domingo, 12 de junho de 2022

POEMA: CANÇÃO DO CAVALINHO PRETO - IEDA DIAS - COM GABARITO

Poema: Canção do cavalinho preto

            Ieda Dias

Dê ônix,

O corpo perfeito.

Doçura

Pura,

Os olhos cor de mel.

 

Vi, cavalinho,

Preto carvão!

Das patas negras

Trote e canção

 

– Preto carvão!

 

Vai cavalinho,

Preto tição!

Galope solto,

Negro clarão.

 

– Clarãoclarãoclarãoclarãoclarãoclarãoclarãoclarãoclarãoclarãoclarãoclarão.

DIAS, Ieda. Canção da menina descalça. Belo Horizonte: Editora RHJ, 1993.

Fonte: Língua portuguesa – Coleção Brasiliana – 5° ano – Ensino Fundamental – IBEP – 2ª ed. São Paulo – 2011. p. 111-2.

Entendendo o poema:

01 – Qual característica do cavalinho é destacada no primeiro verso “de ônix”?

      Sua força, pois pedra é algo duro e resistente.

02 – Que expressão, na primeira estrofe, completa a ideia de que o cavalo é doçura?

      Cor de mel (olhos).

03 – Releia:

“Das patas negras

Trote e canção”.

Que imagem esses versos pretendem transmitir?

      Ao trotar, o cavalo produz um som tão agradável quanto uma canção.

04 – Qual característica do cavalo é a mais destacada no poema?

      A cor dele.

05 – Releia o penúltimo verso:

        “Negro clarão”

a)   O que é um clarão? Em que situações da natureza ocorre um clarão?

A imagem construída é de um cavalo forte, a galope, trotando rapidamente, tão rápido quanto um clarão do céu.

b)   Que imagem é construída a partir dessas duas expressões de sentido oposto?

O clarão é provocado por uma luz forte e branca. Ocorre em dias de chuva, quando há raios no céu.

06 – O último verso tem uma formação visual diferente dos demais versos d poema. Que imagem esse verso representa?

      A imagem do cavalo galopando até sumir no horizonte.


POEMA: PEDRO PICA-PAU - JOSÉ DE NICOLA - COM GABARITO

Poema: Pedro Pica-Pau

             José de Nicola     

Maaadeeeeeeeeiiiiraaaaaa!!!

 

E tombou

Um pinheiro-do-paraná.

Depois, foi a vez

De um velho jatobá.

Outro dia,

(num ato de covardia),

Era um belo ipê-amarelo

Que caía.

O eucalipto, coitado,

Já foi pra fábrica

Virar palito.

 

Desarvorado,

Pedro Pica-Pau

Picou a mula.

[...]

 

Pedro voou

Pela luz e pela sombra,

Percorreu a rota do sol,

Seguiu o Cruzeiro do Sul,

Chegou às águas de sal.

E árvore que é bom,

Nada!

Só poste.

Poste grande,

Poste pequeno,

Poste galhudo.

Encontrou até poste

Florido.

 

Imenso alfabeto de uma letra só:

TTTTTTTTTTTT

 

“Árvore de pedra,

Quem diria?”,

Pensou Pedro, preocupado.

 

Mas não perdeu a pose

Nem perdeu o pique.

 

Perfeitamente adaptado

(apesar do bico amassado),

Embora não goste,

Hoje é chamado

Pedro Pica-poste.

NICOLA, José de. Pedro Pica-Pau. São Paulo: Moderna, 1992.

Fonte: Língua portuguesa – Coleção Brasiliana – 5° ano – Ensino Fundamental – IBEP – 2ª ed. São Paulo – 2011. p. 77-9.

Entendendo o poema:

01 – Qual é a situação apresentada no poema?

      A derrubada de várias arvores fazendo com que o pica-pau Pedro voe para outros lugares à procura de árvores, mas acaba somente encontrando postes.

02 – A que situação se refere a expressão “um ato de covardia”, no poema?

      Derrubar um belo ipê-amarelo.

03 – Repare abaixo duas expressões que estão escritas de modo diferente no texto. O que o poeta quis representar com isso?

        “Maaadeeeeeeeeiiiiraaaaaa!!!”

        “TTTTTTTTTTTT”.

      O poeta associa a forma das expressões à ação sugerida por elas: “madeira” – alguém avisa que uma árvore está caindo, pois foi cortada, e a repetição da letra “T” representa o som do pica-pau bicando o concreto do poste.

04 – Reveja duas expressões utilizadas no poema que se referem às atitudes do Pedro Pica-Pau:

        “picou a mula”     --      “nem perdeu o pique”.

a)   Explique o significado de cada uma.

Picou a mula = foi embora rapidamente, saiu dali.

Nem perdeu o pique = não perdeu o ânimo, a disposição.

b)   O que as expressões têm em comum?

Ambas reforçam a sonoridade do poema com a repetição de “pic”, que também está em pica-pau.

c)   Faça uma pesquisa e descubra a origem, isto é, o sentido original da expressão idiomática “picar a mula”.

A expressão idiomática “picar a mula” significa cutucar a mula com a espora, fazendo o animal andar, sair do lugar. Com o tempo, essa expressão passou a indicar situações que significam andar, caminhar ou ir embora com pressa.

05 – No poema são usados, também, sinais gráficos.

a)   O que indica o sinal [...]?

Esse sinal sempre indica que uma parte do texto foi retirada, suprimida.

b)   O que é destacado no trecho que está entre aspas, no poema?

O pensamento do Pedro Pica-Pau.

06 – Qual é o adjetivo utilizado para caracterizar o eucalipto? O que o uso desse adjetivo mostra sobre os sentimentos do poeta sobre a situação apresentada no poema?

      O adjetivo é coitado. O poeta mostra que sente pena do pica-pau.

07 – A partícula DES significa em geral, em nossa língua, negação. O que a palavra desarvorado indica sobre a situação do pica-pau?

      Significa “sem árvore”. O pica-pau não tem mais árvores para bicar.

 

 


POESIA: A MENINA E A ESTÁTUA - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

 Poesia: A MENINA E A ESTÁTUA

            Cecília Meireles


A menina que brincar com a estátua da fonte,

que é uma criança nua, em cuja cabeça os passarinhos

pousam, depois do banho,

antes de voarem para longe.

 

A menina, com muita precaução,

Toca o braço da estátua,

e fala com ela essas coisas com outro sentido

que as crianças dizem umas as outras,

ou aos objetos com que conversam,

ou a si mesmas, quando estão sozinhas.

 

A menina insiste com a estátua,

Convida-a a descer do plinto,

Passa o dedo pelos seus pés de bronze,

Examinando-os e persuadindo-a.

 

E diante de tal silêncio,

fica séria e preocupada,

mira a estátua de perto,

como a um pequeno deus misterioso,

caminha de costas, mirando-a,

e fica de longe a mirá-la,

por um momento prolongado e respeitoso.

 

Fonte: Língua portuguesa – Palavras – Hermínio Geraldo Sargentim – 5ª série – IBEP – 1ª edição, São Paulo, 2002. p. 147-9.

Entendendo a poesia:

01 – A menina quer brincar com a estátua.

a)   Onde se localiza a estátua?

Localiza-se numa fonte.

b)   Como era ela?

Era uma criança nua.

02 – Os passarinhos pousavam na cabeça de quem?

      Na cabeça da estátua.

03 – Ao aproximar-se da estátua, a menina revela cautela. Que frase do texto informa isso?

      “... com muita preocupação, / toca o braço da estátua.”

04 – De que matéria é feita a estátua?

      É feita de bronze.

05 – Ao falar com a estátua, a menina a trata de que maneira?

      Como se a estátua fosse uma pessoa.

06 – Em relação aos versos:

“E fala com ela essas coisas com outro sentido

que as crianças dizem umas às outras,”

Podemos fazer que afirmativa sobre as conversas das crianças?

      As conversas das crianças são orientadas pela imaginação.

07 – Embora a menina insista, a estátua não fala. Diante disso, qual foi a reação da menina?

      Ela ficou séria e preocupada.

08 – Em certo momento, a menina manteve em relação à estátua uma atitude de respeito. Transcreva os versos que comprovam isso.

      “Mira a estátua de perto, / como a um pequeno deus misterioso”.

09 – Se você fosse o autor do texto e quisesse reproduzir a conversa que a menina manteve com a estátua, como seria? Reproduza-a.

      Resposta pessoal do aluno.

 

 

NOTÍCIA: E AÍ, AMIZADE? LIANE ALVES - COM GABARITO

 Notícia: E aí, amizade?

             Liane Alves

          Sejam de fé, do peito ou batutas, amigos nunca foram tão importantes na vida como hoje

        Imagine escolher uma frase, entre as milhares que já foram escritas, para definir a mais celebrada relação que existe na face da Terra. Uma frasezinha apenas, um único conjunto de palavras que possa abarcar e transmitir o que é a amizade. Dos para-choques de caminhão aos filósofos gregos, dos ditados populares a Shakespeare, selecionei uma delas, muito singela, que é capaz de dar a exata dimensão desse tipo de amor. Ela foi escrita por um autor norte-americano de ficção científica, Ray Bradbury. Disse nosso amigo Ray que a amizade é uma casa com uma luzinha na varanda. Bonito, não? Num único flash, ele consegue passar a sensação de aconchego, calor, carinho e alegria que pode estar presente na amizade. Isto é, por mais escura que a noite possa nos parecer, a luminosidade acolhedora desse sentimento vai estar sempre aguardando nossa chegada. Ao abrigo dos amigos, podemos tirar a fantasia, a máscara e a armadura e largar paus e pedras e nos mostrar vulneráveis, frágeis, cheios de defeitos. E perceber que, ainda assim, somos aceitos. Existe bem tão precioso quanto esse num mundo tão agressivo e pontudo como o de hoje?

        A amizade é o relacionamento que tem mais a cara do nosso tempo. Ou talvez, mais ainda, do futuro. Livre, aberta, democrática, ela nos convida ao exercício da tolerância, da aceitação do outro exatamente como ele é. Além disso, nos faz provar um pouquinho do gosto do amor incondicional, aquele que não perde tempo em cobranças ou exigências. Ela é tão especial que, hoje, uma boa centena de pensadores, sociólogos, psicólogos e antropólogos se dedica inteiramente ao seu estudo.

        [...].

ALVES, Liane. Revista Vida simples, outubro 2005, edição n. 33, p. 28-37.

Fonte: Língua portuguesa – Coleção Brasiliana – 5° ano – Ensino Fundamental – IBEP – 2ª ed. São Paulo – 2011. p. 126-7.

Entendendo a notícia:

01 – O que é ser amigo de alguém? Que definição você daria à palavra amizade?

      Resposta pessoal do aluno.

02 – Se for solicitado pelo professor, faça uma pesquisa e encontre versos, ditados populares e frases de caminhão sobre a amizade.

      Resposta pessoal do aluno.

03 – Você considera importante ter amigos? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno.

04 – Foi possível perceber que a frase “amizade é uma casa com uma luzinha na varanda” está em sentido figurado? Qual é o sentido dado à palavra amizade nesse trecho?

      A amizade é o que nos guia em momentos difíceis, quando estamos perdidos.

05 – Você concorda com a autora quando ele diz que a amizade “nos convida ao exercício da tolerância, da aceitação do outro exatamente como ele é”? O que seria exercitar a tolerância?

      Exercitar a tolerância significa aceitar o outro, apesar de ser diferente de mim, etc.

 

POEMA: INFÂNCIA - LALAU E LAURABEATRIZ - COM GABARITO

Poema: Infância     

            Lalau e Laurabeatriz

Chutei bola na chuva,

Roubei laranja, banana,

Goiaba e uva,

Xinguei a Prof.:a,

Apanhei dos mais velhos,

Bati nos mais novos,

Quebrei uma dúzia de ovos,

Rachei a cabeça,

Cortei o dedo,

Tremi de medo,

Escorreguei na lama,

Fiz xixi na cama,

Soltei pipa,

Esfolei o joelho,

Criei um coelho,

Andei no mato,

Perdi um sapato,

Pesquei na represa,

Ganhei um presente,

Tive dor de dente,

Caí do muro,

Chorei no escuro,

Faltei na escola,

Descobri um tesouro,

Sonhei com besouro,

Libertei passarinho,

Fui uma história em quadrinho.

Lalau e Laurabeatriz. Bem-te-vi e outras poesias. São Paulo: Companhia das Letrinhas,1994.

Fonte: Língua portuguesa – Coleção Brasiliana – 5° ano – Ensino Fundamental – IBEP – 2ª ed. São Paulo – 2011. p. 80-1.

Entendendo o poema:

01 – A infância descrita no poema se parece com a sua? Procure localizar alguma semelhança ou diferença entre ambas.

      Resposta pessoal do aluno.

02 – Que verso chamou sua atenção ou retrata algo que já aconteceu com você? (Pode ser mais de um verso).

      Resposta pessoal do aluno.

03 – Na sua opinião, o que o autor quis dizer com o último verso “Fui uma história em quadrinho”?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: O poeta diz que sua infância foi alegre, divertida, com atividades infantis diversificadas. A infância foi algo muito prazeroso como ler uma história em quadrinho.

04 – Copie a alternativa correta. O poema “Infância” é:

a)   Descritivo – porque descreve um objeto, uma paisagem ou uma pessoa.

b)   Argumentativo – porque defende uma ideia ou um ponto de vista.

c)   Narrativo – porque relata um fato ou uma situação.

05 – Observe os verbos utilizados no poema. Em sua opinião, esses verbos informam o estado do eu poético ou as suas ações?

      Suas ações.

06 – Dos verbos utilizados, cite dois que indiquem ações praticadas pelo eu poético que não são consideradas boas atitudes, atitudes éticas.

      Roubei – xinguei.

07 – Qual a idade do eu lírico quando praticou essas ações? Em que você se baseou para chegar a essa conclusão?

      8-10 anos. Ele pratica ações comuns de um menino dessa fase: brincar muito, aprontar em casa e na escola.

08 – Essas ações acontecem no tempo presente, no passado ou no futuro?

      Passado.

09 – O eu lírico, ao relatar o que aconteceu em sua infância, ainda é criança? Por quê?

      Pressupomos que o eu lírico já é adulto, uma vez que relata fatos usando o tempo passado.

10 – O poema “Infância” está escrito na primeira pessoa do singular (eu).

a)   Reescreva os dez primeiros versos na terceira pessoa do singular (ele ou ela) fazendo as alterações necessárias.

Chutou bola na chuva, / Roubou laranja, banana, / Goiaba e uva, / Xingou a Prof.:a, / Apanhou dos mais velhos, / Bateu nos mais novos, / Quebrou uma dúzia de ovos, / Rachou a cabeça, / Cortou o dedo, / Tremeu de medo.

b)   Qual é o único verso que não é iniciado por verbo?

É o 3° verso: Goiaba e uva.

11 – Em que tempo estão os verbos que iniciam os versos do poema: passado, presente ou futuro?

      Passado.

 

POEMA: ZUMBEEDO - MARCELO DONATI - COM GABARITO

Poema: ZUMBEEDO

            Marcelo Donati


A abelha,

Sem escala,

Sem escolha,

Só trabalha.

                 Nunca falha,

                 Nunca fala,

                 Nunca para:

                 Trabalha.

        A colmeia toda espelha

        O serviço que ela espalha.

        A abelha não espia,

        A abelha não espirra,

        A abelha não espera,

        A abelha se empilha feito telha

        Numa pilha de abelhas.

 

E ainda há quem diga que ela só faz cera!

                                                     Pura mentira!

  

        A abelha não trapaceia.

        Fiel tapeceira,

        Prepara seu caminho pro céu

        Ou, talvez, apenas um reino de mel.

DONATI, Marcelo. Revista Recreio n° 511, dez. 2009. p. 16.

Fonte: Língua portuguesa – Coleção Brasiliana – 5° ano – Ensino Fundamental – IBEP – 2ª ed. São Paulo – 2011. p. 115-6.

Entendendo o poema:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Tapeceira: aquela que faz tapetes, que tece.

·        Trapaceira: engana as pessoas, ludibria.

02 – Explique o título do poema.

      O título, ao ser pronunciado, imita o som feito pela abelha, e parte da palavra é escrita em maiúscula: BEE, que significa abelha em inglês.

03 – O poeta, por meio de rimas e repetições de sons parecidos cria imagens bem ritmadas no poema. Ao fazer isso, que característica principal ele mostra da abelha?

      A ideia de que a abelha é muito agitada, trabalha muito.

04 – Algumas palavras do texto procuram mostrar, além do ritmo intenso, a dura vida da abelha, trabalhando quase como uma escrava. Copie um verso da 1ª estrofe, que comprove essa afirmação.

      “Sem escolha”.

05 – Releia os dois versos seguintes:

        “E ainda há quem diga que ela só faz cera!

                                                                    Pura mentira!” 

a)   Você sabe os dois sentidos da expressão “fazer cera”?

1 – Fazer de conta que está trabalhando, enrolar, enganar.

2 – Produzir cera, como as abelhas.

b)   É verdade que a abelha faz cera. A que o poeta se refere com “pura mentira!”.

Para ele é mentira nos dois sentidos, porque a abelha nunca para de trabalhar, nunca enrola, e não faz apenas cera.

 


ARTIGO DE OPINIÃO: VOCÊ FAZ A DIFERENÇA - MARISA LAJOLO - COM GABARITO

 ARTIGO DE OPINIÃO: Você faz a diferença

                                   Marisa Lajolo

        A escrita, os livros e a leitura estão presentes em várias expressões que enchem nossa boca e nossos ouvidos. Quem é que nunca ouviu a frase “o homem que lê vale mais”? Ou que gostaria que sua vida ou a de alguém fosse um livro aberto? E qual mãe, depois do almoço de domingo, não tem vontade de perguntar a todos da família onde está escrito que cozinhar e lavar pratos é tarefa somente de mulheres?

        Às expressões acima somam-se tantas outras... Puxe pela memória. Você vai se lembrar! Em todas elas, as palavras leitura, escrita e livros têm sentido positivo. Atestam e passam recibo do valor de uma pessoa, da transparência e inteligibilidade de um processo, da forma escrita como determinadora ou, pelo menos, de influenciadora de normas e comportamentos. No entanto, ouvimos a todo momento dizer que o brasileiro lê pouco. E por que um povo que em tese não gosta de ler atribuiria tanto valor à leitura a ponto de fazer dela e dos livros metáfora de valores construtivos? Talvez a história não seja bem assim e a questão não esteja na quantidade de romances, ficções e aventuras consumidos anualmente.

        Pesquisas recentes sugerem que no Brasil se lê, sim. Só que não os autores que deveriam ser os mais lidos e os mais apreciados.

        [...]

Marisa Lajolo. Extraído do blog: <bpmeuclidesdacunha.blogspot.com.br/2012_10_01_archive.html. In: Nova Escola, dezembro de 2013. p. 14.

Fonte: Língua Portuguesa – Caminhar e transformar – Aos finais do ensino fundamental – 1ª edição – São Paulo – FTD, 2013. p. 244-7.

Entendendo o texto:

01 – Leia o verbete relativo à palavra argumentar.

        Argumentar 1 v.int. apresentar fatos, ideias, razões lógicas, provas etc. que comprovem uma afirmação, uma tese [...] 2 t.i.int. apresentar ideias em objeção a outras ideias; entrar em controvérsia; discutir, disputar [...]

Dicionário Eletrônico Houaiss, 2009.

Podemos dizer que o texto de Marisa Lajolo utiliza argumentos? Explique sua resposta.

     Sim, já que a autora defende um ponto de vista.

02 – Para defender seu ponto de vista sobre a relação entre a leitura e o brasileiro, Marisa Lajolo usa dois argumentos principais. Quais são eles?

      No dia a dia, o brasileiro usa expressões ligadas à leitura; pesquisas mostram que o brasileiro lê.

03 – Que relação a autora estabelece entre a leitura e o uso de expressões a ela vinculadas?

      A autora declara que o uso de expressões típicas do campo semântico da leitura não estão presentes à toa na fala dos brasileiros, e sim porque eles leem.

04 – No texto, a autora exemplifica a presença da leitura na fala do brasileiro apresentando frases comuns à nossa linguagem.

a)   Leia novamente as frases sublinhadas.

        “[...] Quem é que nunca ouviu a frase “o homem que lê vale mais”? Ou que gostaria que a sua vida ou a de alguém fosse um livro aberto? E qual mãe, depois do almoço de domingo, não tem vontade de perguntar a todos da família onde está escrito que cozinhar e lavar pratos é tarefa somente de mulheres?

A palavra livro foi usada no sentido próprio, do dicionário, como um objeto com folhas coladas?

      Não. A palavra livro não está no sentido denotativo, e sim no conotativo.

b)   Com suas palavras, escreva o que significa cada uma dessas frases.

O homem que gosta de ler é mais interessante; a pessoa expõe sua vida a todos, sem distinções; não há regras que determinem que cozinhar e lavar sejam tarefas somente de mulheres.

c)   Por que podemos dizer que “a vida é um livro aberto” constitui uma metáfora?

Porque há semelhança de significado entre livro e vida. A vida é considerada como um livro em que todas as informações estão dispostas a quem quiser ler.

 

  

 

ARTIGO DE OPINIÃO: INTERNET E FRAUDE - MOACYR SCLIAR - COM GABARITO

Artigo de opinião: Internet e fraude

        A Internet ensina-nos coisas, sim. Inclusive quando temos de pensar a respeito das armadilhas da internet e de como evita-las.

        Moacyr Scliar

        Alguém duvida que a Internet mudou a vida das pessoas? Não, ninguém pode duvidar disso. A Internet não é apenas ume meio de comunicação ou de informação; é um jeito de viver, um novo jeito de viver, e a história do mundo vai se dividir em duas frases: AI (antes da Internet) e DI (depois da Internet).

        A ai do AI! A Internet subverteu totalmente a milenar ideia de que os mais velhos detêm o conhecimento. Agora, são eles que têm de aprender com os mais jovens, e não o contrário. Um aprendizado que, aliás, funciona. Num projeto conduzido nos Estados Unidos, adolescentes, orientados por professores de informática, prontificaram-se a dar aulas sobre computador e Internet para pessoas de idade. Ficaram, os veteranos, melindrados com a situação? Nada disso. Antes do treinamento, só 5% sentiam-se à vontade com Internet. Depois do treinamento, esta percentagem subiu para 80%. O vovô pode, sim, aprender com os netos. Vale para computador, vale para celular, vale até para controle remoto.

        Mas há um lugar em que a Internet está causando problemas: a sala de aula. No passado, era muito comum os professores pedirem aos alunos que preparassem, em casa, trabalhos sobre temas diversos. As pesquisas para isso eram feitas em bibliotecas ou em enciclopédias. No mínimo, os jovens tinham de copiar os textos. Agora, não. Agora eles simplesmente podem baixá-los da Internet. E podem contar para isso com o auxílio de empresas especializadas, que elaboram até teses de mestrado e de doutorado. A frequência com que isso está acontecendo é muito grande, e os textos a respeito, que aparecem na própria Internet, dizem que, nos Estados Unidos, no mínimo 50% dos alunos admitem que já recorreram a esse tipo de fraude. Resultado: surgiu uma nova especialidade, a detecção de fraudes. Há até um programa de computador, o Turnitin, desenhado para detectar a cópia.

        Pergunta: será que isso vale a pena? [...]

        Em primeiro lugar, precisamos nos dar conta de que, como foi dito antes, copiar os alunos sempre copiaram, só que antes faziam isso à mão. Pode-se alegar que, desta forma, aprendiam alguma coisa, mas trata-se de uma afirmação questionável: copiar pode ser simplesmente uma coisa mecânica. O melhor é perguntar: qual deve, afinal, ser o característico de um trabalho de aluno? A mim a resposta parece óbvia. O trabalho do aluno, como o trabalho de qualquer pessoa – como este texto que vocês estão lendo – deve refletir o pensamento e as emoções de quem o elabora. Ou seja: o trabalho deve ser eminentemente pessoal. Deixem-me dar um exemplo tirado do ensino de medicina. Podemos pedir a um aluno que escreva sobre as relações médico-paciente, e aí, sem dúvida, ele encontrará na Internet montes de textos copiáveis. Ou podemos pedir que descreva um episódio de sua própria vida: uma doença que teve e o papel que o médico desempenhou então, com sua avaliação a respeito. Aí não tem como colar. Só a autenticidade resolve. E esta autenticidade será extremamente educativa para o aluno.

        Ou seja: a Internet nos ensina coisas, sim. Inclusive quando temos de pensar a respeito das armadilhas da Internet e de como evitá-las.

Moacyr Scliar. Internet e fraude. Carta maior, 8 jun. 2007. Extraído de: www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=14266. Acesso em: 23 mar. 2013.

Fonte: Língua Portuguesa – Caminhar e transformar – Aos finais do ensino fundamental – 1ª edição – São Paulo – FTD, 2013. p. 240-3.

Entendendo o artigo de opinião:

01 – No texto lido, o autor:

(   ) Narra um fato de modo particular.

(X) Expõe seu ponto de vista sobre o assunto.

(X) Apresenta argumentos para defender seu ponto de vista.

02 – Pelo fato de o texto ter caráter argumentativo, o autor formula uma tese (a ideia principal que expressa seu ponto de vista) e a defende em todo o texto. Que ideia o autor defende?

      O autor defende a tese de que a Internet influenciou a história do mundo e deve ser utilizada de forma consciente e crítica.

03 – Segundo o autor, que mudança a internet provocou a respeito do conhecimento relacionado às diferentes faixas etárias?

      Nota-se uma troca maior de conhecimentos entre as diversas faixas etárias. Em relação à informática, com muita frequência os indivíduos mais idosos aprendem com os mais jovens.

04 – Dê sua opinião sobre as seguintes frases do texto.

        “[...] a história do mundo vai se dividir em duas frases: AI (antes da Internet) e DI (depois da Internet).”

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: O autor atribui grande importância ao uso da internet.

        “[...] A Internet subverteu totalmente a milenar ideia de que os mais velhos detêm o conhecimento. [...]”.

       Internet subverte a hierarquia entre velhos e jovens em relação ao uso e ao conhecimento acerca da rede mundial de computadores.

05 – Descreva o projeto desenvolvimento nos Estados Unidos para facilitar o acesso dos mais velhos à rede. O que você acha desse projeto?

      Adolescentes, orientados por professores de informática, prontificaram-se a dar aulas sobre computador e internet para pessoas de idade. É importante estimular a expressão de opiniões e argumentos dos alunos.

06 – Que mudanças de comportamento esse projeto provocou tanto nos mais velhos como nos jovens?

      No início, só 5% dos mais velhos sentiam-se à vontade com a internet. Depois do treinamento, a percentagem subiu para 80%. Por outro lado, os jovens perceberam que também têm o que ensinar aos mais velhos.

07 – É possível concluir que a aprendizagem pode aproximar os mais velhos dos mais jovens? Por quê?

      Esse projeto permite-nos dar resposta afirmativa. Os jovens têm facilidade de manipulação de computadores, celulares e controles remotos, e os idosos podem ter curiosidade por tudo o que lhes dê acesso ao saber.

08 – Moacyr Scliar apresenta apenas informações objetivas ou expressa também pontos de vista a respeito dos impactos produzidos pela internet?

      Moacyr Scliar produz um artigo de opinião para expressar pontos de vista a respeito de um determinado assunto. Todas as informações presentes no texto procuram fundamentar as opiniões do autor.

09 – O autor do texto é totalmente contrário à presença da internet no ambiente escolar? Na opinião de Moacyr Scliar, que propostas de trabalho podem conduzir a um uso adequado da internet na escola?

        O autor não é contrário ao uso da internet. No artigo de opinião, ele afirma que propostas de trabalho que conduzem a simples cópias de textos alheios devem ser substituídos por atividades que valorizem a autenticidade e a criatividade dos alunos. Desse modo, a internet pode ser usada como fonte de pesquisa e inspiração para os trabalhos escolares.