sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

CRÔNICA: INQUILINOS - LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO - COM GABARITO

 CRÔNICA: INQUILINOS

                   Luís Fernando Veríssimo

 

Ninguém é responsável pelo funcionamento do mundo. Nenhum de nós precisa acordar cedo para acender as caldeiras e checar se a Terra está girando em torno do seu próprio eixo na velocidade apropriada, e em torno do Sol de modo a garantir a correta sucessão das estações. Como num prédio bem administrado, os serviços básicos do planeta são providenciados sem que se enxergue o síndico - e sem taxa de administração. Imagine se coubesse à humanidade, com sua conhecida tendência ao desleixo e à improvisação, manter a Terra na sua órbita e nos seus horários, ou se - coroando o mais delirante dos sonhos liberais - sua gerência fosse entregue a uma empresa privada, com poderes para remanejar os ventos e suprimir correntes marítimas, encurtar ou alongar dias e noites e até mudar de galáxia, conforme as conveniências de mercado, e ainda por cima sujeita a decisões catastróficas, fraudes e falência.

É verdade que, mesmo sob o atual regime impessoal, o mundo apresenta falhas na distribuição dos seus benefícios, favorecendo alguns andares do prédio metafórico e martirizando outros, tudo devido ao que só pode ser chamado de incompetência administrativa. Mas a responsabilidade não é nossa. A infraestrutura já estava pronta quando nós chegamos. Apesar de tentativas como a construção de grandes obras que afetam o clima e redistribuem as águas, há pouco que podemos fazer para alterar as regras do seu funcionamento.

Podemos, isto sim, é colaborar na manutenção da Terra. Todos os argumentos conservacionistas e ambientalistas teriam mais força se conseguissem nos convencer de que somos inquilinos no mundo. E que temos as mesmas obrigações de qualquer inquilino, inclusive a de prestar contas por cada arranhão no fim do contrato. A escatologia cristã deveria substituir o Salvador que virá pela segunda vez para nos julgar por um Proprietário que chegará para retomar seu imóvel. E o Juízo Final, por um cuidadoso inventário em que todos os estragos que fizemos no mundo seriam contabilizados e cobrados.

– Cadê a floresta que estava aqui? - perguntaria o Proprietário. - Valia uma fortuna.

– Este rio não está como eu deixei… E, depois de uma contagem minuciosa:

– Estão faltando cento e dezessete espécies.

A Humanidade poderia tentar negociar. Apontar as benfeitorias - monumentos, parques, áreas férteis onde outrora existiam desertos - para compensar a devastação. O Proprietário não se impressionaria.

– Para o que eu quero o Taj Mahal? Sete Quedas era muito mais bonita.

– E a catedral de Chartres? Fomos nós que construímos. Aumentou o valor do terreno em…

– Fiquem com todas as suas catedrais, represas, cidades e shoppings. Quero o mundo como eu o entreguei.

Não precisamos de uma mentalidade ecológica. Precisamos de uma mentalidade de inquilinos. E do terror da indenização.

 Fonte: Jornal A Gazeta – Rio de Janeiro (RJ) – 12/jul/2007.

VERISSIMO, Luís Fernando. O mundo é bárbaro: e o que nós temos a ver com isso. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008. p. 19.

 

Fonte da imagem -  https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitEbosvJ1uCsua3a5bBZVs0WC3ZUIVOOG3KvqdlPgOQZoeuMPhLVCgTYSOP3hz4bF__MDA-M8pKtxaUdj6p4nCiQuHq_WOcnsMLnLl7LPx3IwOJnKgv5boSKdiArznxhNFSfzngA3Cr9Xhq_mWxrmK-7Zrzpg5G0uOvInOxUwcOlR6G75NNLq_XlKO/s320/planeta-terra.jpg

Entendendo o texto

 01. Que temática é abordada na crônica?

Funcionamento e manutenção do Planeta Terra.

02. O cronista compara o funcionamento do mundo com o quê?

Como um prédio bem administrado.

03. Qual a crítica feita a humanidade?

Que ela é conhecida por sua tendência ao desleixo e a improvisação, que na ordem humana constitui um defeito incorrigível, estão perversamente implicados na política e na economia.

    04.Para bem comparar o funcionamento do mundo à boa administração de um prédio, o autor do texto se vale do fato de que, em ambos os casos,

         a. as necessidades humanas imprimem a tudo as leis do mercado, a fim de evitar nossas falhas pessoais.

        b. a distribuição e a qualidade dos serviços costumam ser justas, salvo em casos excepcionais.

        c. a presença de um síndico só se faz sentir de modo positivo quando se trata de prevenir catástrofes.

      d. a infraestrutura se acomoda às necessidades dos usuários, não cabendo falar em incompetência administrativa.

      e. os serviços se oferecem com certa naturalidade, sem que se perceba a presença de um responsável.

 

05.Atente para as seguintes afirmações:

I.             O autor mostra-se descrente quanto à competência dos homens para administrar o funcionamento do mundo, tal como acusa o segmento mesmo sob o atual regime impessoal.

II.           As expressões “gerência (…) entregue a uma empresa privada” e “conveniências do mercado” ajudam a ilustrar o que entende o autor por sonhos liberais.

III.         Ao dizer que a infraestrutura já estava pronta quando nós chegamos, o autor exime a humanidade de responder pelo que seriam as falhas de funcionamento do mundo natural.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma em

a.    I, II e III.

b.    I e II, apenas.

c.    I e III, apenas.

d.    II e III, apenas.

e.    II, apenas.

06. Quem ousará remanejar os ventos e suprimir correntes marítimas, se tais poderes estivessem à disposição dos nossos interesses e caprichos?

       Na opinião do autor do texto, o síndico ideal seria aquele cujos serviços sequer se notem, pois ele manterá com discrição sua eficiência e sua dedicação ao trabalho.

 

 

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

MÚSICA(ATIVIDADES): DONA DE MIM - IZA - COM GABARITO

 MÚSICA(ATIVIDADES): DONA DE MIM

                 IZA

 Já me perdi tentando me encontrar,

Já fui embora querendo nem voltar.

Penso duas vezes antes de falar,

 Porque a vida é louca, mano!

A vida é louca!

 

“Penso duas vezes antes de falar”.

Resposta pessoal.

 

Sempre fiquei quieta, agora vou falar.

 Se você tem boca, aprenda a usar.

Sei do meu valor e a cotação é dólar. Porque a vida é louca, mano!

A vida é louca!

 

“Sempre fiquei quieta, agora vou falar”.

Resposta pessoal.

 

Me perdi pelo caminho.

Mas não paro não.

Já chorei mares e rios.

Mas não afogo não.

 

“Me perdi pelo caminho. Mas não paro não”.

Resposta pessoal.

 

Sempre dou o meu jeitin.

 É bruto, mas é com carin.

Porque Deus me fez assim.

Dona de mim!

Deixo a minha fé guiar.

Sei que um dia chego lá.

Porque Deus me fez assim.

Dona de mim!

 

“Sempre dou o meu jeitin”.

Resposta pessoal.

 

Já não me importa a sua opinião.

O seu conceito não altera a minha visão.

Foi tanto sim, que agora digo “não”.

Porque a vida é louca, mano!

A vida é louca!

 “O seu conceito não altera a minha visão”.

Resposta pessoal.

 Fonte da imagem:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2ZWHPq1a_fY4Q95NkaqpVz_0HjZ37e9SSRytUBqP1AlGXL9Ta140ExTMnhW_ITZW2-HJfJ56Oi58gNIrcTuNg4NYY6YYOlsTIJlDK9_Qr3UetgQvRNq95t5ZWhtdmYbkfIvcpquX7vtLqjIF9NCuUnyAiryLrVJkCJS_kOsO7aciBjFyvp8A5jEED/s320/IZA.jpg


 

Quero saber só do que me faz bem.

Papo furado não me entretém.

Não me limite que eu quero ir além.

Porque a vida é louca, mano!

A vida é louca!

 

“Não me limite que eu quero ir além”.

Resposta pessoal.

Uma pessoa pode ser tão grande quanto ela queira ser. Se você acredita em si mesmo e tem coragem, determinação, dedicação, iniciativa e se você está disposto a sacrificar as pequenas coisas da vida e pagar o preço pelas coisas que valem a pena, isso pode ser feito.

                                                                      IZA


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CRÔNICA: DESABAFO DE UM MARIDO - LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO - COM GABARITO

 CRÔNICA:  DESABAFO DE UM BOM MARIDO

                    Luís Fernando Veríssimo


       Minha esposa e eu temos o segredo pra fazer um casamento durar: duas vezes por semana, vamos a um ótimo restaurante, com uma comida gostosa, uma boa bebida, e um bom companheirismo. Ela vai às terças-feiras, e eu às quintas.

      Nós também dormimos em camas separadas. A dela é em Fortaleza e a minha em São Paulo. Eu levo minha esposa a todos os lugares, mas ela sempre acha o caminho de volta. Perguntei a ela onde ela gostaria de ir no nosso aniversário de casamento. 'Em algum lugar que eu não tenha ido há muito tempo!' ela disse. Então eu sugeri a cozinha.

       Nós sempre andamos de mãos dadas. Se eu soltar, ela vai às compras. Ela tem um liquidificador elétrico, uma torradeira elétrica, e uma máquina de fazer pão elétrica. Então ela disse: 'Nós temos muitos aparelhos, mas não temos lugar pra sentar'. Daí, comprei pra ela uma cadeira elétrica.

       Lembrem-se, o casamento é a causa número um para o divórcio. Estatisticamente, 100 % dos divórcios começam com o casamento. Eu me casei com a 'Sra. Certa'. Só não sabia que o primeiro nome dela era 'Sempre'.

       Já faz 18 meses que não falo com minha esposa. É que não gosto de interrompê-la. Mas tenho que admitir, a nossa última briga foi culpa minha. Ela perguntou: 'O que tem na TV?' E eu disse 'Poeira'.

       No começo Deus criou o mundo e descansou. Então, Ele criou o homem e descansou. Depois, criou a mulher. Desde então, nem Deus, nem o homem, nem Mundo tiveram mais descanso.

 Fonte da imagem -https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghr1lG2lKzDbLVmkTMhourBWvmbVlaEUEitqm_j3xPDxO5Us19luWeDJT_6fQOL7wDS0ur_4r3kOBBB3YH0HH_y7DvZzJX_y-_6e5Z_qM05PsVsRb2cA1sMmvmjZmVewYJ63XlEcZFGbnaIu4Jx2e9qLT7od9mVrUUGMkiz9BKuDoEz13HnIwTHBXt/s320/MARIDO.jpg


       'Quando o nosso cortador de grama quebrou, minha mulher ficava sempre me dando a entender que eu deveria consertá-lo. Mas eu sempre acabava tendo outra coisa para cuidar antes: o caminhão, o carro, a pesca, sempre alguma coisa mais importante para mim.

      Finalmente ela pensou num jeito esperto de me convencer. Certo dia, ao chegar em casa, encontrei-a sentada na grama alta, ocupada em podá-la com uma tesourinha de costura. Eu olhei em silêncio por um tempo, me emocionei bastante e depois entrei em casa.

       Em alguns minutos eu voltei com uma escova de dentes e lhe entreguei.' - Quando você terminar de cortar a grama,' eu disse, 'você pode também varrer a calçada.'

       Depois disso não me lembro de mais nada. Os médicos dizem que eu voltarei a andar, mas mancarei pelo resto da vida'. 'O casamento é uma relação entre duas pessoas na qual uma está sempre certa e a outra é o marido...

 

Fonte: UOL MAIS. UOL Site. Disponível on-line em: . Acesso em 19-08-2013.

Fonte: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ. Disponível on-line em: . Acesso em 24 ago. 2013.

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2013/2013_fafipa_port_pdp_tatiana_sanches_caniatti_biudes.pdf

 Entendendo o texto

 01. Com base na leitura do texto Desabafo de um Bom marido, leia as questões 1 à 10 e assinale com um (X) a opção correta:

 

1. No texto Desabafo de um bom marido, o narrador satiriza a relação marido e mulher, utilizando alguns recursos expressivos para criar o efeito humorístico que cativa o leitor. Dentre esses recursos destacamos a quebra de expectativa, em que uma afirmação quebra a expectativa criada por uma afirmação anterior. Esse recurso é observado no trecho:

(A) Minha esposa e eu sempre andamos de mãos dadas. Se eu soltar, ela vai às compras.

(B) Quando o nosso cortador de grama quebrou, minha mulher ficava sempre me dando a entender que eu deveria consertá-lo.

(C) Mas tenho que admitir, a nossa última briga foi culpa minha.

(D) No começo Deus criou o mundo e descansou. Então, Ele criou o homem e descansou.

(E) Os médicos dizem que eu voltarei a andar, mas mancarei pelo resto da vida’.

 

2. A palavra desabafo, no título do texto, anuncia que o marido

(A) analisará o comportamento de um bom marido.

(B) atestará a experiência feliz que é seu casamento.

(C) exaltará o relacionamento entre marido e mulher.

(D) falará dos problemas que enfrenta no casamento

(E) dará conselhos sobre como ser um bom marido.

3. A afirmação “Eu me casei com a ‘Sra. Certa’. Só não sabia que o primeiro nome dela era ‘Sempre’.” (linha 04), leva à compreensão de que

(A) a esposa é sempre fiel ao marido.

(B) o marido encontrou a pessoa certa para ele.

(C) a esposa acha que sempre tem razão.

(D) o marido não compreende a esposa.

(E) a esposa é sempre dedicada ao marido.

 

4. No trecho “Já faz 18 meses que não falo com minha esposa. É que não gosto de interrompê-la.’ (linhas 04 e 05), a situação é apresentada de forma exagerada para expressar que

(A) a esposa é uma pessoa que fala demais.

(B) o marido nunca interrompe a fala da esposa.

(C) o marido não fala com a esposa há 18 meses.

(D) não há diálogo entre marido e mulher.

(E) a esposa está ausente há 18 meses.

 

5. Ao podar a grama alta com uma tesourinha de costura, a esposa estava

(A) tentando aliviar o estresse do dia a dia.

(B) limpando o jardim que estava muito sujo.

(C) mostrando ao marido como se apara grama.

(D) provocando o marido que não consertava o aparador de grama. (E) executando uma tarefa doméstica de rotina.

 

6. A resposta do marido à pergunta “O que tem na TV?” (linha 06) causou uma briga entre o casal porque

(A) a pergunta feita pela esposa foi ofensiva.

(B) o marido não entendeu a pergunta da esposa.

(C) a resposta do marido mostrava a indiferença dele em relação à esposa.

(D) o marido aproveitou a ambiguidade da pergunta para provocar a esposa.

(E) a esposa não entendeu a resposta do marido.

 

7. O discurso direto, predominante no texto, é utilizado quando o narrador tem a intenção de

(A) mostrar o marido tentando controlar a esposa.

(B) descrever uma cena do cotidiano do casal.

(C) dar voz ao marido ou à esposa.

(D) tecer considerações sobre o comportamento do casal.

(E) ressaltar que a esposa nunca concorda com o marido.

8. A oração “Quando o nosso cortador de grama quebrou,...” (linha 09) expressa, em relação à oração que a segue, a ideia de

(A) modo.

(B) lugar.

(C) tempo.

(D) causa.

(E) propósito.

  

9. Em relação aos trechos abaixo

 I “Se eu soltar, ela vai às compras.” (linha 01)

 II “Só não sabia que o primeiro nome dela era ‘Sempre’.” (linha 04) III “Já faz 18 meses que não falo com minha esposa.” (linhas 04 e 05) é correto afirmar que as palavras se, só e já expressam, respectivamente,

(A) tempo, condição e restrição.

(B) condição, restrição e tempo.

(C) condição, tempo e restrição.

(D) restrição, condição, tempo.

(E) tempo, restrição e condição.

 

10. O texto enfatiza a ideia de que um bom marido é aquele que

(A) não faz gozação com a esposa.

(B) é prestativo nas atividades domésticas.

(C) faz tudo que a esposa quer.

(D) admite que a esposa sempre tem razão.

(E) não provoca brigas.

 

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

NOTÍCIA: "SLAM" É VOZ DE IDENTIDADE E RESISTÊNCIA DOS POETAS CONTEMPORÂNEOS - FRAGMENTO - MARGARETH ARTUR - COM GABARITO

 Notícia: Slam” é voz de identidade e resistência dos poetas contemporâneos – Fragmento

              Margareth Artur

        A poesia falada e apresentada para grandes plateias não é um fato novo, porém, a grande diferença é que hoje a poesia falada se apresenta para o povo e não para uma elite — estamos falando da poesia slam. Essa palavra surgiu em Chicago, em 1984, e hoje a poetry slam, como é chamada, é uma competição de poesia falada que traz questões da atualidade para debate. Slam é uma expressão inglesa cujo significado se assemelha ao som de uma “batida” de porta ou janela, “algo próximo do nosso ‘pá!’ em língua portuguesa”, explica Cynthia Agra de Brito Neves, em artigo recém-publicado na revista Linha D’Água. Nas apresentações de slam o poeta é performático e só conta com o recurso de sua voz e de seu corpo.

        A poetry slam, também chamada “batalha das letras”, tornou-se, além de um acontecimento poético, um movimento social, cultural e artístico no mundo todo, um novo fenômeno de poesia oral em que poetas da periferia abordam criticamente temas como racismo, violência, drogas, entre outros, despertando a plateia para a reflexão, tomada de consciência e atitude política em relação a esses temas. Os campeonatos de poesias passam por etapas ao longo do ano, de fevereiro a novembro, são compostos de três rodadas e o vencedor, escolhido por cinco jurados da plateia, é premiado com livros e participa do Campeonato Brasileiro de Slam (Slam Br). O poeta vencedor dessa etapa competirá na Copa do Mundo de Slam, realizada todo ano em dezembro, na França.

        Os campeonatos de slam no Brasil foram introduzidos por Roberta Estrela D’Alva, a slammer (poetisa) brasileira mais conhecida pela mídia e que conquistou o terceiro lugar na Copa do Mundo de Poesia Slam 2011, em Paris. [...]

        [...]

        É fundamental o papel da escola na disseminação dos “slams”, pois por meio deles os alunos expressam “seus modos de existir” e suas reivindicações por “uma cultura jovem, popular, negra e pobre, de moradores da periferia, bem diferentes do gosto canônico, branco e de classe média”. [...].

ARTUR, Margareth. “Slam” é voz de identidade e resistência dos poetas contemporâneos. Jornal da USP, 23 nov. 2017. Disponível em: https:// jornal. Usp.br/ciencias/ciencias-humanas/slam-e-voz-de-identidade-e-resistencia-dos-poetas-contemporaneos. Acesso em: 21 jul. 2020.

Fonte: Práticas de Língua Portuguesa – Ensino Médio – Volume Único – Faraco – Moura – Maruxo – 1ª ed., São Paulo, 2020. Ed. Saraiva. p. 99.

Entendendo a notícia:

01 – Você já tinha ouvido falar de poetry slam? Em caso afirmativo, o que sabe sobre esse movimento?

      Resposta pessoal do aluno.

02 – Alguma vez você já participou (como poeta ou ouvinte) de um encontro de slam?

      Resposta pessoal do aluno.

03 – Para você, que aspecto do slam, de acordo com o texto, parece ser o mais interessante? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno.

 

NOTÍCIA: ADOLESCENTES QUE ENGRAVIDAM SOFREM MAIOR RISCO DE PROBLEMAS FÍSICOS, PSICOLÓGICOS E SOCIAIS - JULIANA CONTE - COM GABARITO

 Notícia: Adolescentes que engravidam sofrem maior risco de problemas físicos, psicológicos e sociais

Juliana Conte

Publicado em: 26 de março de 2019

Revisado em: 11 de agosto de 2020

        Taxa de filhos de mães adolescentes no Brasil é maior que a média mundial. Adolescentes que engravidam têm alto risco de uma série de danos, e as mulheres mais pobres são as mais atingidas.

        Os índices de gravidez na adolescência no Brasil servem para nos lembrar de que ainda temos muitas dificuldades a enfrentar nessa área. Dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) mostram que dos quase 3 milhões de nascidos em 2016, 480 mil eram filhos de mães entre 15 e 19 anos, compondo uma taxa de 16% de todos os nascimentos. Apesar de ter havido uma queda de aproximadamente 20% nesse número em dez anos, ainda temos 68 bebês de mães adolescentes para cada mil meninas entre 15 e 19 anos, enquanto a taxa mundial é estimada em 46 para cada mil meninas dessa faixa etária.

        Explicar o motivo que levam a esse cenário não é tão simples, mas os especialistas consultados para esta reportagem foram unânimes em duas hipóteses: independentemente da classe social, os adolescentes estão transando cada vez mais cedo. Ao mesmo tempo, falta educação sexual.

        A preocupação com o uso de método contraceptivo sempre recai sobre a mulher, e geralmente elas têm conhecimento sobre a importância de se prevenir. “A grande maioria das gestantes adolescentes tem noção da necessidade de usar métodos contraceptivos. Sabe que existe camisinha, pílula ou DIU. Mas entre saber e usar, há um abismo”, afirma a dra. Fernanda Surita, ginecologista do Hospital da Mulher de Campinas-SP. Os profissionais apontam, ainda, para um fenômeno chamado “pensamento mágico”. O casal dificilmente acredita que a gravidez vá de fato acontecer com eles. Muitos pensam que “é só uma vez, então não vai acontecer nada”.

        A ginecologista dra. Beatriz Barbosa trabalha no Hospital Maternidade Vila Nova Cachoerinha, na zona norte de São Paulo, desde 2003. Às quartas-feiras ela atende no ambulatório somente gestantes, muitas delas adolescentes. A médica expressa seu desânimo com a situação, dizendo que muitas vezes se sente como se “enxugasse gelo”. Apesar do esforço que toda equipe faz para aconselhar as pacientes, principalmente no pós-parto, ela conta que o risco de atender uma grávida reincidente é alta. Ela se recorda de um episódio de uma menina que engravidou 10 meses após o primeiro parto. Conta que levou um susto quando viu a ficha dela em cima da mesa e achou que era um erro. “Mas não era. Foi muito rápido. Mal tinha dado tempo de ela se recuperar e já ia enfrentar tudo de novo.”

        No breve tempo em que fiquei aguardando para entrevistar a médica, encontrei duas garotas que não deviam ter mais que 15 anos. Tentei conversar com uma delas, que estava acompanhada da mãe, mas sem sucesso. “Aqui é assim praticamente toda semana. Atendo uma média de 20 pacientes, a grande maioria adolescentes. Já cheguei a atender uma de 12 anos. Apesar dos índices do Ministério apontarem para uma queda nos índices de gravidez precoce, na prática clínica não é isso que notamos”, comenta Beatriz.

        Muitos ginecologistas acreditam que é preciso reforçar a orientação sobre a necessidade de usar métodos contraceptivos, principalmente os de longa duração. Isso ajudaria bastante nos casos em que a jovem se esquece de tomar a pílula. “O SUS oferece o DIU de cobre, mas a adesão é muito baixa e o produto chega até a vencer nas unidades de saúde”, comenta César Eduardo Fernandes, presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

        Adolescentes grávidas sofrem com falta de estrutura

        Ser mãe adolescente, sem nenhum tipo de planejamento nem apoio familiar, ocasiona diversos problemas na vida da gestante e perpetua um ciclo de pobreza e exclusão social difícil de ser quebrado. Adolescentes pobres têm cinco vezes mais risco de engravidar que as mais ricas. Com filhos, dificilmente elas conseguirão conciliar os estudos, entrar no mercado de trabalho e ter independência financeira.

        Muitas atrasam o pré-natal (momento extremamente importante para garantir a integridade física do bebê) porque não se sentem preparadas para contar para a família que estão grávidas. Dessa maneira, a janela para identificar e resolver algum problema de saúde potencialmente grave, como sífilis, fica limitada, o que aumenta ainda mais o risco de instabilidade dali em diante. Ao mesmo tempo, elas ainda são muito jovens, então elas demonstram preocupações quase infantis. “Elas chegam assustadas e com algumas dúvidas que não condizem com a situação. Perguntam ‘mas como esse bebê vai sair daqui?’”, afirma Beatriz Barbosa.

        Tanto o Hospital Cachoeirinha, em São Paulo, como o Hospital da Mulher, em Campinas, promovem atendimento especializado multidisciplinar para dar suporte a essas gestantes. As áreas de nutrição (a maioria chega abaixo do peso e desnutrida), de assistência social e de psicologia são as mais acionadas. Apesar de cada uma abordar uma vertente, todas procuram identificar se a garota não foi vítima de violência sexual. “Estabelecemos um acolhimento para entender, primeiramente, a dinâmica familiar em que a jovem está inserida. Depois disso, tentamos inseri-la em políticas públicas como bolsa família, cesta básica emergencial, cursos para gestante etc.”, explica Dalva Rossi, assistente social do Hospital da Mulher de Campinas.

        Gravidez na adolescência e pouco diálogo em casa

        Nem todos os adolescentes que têm filhos muito cedo apresentam histórico de desestruturação familiar, mas é muito comum serem prole de gerações que também tiveram filhos antes dos 20 anos. A falta de conversa sobre sexo em casa também costuma ser tradição nessas famílias.

        Eles não conversam sobre o assunto em casa e, provavelmente, nem na escola. Na verdade, o ensino sobre os temas sexualidade e prevenção da gravidez sofreu grande retrocesso no país em meados de 2011, quando se instaurou uma polêmica envolvendo o material educativo Escola sem Homofobia (que ficou tachado de “kit gay”). Na época, todo o suporte didático que era distribuído desde 2003 para crianças a partir dos 12 anos foi recolhido sob a justificativa de que “incentivavam o homossexualismo (sic) e a promiscuidade”. “Falta espaço para discutir sexualidade porque ainda a encaramos como tabu. Os pais acham que se falarem com os filhos sobre o assunto vão estimular a relação sexual precoce, o que é um mito”, afirma Rossi.

        Riscos de uma gravidez na adolescência

        Além do aspecto social, a gravidez na adolescência está associada a uma série de riscos à saúde da mulher e do bebê. Elevação da pressão arterial (eclampsia e pré-eclâmpsia) com risco de crises convulsivas são alguns dos problemas que podem acometer a grávida muito jovem com maior frequência que em outras faixas etárias.

        Entre os agravos mais comuns no bebê, estão a prematuridade e o baixo peso ao nascer. “O índice de mortalidade entre filhos de mães adolescentes é muito alto. Cerca de 20% da mortalidade infantil no Brasil decorrem do óbito precoce de bebês nascidos de mães entre os 15 e 19 anos”, destaca a dra. Evelyn Eisenstein, membro do Departamento Científico de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

        Outro problema muito comum é a deficiência nutricional, com riscos de anemia. Por isso, muitas vezes, é necessário haver suplementação de cálcio e ferro para as gestantes.

        Qualquer pessoa consegue imaginar a desorganização que ter filhos de forma não planejada pode provocar na vida. No caso específico de mulheres jovens, cada uma dessas condições é um agravante com alto impacto no futuro de famílias que provavelmente já se encontram em situação vulnerável. Como acontece na maioria das vezes quando tratamos questões envolvendo pessoas socialmente mais vulneráveis, o mais eficaz é concentrar os esforços em políticas públicas na prevenção.

CONTE, Juliana. Adolescente que engravidam sofrem maior risco de problemas físicos, psicológicos e sociais. Drauzio Varella. UOL, 26 mar. 2019. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/reportagens/adolescentes-que-engravidam-sofrem-maior-risco-de-problemas-fisicos-psicologicos-e-sociais. Acesso em: 8 jun. 2020.

Fonte: Práticas de Língua Portuguesa – Ensino Médio – Volume Único – Faraco – Moura – Maruxo – 1ª ed., São Paulo, 2020. Ed. Saraiva. p. 138-140.

Entendendo a notícia:

01 – Após a leitura da reportagem, discuta com os colegas e o professor: Você conhece alguém que já tenha passado pela situação reportada no texto? Ela vivenciou os problemas apontados na reportagem?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: É importante que os alunos façam a relação entre o texto e algo que eles já tenham vivenciados na família, entre os amigos, na própria escola.

02 – Reúna-se com um colega para analisar o texto em seus termos mais globais.

a)   Acessem o site em que está o texto. Qual é o objetivo desse portal? O texto lido está alinhado com esse objetivo? Por quê?

Nesse portal, são divulgadas textos sobre saúde e qualidade de vida, com uma linguagem acessível a toda a população. A reportagem está alinhada com esse objetivo geral do site em que circula, pois aponta possíveis problemas de saúde a que se expõe uma adolescente grávida.

b)   Quem pode se interessar por textos dessa natureza?

Qualquer pessoal que esteja em busca de informações sobre o tema tratado nele.

c)   O texto foi organizado som subdivisões. Com que propósito isso foi feito?

As subdivisões sinalizadas por subtítulos, têm o propósito de indicar subtemas.

d)   Considerando o que você já sabe dos gêneros do campo jornalístico, por que o texto é exemplo de uma reportagem?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Porque possui elementos característicos da reportagem: o lide; a investigação jornalística acerca de um assunto específico; o levantamento de dados; o tratamento do assunto de maneira mais subjetiva, quando comparado à notícia; a função de informar o leitor sobre determinado assunto; possíveis entrevistas com especialistas.

03 – A reportagem apresenta diversos dados de uma pesquisa.

a)   No primeiro parágrafo, qual é a importância do uso desse tipo de informação em uma reportagem?

Esse tipo de informação ajuda a dar credibilidade para aquilo que está sendo apresentado ao longo do texto.

b)   Considerando o segundo parágrafo, para que fatos esses dados apontam?

Os adolescentes iniciam a vida sexual cada vez mais cedo, falta educação sexual entre eles.

c)   No terceiro parágrafo, um desses dados se mostra mais complexo do que se pode pensar. Qual é e por quê?

É a questão da falta de educação sexual e expliquem que nesse parágrafo a jornalista indica que os jovens têm informação, mas não acreditam que a gravidez vá acontecer com eles especificamente.

04 – Os hospitais Cachoeirinha (São Paulo - SP) e da Mulher (Campinas – SP) oferecem à população atendimento especializado multidisciplinar. E na região em que você mora, como é o atendimento às mulheres nos hospitais públicos e/ou em unidades básicas de saúde?

      Resposta pessoal do aluno.

05 – No quarto parágrafo, a médica entrevistada aponta que, diante da situação, ela se sente como se “enxugasse gelo”. Qual é o sentido dessa expressão? Que fato a leva a se sentir assim?

      Sentido de insistir em algo que parece ser inútil. A expressão sugere que por mais que a médica esteja se esforçando para orientar as pacientes grávidas, esse trabalho parece não surtir efeito, pois elas não a ouvem. A profissional sente-se desanimada, porque a taxa de reincidência de gravidez na adolescência no local onde ela trabalha é constantemente alta.

06 – De acordo com o texto, as adolescentes pobres têm cinco vezes mais risco de engravidar do que as mais ricas. Qual é a justificativa apresentada para essa afirmativa?

      Isso provavelmente acontece porque as adolescentes mais pobres têm menos informação sobre os métodos contraceptivos em comparação com as jovens economicamente mais favorecidas.

 

 

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

CONTO: O MILAGRE - STANISLAW PONTE PRETA - COM GABARITO

CONTO: O MILAGRE

                STANISLAW PONTE PRETA

      

          Naquela pequena cidade as romarias começaram quando correu o boato do milagre. É sempre assim. Começa com um simples boato, mas logo o povo – sofredor, coitadinho e pronto a acreditar em algo capaz de minorar sua perene chateação – passa a torcer para que o boato se transforme numa realidade, para poder fazer do milagre a sua esperança.

          Dizia-se que ali vivera um vigário muito piedoso, homem bom, tranquilo, amigo da gente simples, que fora em vida um misto de sacerdote, conselheiro, médico, financiador dos necessitados e até advogado dos pobres, nas suas eternas questões com os poderosos. Fora, enfim, um sacerdote na expressão do termo: fizera de sua vida um apostolado.

          Um dia o vigário morreu. Ficou a saudade morando com a gente do lugar. E era em sinal de reconhecimento que conservavam o quarto onde ele vivera, tal e qual o deixara. Era um quartinho modesto, atrás da venda. Um catre (porque em histórias assim, a cama do personagem chama-se catre), uma cadeira, um armário tosco, alguns livros. O quarto do vigário ficou sendo uma espécie de monumento à sua memória, já que a Prefeitura local não tinha verba para erguer sua estátua.

           E foi quando um dia… ou melhor, uma noite, deu-se o milagre. No quarto dos fundos da venda, no quarto que fora do padre, na mesma hora em que o padre costumava acender uma vela para ler seu breviário, apareceu uma vela acesa.

          – Milagre!!! – quiseram todos.

          E milagre ficou sendo, porque uma senhora que tinha o filho doente, logo se ajoelhou do lado de fora do quarto, junto à janela, e pediu pela criança. Ao chegar em casa, depois do pedido – conta-se – a senhora encontrou o filho brincando, fagueiro.

          – Milagre!!! – repetiram todos. E o grito de “Milagre!!!” reboou por sobre montes e rios, vales e florestas, indo soar no ouvido de outras gentes, de outros povoados. E logo começaram as romarias.

          Vinha gente de longe pedir! Chegava povo de tudo quanto é canto e ficava ali plantado, junto à janela, aguardando a luz da vela. Outros padres, coronéis, até deputados, para oficializar o milagre. E quando eram mais ou menos seis da tarde, hora em que o bondoso sacerdote costumava acender sua vela… a vela se acendia e começavam as orações. Ricos e pobres, doentes e saudáveis, homens e mulheres caíam de joelhos, pedindo.

          Com o passar do tempo a coisa arrefeceu. Muitos foram os casos de doenças curadas, de heranças conseguidas, de triunfos os mais diversos. Mas, como tudo passa, depois de alguns anos passaram também as romarias. Foi diminuindo a fama do milagre e ficou, apenas, mais folclore na lembrança do povo.

          O lugarejo não mudou nada. Continua igualzinho como era, e ainda existe, atrás da venda, o quarto que fora do padre. Passamos outro dia por lá. Entramos e pedimos ao português, seu dono, que vive há muitos anos atrás do balcão, a roubar no peso, que nos servisse uma cerveja. O português, então, berrou para um pretinho, que arrumava latas de goiabada numa prateleira:

          – Ó Milagre, sirva uma cerveja ao freguês!

          Achamos o nome engraçado. Qual o padrinho que pusera o nome de Milagre naquele afilhado? E o português explicou que não, que o nome do pretinha era Sebastião. Milagre era apelido.

          – E por quê? – perguntamos.

– Porque era ele quem acendia a vela, no quarto do padre.

(STANISLAW PONTE PRETA. O melhor de Stanislaw Ponte Preta. 3a. Edição, Rio de Janeiro, José Olympio, 1988)

Entendendo o texto

01. Segundo o texto, o que leva o povo a acreditar no boato do milagre?

A prontidão para acreditar em algo que seja capaz de minorar suas dificuldades e sofrimentos.

02. No segundo parágrafo do texto temos a caracterização do vigário. Qual classe de palavras desempenha função fundamental nesse parágrafo?

Os adjetivos (piedoso, bom, tranquilo, amigo, simples, financiador).

03. Justifique o uso dos parênteses no terceiro parágrafo.

Os parênteses foram usados para inserir uma explicação a respeito de uma palavra de uso pouco corrente, utilizada no texto.

04. Um bom texto se constrói a partir de algumas sutilezas, pequenas colocações que, para um leitor desatento, passariam despercebidas. No trecho: “- Milagre!!! – quiseram todos.” explique por que a forma verbal em negrito (quiseram) foi usada, em vez de falaram ou gritaram.

O autor quis dar ênfase àquilo que todos queriam ter naquele momento: algo que os levasse a ter esperanças. Por isso o uso do verbo querer e não falar ou gritar.

05. Que fato ajudou a consolidar o “milagre”?

Uma vela sempre aparecia acesa na hora em que o vigário, quando vivo, costumava ler o seu breviário.

06. O texto fala de uma criança que estava doente e sarou em função do pedido que a mãe fez ao vigário. O narrador tem certeza desse fato? Explique sua resposta.

Não. Na frase: “Ao chegar em casa, depois do pedido – conta-se – a senhora encontrou o filho brincando, fagueiro” o uso do verbo contar seguido do pronome “se” indica que o sujeito é indeterminado, isto é, não se pode determinar quem conta a história, portanto não há como comprovar se o fato realmente aconteceu. Além disso, no final do texto encontramos a explicação a respeito da vela que aparecia acesa na casa do padre.

07. Segundo o texto, o que foi necessário para oficializar o milagre?

A vinda de outros padres, coronéis e até deputados.

08. Em que passagem do texto temos a universalização da crença no milagre?

“E o grito de “Milagre!!!” reboou por sobre montes e rios, vales e florestas, indo soar no ouvido de outras gentes, de outros povoados. E logo começaram as romarias.”

09. O narrador emite um juízo de valor a respeito do português. Qual é esse juízo de valor?

O narrador afirma que o português era um ladrão pois, “…vive há muitos anos atrás do balcão, a roubar no peso…”, embora tal fato não fora comprovado. O fato dele ser um comerciante que vendia materiais à retalho é que levou o autor a emitir essa opinião.

10. Observe a frase: “O português, então, berrou…” Nesse contexto, a palavra português é um substantivo. Escreva uma frase em que essa palavra seja empregada como adjetivo.

         Resposta pessoal.

         Exemplo: O vinho português é de boa qualidade.

11. Após a leitura do conto de Stanislaw Ponte Preta, redija uma frase que sirva de “moral da história”.

Resposta pessoal.