Poema: Moraliza o Poeta nos Ocidentes do Sol a Inconstância dos Bens do Mundo
Gregório de Matos
Nasce o Sol, e não dura mais que
um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
MATOS, Gregório de. In: WISNIK, José Miguel (Sel. E Org.). Poemas
escolhidos de Gregório de Matos. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 336.
Fonte: Língua
Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem.
Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição.
São Paulo, 2016. p. 88-89.
Entendendo o poema:
01 – O poema é construído com
base em antíteses, empregadas para mostrar a transformação de tudo em seu
contrário. O que é tematizado nesse poema?
A inconstância
dos “bens da natureza”.
02 – O eu lírico propõe ao
leitor uma provocativa questão filosófica: como ser feliz em um mundo em que
todas as coisas se acabam, têm fim? O que você responderia a ele?
Resposta pessoal
do aluno.
03 – Explique o paradoxo que
fecha o poema “A firmeza somente na inconstância”.
A única certeza
possível é de que tudo é inconstante.
04 – Qual é a reflexão central
do poema "Moraliza o Poeta nos Ocidentes do Sol a Inconstância dos Bens do
Mundo" de Gregório de Matos?
O poema reflete
sobre a transitoriedade e instabilidade dos bens e prazeres mundanos,
questionando por que a beleza, a luz e a alegria são efêmeras e inconsistentes.
05 – Como o poeta caracteriza
a natureza passageira dos elementos como o Sol, a Luz, a formosura e a alegria?
O poeta descreve
esses elementos como efêmeros e sujeitos à constante mudança, sugerindo que sua
beleza e alegria são seguidas inevitavelmente por sombras e tristezas.
06 – Qual é a ironia expressa
pelo poeta ao abordar a natureza fugaz da beleza e da alegria?
O poeta ironiza a
brevidade da beleza e da alegria ao questionar por que essas qualidades existem
se são tão transitórias, destacando a contradição entre sua atratividade e sua
falta de permanência.
07 – Como o poema relaciona a
inconstância dos bens do mundo com a experiência humana?
O poema conecta a
inconstância dos elementos naturais com a condição humana, sugerindo que a vida
é marcada pela transitoriedade e pela falta de estabilidade nos prazeres e
conquistas terrenas.
08 – Qual é a mensagem moral
implícita na reflexão do poeta sobre a instabilidade dos bens materiais e
emocionais?
A mensagem moral
é que os seres humanos devem aceitar a impermanência dos prazeres mundanos e
buscar uma compreensão mais profunda da existência para encontrar uma
verdadeira estabilidade além das mudanças passageiras do mundo.
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