quarta-feira, 10 de julho de 2024

ARTIGO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA: FRUTA EM PÓ - ISADORA SILVA VILARDO - COM GABARITO

 Artigo de divulgação científica: Fruta em pó

        Tecnologia torna polpa de pequi e leite de babaçu disponíveis o ano inteiro

              Isadora Silva Vilardo

        Cada fruta tem sua época certa, quando fica mais saborosa, nutritiva e também mais barata. No entanto, mesmo azedinhas, boa parte delas fica disponível para consumo o ano todo. Isso não acontece com o babaçu e o pequi, que só podem ser consumidos cinco meses por ano. Para estender esse período e combater o desperdício, a engenheira de alimentos Audirene Amorim Santana transformou em pó a polpa desses dois frutos do cerrado sem perda significativa de suas propriedades nutricionais.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3BeIZx8q2TTgIQwdY_Ap0J7DwYyc1YHIrYQqsHHQrudEKP2KLH1slhXh3OpKmJUnrdBjQRsmmU2pIdKUkVmeCmsLB5gDQSNxZTXdZwAS3joK8Cbe02qWh3RTVCIxc6l5QgITM5M3Mz_jvFWTBiY4e9-gDNypxrRWpwuIQ4bDnvsf0ght8__MCJlG9cdY/s1600/PEQUI.jpg

        Com a pesquisa, realizada durante o doutorado na Faculdade de Engenharia Agrícola da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Santana pretende que os dois frutos, que fazem parte do cardápio regional nordestino e são ricos em nutrientes, possam ser usados pela população durante todo o ano.

        Secagem

        Como o pequi e o leite de babaçu são colhidos em grande quantidade, mas apenas durante quatro ou cinco meses, e logo estragam, era necessário criar uma forma de estoque prolongado dos frutos que não implicasse na perda de nutrientes. A pesquisadora empregou, para isso, o processo de secagem por aspersão, tecnologia muito utilizada na indústria alimentícia e farmacêutica para a produção de leite em pó, sucos, sopas, café instantâneo, remédios e sabão.

        [...]

        A técnica é simples: o secador por aspersão transforma o alimento, originalmente em estado fluido, em uma ‘nuvem’ de gotículas. Em contato com o ar quente, dentro do equipamento, a parcela líquida evapora, restando apenas um pó com os componentes do alimento. Além do baixo custo operacional, a rapidez desse processo pouco influi nas características físicas e químicas dos produtos, mantendo suas qualidades nutricionais.

        Após essa etapa, para fixar os componentes nutritivos dos frutos, Santana utilizou microencapsulantes. São carboidratos – no caso, a maltodextrina, a goma arábica e a dextrina ou amido modificado – misturados na polpa do pequi e do leite de babaçu que protegem os alimentos tanto no processo da secagem quanto no estoque. “Com esses cuidados, em média, 80% dos componentes nutritivos dos frutos se mantiveram”, conta Santana, enfatizando o poder antioxidante natural que as duas espécies apresentam.

        A pesquisadora sinaliza que o pó obtido tanto pode ser consumido diretamente pela população quanto utilizado na indústria para fabricação de produtos como sucos, bolos e outros. Preservado do calor e da umidade, o pó pode ser consumido em até quatro meses, praticamente dobrando o tempo de disponibilidade dos frutos na região. “Com a união da comunidade, governos e indústria, o projeto pode ser bem-sucedido para melhor aproveitamento das matérias-primas da Amazônia”, aposta.

VILARDO, Isadora Silva. Fruta em pó. Ciência Hoje, nº 308, p. 44, out. 2013.

Entendendo o artigo:

01 – Qual é a principal inovação apresentada pela engenheira de alimentos Audirene Amorim Santana em sua pesquisa sobre o pequi e o leite de babaçu?

      A principal inovação é a transformação da polpa de pequi e do leite de babaçu em pó, utilizando a técnica de secagem por aspersão, o que permite a disponibilidade desses frutos durante o ano inteiro sem perda significativa de suas propriedades nutricionais.

02 – Por que é importante transformar a polpa de pequi e o leite de babaçu em pó?

      É importante porque esses frutos são colhidos em grande quantidade apenas durante quatro ou cinco meses e logo estragam. Transformá-los em pó permite o estoque prolongado sem perder nutrientes, combatendo o desperdício e possibilitando seu consumo durante todo o ano.

03 – Quais são os benefícios nutricionais de consumir pequi e leite de babaçu?

      O pequi e o leite de babaçu são ricos em nutrientes e apresentam poder antioxidante natural. Transformá-los em pó preserva esses benefícios nutricionais, permitindo seu consumo regular.

04 – Como funciona a técnica de secagem por aspersão utilizada na pesquisa?

      A técnica transforma o alimento fluido em uma ‘nuvem’ de gotículas que, em contato com o ar quente, evapora a parte líquida, restando apenas o pó com os componentes do alimento. É um processo rápido e de baixo custo operacional que preserva as qualidades nutricionais dos produtos.

05 – Quais ingredientes foram usados como microencapsulantes na pesquisa, e qual é a sua função?

      Foram utilizados carboidratos como maltodextrina, goma arábica e dextrina ou amido modificado. Esses microencapsulantes protegem os alimentos tanto no processo de secagem quanto no armazenamento, ajudando a manter 80% dos componentes nutritivos dos frutos.

06 – Quais são as possíveis aplicações do pó de pequi e do leite de babaçu na indústria alimentícia?

      O pó pode ser utilizado na fabricação de produtos como sucos, bolos e outros alimentos. Além disso, pode ser consumido diretamente pela população, ampliando as possibilidades de uso desses frutos na culinária regional e na indústria.

07 – Qual é a visão da pesquisadora sobre o impacto do projeto para a comunidade e a indústria?

      A pesquisadora acredita que com a união da comunidade, governos e indústria, o projeto pode ser bem-sucedido, melhorando o aproveitamento das matérias-primas da Amazônia e contribuindo para a economia local e a segurança alimentar.

 

 

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