. 2013.

Fonte: Língua Portuguesa – Caminhar e transformar – Aos finais do ensino fundamental – 1ª edição – São Paulo – FTD, 2013. p. 64.

Entendendo a receita:

01 – A palavra um aparece duas vezes na receita. Em que situação é classificada como artigo? Por quê?

      Em “um recheio”. É artigo porque generaliza o substantivo recheio.

02 – Em que situação é numeral? Por quê?

      Em “um litro de azeite”. Indica quantidade.

03 – Que outros numerais aparecem no texto? Como são classificados?

      Quatro, seis, três. São numerais cardinais e indicam quantidade.

04 – Por que são utilizados esses numerais na receita?

      Para que a pessoa saiba as quantidades exatas para fazer a receita.

CONTO: HERÓI - DOMINGOS PELLEGRINI - COM GABARITO

 Conto: Herói

           Domingos Pellegrini

        Meio século depois que, aos nove anos, meu avô João me levou à primeira pescaria, levo meu neto Caetano de quatro anos. Fui de trem, ele vai de cadeirinha, no banco traseiro do carro. Fui a um rio, ele vai a um pesque-pague. Pesquei com o vô num barranco, agora pescamos sentados em banco à beira da lagoa.

        Fiz em casa a massa para a isca, batendo no liquidificador ração de gato, colorau e farinha de trigo, depois sovando com ovo e missô, fica uma massa vermelha e cheirosa, muito mais atraente para os peixes do que a massa escura do pesqueiro. Logo pego a primeira tilápia, para mostrar a Caetano como se faz.

        Boto a tilápia no samburá, boto nova isca no anzol, boto a vara nas mãos dele. Ele olha a boia, enquanto digo que deve puxar a vara só quando ela afundar ou correr. A boia tremelica, ele puxa, nada pega, repito as instruções. Ele olha a boia, ela trisca, tremelica, sacode e afunda, ele ainda olhando fascinado. Grito para puxar a vara, ele puxa, e então me revejo no momento inesquecível, o peixe dá vida puxando para lá, o menino puxando para cá, a vara curvando e vibrando com o menino.

        Digo para ele cansar a tilápia, mas que, ele puxa até ela bater na beirada, então pego a linha e tiro o bicho da água. Agachamos olhando o peixe espantado na grama, enquanto o menino se espanta do próprio poderio, até levantar gritando:

        — Peguei, vô, peguei!

        Vou ensinando a botar isca e lançar a vara, coisas que ele faz mais ou menos, como também não atina com a hora certa de fisgar, mas puxar a vara, ah, puxa que só. Quando tiramos o terceiro peixe, uma mulher fala que ele é um grande pescador, e ele me olha orgulhoso. Depois da quarta tilápia, vamos ao bar para ele pegar suco de morango, e pergunto se quer fazer xixi, diz que não, quer pescar.

        Voltamos à lagoa, e, mais quatro tilápias depois, pergunto se quer fazer xixi, ele diz que não, quer mais suco de morango. Dou a ficha, ele vai sozinho ao bar, volta homenzinho com o suco. Uma menina vem admirar quando ele puxa mais uma tilápia, e depois vou ver as varas de espera que deixei numa lagoa maior. Quando volto, cadê ele?

        Vou gritando seu nome, olhando a beirada das lagoas, a água, meu Deus, a água. Vou ao bar, grito Caetano, ele responde lá do sanitário: tô aqui, vô! Volto a lagoa, e logo ele vem, as calças molhadas de xixi:

        — Não deu tempo, vô.

        Vamos ao carro trocar sua roupa, a menina olhando de longe, ele se envergonha, diz que não quer mais pescar. Digo que então deve voltar à lagoa, sim, para dar de presente à menina nossa massa tão pescadeira. Ele diz que não, emburrado. Digo que ele deve, porque é assim que fazem os heróis.

        — Todo herói tem sua fraqueza. O Super-Homem enfraquece perto dum a pedra verde chamada kriptonita. Sansão ficava fraco quando cortava o cabelo. O Homem-Aranha às vezes escorrega. Todo herói tem sua fraqueza.

        Ele pensa, pega a bola de massa, vai dar à menina. Vamos ver as varas de espera, e lá está um pacu, que ele ajuda puxar rodando o molinete, todo feliz. Digo que é seu primeiro peixe grande, que está virando um grande pescador, e ele passa a caminhar com passos maiores.

        Passando pela lagoa menor, a mãe da menina grita agradecendo, já pescaram três tilápias com nossa massa. A menina vem correndo e lhe dá uma bala, uma simples bala que ele vai levando no carro como se fosse uma medalha. Dorme. Em casa, deixo que continue dormindo no carro enquanto guardo as varas e os peixes. Depois cutuco para acordar, ele olha a bala na mão, vai correndo contar:

        — Peguei oito peixes, vó! E ganhei uma bala!

        Um herói.

                          Domingos Pellegrini. A caneta e o anzol: histórias de pescaria. São Paulo: Geração Editorial. 2012. p. 91-4.

       Fonte: Língua Portuguesa – Caminhar e transformar – Aos finais do ensino fundamental – 1ª edição – São Paulo – FTD, 2013. p. 88-92.

Entendendo o conto:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Molinete: carretilha com manivela, fixada no cabo de uma vara de pescar.

·        Samburá: cesto de bojo largo e boca estreita, usado pelos pescadores para guardar peixes e outros apetrechos.

·        Triscar: mexer-se, mover-se.

02 – Conte, de maneira breve, os fatos narrados no conto.

      O avô e o neto vão a um pesque-pague para a primeira pescaria do neto. O neto se recusa a ir fazer xixi. Depois de pescar tilápias e beber dois sucos de morango, o neto faz xixi nas calças e fica muito envergonhado. O avô o incentiva a enfrentar sua vergonha e entregar a massa pescadeira para uma garota que também estava pescando. O menino pega um pacu, ganha uma bala da menina e volta feliz e mais maduro para casa.

03 – Quem participa desse conto?

      O avô, o neto, a menina e sua mãe.

04 – Em que lugar se passa o conto?

      A história narrada no conto se passa no pesque-pague.

05 – O tempo em que se passa esse conto é delimitado?

      Sim. O conto durou algumas horas.

06 – Aquele que conta a história é chamado de narrador. Há narrador nesse conto? Comprove sua resposta com um trecho do texto.

     Logo no início do texto notamos a presença do narrador, como pode ser visto em: “Meio século depois que, aos nove anos, meu avô João me levou à primeira pescaria, levo meu neto Caetano de quatro anos”.

07 – Leia.

        O narrador-observador, ou narrador em 3ª pessoa, se posiciona fora dos fatos narrados.

        O narrador-personagem, ou narrador em 1ª pessoa, é aquele que participa diretamente da história como qualquer personagem.

Que tipo de narrador foi escolhido pelo autor do conto “Herói”?

      O narrador em 1ª pessoa – narrador-personagem.

08 – Nesse conto são usados o discurso direto e o discurso indireto. Escreva DD para discurso direto e DI para discurso indireto.

(DD) “— Peguei oito peixes, vó! E ganhei uma bala!”

(DI) “[...] pergunto se quer fazer xixi, ele diz que não, quer mais suco de morango”.

(DD) “— Não deu tempo, vô.”

(DI) “[...] um mulher fala que ele é um grande pescador [...]”.

09 – Leia.

        São elementos de uma narrativa: o enredo, o narrador, os personagens, o espaço e o tempo.

Encontre no conto estas informações sobre o enredo.

a)   Em que parágrafo localizamos a apresentação dos personagens e das primeiras ações do enredo?

No primeiro parágrafo.

b)   Qual é o momento de maior tensão da narrativa?

O momento em que o avô não sabe onde o neto está. O menino faz xixi nas calças e não quer mais pescar, porque supõe que uma menina viu o incidente.

c)   Como o conflito é resolvido nesse conto?

O avô conversa com o neto e o convence a enfrentar sua vergonha: levar a massa para a menina e pegar o último peixe.

10 – Releia este trecho.

        [...] Quando volto, cadê ele?

        Vou gritando seu nome, olhando a beirada das lagoas. A água, meu Deus, a água [...]. O que o avô imaginou que poderia ter acontecido ao neto?

      Ele pensou que o neto caíra em uma das lagoas e que poderia ter se afogado.

11 – No início do conto, o que o avô queria ensinar ao neto?

      O avô queria ensinar o neto a pescar.

12 – Ao final do conto, o avô ensinou mais do que pretendia no início. O que o neto aprendeu com o avô na pescaria?

      O neto aprendeu a enfrentar um problema e não só a pescar.

13 – Discuta com seus colegas e professor. Por que o conto recebeu o título de “Herói”?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: A fraqueza do menino foi ter feito xixi nas calças. E tal qual um herói de quadrinhos, ele enfrentou sua fraqueza e foi até a menina.

 

sábado, 28 de maio de 2022

CHARGE: PROGRAMA DA MULHER BRASILEIRA - HUBERT DE CARVALHO ARANHA - COM GABARITO

Charge: Programa da mulher brasileira

 

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Hubert de Carvalho Aranha. In: Piracicaba – 30 anos de humor.

Fonte: Língua Portuguesa – Caminhar e transformar – Aos finais do ensino fundamental – 1ª edição – São Paulo – FTD, 2013. p. 139.

Entendendo a charge:

01 – Qual é a profissão da personagem representada na charge? Que características permitem identificar a profissão?

      A personagem representa na charge trabalha como empregada doméstica. Podemos identificar a profissão por meio do avental utilizado para trabalhar e da vassoura na mão. A forma de tratamento “madame”, utilizada pela personagem, confirma e reforça a caracterização.

02 – A quem a personagem se dirige ao anunciar o começo do programa de televisão? Qual é o público-alvo desse programa?

      A empregada doméstica se dirige à patroa e anuncia o começo de um programa destinado à mulher brasileira.

03 – O que a fala da personagem revela sobre as diferenças sociais no Brasil?

      A empregada doméstica da charge, apesar de ser mulher e brasileira, não se sente incluída nessa categoria e, portanto, não se reconhece como pertencente ao público-alvo do programa de televisão. A charge ironiza o processo de exclusão social no Brasil e mostra como nem todos os brasileiros são tratados da mesma maneira.

  

PROPAGANDA: DENGUE É FÁCIL COMBATER, SÓ NÃO PODE ESQUECER - COM GABARITO

 Propaganda: Dengue é fácil combater, só não pode esquecer

 

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Fique atento aos locais que podem acumular água: mantenha a caixa-d’água fechada. Mantenha a lixeira fechada. Não tenha água acumulada sobre a laje. Mantenha as calhas limpas.

E não se esqueça: se sentir febre com dor de cabeça, dor atrás dos olhos, no corpo e nas juntas, pode ser dengue. Procure uma unidade de saúde.

Fonte: Língua Portuguesa – Caminhar e transformar – Aos finais do ensino fundamental – 1ª edição – São Paulo – FTD, 2013. p. 119-122.

Entendendo a propaganda:

01 – Analise os elementos que aparecem na propaganda, de acordo com o roteiro a seguir.

a)   O que é divulgado pela propaganda?

A prevenção contra a dengue.

b)   O que se deseja com ela?

Conscientizar a população sobre a doença.

c)   Quem é o responsável pela propaganda?

O Governo Federal.

02 – A propaganda é composta de elementos verbais (texto escrito) e de elementos não verbais (fotos, desenhos, etc.).

a)   Que elementos não verbais são utilizados nessa propaganda?

Foto do menino em casa, ao lado de um vaso, e ilustrações de ações de prevenção contra a doença, além do balão de pensamento ligado ao menino.

b)   Quais textos estão em maior destaque na propaganda?

“Dengue pode matar. Dengue, é fácil combater, só não pode esquecer. Elimine os focos do mosquito da dengue”.

c)   Se eliminássemos o texto escrito, conseguiríamos entender a propaganda? Explique.

Não, porque na propaganda o texto e a imagem se complementam.

03 – O sinal V representa uma marca que se faz ao lado de um item de uma lista, para indicar que aquele item foi resolvido. Na propaganda, por que há a imagem de um vaso com o sinal V embaixo?

      Porque a água que fica nos pratinhos dos vasos é foco do mosquito da dengue. O vaso está “ticado” porque é um foco eliminado.

04 – Quais cores foram utilizados na propaganda e quais delas mais se destacam?

      Cinza, azul, verde, vermelho e amarelo. O vermelho e o vinho são as cores que mais se destacam, chamando a atenção para o slogan da campanha e para a frase “Elimine os focos do mosquito da dengue”.

05 – Quem vê a propaganda pode se sentir motivado a se conscientizar sobre o tema? Por quê?

      Sim. As pessoas compreendem a importância de cuidar da sua própria saúde por meio de ações preventivas como as citadas na propaganda.

06 – Observe a forma como o verbo eliminar foi usado na propaganda. Em qual modo verbal ele se encontra?

      No imperativo.

07 – Converse com os colegas e o professor sobre as questões a e b.

a)   O emprego desse modo verbal é comum em propagandas?

Sim. Seria interessante que dessem exemplos.

b)   O que se pretende com o uso desse modo verbal?

Pretende-se que o leitor faça o que é indicado. Ele é usado em textos desse gênero para persuadir, convencer o leitor a fazer algo.

08 – Há, na propaganda, outros verbos no modo imperativo. Copie-os.

      Não se esqueça, procure, fique, mantenha, não tenha.

09 – A quem essa propaganda é endereçada? Assinale a alternativa.

(   ) Às crianças.

(   ) Às pessoas que têm vasos em casa.

(X) Ao público em geral.

PROPAGANDA: WWF BRASIL - COM GABARITO

 Propaganda: WWF Brasil

 

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        Esta propaganda é de uma Organização Não Governamental, a WWF Brasil – “World Wide Fund for Nature”, em português “Fundo Mundial para a Natureza” – comprometida com a conservação da natureza. Para isso, desenvolve diversos projetos, entre eles campanhas de educação ambiental.

Fonte: Língua Portuguesa – Caminhar e transformar – Aos finais do ensino fundamental – 1ª edição – São Paulo – FTD, 2013. p. 122-3.

Entendendo a propaganda:

01 – Que imagem é apresentada em destaque no centro da propaganda?

      A imagem de um cofre em forma de porquinho, preenchido com água pela metade.

02 – Que cores se destacam sobre o fundo preto?

      O branco das letras e do contorno do porquinho e o azul da água.

03 – Que imagem identifica a instituição que assina essa propaganda?

      A imagem de um urso panda. Há também uma imagem ao lado com s cores da bandeira do Brasil para indicar que é a WWF do Brasil.

04 – No dia a dia, qual é a função do porquinho representado na imagem em destaque?

      O porquinho em forma de cofre é utilizado para guardar dinheiro para algum projeto futuro.

05 – Na propaganda, com o que o porquinho está sendo preenchido?

      Com água.

06 – O verbo poupe está em destaque acima da imagem. O que deve ser poupado?

      A água do planeta, por ser um recurso essencial à vida.

07 – Além de poupe, que outros verbos também estão no modo imperativo?

      Conserve e afilie-se.

08 – Que atitude a propaganda espera do leitor?

      Que economize água e conserve o planeta.

TIRA: LAERTE DECIFRA-ME - COM GABARITO

 Tira: Laerte decifra-me

 

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Fonte: Língua Portuguesa – Caminhar e transformar – Aos finais do ensino fundamental – 1ª edição – São Paulo – FTD, 2013. p. 113.

Entendendo a tira:

01 – Quais são as personagens?

     São um casal de gatos.

02 – Quais dos verbos representam um fato ocorrido antes do momento em que se fala, ou seja, no passado?

      Foi e fez.

03 – Qual representa ação que ainda vai acontecer?

      Vai.

04 – Quais representam um fato ocorrido no momento em que se fala?

      Enlouquece. Desisto.

TIRINHA: TURMA DO XAXADO - ANTÔNIO CEDRAZ - COM GABARITO

 Tirinha: Turma do Xaxado

 

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Xaxado, de Antônio Cedraz.

         Fonte: Língua Portuguesa – Caminhar e transformar – Aos finais do ensino fundamental – 1ª edição – São Paulo – FTD, 2013. p. 31-2.

Entendendo a tirinha:

01 – Em sua conversa com o Zé, a quem a personagem se refere?

      Ela se refere à prima.

02 – A palavra priminha nomeia um ser. Que palavras da língua têm essa função?

      Os substantivos.

03 – Existem as palavras priminha e priminho na língua portuguesa. Qual a diferença entre elas?

      Priminha está no feminino e priminho, no masculino.

04 – No segundo quadrinho, a palavra cosquinhas termina em –s. O que isso significa?

      Significa que a palavra está no plural.

05 – No último quadrinho, o que aconteceu com o Zé?

      Provavelmente, ele levou uma pancada da priminha.

06 – Por que motivo a priminha faria uma coisa assim?

      Porque Zé fez cosquinhas nela.

 

REPORTAGEM: VOU TRABALHAR DE CARRO TODOS OS DIAS - O ESTADO DE S.PAULO - COM GABARITO

 Reportagem: Vou trabalhar de carro todos os dias

25 março de 2013 / 12h50

Luiz Guilherme Gerbelli e José Maria Tomazela, de O Estado de S. Paulo

      Desde o início do ano, a empregada doméstica M. M. A. 33 anos, percorre de carro os quase quatro quilômetros entre a sua casa e o trabalho. Ela mora na Vila Madalena e trabalha de segunda a sexta-feira em Perdizes, zona leste de São Paulo. “Tirei a minha habilitação no ano passado e, agora, vou trabalhar de carro todos os dias”, afirma. O veículo foi comprado em janeiro e pago à vista.

        Trabalhar como empregada doméstica foi a maneira que M. encontrou para se sustentar e dar uma boa condição para os filhos depois que se separou do marido. “Na época, eu não tinha estudo, precisava pagar o aluguel e sustentar os meus filhos. Não tinha muita opção e o que apareceu foi o trabalho de diarista.”

        Hoje, registrada, está casada novamente, comemora a conquista do carro e faz supletivo para concluir o Ensino Médio. Os filhos – um menino de 14 anos e uma menina de 13 anos – são a aposta para que a futura geração continue melhorando a condição de vida familiar, já turbinada pela mudança no perfil do trabalhador doméstico. “Eles estudam. Já fizeram curso de informática e pretendo fazer a matrícula deles no inglês”, afirma M. que já tem o FGTS pago pelos patrões.

        Interior

        Em Sorocaba, há quem esteja disposto a pagar até R$ 2 mil para as empregadas que aceitam pernoitar no emprego. [...].

        Para a doméstica M. E. X. N. de 51 anos, a nova legislação vai acrescentar apenas o fundo de garantia aos seus direitos trabalhistas. Ela cumpre jornada de oito horas por dia, tem registro na carteira, direito a férias e 13° salário, e ainda folga aos sábados e domingos. Com salário de R$ 1,2 mil por mês, M. E. vai de carro para o trabalho, num condomínio de Sorocaba, e dá-se ao luxo de eventualmente usar a garagem da patroa. “Eu me sinto a dona da casa”.

Luiz Guilherme Gerbelli e José Maria Tomazela. Vou trabalhar de carro todos os dias. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 25 mar. 2013. Extraído de: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,vou-trabalhar-de-carro-todos-os-dias,148364,0.htm. Acesso em: 3 maio 2013.

Fonte: Língua Portuguesa – Caminhar e transformar – Aos finais do ensino fundamental – 1ª edição – São Paulo – FTD, 2013. p. 136-8.

Entendendo a reportagem:

01 – No início do texto, são apresentadas informações sobre o local de trabalho e sobre a residência de M. M. A. Com que objetivos esses dados são fornecidos?

      A reportagem tem início com a descrição do trajeto feito pela empregada M. M. A. até o trabalho. De acordo com o texto, desde o início do ano esse percurso passou a ser feito de carro. A apresentação dessas informações procura destacar as mudanças ocorridas na vida de M. e um maior conforto no deslocamento da profissional até a casa dos patrões.

02 – Observe o fragmento abaixo, extraído do texto, e responda às questões propostas.

        “Tirei a minha habilitação no ano passado e, agora, vou trabalhar de carro todos os dias”, afirma. O veículo foi comprado em janeiro e pago à vista.

a)   Por que parte do trecho está entre aspas?

Porque reproduz a fala de M. M. A.

b)   Por que o texto dá tanto destaque para a compra do carro?

A compra do carro, realizada à vista, representa a melhora das condições de vida da empregada doméstica.

03 – De acordo com o texto, que circunstâncias levaram M. a trabalhar como empregada doméstica?

      Após a separação do marido, o trabalho como empregada doméstica surgiu como possibilidade para M. até então sem escolaridade completa, poder criar os filhos e pagar o aluguel.

04 – Que transformações ocorreram na vida de M.? Em sua opinião, essas mudanças foram positivas ou negativas? Justifique sua resposta.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Com o passar do tempo, a trabalhadora foi registrada, teve seus direitos profissionais reconhecidos e pôde oferecer melhores condições de vida para a família. Além da conquista de bens materiais, M. voltou a estudar. Essas mudanças podem ser consideradas positivas e se opõem às dificuldades enfrentadas pela empregada doméstica no início da carreira.

05 – M. investe no futuro da família? Que providências ela toma e que fatos tornaram essas medidas possíveis?

      Sim. M. demonstra se preocupar com o futuro dos filhos e com a ascensão socioeconômica da família. Além de frequentarem a escola regular, os filhos de M. fazem curso complementares de informática e ingressarão em uma escola de inglês. Nota-se um investimento na formação das crianças, visando a melhores oportunidades de trabalho na vida adulta.

06 – Segundo o texto, as mudanças nos direitos trabalhistas das empregadas domésticas permitiram melhores condições de vida para essas trabalhadoras? Justifique sua resposta.

      Sim. A nova legislação referem-se aos direitos trabalhistas das empregadas domésticas contribui não apenas para o reconhecimento das horas de descanso e de trabalho extra, mas também permite melhoras da vida financeira e, consequentemente, maior acesso a bens culturais e de consumo.

REPORTAGEM: A ORIGEM DO QUILOMBO - (FRAGMENTO) - ANDRÉA BARROS - COM GABARITO

 Reportagem: A ORIGEM DO QUILOMBO – Fragmento

     O Quilombo Brotas surgiu há cerca de 200 anos, em um sítio com 7,5 alqueires, comprado por escravos alforriados. Vendendo os produtos das lavouras que cultivavam e os animais que criavam, conseguiram juntar 40 mil réis para adquirir a propriedade, onde se desenvolveu uma comunidade com características étnicas e culturais tipicamente africanas.

        Paulo Sérgio Marciano é o diretor de comunicação da Associação Cultural Quilombo Brotas, criada com a finalidade de resgatar a memória dessa antiga comunidade negra e preservar os seus valores culturais. Descendente de antigos moradores do quilombo, conta que a sua bisavó, Amélia Gomes de Lima Barbosa, que morreu há pouco tempo, com 117 anos de idade, era a última sobrevivente dos primeiros moradores do Quilombo.

        Hoje, quase toda a família Lima Barbosa vive fora do quilombo, onde continuam morando apenas 127 pessoas. [...].

Andréa Barros. Diário Oficial, São Paulo, 15 jul. 2003. Executivo I, p. 2-3.

         Fonte: Língua Portuguesa – Caminhar e transformar – Aos finais do ensino fundamental – 1ª edição – São Paulo – FTD, 2013. p. 62-3.

Entendendo a reportagem:

01 – Qual é o assunto desse texto?

      A formação do Quilombo Brotas.

02 – Há cerca de quantos anos surgiu o Quilombo Brotas?

      Há cerca de duzentos anos.

03 – O sítio tem quantos alqueires?

      O sítio tem 7,5 alqueires.

04 – Por qual valor foi comprado?

      Foi comprado por 40 mil-réis.

 

REPORTAGEM: OS FLUXOS MIGRATÓRIOS NO BRASIL - AMANDA POLATO - COM GABARITO

 Reportagem: Os fluxos migratórios no Brasil

                   Amanda Polato

        A todo momento, pessoas deixam sua cidade de origem rumo a outras para ficar permanentemente ou só morar por um tempo (determinado ou não). São os migrantes, que aqui, no Brasil, representam 40% da população, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2007, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Embora os fluxos migratórios tenham sido mais intensos nas décadas de 1960 e 70, a circulação ainda é grande: recentemente, 10 milhões de brasileiros (5,4% da população) se mudaram para outro lugar.

        [...]

        Retorno e perfis solitários caracterizam o migrante atual

        Revisitando o histórico dos fluxos migratórios, é possível compreender que ele se esgotam com o tempo. [...]

        Conforme explica Fausto de Brito, demógrafo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o movimento de pessoas faz parte da dinâmica das sociedades. É normal, portanto, surgirem novos fluxos.

        Atualmente, o movimento que mais chama a atenção é o de volta aos locais de origem. Muita gente, por exemplo, está deixando o Sudeste e voltando para o Nordeste: o crescimento do volume de migrantes nesse fluxo foi de 19% entre os períodos de 1995-2000 e 1999-2004. “É um retorno expressivo, nunca visto antes”, diz José Marcos da Cunha. As hipóteses apresentadas para justificar esse movimento estão relacionadas à redução e terceirização do emprego na indústria no Sudeste, aos novos focos de crescimento econômico no Nordeste e aos programas de transferência de renda do governo federal.

        [...]

        Outra mudança é a do perfil de quem sai. Brito explica que antes a família toda migrava. Agora, quem deixa sua terra tende a ir sozinho. “Problemas de mordia, oferta de emprego e violência contribuem para isso”, comenta. E as intenções também mudaram: o emigrante de agora almeja ficar fora o tempo suficiente para ganhar um bom dinheiro.

        [...].

        Como ocorrem as interações culturais

        Quem muda de cidade leva um pouco de si na bagagem: o jeito de falar e de se vestir, gostos culinários e musicais... E, se retorna, não é mais o mesmo: traz de volta um pouco do lugar onde viveu. “Assim, ocorre uma reconstrução cultural com os elementos de origem e os novos”, explica Sueli Furlan. [...]

        O choque entre culturas muito diferentes pode implicar o isolamento dos migrantes, que se fecham em guetos, para se manter firmes em sua identidade ou se proteger de preconceitos.

        [...].

        Migração não é sinônimo de problema social

        O senso comum diz que o movimento de pessoas em busca de novas oportunidades sempre causa desemprego e violência. Estudo realizado por José Marcos da Cunha e Cláudio Dedeca, que compara a relação entre migração e trabalho, mostra que não é bem assim. Nos anos 1960 e 70, os imigrantes garantiram a força de trabalho para a expansão da região metropolitana de São Paulo. Quando as taxas de desemprego começaram a subir em razão de crises econômicas, muita gente julgou que eram eles que tomavam as vagas dos paulistanos. Porém, a partir dos anos 1990, começou a redução do fluxo migratório e era o crescimento natural da população que aumentava a oferta de trabalhadores. Ideias como essas distorcem a imagem dos migrantes, gente que faz parte da construção da economia e da cultura do nosso país.

Amanda Polato. Os fluxos migratórios no Brasil. Publicado na revista Nova Escola, edição 224, agosto de 2009, páginas 58 a 61. Crédito: Amanda.

         Fonte: Língua Portuguesa – Caminhar e transformar – Aos finais do ensino fundamental – 1ª edição – São Paulo – FTD, 2013. p. 150-3.

Entendendo a reportagem:

01 – De acordo com o texto, quem são os migrantes e, aproximadamente, quantos existem atualmente no Brasil?

      Migrantes são pessoas que deixam suas cidades de origem rumo a outras, para nelas viver permanente ou não. Cerca de 40% da população brasileira é formada por indivíduos migrantes.

02 – Os fluxos migratórios permanecem iguais ao longo do tempo? Por que isso acontece?

      Não. Segundo o texto, os fluxos migratórios se esgotam ou se modificam com o passar do tempo. No Brasil, por exemplo, eles foram mais intensos entre as décadas de 1960 e 1970, mas ainda ocorrem atualmente. O movimento de pessoas por diferentes lugares faz parte da dinâmica das sociedades.

03 – Com base no texto, como podem ser caracterizados os fluxos migratórios no Brasil atual? Quais são as principais causas desse processo?

      Nota-se uma tendência ao retorno das pessoas a seus locais de origem. Entre as principais causas, destacam-se a redução e a terceirização do emprego nas indústrias da região Sudeste, os novos focos de crescimento econômico no Nordeste e os programas de transferência de renda promovidos pelo governo.

04 – Presença dos migrantes é responsável por trocas culturais entre os vários estados do Brasil. Em que aspectos da cultura podem ser notadas as influências dos migrantes?

      É comum observar a influência dos migrantes no vestuário, na culinária, na música e nos dialetos característicos das várias regiões do país.

05 – Ao mesmo tempo em que ocorrem contatos culturais positivos no processo de migração, também são observados choques entre as diferentes culturas. Quais são as principais consequências desses conflitos para os migrantes?

      Nota-se, muitas vezes, um isolamento dos migrantes, motivado pela choque cultural e pela intolerância, com o objetivo tanto de manter as tradições quanto de evitar o preconceito.

06 – Pesquise a palavra empregada para nomear o preconceito em relação a estrangeiros e migrantes, e copie-a.

      Xenofobia.

07 – Você é migrante na cidade em que vive ou conhece pessoas que migraram para outros locais? Que motivos foram responsáveis por essa mudança? Foram encontradas melhores oportunidades de vida e de trabalho nas novas cidades? Como essas pessoas se relacionam com a população local?

      Resposta pessoal do aluno.

08 – Ao relacionar migração e trabalho, que contribuições são oferecidas pelos migrantes, de acordo com o texto?

      Os migrantes contribuem para a construção da economia e da cultura do país.