terça-feira, 18 de março de 2025

RELATO PESSOAL: NAS RUAS DO BRÁS - FRAGMENTO - DRAUZIO VARELLA - COM GABARITO

 Relato pessoal: Nas ruas do Brás – Fragmento

            Drauzio Varella

        [...]       

        Aos domingos, folga de meu pai, pegávamos o bonde para visitar a tia Olímpia, irmã e confidente de minha mãe, em Santana. A tia morava com o marido e dois filhos numa chácara cercada de ciprestes, na rua Voluntários da Pátria, quase em frente á Caixa d’Água, perto da Padaria Morávia. Naquela região, havia muitas chácaras; produziam hortaliças que eram transportadas de carroça para as quitandas ou anunciadas aos gritos de porta em porta.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDPEZghQTQ5dl_Dt6exfAKoWqf0w4FHDX5J2kHLmXIuVXXD3ftxaqSWaWE4XDS4LlLaQc2uWRevuhjIvhbnVb1MOkEwG37VtZtiSIDa7IBYhMxJFORp6tPtzPXI7wH5QJxsg12wOAlNLP_6dCD1JJN37UJ0CjbfOT-M3PAzpjsBusX3Ni03VnMZKE7Nqw/s320/RUA.jpg


        No começo da Voluntários da Pátria acabava o calçamento. Ali, junto à Padaria Polar, onde hoje há uma agência bancária, existia um bebedouro redondo, de bronze, com água para os cavalos que chegavam à cidade pela Zona Norte, depois de descerem a serra da Cantareira. Hoje, quem vê o bairro de Santana com a Caixa d’Água custa a acreditar que menos de cinquenta anos atrás existiam chácaras ali.

        Nessas reuniões familiares, eu encontrava meus primos queridos: dois filhos dessa tia e três do tio José, irmão mais velho da minha mãe. Sujos de terra, em bando pelos quatro cantos da chácara, trepávamos nas árvores, dávamos comida para os patos no laguinho, cortávamos capim-gordura para o Gualicho, o cavalo que puxava a charrete do meu tio, e jogávamos bola em gol de verdade, com trave de bambu do taquaral.

        Quando chegava a hora de ir embora, meus primos e eu chantageávamos minha mãe. para que ela me deixasse ficar lá até o domingo seguinte. Devíamos insistir tanto que às vezes eu acabava conseguindo. Era o máximo da felicidade.

        [...]

Drauzio Varella. Os balões. In: ______. Nas ruas do Brás. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2000. p. 34-35. (Memória e História).

Fonte: Português. Vontade de Saber. 6º ano – Rosemeire Alves / Tatiane Brugnerotto – 1ª edição – São Paulo – 2012. FTD. p. 189.

Entendendo o relato:

01 – Qual era o destino da família aos domingos?

      A família pegava o bonde para visitar a tia Olímpia em Santana.

02 – Onde ficava a chácara da tia Olímpia?

      A chácara ficava na rua Voluntários da Pátria, perto da Caixa d’Água e da Padaria Morávia.

03 – Como era a região de Santana naquela época?

      A região era repleta de chácaras que produziam hortaliças, transportadas por carroça para as quitandas.

04 – O que havia no começo da rua Voluntários da Pátria?

      No começo da rua, havia um bebedouro de bronze para os cavalos que vinham da Zona Norte.

05 – Quais atividades o autor e seus primos faziam na chácara?

      Eles brincavam na terra, subiam em árvores, alimentavam patos, cortavam capim para o cavalo e jogavam bola.

06 – O que o autor e seus primos faziam antes de ir embora?

      Eles chantageavam a mãe do autor para que ele pudesse ficar na chácara até o domingo seguinte.

07 – Qual era o sentimento do autor em relação aos domingos na chácara?

      Era o máximo da felicidade para o autor.

 

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