POEMA: A
CAMINHO DE CASA
Ana Tortosa
A caminho de casa
havia um banco
onde os velhos se sentavam
ao sol nas tardes mornas de primavera.
havia um banco
onde os velhos se sentavam
ao sol nas tardes mornas de primavera.
A caminho de casa
havia uma caixa de correio
que abrigava as cartas de amor.
havia uma caixa de correio
que abrigava as cartas de amor.
A caminho de casa
havia um parque
repleto de crianças, brincadeiras e liberdade
havia um parque
repleto de crianças, brincadeiras e liberdade
A caminho de casa
havia uma escola toda branca
que cheirava a livros e lápis de cor.
havia uma escola toda branca
que cheirava a livros e lápis de cor.
A caminho de casa
havia uma árvore
e, nela, um ninho de pássaros.
havia uma árvore
e, nela, um ninho de pássaros.
A caminho de casa
havia uma fonte
que matava nossa sede nos dias de verão.
havia uma fonte
que matava nossa sede nos dias de verão.
Agora minha casa está em ruínas.
Destruíram o caminho que levava até ela.
Destruíram o caminho que levava até ela.
Não há mais bancos nem tardes de primavera.
Não há mais caixas de correio nem cartas de amor.
O parque desapareceu, mas a inocência, não.
Não há mais caixas de correio nem cartas de amor.
O parque desapareceu, mas a inocência, não.
Nunca mais verei aquela escola toda branca, os lápis de cor, os livros.
Nunca mais aquela árvore nem seu ninho de pássaros.
Nunca mais verei aquela escola toda branca, os lápis de cor, os livros.
Nunca mais aquela árvore nem seu ninho de pássaros.
Nunca mais verei aquela escola toda branca, os lápis de cor, os livros.
Nunca mais aquela árvore nem seu ninho de pássaros.
Não poderemos matar nossa sede na mesma fonte.
Não poderemos matar nossa sede na mesma fonte.
Eu pensava que a realidade era apenas um pesadelo,
mas as lágrimas tiraram toda a poeira de meus olhos.
mas as lágrimas tiraram toda a poeira de meus olhos.
O caminho de casa
agora é um lugar de escombros,
de dor, de vazio, de silêncio.
agora é um lugar de escombros,
de dor, de vazio, de silêncio.
Algum dia
há de haver, novamente
um caminho que leve a alguma casa.
há de haver, novamente
um caminho que leve a alguma casa.
Nele haverá um banco,
uma caixa de correio,
um parque,
uma escola,
uma árvore,
uma fonte…
uma caixa de correio,
um parque,
uma escola,
uma árvore,
uma fonte…
E voltaremos a nos sentir livres,
ainda que sem entender
tudo o que aconteceu.
ainda que sem entender
tudo o que aconteceu.
SOBRE A AUTORA ANA TORTOSA
Ana Tortosa é uma
fiel seguidora de um novo gênero literário chamado “álbum ilustrado”. São
livros para todas as idades – crianças, jovens e adultos -, nos quais texto e
imagem se complementam de tal maneira que formam uma narrativa única.
Nascida na
Cantábria, no norte da Espanha, Ana conta que, quando pequena, teve a sorte de
crescer entre livros. Tinha uma pequena biblioteca para crianças em seu quarto,
mas o que gostava mesmo era de entrar no quarto de sua avó e pegar os “livros
de gente grande” às escondidas.
Em 2002, ganhou um
concurso nacional de Contos Infantis, o que foi decisivo para definir o rumo de
sua vida. Hoje, com mais de dez livros publicados, Ana decidiu apostar em uma
parceria com a ilustradora Esperanza León para criarem juntas o álbum ilustrado
“A Caminho de casa”, que trata de um tema duro como a guerra, mas que traz a
inocência e a esperança de sua jovem protagonista.
QUESTÕES DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
1 – Nas primeiras seis estrofes do poema, a menina descreve:
A – ( ) A guerra que assolou o caminho de casa da menina
B
– ( X ) O caminho que a menina fazia
de sua casa até a escola, o parque, entre outros lugares.
C – ( ) Como era sua vida antes da guerra.
2 – Quais versos do poema indicam a mudança no caminho de casa da
menina?
“Agora minha
casa está em ruinas. Destruíram o caminho que levava até ela.
3 – Depois da guerra como ficou o caminho de casa da menina?
“O caminho de casa agora é um lugar de
escombros, de dor, de vazio, de silêncio”.
4 – Qual o sentimento que transparece nas palavras da menina ao
descrever como ficou o caminho de casa após a guerra?
Na resposta, o aluno
deverá perceber e comentar sobre a tristeza e desolação nas palavras da menina.
5 – Explique o que a menina quis dizer com os versos: “E voltaremos a
nos sentir livres, ainda que sem entender tudo o que aconteceu.”
Na resposta, o aluno deverá perceber que
apesar da guerra e da tristeza da menina, ela ainda tem esperança de dias
melhores.
Gostei do texto e das atividades, ajudou muito.
ResponderExcluiramei o poema e as pergunta
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