Poema: Descrição da guerra em Guernica – Fragmento
Entra pela janela
o anjo camponês;
com a terceira luz na mão;
minucioso, habituado
aos interiores de cereal,
aos utensílios que dormem na
fuligem;
os seus olhos rurais
não compreendem bem os símbolos
desta colheita: hélices,
motores furiosos;
e estende mais o braço; planta
no ar, como uma árvore
a chama do candeeiro.
(...)
Carlos de Oliveira in ANDRADE, Eugénio. Antologia Pessoal da Poesia
Portuguesa. Porto: Campo das Letras, 1999.
Fonte: Português – José
De Nicola – Ensino médio – Volume 1 – 1ª edição, São Paulo, 2009. Editora
Scipione. p. 257.
Entendendo o poema:
01
– Qual a simbologia do "anjo camponês" que entra pela janela?
O "anjo
camponês" representa a população civil, especialmente os habitantes de
Guernica, que vivenciavam uma rotina pacífica e simples antes do ataque. A
imagem do anjo contrasta com a violência da guerra, enfatizando a brutalidade
do ataque a uma população indefesa.
02
– O que significam os "utensílios que dormem na fuligem"?
Os
"utensílios que dormem na fuligem" simbolizam a vida cotidiana
simples e pacífica que foi interrompida pela guerra. A fuligem, por sua vez,
representa a destruição e a morte que se seguiram ao bombardeio, sujando e
manchando tudo o que havia de belo e familiar.
03
– Qual o significado das "hélices" e "motores furiosos"?
As
"hélices" e "motores furiosos" representam a força bruta e
a tecnologia bélica que destruíram Guernica. Esses elementos contrastam com a
figura pacífica do "anjo camponês", evidenciando a brutalidade da
guerra e a fragilidade da vida humana diante da violência.
04
– O que significa a ação de "plantar no ar a chama do candeeiro"?
A ação de
"plantar no ar a chama do candeeiro" é uma metáfora para a destruição
causada pelas bombas. A chama do candeeiro, que normalmente ilumina e aquece,
transforma-se em um símbolo de destruição e morte, representando o fogo que
consumiu a cidade de Guernica.
05
– Qual a emoção predominante transmitida pelo fragmento?
O fragmento
transmite uma profunda tristeza e indignação diante da violência da guerra. A
imagem do "anjo camponês" desperta compaixão e revolta, enquanto a
descrição da destruição causada pelas bombas provoca horror e pesar. A poesia,
nesse caso, serve como um poderoso instrumento para denunciar a barbárie da
guerra e homenagear as vítimas.
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