Música(ATIVIDADES): Feito Pra Acabar
Marcelo Jeneci
Quem me diz
Da estrada que não cabe onde termina
Da luz que cega quando te ilumina
Da pergunta que emudece o coração
Quantas são
As dores e alegrias de uma vida
Jogadas na explosão de tanta vida
Vezes tudo que não cabe no querer
Vai saber
Se olhando bem no rosto do impossível
O véu, o vento o alvo invisível
Se desvenda o que nos une ainda assim
A gente é feito pra acabar
A gente é feito pra dizer que sim
A gente é feito pra caber no mar
E isso nunca vai ter fim.
Composição: Marcelo Jeneci / José Miguel Wisnik / Paulo Neves. Int.:
Marcelo Jeneci. In: JENECI, Marcelo. Feito pra acabar. Rio de Janeiro: Som
Livre, 2010. Faiaxa 13.
Fonte: Língua
Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem.
Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição.
São Paulo, 2016. p. 87.
Entendendo a música:
01 – Analisando a letra dessa
canção, constatamos que ela apresenta uma estrutura paralelística. Extraia do texto
exemplos de paralelismo, tanto em relação à forma quanto em relação ao
conteúdo.
As três primeiras
estrofes são estruturadas de maneira semelhante, iniciando por versos curtos
(forma), que sugerem um questionamento sobre a experiência humana (conteúdo).
No último quarteto, repete-se a estrutura “A gente é feito pra” (forma), e ele
é construído a partir de constatações sobre a condição humana (conteúdo).
02 – No primeiro quarteto, o
eu lírico propõe reflexões sobre a vida. discuta com seus colegas e traduza
algumas dessas reflexões. Atente para as metáforas presentes nos versos:
estrada, luz, pergunta e coração.
Resposta pessoal
do aluno. Sugestões: “estrada” como metáfora do percurso de uma vida, o qual,
muitas vezes, é tão intenso que parece não caber numa só existência; “luz” como
metáfora da intensidade, do desejo que, quando surge, pode cegar.
03 – O segundo quarteto é
estruturado a partir de duas figuras de linguagem, a hipérbole (exagero na
expressão) e a antítese (associação de ideias contrárias).
a) Explique como elas foram construídas na estrofe.
A hipérbole é construída a partir da ideia de que as dores e
alegrias que marcam a existência humana, quando multiplicadas pelas muitas
vidas que existem, são infinitas. A antítese se constrói a partir da oposição
entre “dores” e “alegrias”.
b) Qual o efeito expressivo dessas figuras de linguagem no texto em estudo?
Utilizando uma hipérbole, o eu lírico mostra que são infinitas as
dores e alegrias que caracterizam a existência de todo e qualquer ser humano. A
antítese serve para sugerir que não existe vida humana em que predomine
exclusivamente a dor ou a alegria. a experiência humana é ampla e nela cabem
dores e delícias, vida e morte, amor e ódio, etc.
04 – O que o eu lírico
“desvenda”? Se necessário, releia a terceira e a quarta estrofes.
O eu lírico
“desvenda” que a vida é finita e que se morre, mas afirma que é necessário
viver com intensidade e não se furtar às experiências, além de defender que é
preciso reservar espaço para o risco, para a poesia e para o desconhecido.
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