segunda-feira, 16 de março de 2020

POEMA: COISAS DA TERRA - FERREIRA GULLAR - COM QUESTÕES GABARITADAS

Poema: Coisas da Terra    
    Ferreira Gullar

Todas as coisas de que falo estão na cidade
entre o céu e a terra.
São todas elas coisas perecíveis
e eternas como o teu riso
a palavra solidária
minha mão aberta
ou este esquecido cheiro de cabelo
que volta
e acende sua flama inesperada
no coração de maio.

Todas as coisas de que falo são de carne
como o verão e o salário.
Mortalmente inseridas no tempo,
estão dispersas como o ar
no mercado, nas oficinas,
nas ruas, nos hotéis de viagem.
São coisas, todas elas,
cotidianas, como bocas
e mãos, sonhos, greves,
denúncias,
acidentes de trabalho e do amor. Coisas,
de que falam os jornais,
às vezes tão rudes
às vezes tão escuras
que mesmo a poesia as ilumina com dificuldade.

Mas é nelas que te vejo pulsando,
mundo novo,
ainda em estado de soluços e esperança. 
                                                                              Ferreira Gullar
Entendendo o poema:

01 – Reescreva a frase abaixo, substituindo a palavra grifada por um sinônimo (se for preciso, consulte o dicionário).
        “São todas elas coisas perecíveis...”
      “São todas elas coisas transitórias...”.

02 – Onde se encontram todas as coisas de que fala o poeta?
      Encontram-se na cidade.

03 – Qual a relação de significado entre as palavras perecíveis e eternas?
      Perecíveis são transitórias e eternas são os sentimentos e emoções.

04 – Quais as coisas que conseguem ser perecíveis e eternas de que nos fala o poema?
      São: O teu riso, a palavra solidária, minha mão aberta.

05 – O que você acha que o poeta quer dizer quando chama essas coisas de perecíveis e eternas?
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: É que elas são passageiras e permanecem eterna no pensamento.

06 – O poeta afirma que o verão e o salário “são de carne”. Como você interpreta essa imagem?
      Resposta pessoal do aluno.

07 – Qual a comparação criada pelo poeta a fim de mostrar que as coisas de que fala estão em toda parte?
      Ele usa a conjunção “como” no seguinte verso: “São todas elas coisas perecíveis e eternas como o teu riso...”

08 – Quais as coisas cotidianas de que nos fala o poeta?
      As coisas cotidianas: bocas e mãos, sonhos, greves, denúncias, acidentes do trabalho e do amor.

09 – Por que às vezes a poesia tem dificuldade em iluminar as coisas de que fala o poeta?
      A poesia tem dificuldade porque as coisas de que falam os jornais as vezes tão rudes, as vezes tão escuras.

10 – O que você entende por essa ideia de “iluminar” as coisas?
      Iluminar tem sentido de clarear, esclarecer.     

11 – Em que estado se encontra o mundo novo? O que nos sugere esse estado?
      Encontra-se ainda em estado de soluços e esperança. Sugere que ele está pulsando.

12 – É nas coisas da terra que se encontra o novo mundo que podemos construir? Qual a sua opinião a respeito disso?
      Resposta pessoal do aluno.



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