Filme(ATIVIDADES): A MULHER INVISÍVEL
Criador(es): Claudio Torres
Elenco: Selton
Mello, Luana
Piovani, Vladimir
Brichta mais
Nacionalidade Brasil
SINOPSE
E DETALHES
Pedro (Selton Mello) ainda acredita no
conceito do casamento, enquanto que Carlos (Vladimir Brichta) não aceita a
possibilidade de que um homem passe toda sua vida ao lado da mesma mulher. Os
dois são colegas de trabalho em uma sala de controle de tráfego da prefeitura,
onde podem bisbilhotar à vontade a vida das pessoas. Um dia Carlos fica
preocupado com o amigo, devido ao estado depressivo dele ao ser abandonado por
sua esposa, Marina (Maria Luísa Mendonça). O mesmo acontece com Vitória (Maria
Manoella), vizinha de Pedro, que testemunha silenciosamente seu drama através
de um buraco na parede. Até que subitamente alguém bate na porta de Pedro.
Trata-se de Amanda (Luana Piovani), sua nova vizinha, que veio apenas lhe pedir
açúcar. Com um jeito inocente e ao mesmo tempo sedutor, ela muda a vida de
Pedro. Só que tem um problema: Amanda é invisível, sendo que apenas aqueles que
a desejam muito consegue enxergá-la.
Resenha
I:
Mulher perfeita vira pesadelo em "A Mulher Invisível"
Comédia traz Luana Piovani no papel da
vizinha de um homem (Selton Mello), que leva o fora de sua mulher
O gênero comédia costuma ser um terreno
movediço. "A Mulher Invisível", que estreia no país nessa
sexta-feira, é uma prova disso. O diretor e roteirista Claudio Torres
("Redentor", "A Mulher do Meu Amigo") deve achar seu filme
engraçado, mas "A Mulher Invisível", protagonizado por Selton Mello ("Meu
Nome Não é Johnny") e Maria Manoella ("Crime Delicado"), com
Luana Piovanni ("O Casamento de Romeu e Julieta") e Vladmir Brichta
("Fica Comigo Esta Noite") nos papéis de coadjuvantes, mais parece um
piloto para sitcom, como boa parte da produção cômica nacional que chega
aos cinemas.
Torres estreou na direção de longas em
2004 com a comédia de humor negro "Redentor". O filme, uma sátira ao
Brasil do vale-tudo, tinha um humor ácido, um visual apurado e uma boa pegada
crítica. No ano passado, ele lançou "A Mulher do Meu Amigo", uma
comédia de erros, cujo maior equívoco foi existir. Partindo de um roteiro
assinado por ele mesmo (contando com a colaboração da escritora Adriana Falcão,
da atriz Maria Luiza Mendonça e do roteirista Claudio Paiva), Torres tenta
fazer comédia a partir da fantasia. Pedro (Mello) leva um fora de sua mulher
(Maria Luiza, numa pequena participação) e inventa uma "mulher
ideal", Amanda (Luana), que só existe em sua imaginação.
O primeiro ato do filme é o
relacionamento de sonho entre Pedro e Amanda. Seu melhor amigo (Brichta) começa
a desconfiar que ela não exista, o que, mais tarde, leva Pedro a também
questionar a existência da moça. Mas, na verdade, o filme não é sobre ele, nem
sobre ela. A verdadeira mulher invisível do título é Vitória (Maria Manoella).
Vizinha apaixonada por Pedro, Vitória,
que ficou viúva recentemente, há tempos ouve as conversas dele através da
parede. Mas Pedro nunca a notou, seja no elevador ou no corredor do prédio. É
como se ela não existisse.
Se "A Mulher Invisível" se
assumisse como um filme sobre Vitória, talvez tivesse mais a oferecer e
explorar, até porque ela é a personagem mais interessante e Maria Manoella, a
atriz mais talentosa em cena.
Numa das primeiras cenas, a música
"A Woman Left Lonely", na voz de Janis Joplin, ilustra bem o estado
emocional de Vitória, mas sua exaustiva repetição é sinal de que as ideias já
se esgotaram. Vitória é aquela mulher solitária e tímida que tenta conquistar o
vizinho, mas, quando finalmente toma coragem, ele já enlouqueceu, tentando se
livrar da figura de Amanda, mesmo que ela só exista em sua cabeça.
Selton Mello parece atuar no piloto
automático, sem o carisma que mostrou em produções como "O Auto da
Compadecida", desempenhando um tipo que poderia ser engraçado, ou
minimamente simpático, mas que acaba sendo irritante com tanta neurose.
Luana, que confunde comédia com histeria (a personagem fica berrando boa parte do filme), se acomoda na sua persona de mulher sensual e acredita que isso basta para compor um personagem. O filme ganha quando ela sai de cena e a personagem Vitória cresce.
Luana, que confunde comédia com histeria (a personagem fica berrando boa parte do filme), se acomoda na sua persona de mulher sensual e acredita que isso basta para compor um personagem. O filme ganha quando ela sai de cena e a personagem Vitória cresce.
Responsável por filmes tão diferentes
quando "2 Filhos de Francisco" (2005), "Eu, Tu, Eles"
(2000) e "Xuxa em Sonho de Menina" (2007), a produtora Conspiração
imprime em "A Mulher Invisível" seu selo de qualidade técnica, o que
acaba sendo pouco, diante do conteúdo irregular do longa.
(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)
OLIVEIRA, Alysson.
Mulher perfeita vira pesadelo em "A Mulher Invisível".
O Estado de S. Paulo,
4 jun. 2009.
Resenha
II: A mulher invisível
Se Clube da
Luta fosse uma comédia romântica ele seria A Mulher Invisível. Ok,
esta comparação pode ser exagerada (muito exagerada, talvez), mas é também
um belo elogio a esta produção nacional, a qual, surpreendentemente, conquistou
minha simpatia.
No filme escrito, produzido e dirigido
por Claudio Torres (do bacana Redentor), acompanhamos Pedro (Selton Mello), um
romântico fervoroso que entra em depressão após ser abandonado pela esposa. Sua
sorte muda quando Amanda (Luana Piovani), a mulher mais espetacular do mundo,
bate à sua porta: ela é deliciosa, inteligente, gosta de futebol, não tem
ciúmes e transa feito uma deusa. O único defeito da moçoila é não existir.
Eu costumo torcer o nariz para filmes
"made-by-Globo": produções (em sua maioria, comédias) que trazem os
vícios estéticos da tevê para a tela grande. Em A Mulher
Invisível não é diferente: os closes em excesso estão lá, a
direção de arte é típica das séries globais e o uso do espaço em cena é pouco
aproveitado. Em contrapartida, o diretor Claudio Torres utiliza a trilha sonora
de forma muito interessante, abusando da percussão e de sons lúdicos,
conferindo à produção um clima de fantasia, o que faz toda a diferença para
abraçarmos a história.
No entanto, o grande destaque do filme
não é nenhuma técnica ou recurso visual. É gente. É Selton Mello. O talentoso
ator, que sempre mostrou dom para a comédia (vide O Auto da
Compadecida, Os Aspones), faz um Pedro hilário, que abusa da expressão
corporal para arrancar risos da plateia, como na sequência em que Carlos (o
ótimo Vladimir Brichta), seu melhor amigo, o segue até descobrir que Amanda não
existe. Outro destaque do elenco é Fernanda Torres que, em participação
especial, rouba a cena sempre que aparece.
No fim das contas, talvez o que mais me
incomode em A Mulher Invisível seja seu roteiro, que perde força no
terceiro ato, prolongando as – muitas – reviravoltas a ponto de causar
impaciência no espectador. Se fosse mais curto, marcaria um golaço (nas duas
vezes em que o vi, achei que deveria acabar na cena da banheira; preste
atenção). Ainda assim, é uma comédia nacional acima da média, com bom elenco,
despretensiosa, romântica e divertidíssima.
RESENHA: A mulher
invisível. 19 maio 2009. Disponível em: <http://holyjunk.wordpress. com /2009/05/19/resenha-a-mulher-invisivel/>.
Acesso em: 23 set. 2012.
Entendendo a resenha:
01 – As questões seguintes
referem-se ao texto I:
a) A resenha apresenta como
premissa a ideia de que "o gênero comédia costuma ser um terreno
movediço". Essa imagem foi usada para defender o filme ou levantar
problemas nele identificados? Explique com exemplos.
Essa imagem foi usada
para levantar problemas identificados no filme. As comédias românticas já
comporiam um gênero difícil e o diretor não teria conseguido ser a exceção à
regra, como fica claro já no primeiro parágrafo, quando o resenhista afirma que
o filme mais parece "um piloto para sitcom", ou seja, um projeto de
uma série de comédia de televisão, não um filme para cinema.
b) O autor apresenta uma
condição para o filme fugir aos clichês e ganhar em qualidade. Qual seria essa
condição?
A condição seria
o filme explorar mais a personagem Vitória e menos Amanda, a tal mulher
invisível.
c) Que argumentos sustentam
essa opinião do autor?
O fato de ele
considerar que Vitória é a personagem mais interessante e Maria Manoella, a
atriz que encarna a personagem, a atriz mais talentosa do filme.
02 – O gênero resenha
apresenta uma mescla de informação e argumentação. Identifique nas duas
resenhas os parágrafos em que são apresentadas as informações básicas sobre o
filme.
Na resenha 1, o primeiro parágrafo já
apresenta as informações sobre o filme, enquanto, na resenha 2, as informações
básicas sobre o filme aparecem no segundo parágrafo.
03 – Quais os pontos
positivos e negativos do filme apontados nas resenhas 1 e 2?
Pontos
positivos: o personagem Vitória é bem construído, a produtora Conspiração
imprime seu selo de qualidade técnica ao filme (resenha 1); destacam-se o uso
interessante da trilha sonora e a atuação de Selton Mello (resenha 2).
Pontos
negativos: o filme mais parece um piloto de sitcom (série de comédia
americana) e as atuações de Selton Mello e Luana Piovani são ruins; o filme não
explora como deveria a personagem Vitória, vivida por Maria Manoella (resenha
1); o roteiro é longo, há doses em excesso, a direção de arte é típica das
séries globais e o espaço em cena é pouco aproveitado (resenha 2).
04 – Releia o último
parágrafo das resenhas e deduza: o que cada resenhista indica para o seu
leitor?
O resenhista 1
encerra seu texto afirmando que o filme tem um conteúdo irregular e apresenta
falhas. Assim, caso o leitor assista a ele, saberá que se trata de um filme com
problemas, segundo seu ponto de vista. Já o resenhista 2 não indica
explicitamente ao leitor que assista ao filme, mas, ao elogiar as qualidades
que atribui a ele, faz isso indiretamente.
05 – Reconheça, na lista a
seguir, as afirmações corretas sobre a linguagem usada nas resenhas
lidas.
a) Apenas a resenha 1 faz
uso das normas urbanas de prestígio da língua portuguesa.
b) As duas
resenhas fazem uso das normas urbanas de prestígio da língua portuguesa.
c) As expressões
"sitcom" e "ok" atestam que as resenhas empregam
um registro coloquial de linguagem.
d) A linguagem nas duas
resenhas restringe o público leitor aos jovens, visto que usa expressões
coloquiais.
e) As duas
resenhas usam linguagem adequada à circulação ampla, podendo ser lidas por
diversos públicos, atingindo um grande número de leitores.
06 – Você já assistiu ao
filme A mulher invisível? Se já assistiu a ele, qual das duas resenhas você
acredita ser a que melhor representa suas impressões sobre o filme? Justifique
sua resposta.
O importante, na
resposta, é a justificativa apresentada.
07 – Se não assistiu ao
filme, as resenhas apresentaram motivos para convencê-Io a assistir ao filme ou
para fazê-lo desistir de assistir a ele? Justifique sua resposta.
O importante, na
resposta, é a justificativa apresentada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário