sexta-feira, 27 de novembro de 2020

CRÔNICA: NOITE DE VENTO, NOITE DOS MORTOS - ÉRICO VERÍSSIMO - COM GABARITO

 Crônica: Noite de vento, noite dos mortos

                   Érico Veríssimo

   No inverno do último ano como interno no Colégio Cruzeiro do Sul ocupava sozinho o quarto número 50, um cubículo estreito onde mal cabiam uma cama, um lavatório de ferro com jarro e bacia, e o baú onde eu guardava as minhas roupas. Nessa época comecei a sofrer de insônias. Talvez insônia não seja a palavra exata para definir o que eu sentia, pois na realidade sono mesmo não me faltava. O que acontecia era que eu acordava sobressaltado cerca das dez horas da noite e começava a sentir aos poucos no quarto escuro e fechado uma angústia de emparedado. Precisava desesperadamente de acender uma luz – o que não era possível, pois o dormitório era iluminado por lâmpadas alinhadas no centro do teto e que se apagavam irremediavelmente a uma hora certa. Minhas pálpebras em geral pesavam de sono, mas aquela opressão no peito, aquela ansiedade me mantinham acordado. Era uma espécie de falta de ar, de necessidade de companhia humana ou pelo menos de uma janela aberta para a noite, para o mundo, para a vida. E o pior era que essa angústia podia transformar-se em pânico dum momento para outro. Eu tinha a impressão de estar num túnel sem ar, ou sepultado numa carneira, fechado num féretro...

        Consultei um médico de ar bondoso e bovino que costumava tratar dos internos do Cruzeiro do Sul. Fez-me perguntas. Sofria eu de falta de memórias? Era distraído? Algum problema me preocupava? Eu respondia numa atitude meio defensiva de quem tem segredos a guardar. Por fim o bom homem me receitou Fosfato Ácido de Oxford. Tomei um vidro sem nenhum resultado positivo.

        Observava que minha ansiedade aumentava ou então era desencadeada nas noites em que eu ouvia o vento uivar lá fora. Sim, a voz do vento era um fator de ansiedade. Eu tratava de chamar-se à razão. Tudo estava bem. Em breve apareceria o sol e a vida normal começaria. Inútil. Aquela coisa que me comprimia o peito e me dava gana de sair correndo a abrir janelas e portas, a acender luzes e a procurar a companhia dos colegas, continuava. Só madrugada alta – e eu não sabia como – é que conseguia dormir algumas horas. (Num romance que eu haveria de escrever dali a quase 30 anos, uma personagem diria: “Noite de vento, noite dos mortos”.)

                 Solo de clarineta. Globo, 1974.

         Fonte: Português – Linguagem & Participação, 8ª Série – MESQUITA, Roberto Melo / Martos, Cloder Rivas – 2ª edição – 1999 – Ed. Saraiva, p. 25-6.

Fonte da imagem:https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fwww.luizcarlosbill.com.br%2Fblog%2Fcronica%2Fo-frio-e-o-vento-da-noite%2F&psig=AOvVaw2RfOYPXKXmFP6wEI5rjPE-&ust=1606600646902000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCPCk6vjbo-0CFQAAAAAdAAAAABAD

Entendendo a crônica:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Carneira: gaveta em que, num cemitério, se enterram cadáveres.

·        Féretro: caixão de defunto.

02 – Qual é a importância do lugar sobre o fato relatado no texto?

      É o lugar que produz a angústia que oprime o narrador.

03 – Como se sentia o narrador no quarto número 50?

      Sentia-se preso, emparedado, não conseguia dormir direito, embora tivesse sono.

04 – Identifique no texto um fato que mostra que o autor vivia sob um regime autoritário.

      “... o dormitório era iluminado por lâmpadas alinhadas no centro do teto e que se apagavam irremediavelmente a uma hora certa.”

05 – Em que pessoa é narrado o texto? E de que se trata?

      O texto é narrado em primeira pessoa. Trata-se de uma recordação da infância em um colégio interno.

06 – O que você acha que o autor pretendeu expressar com a frase “Noite de vento, noite dos mortos”?

      Resposta pessoal do aluno.

07 – De acordo com o texto, pra você o que é possível perceber nas escolas de antigamente?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Percebe-se que a escola internato antiga era bem mais autoritária.

CRÔNICA: MISSA PARA ALUNO EXTERNO - RUBEM BRAGA - COM GABARITO

 Crônica: Missa para aluno externo

                   Rubem Braga

     Hoje é mais fácil ser católico do que no meu tempo de criança. Primeiro apareceram as missas de domingo de tarde. Agora até missa no sábado pode ficar valendo para o domingo. Acabaram com a coleta de esmolas durante a missa; não há mais aquele menino com a bandeja.

        Eu já era rapazinho quando o diretor do ginásio lá de Cachoeiro, homem muito piedoso, apareceu com uma novidade: os alunos externos, cujos pais fossem católicos, também teriam de ir à missa domingo. A gente devia ir cedinho ao colégio, lá se juntar aos internos, formar fila e ir para a igreja, que era perto – só atravessar o pátio e subir um barranco.

        No primeiro domingo eu e mais dois rapazinhos fugimos na curva do barranco: tínhamos um jogo de futebol marcado para aquela manhã e não era possível deixar de ir. Lembro-me do pito que levei por causa disso do diretor, na segunda-feira, pois houve um porcaria de um menino que denunciou nossa fuga. A novidade não estava agradando a ninguém, nem mesmo a muitos pais de alunos externos; afinal o colégio não tinha nada a ver com o que a gente fazia domingo.

        Da segunda missa não houve como escapar. Sete e meia estávamos no colégio e às oito ficamos arrumados no coro da igreja. Nós todos ali chateados, até mesmo os que costumavam ir à missa todo domingo, pois era muito melhor estar lá embaixo vendo as pessoas que ali em cima com os outros alunos. Mas não havia remédio.

        Foi aí que aconteceu a coisa. Quando apareceu o menino com a bandeja. Antes de ele chegar ao lugar em que eu estava, senti que havia algo de anormal. O coroinha estava vermelho, zangado, mas sempre que abria a boca seus sussurros eram abafados por um coro de psiu! Psiu!

       Logo percebi do que se tratava. Algum rapaz maroto tivera a ideia, que todos acharam genial: a gente punha a moedinha na bandeja e tirava outra, como se fosse troco; só que o troco era maior que a esmola... Havia quem pusesse um tostão e tirasse deztões. Lembro-me de que pus duzentos réis e tirei uma pratinha de quinhentos. Isso foi naquela hora em que na igreja todo mundo deve ficar em silêncio, e se ouve apenas uma campainha tocando fininho – tlim, tlim, tlim... O menino estava com tanta raiva que a bandeja tremia em sua mão; logo depois disse um desaforo e desistiu da coleta, enquanto nós tínhamos frouxos de riso.

        Foi assim que morreu aquela ideia de obrigar aluno externo a ir à missa.

     Um cartão de Paris. Rio de Janeiro, Record, 1997.

    Fonte: Português – Linguagem & Participação, 8ª Série – MESQUITA, Roberto Melo / Martos, Cloder Rivas – 2ª edição – 1999 – Ed. Saraiva, p. 23-5.

Fonte da imagem: https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fwww.cscj-pi.com.br%2Fcscj%2FmostranoticiaNOVA.php%3Fidnoticia%3D367&psig=AOvVaw32VqdIZOnoUj8feiDhyfG2&ust=1606600227145000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCPCEo7Xao-0CFQAAAAAdAAAAABAD


Entendendo a crônica

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Coleta: arrecadação.

·        Pito: advertência, repressão, bronca.

·        Piedoso: devoto, religioso.

·        Anormal: fora do comum.

·        Alunos externos: estudantes que morram com os pais.

·        Alunos internos: estudantes que morram no colégio.

·        Sussurros: vozes baixas.

·        Maroto: esperto, malandro.

·        Frouxos: ataques, acessos.

02 – Que período de sua vida o narrador está nos apresentando?

      O narrador é um adulto que recorda um episódio de sua infância.

03 – Existe um sentido oculto no primeiro parágrafo do texto, principalmente na frase: “Hoje é mais fácil ser católico do que no meu tempo de criança”. Qual seria esse sentido?

      O parágrafo é irônico porque ser católico não é apenas ir à missa e dar esmolas.

04 – Qual foi a decisão que originou o fato central do texto?

      Foi a decisão do diretor de obrigar os alunos externos a frequentar a missa de domingo.

05 – Qual é o fato central do texto?

      O desagrado dos alunos externos por serem obrigados a frequentar a missa de domingo e suas tentativas de se livrar desse compromisso.

06 – Por que os alunos externos não aceitaram a ideia do diretor?

      Porque tinham outras atividades – como jogar futebol – para passar o domingo.

07 – No texto chocam-se duas forças opostas. Quais são essas forças? Qual é a vencedora?

      São a liberdade e o autoritarismo. A vencedora é a liberdade.

08 – Vamos resumir o texto? Considere tempo, lugar, personagens e conflito.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: No passado, quando o narrador era menino, o diretor do colégio em que estudava tentou obrigar os alunos externos a frequentar a missa domingo. Como tinham atividades mais interessantes, os alunos, contrariados, tentaram inutilmente escapar da obrigação. Finalmente, armaram tamanha confusão na missa que o diretor desistiu de sua id

CRÔNICA: MAR - RUBEM BRAGA - COM GABARITO

 Crônica: Mar

                   Rubem Braga

     A primeira vez que vi o mar eu não estava sozinho. Estava no meio de um bando enorme de meninos. Nós tínhamos viajado para ver o mar. No meio de nós havia apenas um menino que já o tinha visto. Ele nos contava que havia três espécies de mar: o mar mesmo, a maré, que e menor que o mar, e a marola, que é menor que a maré. Logo a gente fazia ideia de um lago enorme e duas lagoas. Mas o menino explicava que não. O mar entrava pela maré e a maré entrava pela marola. A marola vinha e voltava. A maré enchia e vazava. O mar às vezes tinha espuma e às vezes não tinha. Isso perturbava ainda mais a imagem. Três lagoas mexendo, esvaziando e enchendo, com uns rios no meio, às vezes uma porção de espumas, tudo isso muito salgado, azul, com ventos.

        Fomos ver o mar. Era de manhã, fazia sol. De repente houve um grito o mar! Era qualquer coisa de larga, de inesperado. Estava bem verde perto da terra, e mais longe estava azul. Nós todos gritamos, numa gritaria infernal, e saímos correndo para o lado do mar. As ondas batiam nas pedras e jogavam espuma que brilhava ao sol. Ondas grandes, cheias, que explodiam com barulho. Ficamos ali parados, com a respiração apressada, vendo o mar…

        Depois o mar entrou na minha infância e tomou conta de uma adolescência toda, com seu cheiro bom, os seus ventos, suas chuvas, seus peixes, seu barulho, sua grande e espantosa beleza. Um menino de calças curtas, pernas queimadas pelo sol, cabelos cheios de sal, chapéu de palha. Um menino que pescava e que passava horas e horas dentro da canoa, longe da terra, atrás de uma bobagem qualquer – como aquela caravela de franjas azuis que boiava e afundava e que, afinal, queimou a sua mão… Um rapaz de quatorze ou quinze anos que nas noites de lua cheia, quando a maré baixa e descobre tudo e a praia é imensa, ia na praia sentar numa canoa, entrar numa roda, amar perdidamente, eternamente, alguém que passava pelo areal branco e dava boa-noite… Que andava longas horas pela praia infinita para catar conchas e búzios crespos e conversava com os pescadores que consertavam as redes. Um menino que levava na canoa um pedaço de pão e um livro, e voltava sem estudar nada, com vontade de dizer uma porção de coisas que não sabia dizer – que ainda não sabe dizer.

        Mar maior que a terra, mar do primeiro amor, mar dos pobres pescadores maratimbas, mar das cantigas do catambá, mar das festas, mar terrível daquela marte que nos assustou, mar das tempestades de repente, mar do alto e mar da praia, mar de pedra e mar do mangue… A primeira vez que sai sozinho numa canoa parecia ter montado num cavalo bravo e bom, senti força e perigo, senti orgulha de embicar numa onda um segundo antes da arrebentação. A primeira vez que estive quase morrendo afogado, quando a água batia na minha cana e a corrente do “arrieiro” me puxava para fora, não gritei nem fiz gestas de socorro; lutei sozinho, cresci dentro de mim mesmo. Mar suave e = oleoso, lambendo o batelão. Mar dos peixes estranhos, mar virando a canoa, mar das pescarias noturnas de camarão para isca. Mar diário e enorme, ocupando toda a. vida, uma vida de bamboleio de canoa, de paciência, de força, de sacrifício sem finalidade, de perigo sem sentido, de lirismo, de energia; grande e perigoso mar fabricando um homem…

        Este homem esqueceu, grande mar, muita coisa que aprendeu contigo. Este homem tem andado por aí, ara aflita, ora chateado, dispersivo, fraco, sem paciência, mais corajoso que audacioso, incapaz de ficar parado e incapaz de fazer qualquer coisa, gastando-se como se gasta um cigarro. Este homem esqueceu muita coisa mas há muita coisa que ele aprendeu contigo e que não esqueceu, que ficou, obscura e forte, dentro dele, no seu peito. Mar, este homem pode ser um mau filho, mas ele é teu filho, é um dos teus, e ainda pode comparecer diante de ti gritando, sem glória, mas sem remorso, como naquela manhã em que ficamos parados, respirando depressa, perante as grandes ondas que arrebentavam – um punhado de meninos vendo pela primeira vez o mar…

 Rubem Braga. “Cem crônicas escolhidas”. José Olympio, Rio de Janeiro: 1958.

       Fonte: Português – Linguagem & Participação, 8ª Série – MESQUITA, Roberto Melo / Martos, Cloder Rivas – 2ª edição – 1999 – Ed. Saraiva, p. 11-3.

Entendendo a crônica:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo?

·        Ciânea: gênero de águas-vivas.

·        Búzios: conchas de moluscos.

·        Maratimbas: caipiras.

·        Catambá: espécie de bailado popular.

·        Batelão: grande embarcação.

·        Dispersivo: que não se concentra no que faz.

02 – Qual é o tipo desse texto presente nesta unidade?

      É uma crônica.

03 – Qual é o tema desse texto?

      Trata-se da primeira vez e da reação dos envolvidos às novas experiências.

04 – No texto, qual é o relato completo de uma nova experiência? Explique sua resposta.

      No texto “Mar”, de Rubem Braga, conta-se a experiência de ver o oceano de forma mais completa, descrevendo inclusive suas consequências no tempo.

05 – Qual é o espaço de tempo decorrido entre o acontecimento e o registro dele no texto?

      Um adulto recorda um episódio da infância.

 

REPORTAGEM: JOVENS VIVEM FASCÍNIO DA PRIMEIRA VEZ - GLÁUCIA LEAL - COM GABARITO

 Reportagem: Jovens vivem fascínio da primeira vez

                      É a emoção de quem nunca tinha visto mar, cinema, teatro, shopping ou computador

Gláucia Leal

        Aos 19 anos, Regina descobriu que o mar parece não ter fim. Beatriz, de 16, concluiu que o tempo passa de forma diferente em um palco de teatro. Sidnei, de 18 anos, se surpreendeu ao entrar em um cinema pela primeira vez e constatar que a tela de exibição de filmes é dezenas de vezes maior que a de uma televisão. E Fábio, de 15 anos, nunca havia imaginado que em um shopping center houvesse desde banheiros até cães à venda.

        Experiências aparentemente corriqueiras para muitas pessoas que vivem em metrópoles ainda podem ser inéditas e deixar jovens que moram em São Paulo há pelo menos quatro anos com frio na barriga, olhos arregalados e coração disparado diante da novidade.

        Durante uma semana, a reportagem do Estado acompanhou a aventura de sete jovens estudantes e trabalhadores, com idades entre 15 e 20 anos. Moradores de periferia da cidade, eles nunca haviam vivido a emoção de ir ao cinema ou ao teatro, jamais tinham entrado em um shopping nem se aproximado de um computador ou experimentado uma pizza.

        “Meu Deus, o mar é muito maior e bem mais lindo do que e podia imaginar”, exclamava a baiana Regina dos Santos Souza, com os braços esticados, como se quisesse abraçar as ondas da Praia de Pitangueiras, no Guarujá. Ainda em São Paulo, era difícil esconder a ansiedade. “Meu sonho é ver o mar de pertinho, mas algumas vezes a gente vai vivendo e se esquece dos sonhos.” Há quatro anos ela mora em São Paulo e até poucos dias antes de seu bebê nascer, há um mês, Regina dava aulas de reforço para estudantes primários.

        Ela já trabalhou também como atendente de público na Telecomunicações de São Paulo (Telesp) e vendedora em um bazar, no jardim Rosana, próximo de sua casa. Há cinco dias, a convite do Estado, ela se deu o direito de virar criança diante do mar.

        Depois de um momento de indecisão – “o mar não vai me puxar?” –, ela só teve tempo de tirar os sapatos. Esqueceu-se do vento gelado, do frio, da calça jeans e da camisa de mangas longas que vestia e correu para a água. Pulou, gargalhou e mergulhou do jeito que estava. Só depois lembrou-se de pôr roupa de banho.

        “Quero que meu filho tenha o que eu não tive e voou leva-lo para ver o mar assim que dizer um ano”, prometeu a si mesma, ao sair da água. Desde que deixou o litoral, entretanto, uma dúvida a atormenta: “Onde fica o fim do mar?”

        ESTUDOS – Entre os planos de Regina, que mora com o marido e o filho no Jardim Casa Branca, na Zona Sul, está o retorno aos estudos, interrompidos no segundo ano do colegial. Ela pretende se formar em magistério. “Tenho jeito para dar aulas, mas quero aprender mais”.

        Outro objetivo de Regina é comprar uma casa. Atualmente o casal aluga três cômodos de fundos. “Sou ambiciosa e saí da minha cidade, Santa Luz, porque queria viver em um lugar onde eu pudesse ter oportunidade, onde tivesse coisas para ver e conhecer”, esclareceu. “Acho que tem coisas que estão escritas nas estrelas”, afirmou. “Eu sabia que iria ver o mar, mas nem desconfiava que seria logo”.

        Apesar de apostar nos desígnios da sorte, Regina tem, às vezes, problemas para se localizar em seu próprio bairro. Acostumada a andar só de ônibus, tem dificuldades para achar a rua onde mora há mais de um ano, quando precisa voltar de carro para casa. “Me confundo em alguns lugares.”

  Teatro e cinema são novidade para adolescentes

                  Beatriz e Sidnei ficaram ansiosos com a possibilidade de assistir à peça e filme

        Até poucos minutos antes do início da peça Pérola, protagonizada pelos atores Vera Holtz, Sérgio Mamberti e Anna Aguiar, no Teatro Jardel Filho, a estudante e secretária de uma empresa de franquias, Beatriz Cristina Guerato, de 16 anos, não fazia a menor ideia do que veria no palco. Paulistana, ela mora com a mãe e dois irmãos mais velhos em Pirituba, na Zona Norte. Nunca havia entrado em um teatro. “Nem quando eu era criança”, afirmou Beatriz.

        Ela tem planos de se mudar com a família para Chicago, nos Estados Unidos, e se formar secretária executiva. “Sei que os atores vão representar, mas prefiro não criar expectativas, assim recebo bem o que vier.”

        A postura racional, entretanto, não impediu que a emoção surgisse. “Estou com frio na barriga”, confidenciou ao ouvir a campainha. Antes que as luzes se apagassem, porém, veio uma breve decepção: uma tela de vídeo desceu com nomes de artistas e patrocinadores projetados. Para Beatriz foi um susto. “Não vai ser ao vivo?”, inquietou-se.

        Ao saber que em breve os atores estariam em cena, não descolou os olhos do palco. Ao final do espetáculo, permaneceu alguns instantes em silêncio. Quando falou, foi categórica: “A-do-rei!”.

        Beatriz esperou pelos atores ao final da peça para cumprimenta-los e ficou sabendo que até pessoas famosas podem começar tarde suas incursões pela dramaturgia. "Eu só fui ao teatro depois dos 20 anos”, contou Vera Holtz.

        TELEVISÃO O estudante de eletrônica básica Sidnei Nunes Cardoso morou, por quase dois anos, a pouco minutos de várias salas de cinema, no Morumbi, quando seu padrasto era zelador de um prédio. Ainda assim, nunca lhe ocorreu entrar em uma sala de exibição. Atualmente, ele mora com a mãe e dois irmãos, de 19 e 8 anos, em Embu, mas se desloca praticamente todos os dias para São Paulo.

        “O problema não é a distância, a questão é que eu não me acostumei a sair da minha casa para ver filmes”, disse. “As pessoas com quem eu converso não pensam muito em ir ao cinema, por isso quando quero assistir a algum filme ligo a televisão e pronto.

        Mas acompanhando as aventuras de um grupo de cientistas que estudam tornados no filme Twister, Sidnei descobriu outras possibilidades. Ao final da exibição, ele só queria saber quanto custava a entrada, onde havia outras salas e como deveria procurar, em jornais, a lista dos filmes em cartaz. Algumas coisas ele já sabia. “Desconfiava que iam apagar a luz e os atores falavam em outra língua.” (G. L.).

O Estado de São Paulo, 28 jul. 1996.

            Fonte: Português – Linguagem & Participação, 8ª Série – MESQUITA, Roberto Melo / Martos, Cloder Rivas – 2ª edição – 1999 – Ed. Saraiva, p. 08-11.

Entendendo a reportagem:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Concluiu: chegou ao final de um raciocínio.

·        Constatar: perceber.

·        Corriqueiras: comuns, cotidianas.

·        Metrópoles: grandes cidades.

·        Inéditas: ainda não realizadas.

·        Desígnios: desejos.

·        Protagonizada: vivida, representada.

·        Expectativa: aguardo de alguma coisa que está para acontecer.

·        Postura racional: atitude de acordo com a razão.

·        Dramaturgia: arte dramática ou de compor peças teatrais.

·        Tornados: turbilhões de vento, quase sempre intensos e destrutivos.

02 – Qual o assunto do texto?

      Convidados por jornalistas, três jovens passam por experiências inéditas.

03 – O que as personagens apresentam em comum?

      São jovens adolescentes que moram na periferia de São Paulo e são trabalhadores. Todos os três estão vivendo pela primeira vez uma experiência de lazer.

04 – Como você entendeu o segundo parágrafo do texto?

      Muitos jovens moradores de São Paulo ainda não viveram experiências que são comuns para outras pessoas.

05 – Como foi a experiência de ver o mar para Regina dos Santos? Quais foram os sentimentos que ela experimentou?

      Foi uma experiência emocionante. Ela sentiu medo, alegria, espanto.

06 – O que a leitura nos permite saber sobre Regina dos Santos?

      É uma moça casada e cheia de sonhos, mãe de um bebê. Tem certa dificuldade em orientar-se no espaço físico. Trabalha muito e é ambiciosa.

07 – Como foi para Beatriz Cristina Guerato a experiência de assistir à primeira peça? Quais foram as emoções que ela experimentou?

      Ela sentiu frio na barriga e gostou muito da peça.

08 – O convite dos jornalistas propiciou grandes surpresas aos jovens. Aponte o que surpreendeu cada um deles de modo especial.

      Regina: a extensão do mar; Beatriz: a descoberta de que mesmo pessoas famosas podem ter tido contato tardio com a dramaturgia; Sidnei: a constatação de que a tela do cinema é dezenas de vezes maior que a de uma televisão; Fábio: a descoberta da variedade de produtos oferecidos em um shopping.

09 – Releia os dois parágrafos do texto. Qual o tempo verbal predominante em cada um? Por que foram feitas essas escolhas?

      1° parágrafo: pretérito perfeito do indicativo, adequado para narrar ações já realizadas pelas personagens;

      2° parágrafo: presente do indicativo, próprio para falar de ações habituais no presente dos paulistanos em geral.

 

POEMA: CAPITULAÇÃO - LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO - COM GABARITO

Poema: Capitulação

           Luís Fernando Veríssimo

Delivery
Até pra telepizza
É um exagero.
Há quem negue?
Um povo com vergonha
Da própria língua
Já está entregue.

Fonte da imagem: https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.percussi.com.br%2Fdelivery%2F&psig=AOvVaw0FDcrBDGTHX-joqIl1o7YR&ust=1606567811535000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCLiP3tfhou0CFQAAAAAdAAAAABAD


ENTENDENDO O POEMA

1. Em relação à crítica tecida pelo eu lírico de Capitulação, marque a alternativa correta.

a)O título dado pelo autor está adequado, tendo em vista o conteúdo do poema, pois o significado da palavra “capitulação” está diretamente relacionado aos estrangeirismos linguísticos.

b)A atitude do eu lírico se revela despropositada, pois inexiste um correspondente vernacular na língua portuguesa para a palavra do inglês “delivery”.

c)O título dado pelo autor está adequado, tendo em vista o conteúdo do poema, pois a palavra “capitulação” significa “desistência”, “rendimento”, ou seja, remete ao falante nativo que se rende às influências dos estrangeirismos os quais descaracterizariam a língua materna.

d)Diante da postura negativa do eu lírico quanto ao uso da palavra “delivery”, é irônico que ele ignore a palavra “telepizza”, também usada no poema, pois tal palavra é composta pela aglutinação de um prefixo de origem grega a uma palavra do italiano.

 

2. O título dado pelo autor está adequado, tendo em vista o conteúdo do poema? Justifique sua resposta.

Sim, o título “Capitulação” está adequado, visto que nós acabamos nos rendendo ao modismo atual e adotando estrangeirismos em nossa fala, valorizando o produto estrangeiro, em vez do nacional.

“capitular” = render-se, deixar de resistir, submeter.

3. O exagero que o autor vê no emprego da palavra “delivery” se aplicaria também à “telepizza”? Justifique sua resposta.

Não, pois o foco do autor está no uso do termo “delivery”, palavra de origem inglesa, que significa entrega. Assim, o autor quer mostrar que o uso desse estrangeirismo é desnecessário e representa uma desvalorização do nosso idioma.

Telepizza” é um neologismo formado com um empréstimo lingüístico já há muito incorporado ao português (italiano pizza) e o prefixo (grego) tele-,corrente na língua.

 


quinta-feira, 26 de novembro de 2020

MÚSICA(ATIVIDADES): DE VOLTA PRO ACONCHEGO - ELBA RAMALHO & DOMINGUINHOS - COM GABARITO

 MÚSICA(ATIVIDADES): DE VOLTA PRO ACONCHEGO

                                             Elba Ramalho & Dominguinhos

Estou de volta pro meu aconchego
Trazendo na mala bastante saudade
Querendo um sorriso sincero, um abraço
Para aliviar meu cansaço
E toda essa minha vontade

Que bom poder tá contigo de novo
Roçando o teu corpo e beijando você
Pra mim tu és a estrela mais linda
Seus olhos me prendem, fascinam
A paz que eu gosto de ter

É duro ficar sem você, vez em quando
Parece que falta um pedaço de mim
Me alegro na hora de regressar
Parece que eu vou mergulhar
Na felicidade sem fim

Composição: Dominguinhos / Nando Cordel


Entendendo a canção

1)   Que assunto é abordado na canção?

Aborda intimidade no âmbito do relacionamento amoroso.

 2)   A canção nos apresenta um discurso musical voltado para realidade vivida por qual povo?

Vivida por muitos Nordestinos, realidade essa, que perpassa gerações a gerações, o sonho de encontrar novas oportunidades de trabalho e uma melhor condição financeira no Sul e Sudeste. No entanto a saudade de casa, de seus parentes, amigos, e pessoas queridas os fazem retornar para seu “aconchego”.

3)   O que a expressão “aconchego” traduz nesse contexto?

Traduz a saudade e as dificuldades que os nordestinos encontram longe de suas casas, quando partem em busca de um futuro melhor para si, e para oferecer a suas famílias.

 4)   O que o eu lírico quis dizer com essa expressão: “A paz que eu gosto de ter”.

A expressão acima traduz também a alegria do regresso, a felicidade de esta entre seus entes queridos, mesmo que para isso tenha que enfrentar novamente dificuldades financeiras.

5)   O discurso dessa canção pode ser considerado a representação de milhões de brasileiros, por quê?

É um fato corriqueiro que acompanha os brasileiros que vivem no interior, e que não estão satisfeitos com a vida simples, proporcionada pelos poucos meios de sobrevivência. E que vão para longe de suas casas em busca de outros meios, entretanto regressam dando muito valor a simplicidade de sua terra.


POEMA: À GARRAFA - JOSÉ PAULO PAES - COM GABARITO

 POEMA: À garrafa    

                José Paulo Paes

Contigo adquiro a astúcia
de conter e de conter-me.
Teu estreito gargalo
é uma lição de angústia.


Por translúcida pões
o dentro fora e o fora dentro
para que a forma se cumpra
e o espaço ressoe.


Até que, farta da constante
prisão da forma, saltes
da mão para o chão
e te estilhaces, suicida,


numa explosão
de diamantes.

PAES, J. P. Prosas seguidas de odes mínimas. São Paulo: Cia. das Letras, 1992.

Entendendo o poema

1)   A reflexão acerca do fazer poético é um dos mais marcantes atributos da produção literária contemporânea, que, no poema se expressa por um(a):

a)   Reconhecimento, pelo eu lírico, de suas limitações no processo criativo, manifesto na expressão “Por translúcidas pões”.

b)   Subserviência aos princípios do rigor formal e dos cuidados com a precisão metafórica, como se em “prisão da forma”.

c)   Visão progressivamente pessimista, em face, da impossibilidade da criação poética, conforme expressa o verso “e te estilhaces, suicida”.

d)   Processo de contenção, amadurecimento e transformação da palavra, representado pelos versos “numa explosão/de diamantes”.

e)   Necessidade premente de libertação da prisão representada pela poesia, simbolicamente comparada à “garrafa” a ser “estilhaçada”.

2)   A reflexão acerca do fazer poético é um dos mais marcantes atributos da produção literária contemporânea, que, no poema é expressado através de quê?

Através do processo de contenção, amadurecimento e transformação da palavra, representando pelos versos “numa explosão/de diamantes”.

3)   O eu lírico nessa primeira estrofe nos descreve o quê?

O gargalo da garrafa como lição de angústia... Aprender a conter-se no espaço da garrafa... .

4)   Esse poema é um exemplo da habilidade do poeta em tecer a metapoema. O que significa?

Significa escrever um poema sobre poema, poema como entendimento do mundo, o mundo como pratica do poema.

terça-feira, 24 de novembro de 2020

ARTIGO DE OPINIÃO: SETENTA ANOS, POR QUE NÃO? LYA LUFT - COM GABARITO

 Setenta anos, por que não?

 Lya Luft

"Hoje em dia, fazer 70 anos é uma banalidade. Vou reunir filhos e pouquíssimos amigos e fazer aquela festona nos 80"

Acho essa coisa da idade fascinante: tem a ver com o modo como lidamos com a vida. Se a gente a considera uma ladeira que desce a partir da primeira ruga, ou do começo de barriguinha, então viver é de certa forma uma desgraceira que acaba na morte. Desse ponto de vista, a vida passa a ser uma doença crônica de prognóstico sombrio. Nessa festa sem graça, quem fica animado? Quem não se amargura?

O tempo me intriga, como tantas coisas, desde quando eu tinha uns 5 anos. Quando esta coluna for publicada, mais ou menos por aqueles dias, estarei fazendo 70. Primeiro, há meses, pensei numa grande festa, eu que sou avessa a badalações e gosto de grupos bem pequenos. Mas pensei, bem, 70 vale a pena! Aos poucos fui percebendo que hoje em dia fazer 70 anos é uma banalidade. Vou reunir filhos e pouquíssimos amigos e fazer aquela festona nos 80. Ou 90.

Pois se minhas avós eram damas idosas aos 50, sempre de livro na mão lendo na poltrona junto à janela, com vestidos discretíssimos, pretos de florzinha branca (ou, em horas mais festivas, minúsculas flores ou bolinhas coloridas), hoje aos 70 estamos fazendo projetos, viajando (pode ser simplesmente à cidade vizinha para visitar uma amiga), indo ao teatro e ao cinema, indo a restaurante (pode ser o de quilo, ali na esquina), eventualmente namorando ou casando de novo. Ou dando risada à toa com os netos, e fazendo uma excursão com os filhos. Tudo isso sem esquecer a universidade, ou aprender a ler, ou visitar pela primeira vez uma galeria de arte, ou comer sorvete na calçada batendo papo com alguma nova amiga.

Outro dia minha neta de quase 10 anos me disse: "Você é a pessoa mais divertida que conheço, é a única avó do mundo que sai para comprar mamão e volta com um buldogue". Era verdade. Se sou tão divertida não sei, mas gosto que me vejam não como a chata que se queixa, reclama e cobra, mas como aquela que de verdade vai comprar a fruta de que o marido mais gosta, anda com vontade de ter de novo um cachorro e entra na loja quase ao lado do mercado. Por um acaso singular, pois não são cachorros muito comuns, ali há um filhotinho de buldogue inglês que voltou comigo para casa em lugar da fruta. Foi batizada de Emily e virou mais uma alegria.

E por que não? Por que a passagem do tempo deveria nos tornar mais rígidas, mais chatas, mais queixosas, mais intolerantes, espantalhos dos afetos e da alegria? "Why be normal?", dizia o adesivo que amigos meus mandaram fazer há muitos anos para colocarmos em nossos carros só pela diversão, pois no fundo não queria dizer nada além disso: em nossas vidas atribuladas, cheias de compromissos, trabalho, pouco dinheiro, cada um com seus ônus e bônus, a gente podia cometer essa transgressão tão inocente e engraçada, de ter aquele adesivo no carro.

Não precisamos ser tão incrivelmente sérios, cobrar tanto de nós, dos outros e da vida, críticos o tempo todo, vendo só o lado mais feio do mundo. Das pessoas. Da própria família. Dos amigos. Se formos os eternos acusadores, acabaremos com um gosto amargo na boca: o amargor de nossas próprias palavras e sentimentos. Se não soubermos rir, se tivermos desaprendido como dar uma boa risada, ficaremos com a cara hirta das máscaras das cirurgias exageradas, dos remendos e intervenções para manter ou recuperar a "beleza". A alma tem suas dores, e para se curar necessita de projetos e afetos. Precisa acreditar em alguma coisa.

O projeto pode ser comprar um vaso de flor e botar na janela ou na mesa, para contemplarmos beleza. Pode ser o telefonema para o velho amigo enfermo. Pode ser a reconciliação com o filho que nos magoou, ou com o pai que relegamos, quando não nos podia mais sustentar. O afeto pode incluir uma pequena buldogue chamada Emily, para alegrar ainda mais a casa, as pessoas, sobretudo as crianças, que estão sempre por aqui, o maior presente de uma vida de apenas 70 anos.

 Fonte:http://www.udemo.org.br/Leituras/Leituras_242.htm

Fonte da imagem:https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fm.folha.uol.com.br%2Filustrada%2F2017%2F09%2F1921164-colecao-traz-perdas--ganhos-sucesso-editorial-da-gaucha-lya-luft.shtml&psig=AOvVaw11YjWXPUbX9V1FDO9wbGqg&ust=1606318335783000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCMDO5KTAm-0CFQAAAAAdAAAAABAD

Questões

          1)   Quais são os pontos chaves que são abordados nesse artigo?

·        A banalidade de fazer setenta anos.

·        O modo como lidamos com a vida.

·        Vivemos mais do que nossos antepassados.

·        Manter o bom humor, a alegria de viver.

·        Se formos eternos acusadores, acabaremos com amargor em nossas próprias palavras e sentimentos.

·        Precisamos ter projetos sempre.


2)   As aspas empregadas em “dos remendos e intervenções para manter ou recuperar a “beleza”, permitem a leitura de uma crítica à ideia de que:

          a)     Cada idade tem sua beleza própria.

         b)    A beleza só está associada à juventude.

         c)     A beleza interior deve valer mais do que a exterior.

         d)    O conceito de beleza é subjetivo, bastante relativo.

        e)     Trabalhando a mente, o corpo fica belo.

 3)   Qual a finalidade desse artigo?

             A autora nos fala da banalidade de se fazer setenta anos, uma vez que, nas últimas décadas, a expectativa de vida aumentou significativamente em todo o mundo.

          4)   Qual a posição defendida pela autora, nesse texto?

            Que devemos ter sempre projetos, pois eles nós irá impulsionar a olhar para frente, mesmo que seja pequeno, e também manter o bom humor sempre.

        5)   Cite pelo menos dois argumentos utilizados pela autora para defender sua posição.

·        Que não iria fazer festa aos setenta anos, pois fazer setenta anos é uma banalidade, e sim fazer uma festona aos oitenta anos.

·        Que essa coisa de idade é fascinante: tem a ver com o modo como lidamos com a vida. Sempre nosso olhar otimista ou pessimista.

6)   Qual argumento mais convincente, na sua opinião, que o autor utiliza?

                    Resposta pessoal.

             7)   A questão discutida é mesmo controversa e de relevância social?

                 Sim, porque a autora aborda um tema tão relevante de forma sutil e leve.

               Já que hoje, graças aos avanços da medicina moderna e também das iniciativas na área de saúde pública, nos ajudam a viver mais do que nunca.

           A controversa é que a sociedade ainda não tem esse olhar para as pessoas com mais de sessenta anos, imagine setenta.