Texto: Origens da música
Por que música?
Não sabemos exatamente a razão pela
qual o ser humano inventou a música, mas ela está presente em todas as
civilizações e culturas conhecidas. Além da hipótese da presença em rituais
desde a Pré-história, vários pesquisadores acreditam que a música tenha surgido
da necessidade do ser humano de se comunicar. Fosse por meio de batidas no
corpo, no chão, com as mãos, com paus e bastões, ou pelo uso da voz, nossos
antepassados podem ter começado a exercitar seu controle sobre o universo
sonoro com intenção de comunicação. Um exemplo é o instrumento conhecido como
talking drum, (tambor que fala, em português) cujo som é associado à fala em
algumas etnias africanas, e que é usado como meio de transmissão de mensagens
desde muito antes de qualquer tecnologia atual.

O trabalho de investigação sobre a
história da música apresenta dificuldades pela ausência de registros sonoros de
alta fidelidade. Isso só se tornou possível com a tecnologia do século XX.
Antes disso, desde a flauta de 32 mil anos, a sonoridade das músicas era
transmitida primeiro por tradição oral, depois por registros escritos, mas a
falta de precisão total desses registros faz com que seja difícil reconstruir
exatamente como soavam.
Existem vários registros que indicam
práticas musicais em diferentes civilizações no mundo. algumas mostram a
presença do canto ou de instrumentos, enquanto outras indicam que desenvolveram
a dança e pode-se supor que existia uma música para acompanha-la.
Os estudos da história da música são realizados
sobre interpretação de textos, análise de imagens e instrumentos descobertos
pela Arqueologia, e pelos vários registros gráficos musicais encontrados. Todos
esses métodos têm limitações, em especial na maneira de descrever os sons
fielmente.
O
registro gráfico mais antigo de que se tem conhecimento é o do Hino Hurrita nº
6, escrito aproximadamente em 1300 a.C., em uma placa de cerâmica. Esse
registro, encontrado em 1950 na atual Síria, possui várias informações,
incluindo música, letra e indicação de instrumentos. A placa representa a
primeira tentativa de notação musical que se conhece. A notação musical se
refere a todo processo de registro gráfico de sons; o mais conhecido é a
partitura, que foi inventada pelo italiano Guido de Arezzo (992-1050),
utilizada até hoje, em especial no Ocidente.
Desde os primeiros registros de
imagens, diferentes civilizações mostram similaridades de instrumentos ou de
práticas musicais comuns até hoje, muitas delas associadas a rituais,
festividades e à dança. Muitos deuses da Antiguidade aparecem ligados a
práticas musicais. Na China, um deus teria criado o primeiro instrumento
musical há milênios. Na Grécia, o deus Apolo tocava a lira, enquanto o aulos
(tipo de flauta) era atribuído a Dionísio. No Egito, a deusa Hator era a
senhora da música.
Originalmente associada aos rituais e
ao divino, a música foi ampliando suas funções, e se transformou em uma forma
artística independente, feita para deleite dos ouvintes, entre outras funções.
Por exemplo, na Grécia antiga se tem registro do uso da música com fins
educacionais e de entretenimento, além dos religiosos. Acredita-se, inclusive,
que existiam concursos de músicos com premiações, o que demonstra uma prática
estabelecida e, possivelmente, de alta qualidade técnica.
As artes visuais, como o próprio nome
diz, referem-se às manifestações artísticas que envolvem o sentido da visão.
Esse é, com certeza, o sentido que a maioria das pessoas mais usa em seu
cotidiano, especialmente no mundo atual. São artes visuais a pintura, o
desenho, a escultura, a gravura, a fotografia.
Vivemos uma era em que a vida está
inundada de imagens: TV, computador, cartazes publicitários e celulares nos
apresentam todos os dias imagens criadas pelos seres humanos para comunicar ideias,
registrar momentos, despertar interesse, gerar emoções. Nesses cenário,
conhecer os elementos que compõem a linguagem visual torna-se importante para
compreender melhor não só as artes, mas também o mundo em que vivemos.
Ver é uma experiência tão intensa em
nossa existência que tendemos a tratar como real uma imagem que substitua uma
pessoa ou objeto. Você alguma vez já guardou ou mesmo se pegou beijando a
fotografia de uma pessoa querida? Ou rasgou ou apagou, do computador ou
celular, a imagem de alguém depois de uma briga?
Os elementos visuais
Estamos tão acostumados a dar nome as
coisas, pessoas, objetos e fenômenos ao nosso redor, que descrevê-los sem
nomeá-los torna-se muito difícil. Provavelmente, na atividade anterior, você e
seus colegas desenharam alguns objetos que pouco se parecem com o que estava
sendo descrito. Isso porque tudo o que vemos é composto de determinados
elementos visuais, mas é a relação entre eles que dá às formas e os
significados que possuem. Existem alguns elementos básicos da linguagem visual.
Ponto, linha, forma e cor
O ponto é a unidade mínima da linguagem
visual, o elemento mais simples. Assim que colocamos o lápis no papel, criamos
um ponto. Como o pinguinho de tinta na música, é a partir do ponto que surgem
todas as outras formas.
O ponto atrai o olhar. Pontos
posicionados próximos e alinhados passam a impressão de continuidade, que se
torna mais intensa quanto menor for a distância entre eles.
Quando os pontos estão tão próximos que
não podemos mais separá-los, surge um outro elemento visual: a linha.
A linha é como se fosse o
registro do movimento de um ponto. Ela é o elemento fundamental do desenho. É a
linha que, seja na liberdade de um rabisco, seja na rigidez de uma reta, cria
as formas.
A forma é outro dos elementos
visuais. Apesar de suas infinitas possibilidades, três são as formas básicas:
círculo, quadrado e triângulo equilátero.
Outro elemento visual muito importante
é a cor.
Ponto, linha, forma e cor são quatro
dos principais elementos visuais. Aos poucos, você irá descobrir outros. Mas
esses são os mais básicos, aqueles mais facilmente perceptíveis.
Os elementos visuais influenciam as
impressões que temos ao olhar para uma imagem, se relacionando e organizando no
espaço. Isso pode acontecer de forma bidimensional ou tridimensional.
As três dimensões do espaço
tradicionais são: altura, largura e profundidade. Imagens bidimensionais são,
portanto, compostas por duas dimensões: altura e largura. Os desenhos, pinturas
e fotografias, por exemplo, são bidimensionais.
Tridimensional é tudo o que possui as
três dimensões. Em arte, as esculturas são exemplos de obra tridimensionais.
Nós vivemos em uma realidade tridimensional: tudo o que existe no mundo possui
três dimensões. Existem, no entanto, formas de ilusão tridimensional em
superfícies bidimensionais. É o que acontece, por exemplo, no cinema 3-D (3
dimensões). O uso da tecnologia faz com que, com um determinado tipo de
projeção, e os óculos apropriados, as pessoas tenham a impressão de que o que
veem é tridimensional.
Mas essa impressão pode ser gerada
também com outras técnicas. Muitos artistas desenvolveram em várias culturas
formas de criar a ilusão de tridimensionalidade em imagens bidimensionais.
Fonte: Livro Arte em
interação. Hugo B. Bozzano; Perla Frenda; Tatiane Cristina Gusmão – Volume
único – Ensino médio. 1ª edição. São Paulo, 2013. IBEP. p. 40-47.
Entendendo o texto:
01
– Qual é a principal hipótese levantada no texto para o surgimento da música e
como ela se relaciona com a comunicação humana? Dê um exemplo de instrumento
que reforça essa teoria.
A principal
hipótese levantada no texto para o surgimento da música é que ela pode ter
nascido da necessidade do ser humano de se comunicar. Desde a Pré-história,
nossos antepassados teriam exercitado o controle sobre o universo sonoro, seja
por batidas no corpo, no chão, com paus, ou pelo uso da voz, com a intenção de
transmitir mensagens. Um exemplo claro que reforça essa teoria é o talking drum
(tambor que fala), um instrumento africano cujo som é associado à fala e
utilizado para a transmissão de mensagens, evidenciando o uso da música como um
meio de comunicação desde tempos antigos.
02
– Quais são as dificuldades enfrentadas pelos pesquisadores ao investigar a história
da música antiga, especialmente em relação à fidelidade sonora? Como a
tecnologia moderna impactou essa questão?
A investigação da história
da música antiga apresenta significativas dificuldades devido à ausência de
registros sonoros de alta fidelidade. Antes do século XX, a sonoridade das
músicas era transmitida principalmente por tradição oral e, posteriormente, por
registros escritos. No entanto, a falta de precisão total desses registros
impossibilita a reconstrução exata de como as músicas soavam. A tecnologia do
século XX, com a possibilidade de gravações sonoras de alta fidelidade,
revolucionou essa área, permitindo a preservação e o estudo mais acurado da
sonoridade musical.
03
– Cite os métodos pelos quais os estudos da história da música são realizados.
Quais são as limitações desses métodos, conforme o texto?
Os estudos da
história da música são realizados por meio da interpretação de textos, análise
de imagens e instrumentos descobertos pela Arqueologia, além dos diversos registros
gráficos musicais encontrados. Apesar da importância desses métodos, o texto
ressalta que todos eles possuem limitações, especialmente no que diz respeito à
capacidade de descrever os sons fielmente. Isso significa que, mesmo com esses
recursos, a reconstituição precisa da experiência sonora original é um desafio.
04
– Descreva o registro gráfico musical mais antigo conhecido, incluindo sua
data, local de descoberta e as informações que ele continha. Qual a importância
desse registro para a história da notação musical?
O registro
gráfico musical mais antigo de que se tem conhecimento é o Hino Hurrita nº 6,
escrito por volta de 1300 a.C. em uma placa de cerâmica. Foi encontrado em 1950
na atual Síria. Essa placa é de extrema importância histórica porque continha
várias informações, incluindo a música, a letra e indicações de instrumentos,
representando a primeira tentativa conhecida de notação musical. A notação
musical, definida no texto como todo processo de registro gráfico de sons, teve
nesse hino um predecessor fundamental para o desenvolvimento de sistemas
posteriores, como a partitura inventada por Guido de Arezzo.
05
– Como a função da música evoluiu ao longo do tempo, de sua associação original
a rituais e ao divino? Dê exemplos da Grécia Antiga que ilustram essa ampliação
de funções.
Originalmente, a
música estava associada a rituais e ao divino, com muitos deuses da Antiguidade
ligados a práticas musicais em diversas civilizações. No entanto, o texto
indica que a função da música se ampliou ao longo do tempo, transformando-se em
uma forma artística independente, feita para o deleite dos ouvintes, entre
outras funções. Na Grécia Antiga, por exemplo, existem registros do uso da
música com fins educacionais e de entretenimento, além dos religiosos.
Acredita-se até que existiam concursos de músicos com premiações, o que
demonstra uma prática musical estabelecida e possivelmente de alta qualidade
técnica, desvinculada exclusivamente do sagrado.
06
– Considerando o trecho que fala sobre artes visuais, quais são as artes
visuais mencionadas no texto? Por que o conhecimento dos elementos da linguagem
visual é considerado importante no mundo atual?
O texto menciona
a pintura, o desenho, a escultura, a gravura e a fotografia como exemplos de
artes visuais. O conhecimento dos elementos que compõem a linguagem visual é
considerado importante no mundo atual porque vivemos em uma era inundada de
imagens (TV, computador, cartazes publicitários, celulares). Compreender esses
elementos permite não apenas uma melhor apreciação e compreensão das artes, mas
também uma interpretação mais crítica e consciente do mundo em que vivemos, já
que as imagens são constantemente criadas para comunicar ideias, registrar
momentos, despertar interesse e gerar emoções.
07
– Explique os quatro elementos visuais básicos mencionados no texto: ponto,
linha, forma e cor. Descreva a característica principal de cada um e como eles
se relacionam para criar imagens.
Os quatro
elementos visuais básicos mencionados no texto são ponto, linha, forma e cor. O
ponto é a unidade mínima da linguagem visual, o elemento mais simples;
assim que o lápis toca o papel, ele surge, e a partir dele todas as outras
formas podem surgir. O ponto atrai o olhar e, quando próximos e alinhados, dão
a impressão de continuidade. A linha surge quando os pontos estão tão
próximos que não podem mais ser separados; ela é o registro do movimento de um
ponto e o elemento fundamental do desenho, criando as formas. A forma é
outro elemento visual importante, e apesar de suas infinitas possibilidades, o
texto destaca círculo, quadrado e triângulo equilátero como as três formas
básicas. A cor é o quarto elemento visual crucial. Esses elementos
visuais se relacionam e se organizam no espaço, influenciando as impressões que
temos ao olhar para uma imagem, seja de forma bidimensional (altura e largura,
como em desenhos e fotos) ou tridimensional (altura, largura e profundidade,
como em esculturas), e são a base para a composição de todas as imagens.
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