Texto: Índio com diploma não é mais
índio?
Algumas pessoas ainda acham estranho um
índio ter bacharelado, mestrado e doutorado, mas muitos deles já são formados
em áreas como história, direito, ciências sociais, engenharia, pedagogia e
outras. A maioria dos que conseguiram essa formação não tiveram ajuda do
governo para tal, e continuam não tendo. Os estudantes indígenas às vezes
passam por dificuldade nas cidades, mas por compromisso com suas comunidades
insistem em adquirir ferramentas científicas e tecnológicas. Isso os permite
discutir de igual para igual com os governos um planejamento de políticas
públicas indígenas condizentes com a realidade. Mas por que tanta dificuldade
para ajudar um pequeno número de indígenas a concluir os estudos? Índio não
precisa estudar?
Há 20 anos, o governo militar achava
que lugar de índio era só na aldeia e queria mandar os estudantes indígenas de
Brasília de volta para casa. Na época, os alunos adotaram uma frase de
protesto: "Posso ser o que você é sem deixar de ser o que sou!".
Contudo, a visão de que o índio que sai da aldeia abandona a própria cultura
ainda persiste como preconceito. Ele não pode ter diploma e continuar sendo
índio?
As escolas indígenas têm várias faces
hoje. Podem ser mera imposição de modelos educacionais ou podem adotar métodos
que não desprezam o pluralismo e a identidade cultural dos povos. Por isso é
preciso fazer uma distinção entre educação indígena e a educação escolar
indígena.
A educação indígena é o processo com
que cada povo transmite conhecimento (em língua nativa) para garantir a
sobrevivência e a reprodução cultural. Não é uma educação dentro de quatro
paredes como todos estão acostumados, mas uma educação cotidiana. Quando um pai
indígena leva o filho para caçar ou coletar material de artesanato, a criança
passa por um processo de transmissão cultural de valores, história e crenças.
Já a educação escolar indígena deve congregar tanto o conhecimento tradicional
dos povos quanto a cultura técnica e científica da sociedade brasileira como um
todo. Um choque entre as educações escolar e indígena se deu por conta da
existência de concepções de mundo diferentes.
A educação escolar seguia modelos
dominantes, num incentivo à acumulação de bens, à competição e ao
individualismo, contrária aos processos pedagógicos dos povos indígenas, que
enfatizam diferentes formas de organização social. Mas a educação escolar
indígena deve servir como um instrumento a serviço da autonomia de cada povo,
que deve decidir o que é uma escola verdadeiramente indígena.
É difícil para o Ministério da Educação
integrar ações de ensino indígena nos três níveis de aprendizado. Se a educação
escolar indígena ainda é capenga, imagine a superior. Existem algumas poucas
experiências em universidades com licenciaturas específicas para atender à
demanda de estudantes indígenas por cursos superiores. Mas será que estes
cursos podem ajudar a solucionar os problemas enfrentados pelos povos no
cotidiano?
Como os índios têm dificuldades para
ingressar em universidades públicas, eles estão buscando o ensino particular, e
a Funai não dispõe de verba para atender à demanda. Só um sistema integrado de
educação escolar indígena, desde a educação básica até a superior, poderá garantir
os princípios da especificidade, diferenciação e autonomia, que respeite a
diversidade cultural, linguística e as pedagogias próprias dos povos indígenas.
Jorge Terena.
Entendendo o texto:
01 – No texto, o autor
defende o ponto de vista de que o índio deve ter acesso a uma formação
especializada.
a)
O que você pensa a respeito desse assunto?
Justifique.
Eu acho que o índio tem direito de estudar, porque isso permite
discutir de igual para igual com os governantes.
b)
Quem é o autor e que lugar ocupa na
sociedade?
Jorge Terena, Sociólogo, integrante do povo Terena, e consultor etno
ambiental da COIAB
c)
Tomando como base o veículo de publicação, a
que tipo de leitor o texto é dirigido?
Aos leitores da Revista Galileu.
d)
Que
posição o autor assume ao imprimir as ideias apresentadas no texto?
Que ele é a favor que os índios estudem, façam curso superior.
02 – Para expressar o seu
ponto de vista, o autor constrói o seu texto estruturando-o em sete parágrafos.
a)
Por que ele intitula o texto com uma
pergunta?
Para levar o leitor a refletir sobre o assunto.
b)
Observe que, além do questionamento que
aparece no título, existem outros dentro do texto. Que efeito é pretendido com
o uso desse recurso linguístico?
Para reflexão do leitor.
c)
Quem responde a essas perguntas? Onde é
possível encontrar as respostas para elas?
O próprio autor; no texto.
03 – No primeiro parágrafo,
o autor expõe a tese principal.
a)
O que ele defende?
Um diploma de curso superior para os índios.
b)
Você concorda ou discorda do ponto de vista
defendido pelo autor?
“Posso ser o que você é sem deixar de ser o que sou”.
04 – No desenvolvimento do
texto, o pensamento da sociedade de que o índio não precisa estudar é de ordem
histórica.
a)
Segundo o texto, que argumento é empregado
para justificar tal pensamento?
“Que o governo militar achava que lugar de índio era só na aldeia.”
b)
Que frase funciona como um contra-argumento a
essa forma de pensar?
“Posso ser o que você é sem deixar de ser o que sou.”
c)
Como você explica essa frase?
Que o índio pode estudar, sem deixar de ser índio, sem esquecer sua
cultura, seus costumes.
05 – Ainda no
desenvolvimento do texto, o terceiro, quarto e quinto parágrafos apresentam
diferenças entre educação indígena e a educação escolar tradicional.
a)
A educação indígena valoriza o cotidiano, as
histórias e as crenças da comunidade. O que a educação escolar, segundo o
texto, valoriza?
Um incentivo a acumulação de bens, à competição e ao individualismo,
contrário aos processos pedagógicos dos povos indígenas que enfatizam
diferentes formas de organização social.
b)
Ao estabelecer essa comparação entre os dois
tipos de educação, o que o autor quer enfatizar.
Que a educação escolar indígena deve servir como um instrumento a
serviço da autonomia de cada povo, que deve decidir o que é uma escola
verdadeiramente indígena.
06 – Levando em conta a
sociedade em que vivemos e as exigências do mercado de trabalho, estabeleça
hipóteses que justifiquem o fato de o índio necessitar de uma educação escolar
indígena.
Para ele poder
discutir de igual para igual com os governos um planejamento de políticas
indígenas condizente com a realidade.
07 – No último parágrafo do
texto, o autor propõe uma solução para o problema exposto na introdução.
a)
O que ele propõe?
Um sistema integrado de educação escolar indígena, desde a educação
básica até a superior, garantindo os princípios da especificidade,
diferenciação e autonomia, que respeite a diversidade cultural, linguística e
as pedagogias próprias dos povos indígenas.
b)
Na sua opinião essa proposta é viável ou
inviável para a realidade educacional brasileira? Justifique.
Inviável. Porque o governo não está conseguindo manter a educação do
país com um bom nível de aprendizagem. Criar uma escola dessa maneira para os
índios é um sonho.
Obrigada
ResponderExcluirEu presisava muito saber disso
ResponderExcluirEsse é o minha lisão de cas da escola : loja maçonica perfeita união 2 professora : Patrícia aluna : laura Aragão de Andrade
ResponderExcluirOi
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