Poema: Quando, Lídia, vier o nosso Outono
Fernando Pessoa
Quando, Lídia, vier o nosso
Outono
Com o Inverno que há nele,
reservemos
Um pensamento, não para a futura

Primavera, que é de outrem,
Nem para o Estio, de quem somos
mortos,
Senão para o que fica do que
passa —
O amarelo atual que as folhas
vivem
E as torna diferentes.
Fernando Pessoa. Odes de Ricardo Reis. Lisboa: Ática, 1959. p. 108.
Fonte: Lições de texto.
Leitura e redação. José Luiz Fiorin / Francisco Platão Savioli. Editora Ática –
4ª edição – 3ª impressão – 2001 – São Paulo. p. 91.
Entendendo o poema:
01 – Quem é "Lídia"
e qual a relação dela com o eu lírico?
Lídia é uma figura feminina que
representa um interlocutor do eu lírico. A relação entre eles é de cumplicidade
e reflexão sobre o tempo e a vida.
02 – Qual é a metáfora central
do poema?
A metáfora
central é a do Outono como representação do envelhecimento e da passagem do
tempo. O Outono, com seu "Inverno que há nele", simboliza a fase da
vida em que a beleza e a vitalidade começam a declinar.
03 – Por que o eu lírico
sugere não pensar na Primavera ou no Estio?
O eu lírico
sugere não pensar na Primavera, que representa a juventude e o futuro, pois
essa fase já não lhes pertence ("é de outrem"). O Estio, que
simboliza a plenitude da vida, também é descartado, pois já se foi ("somos
mortos").
04 – Qual é o significado do
"amarelo atual que as folhas vivem"?
O "amarelo atual" representa o presente, o momento
fugaz que deve ser apreciado em sua beleza efêmera. As folhas amarelas,
diferentes das verdes da Primavera, simbolizam a individualidade e a beleza
única da fase atual da vida.
05 – Qual é a mensagem principal
do poema?
A mensagem
principal do poema é a importância de apreciar o presente, o momento atual,
mesmo que ele seja marcado pela transitoriedade e pela melancolia. O eu lírico
convida a refletir sobre a beleza da decadência e a individualidade que surge
com o tempo.
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