Texto: O melhor passeio do mundo
Semíramis
Paterno
Aos sábados, meu pai não trabalhava e a
cada final de semana ele nos presenteava com um passeio surpreendente. Íamos
meu pai, mamãe, minha irmã Lisa, de 7 anos, e eu. Pedro, com 12, ao cinema, ao
teatro, aos museus, às feiras de arte e alimentos, ou ao centro da cidade onde
havia sempre alguma coisa interessante para ser vista.
Certa vez, assistimos a um espetáculo
de circo e mímica na rua. Foi muito divertido e os artistas até nos chamaram
para participar das brincadeiras e das mágicas! Cada um de nós ganhou um balão
colorido pela participação. Eu me senti o próprio artista. Cheguei em casa
muito animado, contando tudo para vovó Isaura, que morava conosco.
Normalmente, a vovó nos acompanhava aos
passeios, mas, naquele dia, ela estava terminando uma encomenda de bolo de
aniversário. Ela preparava bolos deliciosos, além de lindos, e tinha sempre
muitas entregas para fazer.
Vovó também ia conosco nos dias de
visita ao Parque Jardim da Luz, no bairro Bom Retiro, o passeio preferido da
família. Meu pai repetia sempre a história do lugar, dizendo que tinha sido
fundado em 1825 como um horto botânico, onde seriam preservadas espécies
animais e vegetação típica de várias regiões do Brasil. era tudo lindo!
Saíamos cedinho, caminhando até o
ponto, cada um com sua melhor roupa para pegar o bonde que ficava a um
quarteirão de casa. Lisa e eu escolhíamos os melhores lugares. Papai e mamãe
sentavam-se nos bancos bem atrás de nós e vovó, ao nosso lado.
Minha irmã estava aprendendo a ler e,
então, nos divertíamos lendo os cartazes de propaganda pregados nas laterais do
veículo. Esses cartazes eram desenhados a mão, pelos artistas da época.
De todos, o que mais me encantava era do
colírio LAVOLHO. Nele, havia o desenho de um homenzinho vestido com uma espécie
de avental branco, segurando na mão um pano com o qual limpava um olho muito
grande. Lisa já gostava mais do cartaz do FLIT, um veneno para moscas. O
desenho representava uma trincheira, com os soldados atacando as moscas, que
pareciam verdadeiros aviões em manobras de guerra!
Meu pai se animava, repetindo sempre,
com voz de locutor de rádio, os versos do Rhum Creosotado, um remédio que
anunciava verdadeiros milagres, mas que ficou famoso mesmo por causa dos versinhos
nos anúncios dos bondes, o que nos fazia rir daquele pai que buscava divertir
as crianças.
Eu apreciava a criatividade daqueles
artistas que desenhavam tão bem! E ficava sonhando que, quando crescesse, eu
também gostaria de ser um grande desenhista.
PATERNO, Semíramis. O
melhor passeio do mundo.
Fonte: Maxi: Séries
Finais. Caderno 2. Língua Portuguesa – 6º ano. 1.ed. São Paulo: Somos Sistemas
de Ensino, 2021. Ensino Fundamental 2. p. 29-30.
Entendendo o texto:
01 – De acordo com o texto,
qual o significado das palavras abaixo:
·
Horto: pequena plantação.
· Trincheira: vala escavada no solo para servir de abrigo e proteção aos
combatentes de uma guerra.
·
Faceiro: elegante, vaidoso.
02 – Qual era a atividade preferida da família nos
finais de semana?
A atividade preferida da família nos finais de semana eram os
passeios. O pai da família organizava diversas atividades para todos, como ir
ao cinema, teatro, museus e parques.
03
– Qual a importância do Parque Jardim da Luz para a família?
O Parque Jardim
da Luz era um lugar especial para a família, pois era o passeio preferido de
todos. O pai contava a história do parque e a família aproveitava para caminhar
e apreciar a natureza.
04
– Como a família se locomovia para fazer os passeios?
A família
utilizava o bonde para se locomover até o Parque Jardim da Luz. A viagem de
bonde era uma parte importante do passeio, pois as crianças se divertiam lendo
os cartazes de propaganda.
05
– Qual era o interesse das crianças pelos cartazes de propaganda nos bondes?
As crianças se encantavam
com a criatividade dos desenhos nos cartazes de propaganda. Elas criavam suas
próprias histórias e se imaginavam como os personagens dos anúncios.
06
– Qual o impacto desses passeios na vida do narrador?
Os passeios de
fim de semana tiveram um grande impacto na vida do narrador, despertando nele a
criatividade e o interesse pela arte. Ele se inspirou nos desenhos dos cartazes
de propaganda e sonhou em se tornar um grande desenhista.
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