domingo, 31 de julho de 2022

CHARGE: POESIA É VOAR FORA DA ASA - BLOGDOELIOMAR/CHARGE- COM GABARITO

 Charge: Poesia é voar fora da asa

 

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Disponível em: blog.opovo.com.br/blogdoeliomar/charge-clayton-259. Acesso em: 20 jan. 2016.

             Fonte: Livro Língua Portuguesa – Trilhas e Tramas – Volume 1 – Leya – São Paulo – 2ª edição – 2016. p. 66-7.

Entendendo a charge:


01 – O que a imagem da charge representa?

      O poeta Manoel de Barros transmutando-se, transformando-se em pássaros.

02 – Explique a metáfora empregada no verso de Manoel de Barros: “Poesia é voar fora da asa”.

      A metáfora remete à ideia de que, por meio da leitura e da escrita, é possível se deslocar para outros lugares, para outras realidades.

03 – Observe na charge a caricatura do poeta: os braços abertos, a expressão facial, o sorriso largo, o rosto alegre. O que podemos deduzir a partir dela?

      O caricaturista destaca traços da personalidade do poeta: pessoa de bem com a vida, feliz com seu ofício de escrever, de criar; e sempre “de braços abertos para o mundo”.

 

INFOGRÁFICO: CONSUMO HUMANO DE ÁGUA NO MUNDO - COM GABARITO

 Infográfico: Consumo humano de água no mundo

 

Fonte da imagem -https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwvR4qGpZH-u7ZPRQSPENL50wR5Qme1N3r5y3LUt76Qs4VMre5o1VAWQlHEvB0hmdl7ztsthRhkx6IiX5wVrkffrC46PPmCQNP1v8OkiX5Hj-rqErd8Y0DBPKZYji1IXyQXg4oWhF-vTSyck4afv0HMdcLgsIWpC1Vg_IHIkUYBQeDwzQpAlOG6viP/w437-h258/agua.png 

Disponível em: www.planetasustentavel.abril.com.br/download/stand2-painel5-agua-por-pessoa2.pdf. Acesso em: 19 jan. 2016.

             Fonte: Livro Língua Portuguesa – Trilhas e Tramas – Volume 1 – Leya – São Paulo – 2ª edição – 2016. p. 65-6.

Entendendo o infográfico:

01 – Qual é o tema do infográfico que você leu?

      O consumo de água em diferentes países, continentes e regiões do planeta.

02 – Explique as seguintes informações, apresentadas por meio da linguagem não verbal.

a)   Linha ondulada separando a área amarela da área azul.

Remete à superfície da água.

b)   Imagens de figuras humanas.

Habitantes de diferentes países, continentes e regiões do mundo.

c)   Escala em azul-claro sobre os desenhos das pessoas.

Indica a quantidade de água consumida.

d)   Bandeiras.

A nacionalidade das pessoas; países, continentes ou regiões de origem.

e)   Balão vermelho.

Dá destaque à informação sobre a quantidade de pessoas sem acesso à água potável.

03 – Nos infográficos, a função informativa da linguagem costuma predominar. Essa é a função predominante desse texto? Explique.

      Não. Apesar de esse infográfico cumprir a função informativa de apresentar informações a respeito do consumo de água no mundo, predomina a função conativa, apelativa, o que se nota em: 1) Convencer o público-alvo da necessidade de economizar água; 2) Alertar o público-alvo para o consumo desigual da água e para a necessidade de distribuição mais igualitária, dessa riqueza natural.

04 – De acordo com o infográfico, o consumo de água é maior nos países ricos ou pobres? Explique.

      O consumo é maior nos países mais ricos: Canadá, Estados Unidos, Japão, países da Europa. O Brasil gasta 187 litros (por dia, em média por pessoa) e os países da África Subsaariana até 29 litros. Isso mostra a desigualdade de acesso à água, que é indispensável à vida humana.

05 – Quando esse infográfico foi produzido, a população mundial era de cerca de 7,4 bilhões de pessoas e a população sem acesso à água potável era de 1,1 bilhão de pessoas, ou seja, 15% do total. Pesquise e atualize essas informações. Depois, com um colega, analisem se a distribuição de água potável está sendo feita de maneira igualitária. Socializem as descobertas de vocês.

      Resposta pessoal do aluno.

 

REDAÇÃO: O VOLANTE, O LOBO DO HOMEM - TAISSA GONÇALVES LEAL - COM GABARITO

 Redação: O volante, o lobo do homem

                  Taissa Gonçalves Leal

    Egoísmo, irresponsabilidade e traços mais do que meramente vestigiais de irracionalidade: essas são as únicas explicações cabíveis para tentar justificar o que leva uma pessoa que consome bebida alcoólica a dirigir e pôr em risco a sua e tantas outras vidas. A Lei Seca, que recentemente foi implantada no Brasil, tem o intuito de coibir a associação de álcool e direção, e de reduzir o número de mortes causadas por essa associação. Apesar de já mostrar alguns resultados, a lei demanda maior fiscalização, pois é preciso eliminar a habitual certeza de impunidade que há no país.

        Thomas Hobbes, filósofo inglês, dizia que o estado de natureza humano é um risco à sobrevivência da própria espécie, e que instituições que regulamentem o comportamento e as ações do homem são essenciais para evitar o caos e a extinção da humanidade. A Lei Seca é uma dessas instituições. Mesmo cientes de que o álcool como droga neurodepressora altera a capacidade de raciocínio, reflexo e de coordenação motora, muitos motoristas, por comodidade e falta de responsabilidade, não demonstram o mínimo apreço ou zelo pela vida quando decidem dirigir após terem consumido bebida alcoólica.

        Apesar de já implantada, a Lei Seca ainda não atingiu o seu potencial. É preciso que haja um compartilhamento de responsabilidades entre Estado e sociedade para que os objetivos dessa lei sejam alcançados com maior eficácia. O Estado precisa destinar mais verbas à fiscalização, colocar mais policiais equipados com etilômetros nas vias para que os transgressores da lei sejam devidamente punidos. Também fazem-se necessários investimentos em palestras públicas que mostrem a realidade e o sofrimento de famílias que perderam entes em acidentes relacionados ao uso de álcool, e os sobreviventes cujas sequelas trouxeram dificuldades crônicas para suas vidas. A Educação no Trânsito deveria ser inserida na grade curricular obrigatória das escolas para que crianças e adolescentes tenham contato e consciência das responsabilidades as quais é preciso ter como motorista, passageiro, ciclista ou pedestre.

        Como dizia Hobbes: “O homem é o lobo do homem”. Portanto, a Lei Seca é um mecanismo essencial para que o homem não se torne, ao mesmo tempo, predador e presa de sua própria espécie.

Disponível em: http://imguol.com/c/noticias/2014/04/03/redação-nota-1000-enem-2013-1396556713033_588x686.jpg.  Acesso em: 18 nov. 2014.

             Fonte: Livro Língua Portuguesa – Trilhas e Tramas – Volume 1 – Leya – São Paulo – 2ª edição – 2016. p. 60-1.

Entendendo a redação:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Vestigiais: Que deixam vestígios: marcas, traços, indícios, sinais, pegadas.

·        Lei Seca: Nome popular da Lei n° 11.705, de 19 de junho de 2008.

·        Coibir: Impedir, proibir, reprimir, controlar, fazer cessar.

·        Neurodepressor: Que causa depressão no sistema nervoso central, no cérebro.

·        Etilômetro: Tem o mesmo sentido que o termo popular “bafômetro”, aparelho que, ao ser soprado (ou utilizando o “bafo” expelido pelo indivíduo), detecta e determina o grau de concentração de álcool em seu organismo.

·        Sequela: Complicação, sequência, consequência, continuidade de uma doença (causada por um acidente, cirurgia, outra doença, etc.).

02 – Qual é o ponto de vista defendido pela autora do texto na introdução da redação escolar?

      A Lei Seca demanda maior fiscalização, pois é preciso eliminar a habitual certeza de impunidade que há no país.

03 – Identifique na redação “O volante, o lobo do homem” estratégias argumentativas apresentadas no desenvolvimento do texto para defender o posicionamento da autora.

a)   Citação de autoridade.

Citou a sentença O homem é o lobo do homem, do filósofo Thomas Hobbes (intertextualidade e argumento de autoridade).

b)   Exemplificação de atitudes humanas que podem reforçar a defesa da tese.

Relacionou a sentença do filósofo a traços negativos dos seres humanos (como o egoísmo, a irresponsabilidade), para explicar a atitude de dirigir após consumir bebida alcoólica, pondo em risco a sua vida e a de tantas outras pessoas.

c)   Exemplificação de conhecimentos científicos.

Apresentou conhecimento científico da área de Ciências Biológicas: o álcool afeta o sistema nervoso central e compromete o raciocínio, os reflexos e a coordenação motora.

d)   Avaliação e ressalvas.

Faz referência aos resultados positivos da Lei Seca, mas apresenta ressalvas à sua implantação, citando a falta de fiscalização e a cultura da impunidade.

04 – Na conclusão, que propostas foram apresentadas para solucionar o problema?  

      A autora sugere ações do Estado, como aumento de verbas para o setor, a fim de melhorar a fiscalização (com policiais bem equipados), palestras públicas e campanhas educacionais de trânsito, nas escolas.

05 – Para promover a coesão do texto, a autora usou adequadamente palavras que articulam suas ideias.

a)   Qual é a função da expressão apesar de:

·        No 1° parágrafo?

Fazer uma ressalva: só a lei não basta; é necessário que haja fiscalização, destacando a tese de que “o ser humano tem um potencial destrutivo e por isso precisa de leis que regulem a sua ação como a Lei Seca, para evitar a combinação carro/álcool”.

·        No 3° parágrafo?

Fazer outra ressalva: só a Lei não basta. É necessário que haja compartilhamento de responsabilidade entre Estado e sociedade, maior participação e fiscalização de todos.

b)   Qual é a função da palavra também no 3° parágrafo?

Acrescentar novas propostas de solução para o problema.

c)   Qual é a função da palavra portanto, no último parágrafo?

Introduzir a conclusão de sua tese (ou ponto de vista) a respeito do tema proposto pelo Enem.

06 – Explique o título do texto “O volante, o lobo do homem”.

      O título é uma paráfrase da sentença de Thomas Hobbes e tem o objetivo de denunciar que o automóvel tornou-se uma arma mortífera. A direção por alguém alcoolizado, ao volante do veículo, é perigosa; torna o homem animalesco, selvagem (como um lobo). O desrespeito às leis de trânsito, especialmente à Lei Seca, pode provocar lesões irreversíveis no ser humano.

 

 

REPORTAGEM: COMO SURGIU A TATUAGEM? REVISTA MUNDO ESTRANHO - COM GABARITO

 Reportagem: Como surgiu a tatuagem?

                     Revista Mundo Estranho

        Tudo indica que a prática de marcar o corpo é tão antiga quanto a própria humanidade. Mas, como é impossível encontrar corpos de eras tão remotas com a pele preservada, temos de nos basear em amostras mais recentes. É o caso de múmias egípcias do sexo feminino, como a de Amunet, que teria vivido entre 2160 e 1994 a.C. e apresenta traços e pontos inscritos na região abdominal – indício de que a tatuagem, no Egito Antigo, poderia ter relação com cultos à fertilidade. Um registro bem mais antigo foi detectado no famoso Homem do Gelo, múmia com cerca de 5300 anos descoberta em 1991, nos Alpes. As linhas azuis em seu corpo podem ser o mais antigo vestígio de tatuagem já encontrado – ou, então, cicatrizes de algum tratamento medicinal adotado pelos povos da Idade da Pedra. Mesmo com tantas incertezas, os estudiosos concordam que, já nos primórdios da humanidade, a tatuagem deve ter surgido na busca de tentar preservar a pintura do corpo.

        "Um dos objetivos seria permitir ao indivíduo registrar sua própria história, carregando-a na pele em seus constantes deslocamentos", afirma a artista plástica Célia Maria Antonacci Ramos, da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), autora do livro Teorias da tatuagem. A prática se difundiu por todos os continentes, com diferentes finalidades: rituais religiosos, identificação de grupos sociais, marcação de prisioneiros e escravos (como a tatuagem era usada pelo Império Romano), ornamentação e até mesmo camuflagem. No Ocidente, a técnica caiu em desuso com o cristianismo, que a proibiu – afinal, está escrito no Levítico, livro do Antigo Testamento: "Não façais incisões no corpo por causa de um defunto e não façais tatuagem". A tradição só foi redescoberta em 1769, quando o navegador inglês James Cook realizou sua expedição à Polinésia e registrou o costume em seu diário de bordo: "Homens e mulheres pintam seus corpos. Na língua deles, chamam isso de tatau. Injetam pigmento preto sob a pele de tal modo que o traço se torna indelével". 

        Cem anos depois, Charles Darwin afirmaria que nenhuma nação desconhecia a arte da tatuagem. De fato, dos índios americanos aos esquimós, da Malásia à Tunísia, a maioria dos povos do planeta praticava ou havia praticado algum tipo de tatuagem. Com a invenção da máquina elétrica de tatuar, em 1891, o hábito se espalhou ainda mais pela Europa e pelos Estados Unidos. No final do século XX, a pele desenhada, até então uma característica quase exclusiva de marinheiros e presidiários, tornou-se uma das mais duradouras modas jovens. [...].

         Disponível em: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-surgiu-a-tatuagem. Acesso em: 15 out. 2015.

             Fonte: Livro Língua Portuguesa – Trilhas e Tramas – Volume 1 – Leya – São Paulo – 2ª edição – 2016. p. 57-8.

Entendendo a reportagem:

01 – Qual é o objetivo da reportagem “Como surgiu a tatuagem”?

      Expor informações e dados para explicar a origem e a evolução da tatuagem.

02 – Procure explicar por que aparecem hipóteses nestes trechos:

I – “[...] É o caso de múmias egípcias do sexo feminino, como a de Amunet, que teria vivido entre 2160 e 1994 a.C. e apresenta traços e pontos inscritos na região abdominal – indício de que a tatuagem, no Egito Antigo, poderia ter relação com cultos à fertilidade.”

      Uma das preocupações do produtor de um texto expositivo e jornalístico é dar explicações, apoiadas em dados objetivos, reais e comprovados, para conferir credibilidade ao texto. Como o autor não dispõe de provas a respeito desse assunto, ele levantou hipóteses.

II – “[...] As linhas azuis em seu corpo podem ser o mais antigo vestígio de tatuagem já encontrado – ou, então, cicatrizes de algum tratamento medicinal adotado pelos povos da Idade da Pedra.”

      Chame a atenção dos alunos para as descrições: “Múmias egípcias do sexo feminino, como a de Amunet”, “apresenta traços e pontos inscritos na região abdominal”, “As linhas azuis”, etc.

03 – Os textos expositivos costumam explicar as motivações dos fatos e eventos expostos. Segundo o texto, o que motivou a difusão da tatuagem?

      Rituais religiosos, registro pessoal ou de pertencimento a grupos sociais, marcação de prisioneiros e escravos (como a tatuagem era usada pelo Império Romano), ornamentação, camuflagem.

04 – Em que o Cristianismo se baseou para proibir a tatuagem?

      Em um trecho do livro “Levítico”, do Antigo Testamento: “Não façais incisões no corpo por causa de um defunto e não façais tatuagem".

05 – O texto dá pistas a respeito da origem da palavra TATUAGEM? Explique:

      Sim. Na língua polinésia a prática de pintar os corpos era chamada TATAU. Explica que a palavra tatuagem, em português, pode ter origem no termo tatouage (do francês), ou no termo tatoo (do inglês).

06 – O que motivou a difusão e a popularização da tatuagem, que passou a ser uma das marcas da cultura jovem?

        A invenção da máquina elétrica de tatuar, em 1891.

07 – Você deve ter observado que nesse texto predomina o emprego de formas verbais no presente do indicativo, pois o texto faz referência a processos permanentes. Explique o uso dos verbos no futuro do pretérito e de outros termos e expressões destacados, no trecho a seguir:

        “[...] É o caso de múmias egípcias do sexo feminino, como a de Amunet, que teria vivido entre 2160 e 1994 a.C. e apresenta traços e pontos inscritos na região abdominal – indício de que a tatuagem, no Egito Antigo, poderia ter relação com cultos à fertilidade. Um registro bem mais antigo foi detectado no famoso Homem do Gelo, múmia com cerca de 5300 anos descoberta em 1991, nos Alpes. As linhas azuis em seu corpo podem ser o mais antigo vestígio de tatuagem já encontrado – ou, então, cicatrizes de algum tratamento medicinal adotado pelos povos da Idade da Pedra. [...]”.

      Foram empregadas essas marcas linguísticas porque não havia provas concretas para fazer as afirmações com certeza.

 

REPORTAGEM: JOVEM CRIA PROJETO DE INCENTIVO À LEITURA NO METRÔ - FOLHA UOL - COM GABARITO

 Reportagem: Jovem cria projeto de incentivo à leitura no metrô

       O desenvolvedor de software Fernando Tremonti, 26, criou há três semanas um projeto para incentivar as pessoas a lerem nos vagões dos trens da CPTM e do Metrô de São Paulo.

        O jovem “abandona” diariamente um livro em alguma composição. Começou na linha 2-verde, mas já passou por outros ramais da malha de transportes sobre trilhos da cidade.

        “A literatura foi muito importante para mim. Gostaria que fosse para os passageiros também. Muita gente não faz nada nesse tempo livre nos trens, podia ler mais”, diz.

        Tremonti diz que lê durante todo o trajeto entre a estação Barra Funda, no bairro onde mora na zona oeste, e a estação Vergueiro, onde trabalha, na região central.

        Por enquanto, ele só “esqueceu” livros de sua biblioteca particular. “Mas já estou recebendo doações para aumentar a oferta”, diz.

        Nos livros, Tremonti deixa um recado pedindo para que quem encontre um exemplar tire uma foto com a obra e depois a publique nas redes sociais com a hashtag#leituranovagão.

        O projeto “Leitura no Vagão” já possui perfis no Twitter e no Facebook.

          Disponível em: www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/186535-jovem-cria-projeto-de-incentivo-a-leitura-no-metro.shtml. Acesso em: 15 out. 2015.

              Fonte: Livro Língua Portuguesa – Trilhas e Tramas – Volume 1 – Leya – São Paulo – 2ª edição – 2016. p. 55-6.

Entendendo a reportagem:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Software: A sequência de instruções escritas para serem interpretadas por um computador com o objetivo de executar tarefas específicas. Também pode ser definido como os programas que comandam o funcionamento de um computador.

·        CPTM: Sigla de Companhia Paulista de Trens Metropolitanos.

·        Composição: reunião dos vagões que compõem um trem.

·        Hashtag: Palavra ou frase, precedida pelo símbolo #, que identifica mensagens relacionadas a um tópico específico. A hashtag é uma ferramenta que ajuda a envolver o público-alvo e aumentar o reconhecimento de uma campanha ou marca, pela internet e redes sociais.

02 – Releia os dois primeiros parágrafos e identifique os elementos dessa reportagem:

a)   O que aconteceu?

A criação, há três semanas, de um projeto de leitura: “O jovem ‘abandona’ diariamente um livro em alguma composição. Começou na linha 2-verde, mas já passou por outros ramais da malha de transportes sobre trilhos da cidade.”

b)   Onde aconteceu?

Nos vagões dos trens da CPTM e do Metrô de São Paulo.

c)   Com quem aconteceu?

O desenvolvedor de software: Fernando Tremonti, 26 anos.

d)   Quando aconteceu?

“Há três semanas”, a partir de meados de outubro de 2015.

e)   Com que finalidade?

Para incentivar as pessoas a lerem mais.

03 – Que outras informações são apresentadas no desenvolvimento do texto?

      São apresentadas outras informações detalhadas e ampliadas para ajudar o leitor a compreender o objetivo do projeto e como participar: as motivações do jovem para criar o projeto; as ações já realizadas; a declaração sobre a importância da leitura em sua vida; o que ele pede a quem se dispõe a integrar o projeto; e a indicação da hashtag para contato.

04 – No título, foi empregado o presente do indicativo:

        “Jovem cria projeto de incentivo à leitura no metrô”. Explique esse emprego, considerando que o fato relatado se situa no passado.

      O presente do indicativo foi empregado, no título, para aproximar os fatos do leitor.

05 – Explique o uso do pretérito perfeito do indicativo nestes dois trechos:
I – O desenvolvedor de software Fernando Tremonti, 26, CRIOU há três semanas um projeto para incentivar as pessoas a lerem nos vagões dos trens da CPTM e do Metrô de São Paulo.

II – COMEÇOU na linha 2-verde, mas já PASSOU por outros ramais da malha de transportes sobre trilhos da cidade.

      O pretérito perfeito foi empregado para indicar fatos que já ocorreram.

06 – Agora, explique o uso do presente do indicativo em:

I – O jovem ''ABANDONA'' diariamente um livro em alguma composição.

II – Tremonti diz que durante todo trajeto entre a estação Barra Funda, no bairro onde MORA na zona oeste, e a estação Vergueiro, onde TRABALHA, na região central.

      O presente do indicativo foi usado porque o redator relata, em discurso indireto, as ações que o jovem realiza habitualmente, no trajeto entre a sua casa e o trabalho.

 

POEMA: CHÃO - ONDJAKI - COM GABARITO

 Poema: Chão

             Ondjaki

palavras para manoel de barros

apetece-me des-ser-me;
reatribuir-me a átomo.
cuspir castanhos grãos
mas gargantadentro;
isto seja: engolir-me para mim
poucochinho a cada vez.
um por mais um: areios.
assim esculpir-me a barro
e re-ser chão. Muito chão.
apetece-me chãonhe-ser-me.

      ONDJAKI. Há prendisajens com o xão (O segredo húmido da lesma & outras descoisas). Rio de Janeiro: Pallas Editora, 2002.

                Fonte: Livro Língua Portuguesa – Trilhas e Tramas – Volume 1 – Leya – São Paulo – 2ª edição – 2016. p. 197-8.

Entendendo o poema:

01 – O poeta brinca com as palavras e cria novas expressões. Que desejo o eu poético expressa com o uso das expressões des-ser-me; re-ser chão, chãonhe-ser-me?

      Desejo de deixar de ser quem é (des-ser-me); se transformar em chão/terra (re-ser chão) e se conhecer ou se reconhecer como tal: um homem da terra, do chão (chãonhe-ser-me). Comente que esses versos parecem sugerir a busca de raízes e a comunhão com a terra.

02 – Considerando a dedicatória e o contexto do poema, o que pode sugerir o verso: assim esculpir-me a barro?

      É uma reiteração do desejo de fusão com a terra. Pode também ser uma referência intertextual para sinalizar a influência que teve do poeta brasileiro Manoel Barros.

03 – No caderno, explique estes versos:

cuspir castanhos grãos

mas gargantadentro;

isto seja: engolir-me para mim

      O eu lírico deseja integrar-se com elementos da natureza, como as sementes.

04 – Explique o uso da conjunção mas e do termo explicativo isto seja nos versos acima.

      O verbo cuspir tem o sentido de expelir, pôr algo para fora. Com o uso da conjunção mas e da expressão explicativa isto seja o autor sinaliza que usou a palavra em sentido contrário ao dicionarizado: cuspir no sentido de engolir.

05 – Estabeleça uma relação entre o tema do poema e o título do livro em que foi publicado: Há prendisajens com o xão (O segredo húmido da lesma & outras descoisas).

      Pode sugerir o desejo de resgatar a origem, de comunhão com a terra e com outros seres vivos. O eu poético parece recuperar a História do povo africano, especialmente o angolano. Chame atenção para a grafia das palavras prendisajens, xão e húmido. As palavras lesma e descoisas são também muito usadas por Manoel de Barros em seus poemas: que falam geralmente sobre a terra, a natureza do pantanal mato-grossense.

06 – Você já leu ou ouviu algum poema do poeta angolano Ondjaki?

      Resposta pessoal do aluno.

07 – Para você, qual seria o tema de um poema com o título Chão?

      Resposta pessoal do aluno.

 

POEMA: ÁRIES (21 DE MARÇO A 20 DE ABRIL) - THIAGO DE MELLO - COM GABARITO

 Poema: Áries (21 de março a 20 de abril)

            Thiago de Mello

Eu sei que Marte te ajuda,

companheiro.
Conheço bem de perto esse poder apaixonado,
a generosa força do teu signo de fogo.
Mas não confies demasiado. Cuidado contigo,
vejo um cansaço ao oeste do teu olho.
É preciso ter paciência com as vaidades verdes.
Evita a canção do vento que inventa
o redemoinho nas palavras,
e quando o sol estiver a pino
evita as próprias palavras,
um autêntico Áries deve preferir não dizer
quando o dizer é confundir.
O sectarismo está cravando no teu sonho
os seus dentes de nácar,
e nem te dás conta. Ademais, não são de nácar.

 

Não desanimes nunca, segue trabalhando

pelo reinado da claridão,
que, como sabes, ou precisas saber,
tem o gosto da vida
e a cor do sangue antes do amanhecer.
Tua luta te reserva grandes alegrias,
tanto mais belas porque repartidas,
e no começo do verão
resolverás definitivamente
teu grande problema secreto:
mas só se tiveres força
de olhar o sol de frente.


Pelo outono,

ligeiras perturbações cardiovasculares,
proporcionais ao medo
que circula em tuas artérias.

 

Os mais jovens,

ou os que ainda não perderam a juventude,
devem adiar sua noite de bodas
por umas poucas luas,
e ganhar bem esse tempo
para aprender devagarinho
que o compartir não dói e te acrescenta
de uma força maior que a das estrelas.
Os Áries que já se casaram,
que tratem de levar o barco
por águas mansas,
sem fazer mal a ninguém.
Haverá um instante da primavera
no qual os varões de Marte
que ainda resguardam a infância
(cuidado que ela está agonizante no peito!)
estarão extremamente sensíveis
à beleza das mulheres em geral.
Nem todos sucumbirão.

 

No meio do último decanato,

chegará um sol cinzento com grandes ameaças
à pobre face deste lindo mundo nosso.
Mas não te alteres:
continua fazendo a tua parte,
humilde e organizado,
na construção da alegria.

 

As mulheres morenas

devem acalmar o gênio,
e preferir
sobriamente
o sortilégio do quartzo rosado.

MELLO, Thiago de. A canção do amor armado. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978. p. 45-46.

              Fonte: Livro Língua Portuguesa – Trilhas e Tramas – Volume 1 – Leya – São Paulo – 2ª edição – 2016. p. 168-171.

Entendendo o poema:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Sectarismo: intolerância; intransigência.

·        Nácar: substância branca, brilhante, com reflexos coloridos (róseos), que se encontra no interior das conchas.

·        Bodas: festa comemorativa de aniversário de casamento: bodas de prata (25 anos de casados); bodas de ouro (50 anos de casados) etc.

·        Varão: indivíduo do sexo masculino; homem corajoso, esforçado, respeitável.

·        Sucumbir: não resistir, ceder; ser vencido; ser derrotado.

·        Decanato: cada uma das três partes de dez graus em que se divide o signo do zodíaco.

·        Sortilégio: fascinação, sedução; bruxaria.

·        Quartzo: mineral ou “cristal de rocha” dura e transparente, de várias cores.

02 – Você já leu algum poema de Thiago de Mello?

      Resposta pessoal do aluno.

03 – O que a expressão “horóscopo para os que estão vivos” lhe sugere?

      Resposta pessoal do aluno.

04 – Que temáticas ou assuntos poderiam estar presentes em um livro intitulado A canção do amor armado?

      Resposta pessoal do aluno.

Horóscopo para os que estão vivos”: intertextualidade

        O poeta Thiago de Mello emprega o recurso da intertextualidade para construir o poema “Áries”, que integra um poema maior, intitulado “Horóscopo para os que estão vivos”, por sua vez, parte do livro A canção do amor armado.

        O poema “Áries” é uma paródia, pois sua construção se apropria do sentido do gênero “horóscopo” e o transgride.

        O termo horóscopo tem o sentido de “previsão astrológica”, isto é, previsão baseada nas posições dos planetas e dos signos zodiacais no momento em que a pessoa nasceu. Com base nisso, são feitas análises da personalidade e previsões a respeito do futuro dos nascidos em cada signo. Os horóscopos diários, publicados em veículos de comunicação, têm o objetivo de orientar os leitores e/ou ouvintes a respeito de suas emoções e comportamentos.

05 – Explique o título do poema: “Áries (21 de março a 20 de abril)”

      É composto de elementos linguísticos do gênero parodiado, o horóscopo: o nome de um dos signos do zodíaco (Áries) e os dias de nascimento de todos os nascidos sob esse signo: de 21 de março a 20 de abril.

06 – Explique o uso dos seguintes termos e expressões:

        Marte te ajuda; signo de fogo; um autêntico Áries; último decanato.

      São termos e expressões específicos do gênero parodiado: o horóscopo.

07 – Releia e explique os seguintes versos:

        Conheço bem de perto esse poder apaixonado, a generosa força do teu signo de fogo.

      Descrição positiva de quem pertence a um dos signos influenciados pelo elemento fogo (no caso, o signo de Áries).

08 – Releia e explique as seguintes expressões:

        Mas não confies demasiado; Cuidado contigo; É preciso ter paciência; evita as próprias palavras; Não desanimes nunca, segue trabalhando; Mas não te alteres

      São conselhos e advertências presentes em textos de autoajuda, como os horóscopos.

09 – Releia e explique estas outras expressões:

        Ganhar bem esse tempo / para aprender devagarinho; levar o barco / por águas mansas; sem fazer mal a ninguém; continua fazendo a tua parte, / humilde e organizado; devem acalmar o gênio

      São incentivos à prática de atos virtuosos, de boas ações, presentes em textos de autoajuda, como os horóscopos. Comente o uso do diminutivo devagarinho que dá um tom coloquial e afetivo aos versos.

10 – Para divulgar mensagens políticas, durante o período da censura e da ditadura militar (após 1964), os artistas empregavam a linguagem figurada em suas obras. Considerando essa informação:

a)   Explique o uso de metáforas nos versos a seguir.

·        No meio do último decanato, / chegará um sol cinzento com grandes ameaças / à pobre face deste lindo mundo nosso.

·        Mas não te alteres: / continua fazendo a tua parte, / humilde e organizado, / na construção da alegria.

·        Pelo outono, / ligeiras perturbações cardiovasculares, / proporcionais ao medo / que circula em tuas artérias.

·        Não desanimes nunca, segue trabalhando / pelo reinado da claridão.

As metáforas podem estar associadas a denúncias à censura, à ditadura militar, constituir um apelo ao engajamento nas causas políticas e sociais, assim como um apelo pela defesa dos direitos humanos. O eu poético pede ao leitor que não desanime de lutar pelo fim da ditadura.

b)   Explique o título do poema maior, no qual está inserido o poema “Áries”, entre outros onze signos/ poemas: “Horóscopo para os que estão vivos”.

Provavelmente, esse título faz referência às pessoas que sobreviveram a perseguições políticas, prisões, sequestros, torturas, desaparecimentos e assassinatos praticados durante a ditadura militar. O poema seria dedicado às pessoas que sobreviveram a isso, fazendo previsões a respeito de seu “futuro”.

c)   Explique o título do livro de Thiago de Mello em que o poema foi publicado: A canção do amor armado.

A expressão “amor armado” é um paradoxo, que consiste no emprego de palavras com sentidos contrários: amor = o bem; armado = o mal. Assim, ele pode ser interpretado como a necessidade de lutar sem cometer violência; de lutar sem abrir mão do sentimento amoroso.

11 – Quais são os objetivos comunicativos desse poema? Explique.

      Objetivo poético e estético, por meio do trabalho com a linguagem; objetivo de emocionar o leitor e de convencê-lo a lutar pela construção da alegria, da liberdade, da solidariedade e do compartilhamento, sem desanimar.

12 – Explique o uso na construção do poema de:

a)   Verbos no modo imperativo, como em:

·        [...] não confies demasiado.

·        [...] não te alteres: / continua fazendo a tua parte.

O modo imperativo é usado para dar orientações, conselhos: o tom do poema é de autoajuda.

b)   Verbos no futuro do presente do indicativo, como em:

·        Haverá um instante da primavera.

·        Chegará um sol cinzento com grandes ameaças.

Os verbos estão no futuro do presente do indicativo são usados para fazer previsões, como nos horóscopos.