quinta-feira, 3 de julho de 2025

POEMA: O ENCANTADOR DE SERPENTES - PAULO HENRIQUES BRITTO - COM GABARITO

 Poema: O encantador de serpentes

             Paulo Henriques Britto

Por entre as linhas incautas da leitura

Ideia insidiosa se insinua,

 

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyxIU7CALSk0p7A_FnkTX8KvmmNjrFCYBayM92YHq20UseBnJ4cTMeu9nylgk8gChqxIrAwmT0ZLh26oYuvKqdjY0giuS91HQhe2eDaofw9im5-SW6kHQbnURdr2oTmuI3JWgQsSgQ0O1qFo2LSPLSPxmrrVAY_gnTvoLu-JlODZnEB9cRmD0a55rdcek/s320/istockphoto-466301478-612x612.jpg

Como se sugerisse um outro texto

Mais vivo, extremo, e verdadeiro

 

De uma verdade esguia e peçonhenta

A recobrir de visgo tua página

 

Já quase impenetrável –

felizmente

 

resta o recuo derradeiro:

para. Volta atrás. Faz do palimpsesto

 

papel vulgar. Agora continua.

Retoma a doce flauta da literatura.

Paulo Henriques Britto. Trovar claro. São Paulo: Cia. das Letras, 2006. p. 13.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 3ª Série – Ensino Médio – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª ed. – São Paulo: Saraiva Editora, 2013. p. 372.

Entendendo o poema:

01 – Qual é o "encantador de serpentes" no contexto do poema?

      O "encantador de serpentes" no poema não é uma figura literal, mas sim a ideia insidiosa que se insinua na leitura. Essa ideia age como um encantador, atraindo e dominando a atenção do leitor, assim como um encantador de serpentes domina as cobras.

02 – O que a "ideia insidiosa" representa e qual é o seu efeito na leitura?

      A "ideia insidiosa" representa uma interpretação ou um subtexto oculto que é mais "vivo, extremo, e verdadeiro" do que o texto superficial. Ela tem o efeito de "recobrir de visgo" a página, tornando-a "quase impenetrável" e distorcendo a leitura original, quase como uma tentação para desviar-se do caminho esperado.

03 – A que se refere o "palimpsesto" no poema e qual a instrução dada em relação a ele?

      O "palimpsesto" refere-se à página que foi sobreposta por essa nova e "peçonhenta" verdade. A instrução dada é para "fazer do palimpsesto papel vulgar", ou seja, ignorar essa camada insidiosa e retorná-la ao seu estado original, sem a influência da ideia tentadora.

04 – Qual é a "verdade esguia e peçonhenta" mencionada no poema?

      A "verdade esguia e peçonhenta" é a natureza dessa ideia insidiosa, que, embora sedutora, pode ser perigosa ou enganosa. Ela é descrita como "esguia" por ser sutil e de difícil apreensão, e "peçonhenta" por sua capacidade de corromper ou desvirtuar a percepção do leitor.

05 – O que o verso final "Retoma a doce flauta da literatura" sugere ao leitor?

      O verso final sugere um retorno à leitura pura e prazerosa da literatura, sem as distorções ou as "verdades" ocultas e perigosas que a "ideia insidiosa" tenta impor. A "doce flauta" simboliza a beleza, a harmonia e o propósito original da literatura, que deve ser apreciada sem as armadilhas de interpretações distorcidas.

 

 

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