quinta-feira, 30 de maio de 2024

REPORTAGEM: ADVOGADO ESPALHA FAIXAS EM MARINGÁ PARA COMBATER VÍCIOS DE LINGUAGEM - BRUNA SOUZA CRUZ - COM GABARITO

 Reportagem: Advogado espalha faixas em Maringá para combater vícios de linguagem

        Algumas ideias aparecem repentinamente, sem você esperar por elas. Foi assim que a proposta de corrigir vícios de linguagem por meio de faixas espalhadas nos semáforos de Maringá (PR) surgiu, conta o advogado Lutero de Paiva Pereira.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgW9wq9Tr3rZTZ85V3bfblvdVQmhqRXVWd_1LSJORUCQ3PJIlp0xRY1ZJ4z9lfeSbd6GsweU7eieN8zge0GQytag1NPTPVPw8-Iz0TzshNhNNwYjvUfHt4oVFx8h5kAQVzYEAMwXg_NGsSMk7ltkh_2mpWxaM_o3WvdsyT0qZ7WvL3RMZ6ZiBwO_IjPRa0/s1600/MARINGA.jpg


        A iniciativa surgiu enquanto Pereira jogava uma partida de golfe. "[O golfe] é um esporte que possibilita alguns momentos de reflexão. Em um deles [dos jogos] fiquei pensando nos vícios de linguagem que existem no ambiente do jogo. Voltei pra casa e pensei mais sobre os vícios que estão presentes em nossa realidade", explica o advogado. "Logo tive a ideia. Conversei com um companheiro de equipe da minha empresa e em uma semana já estava circulando a primeira faixa com correções de algumas palavras”

        O objetivo do projeto Sinal do Saber, segundo o autor, é contribuir com o “desenvolvimento cultural da cidade”.

        Cruzamentos

        “Por que não usar o semáforo para divulgar o conhecimento melhor da nossa gramática?", diz o idealizador da iniciativa que faz parte das ruas da cidade desde julho deste ano. “O sinaleiro é utilizado muito por artistas para suas artes.”

        O critério para a escolha dos semáforos é o fluxo de pessoas, explica o também advogado Tobias Marini de Salles Luz, que ajuda a coordenar o projeto. "Fazemos um rodízio entre os principais cruzamentos da cidade. A divulgação varia entre 4h e 8h por dia, dependendo da data e da ocasião, como promoções no comércio, feriados, etc.", conclui.

        Depois de exibidas nos semáforos, as faixas são expostas em parques e praças da cidade. O conteúdo delas é feito exclusivamente por Pereira. "Mas eu não me valho apenas dos meus conhecimentos. Consulto a gramática já produzida e também alguns sites especializados", diz o autor do projeto.

        "A iniciativa está sendo bem aceita pela população. Já temos 12 faixas espalhadas pela cidade, mas não quero só ficar nos vícios de linguagem. O próximo passo será espalhar também conteúdos com informações etimológicas das palavras, contextos históricos, geopolíticos", destaca Pereira

        De acordo com o idealizador, outras cidades já mostraram interesse em replicar a ideia, como Curitiba (PR), Cuiabá (MT) e Presidente Prudente (SP).

        "É muito bom ver outras cidades interessadas, mas acredito que a produção intelectual do projeto deva ser centralizada aqui em Maringá. Assim fica mais fácil manter um padrão de qualidade no conteúdo, pois não é qualquer palavra que devemos veicular", ressalta Pereira. "De qualquer forma, queremos o maior número de apoiadores para que possamos dar passos em direção ao maior desenvolvimento possível."

        Apoiadores

        O projeto é desenvolvido com a ajuda dos chamados apoiadores culturais, empresas que doam em média R$ 500 reais para a confecção de uma faixa e para o pagamento do funcionário que irá expor as informações no farol. Em troca, o empresário tem direito a ter sua logomarca exibida na faixa produzida.

        "Caso a empresa queira expor sua marca com exclusividade, aí precisamos fazer alguns cálculos para mencionar o valor de apoio", acrescenta o autor da proposta.

        A ideia de corrigir os vícios mais comuns de linguagem está sendo bem aceita pelos empresários da cidade, segundo Pereira. "Bem no começo do projeto eu estava em um jantar e oito entre dez representantes de empresas que estavam lá aceitaram apoiar financeiramente a iniciativa", conta Pereira.

        O projeto não se restringe a faixas espalhadas nos semáforos. Folhetos nos elevadores e no canteiro de obras de uma empresa de engenharia são alguns exemplos de como a iniciativa está sendo adaptada.

        Em uma empresa do ramo da construção civil, por exemplo, Pereira procurou usar a linguagem do próprio ambiente de trabalho deles para facilitar a compreensão.

SOUZA CRUZ, Bruna. Publicado em: 25 set. 2013. Atualizado em: 26 set. 2013. Disponível em: http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/09/25/advogado-espalha-faixas-em-maringa-para-combater-vicios-de-linguagem.htm#fotoNav=3. Acesso em: 29 jul. 2015.

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 272-273.

Entendendo a reportagem:

01 – Como surgiu a ideia de espalhar faixas em Maringá para combater vícios de linguagem?

      A ideia surgiu durante uma partida de golfe do advogado Lutero de Paiva Pereira, que refletiu sobre os vícios de linguagem presentes no ambiente do jogo e, posteriormente, na sociedade em geral.

02 – Qual é o objetivo do projeto Sinal do Saber?

      O objetivo do projeto é contribuir com o desenvolvimento cultural da cidade de Maringá, divulgando conhecimentos gramaticais através de faixas nos semáforos.

03 – Como são escolhidos os locais para a colocação das faixas?

      Os locais são escolhidos com base no fluxo de pessoas nos cruzamentos. Há um rodízio entre os principais cruzamentos da cidade, e a divulgação varia de 4 a 8 horas por dia, dependendo da data e da ocasião.

04 – Quem é responsável pelo conteúdo das faixas?

      O conteúdo das faixas é elaborado exclusivamente por Lutero de Paiva Pereira, que consulta gramáticas e sites especializados para garantir a precisão das informações.

05 – Qual é a reação da população de Maringá ao projeto?

      A iniciativa está sendo bem aceita pela população, com 12 faixas já espalhadas pela cidade, e outras cidades demonstrando interesse em replicar a ideia.

06 – Quais são os planos futuros para o projeto Sinal do Saber?

      Além de continuar corrigindo vícios de linguagem, o projeto planeja incluir conteúdos sobre etimologia das palavras, contextos históricos e geopolíticos.

07 – Como o projeto é financiado?

      O projeto é financiado por apoiadores culturais, empresas que doam em média R$ 500 para a confecção das faixas e pagamento do funcionário que expõe as informações. Em troca, as empresas têm sua logomarca exibida nas faixas.

08 – Que outros métodos de divulgação, além das faixas nos semáforos, são utilizados pelo projeto?

      Além das faixas, o projeto também utiliza folhetos nos elevadores e no canteiro de obras de empresas de engenharia, adaptando a linguagem ao ambiente de trabalho específico.

09 – Por que Pereira acredita que a produção intelectual do projeto deve ser centralizada em Maringá?

      Pereira acredita que centralizar a produção em Maringá facilita a manutenção de um padrão de qualidade no conteúdo, evitando a divulgação de qualquer palavra sem a devida avaliação.

10 – Qual foi a resposta dos empresários de Maringá ao projeto?

      Os empresários de Maringá têm aceitado bem a ideia, com muitos demonstrando interesse em apoiar financeiramente a iniciativa desde o início do projeto.

 

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