domingo, 31 de outubro de 2021

TIRINHA: CALVIN DIA LINDO - BILL WATTERSON - ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL - COM GABARITO

 Tirinha: Calvin dia lindo

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 WATTERSON, Bill. Os dias estão simplesmente lotados. 2. Ed. São Paulo: Best News, 1995, p. 26. V. 2.

Fonte: Língua Portuguesa – Programa mais MT – Ensino fundamental anos finais – 9° ano – Moderna – Thaís Ginícolo Cabral. p. 247.

Entendendo a tirinha:

01 – O telefonema de Calvin ao pai tem um objetivo. Qual é?

      O objetivo de Calvin, é mostrar ao pai que sua vida é mais livre e prazerosa enquanto a do pai é de responsabilidade.

02 – Qual a visão de Calvin sobre a maioridade?

      Para Calvin, a maioridade significa trabalhar num escritório fechado, com muitas responsabilidades, sem poder aproveitar o dia ensolarado de verão, por exemplo.

03 – Que frase de Calvin resume sua visão sobre a maioridade.

      A infância serve para estragar a maioridade.

04 – Transcreva a oração subordinada adverbial final presente na fala de Calvin no último quadrinho.

      A oração subordinada é: “[...] para estragar a maioridade”.

05 – Com base na resposta da alternativa anterior essa oração é reduzida ou desenvolvida? Justifique sua resposta.

      Essa oração é reduzida, pois apresenta verbo no infinitivo e não é introduzida por conjunção.

06 – Identifique no último quadrinho a oração principal.

      A oração principal nesse período é: “A infância serve”.

TIRINHA: CALVIN MATEMÁTICA - BILL WATTERSON - CONJUNÇÃO SUBORDINADA SE - COM GABARITO

 Tirinha: Calvin matemática



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WATTERSON, Bill. O melhor de Calvin. O Estado de São Paulo, São Paulo, 25 out. 2018. Caderno 2, p. D4.

Fonte: Língua Portuguesa – Programa mais MT – Ensino fundamental anos finais – 9° ano – Moderna – Thaís Ginícolo Cabral. p. 242-3.

Entendendo a tirinha:

01 – Nessa tirinha, Calvin apresenta vários argumentos para explicar a Haroldo por que não vai fazer seu dever de Matemática. Escreva-os com suas palavras.

      Porque trata da luta mortal entre números, do fim do suspense e do mistério.

02 – Que motivo, de fato, leva Calvin a desenvolver toda essa argumentação?

      Calvin não quer ou não sabe resolver os problemas de Matemática.

03 – No terceiro quadrinho, que relação se estabelece entre as duas orações do período “Se eu resolver esse problema acabo com o suspense.”; causa e consequência, tempo ou condição? Justifique sua resposta.

      A relação é de condição: o suspense terminaria com uma condição, a resolução do problema.

04 – Por que você acha que Haroldo faz um Comentário, no último quadrinho, sobre o aspecto literário da Matemática?

      A resposta deve levar em conta os argumentos de Calvin, que transforma tudo numa narrativa com suspense: luta mortal, fatos instigantes, apreciação do mistério.

05 – Retome a frase da alternativa 3. Reescreva todo o período substituindo a conjunção subordinativa se, pela conjunção caso.

      “Caso eu resolva este problema, acabo com o suspense”. Ou, ainda, “Acabo com o suspense, caso resolva este problema.” Importante notar que com a conjunção caso o verbo da subordinada é empregado no modo subjuntivo.

 

 

TEXTO INFORMATIVO: ENSINAR PROGRAMAÇÃO É A NOVA ALFABETIZAÇÃO - CAMILA ACHUTTI - COM GABARITO

 Texto: Ensinar programação é a nova alfabetização

            Camila Achutti


  Eu queria começar... refletindo com vocês: Quando que a gente decidiu aprender a ler e escrever? Existiu algum momento em que os nossos pais foram chamados na escola e perguntaram pra eles se tudo bem, se eles transformassem radicalmente o cérebro dessas crianças para desenvolverem grafomotricidade? Outra boa pergunta seria... a gente lá, bem pequenininha com três anos: “Oi fofura! Então, a gente vai mudar um pouco seu cérebro, tá? A gente vai colocar uma área nova que a gente vai apelidar de caixa de correio para você poder salvar todas as letras que você vai aprendendo, tá bom? Mas só tem mais um detalhezinho: vai ser do meu jeito, no meu tempo, tudo bem? Mas pode ficar tranquilo porque a gente é bem bom nisso.

        Não, pessoal, essas perguntas não acontecem. E, quando eu falo assim, elas soam absurdas.

        Imagina, ninguém mais questiona a necessidade da gente aprender a ler e escrever. Apesar disso não ser um processo nem um pouco natural. Aliás, ele não é nem um pouco simples. A gente tem todo um processo. A gente tem que começar se familiarizando, como que a gente segura no lápis? Eu, por exemplo, decidi segurar com a mão esquerda, outros com a mão direita. Aí a gente começa a passar por cima de linhas pontilhadas. Aí a gente reconhece letra, junta em palavra, faz sentença, começa a complicar, vira texto, aí vira uns textos muito grandes, vira uns livros, certo? Não é fácil, pessoal! E a gente tem que passar por todo esse processo, porque o nosso cérebro não nasceu preparado pra isso, diferente da linguagem oral, certo?

        A gente tem que passar por uma reciclagem neural, olha que nome bonito, onde vastas áreas do nosso cérebro passam a desempenhar funções que elas não foram criadas para isso. Só que a gente acha isso tão, mas tão importante, que a gente desenvolveu área de pesquisa, cartilha, método, livro, professores especialistas em alfabetizar crianças. A gente de fato manda muito bem. Só que agora eu queria que vocês pensassem comigo, que, apesar de a nossa taxa de analfabetização ter caído muito desde a época dos escribas, a gente está revivendo essa época. Só que agora eles são digitais. Alguns poucos dominam como conversar muito bem com as máquinas, conseguem se valer disso, e têm sucesso. Enquanto outros tantos, eles são meros usuários.

        Usuários que estão sendo programados, usuários que estão só usando o que é imposto no trabalho ou pela sociedade. A gente precisa se dedicar para a alfabetização digital, assim como a gente se dedicou para a alfabetização tradicional. E essa discussão não é nem um pouco nova, aliás é uma das mais velhas, que é: “O que é que a gente tem que ensinar na escola?”. Na Roma antiga, a gente decidiu que a gente precisava de sete artes liberais. Que na época eram ciências, mas pra gente é tudo a mesma coisa. A gente decidiu que tinha que ter gramática, tinha que ter retórica, tinha que ter dialética, tinha que ter música, astronomia... É importante, afinal, pra humanidade continuar se desenvolvendo; a gente precisava daquilo. Aí vem a Renascença, séculos XV e XVI, a gente colocou algumas outras matérias.

        A gente começou a ensinar as crianças a soletrar, mas a gente evoluiu mesmo nessa época em como ensinar as coisas. A gente inventou a pedagogia didática foi bem nessa época. Veio o século XVIII, a gente começou a ensinar várias outras coisas... História, geografia, línguas estrangeiras também começaram a fazer sentido, o mundo tinha crescido. Mas a nossa surpresa veio nos séculos XIX e XX. Aí deslanchou, pessoal, tudo se acelerou! A gente avançou muito, muito mesmo, em arte, ciência e tecnologia, a gente estava manjando de tudo. Só que aí a gente teve que industrializar... Inclusive a escola, a gente fez uma escola de massa, e colocou uns 40, 50 alunos por turma, colocou cada matéria na sua caixinha, cada professor superespecializado naquilo, ele era um mestre, certo?

        Ele tinha que ser o mestre, eu precisava saber tudo, eu precisava saber biologia, história, geografia... Como que eu ia suportar todo o desenvolvimento que a gente teve? A gente... inclusive uma parte que eu adoro, que a gente inventou, que foi a avaliação. A gente agora tinha avaliação matemática. Era ponto. Só que era totalmente baseado na subjetividade de uma pessoa só. O mestre, certo, pessoal? Só que eu tenho uma notícia, e ela não é fácil... nada disso faz sentido no século XXI... E aí? Eu vou dar um exemplo bem simples, só que é do meu trauma de biologia. Decorar: em qual filo e classe estão os animais e as plantas?

        Faz sentido? Fazia, porque vai que eu estava no meio da floresta, eu tinha que decidir se eu comia a frutinha rosa ou se eu cor ria do bichinho peludo. Beleza, eu tinha que identificar algumas características, pôr numa caixinha e falar: Humm, esse aí come carne vou correr! Agora, pessoal, qualquer criança de 10 anos, com smartphone, tira uma foto, procura no Google, voilà... Sabe até como o bicho se reproduz, bem rápido, certo, pessoal? O que importa agora, no século XXI, no século da internet, no século do smartphone, do software, o que importa é a gente saber criar relação, é a gente ser criativo, é a gente ter senso crítico do que tudo isso funciona, de como tudo isso funciona. É isso que importa. Mas a escola, a escola ainda está ensinando pra gente: decoreba.

        Saber como as coisas são feitas muda como a gente usa. Eu garanto pra vocês, pessoal, que se vocês soubessem como a gente salva as senhas de vocês, e todo o trabalho que a gente tem para mantê-las seguras lá, eu garanto que vocês iam pensar umas dez vezes antes de sair criando conta por aí. Só acho. Reflitam, certo? A gente precisa começar a ensinar essa criançada como se valer disso. A gente precisa ensinar a linguagem do século XXI. A gente precisa ensinar nossas crianças a programar. E, olhando assim, vocês vão pensar: “Que fofa, ela vem aqui, critica o sistema inteiro, acha que pode e não vai dar nem um plano?”. Calma, eu tenho um plano.

        Para a gente mudar qualquer situação, a gente precisa de três coisas: Primeiro, uma crítica de como as coisas estão. Segundo, uma visão de como a gente acha que as coisas deveriam ser. E, por último, e mais difícil, uma teoria de mudança... que é a par te mais complicada.

        Primeiro vou começar pela minha crítica, que, na verdade, não é uma só, vocês já perceberam... Mas eu vou resumir ela. A gente não pode continuar acreditando que as nossas crianças, simplesmente porque a gente chama elas de nativos digitais, sabem tudo de tecnologia. Pessoal, saber de tecnologia não é sentar pra almoçar ou jantar e bem rapidinho pegar o tablet e colocar o desenho. Isso não é saber de tecnologia. Nenhuma dessas crianças sabe explicar por que... Como que aquele aplicativo foi feito?

        Elas não têm senso crítico. Eu vou dar um exemplo pra vocês. Quando eu pergunto pra uma criança: O que é dar um share, que é aquele compartilhar no Facebook, para quem não está ligado nas coisas, que é apertar o botão lá. E eu não estou falando isso da boca pra fora, pessoal. Nesses últimos anos, passaram pela minha mão pelo menos 15 mil jovens. De todos os gêneros, idades, origens... E se a gente perguntar pra eles, nativos digitais, que são aqueles que nasceram depois de 2000, o que é dar um share, eles olham pra você: “Nossa, tia, você não sabe que é apertar um botão?”. Nós, imigrantes digitais que estamos aqui – e, apesar dos meus 24 anos e da minha profissão, eu me encaixo nesse grupo –, a gente sabe que dar um share quer dizer muito mais do que isso. Quer dizer que eu estou dando apoio, quer dizer que eu estou endossando aquela opinião.

        Não ter essa leitura crítica, pessoal, é muito perigoso. Bom, depois do meu resumo das minhas 9 milhões de críticas, vamos à minha visão, que é bem simples. A gente precisa colocar programação, pensamento computacional, vida digital no currículo comum de todas as crianças no sistema educacional brasileiro. A gente não pode mais evitar essa discussão.

        Pra acabar, a parte mais difícil, que é a teoria de mudança, e ela já começa enrolada. Porque vamos supor que a gente decidiu aqui que a gente vai ensinar todas as crianças a programar. Quem que vai fazer isso? Quem que vai decidir o conteúdo? A gente não tem mão de obra suficiente, pessoal, para suprir o mercado.

        Que dirá o sistema educacional brasileiro. A gente precisa de uma verdadeira revolução. A gente precisa pegar os nossos professores que já estão lá, que são apaixonados por aquilo, e tirar deles a pressão de ser expert. A gente tem que transformar eles em facilitadores. A gente tem que ajudar eles com material bacana, com treinamento show, a acompanhar a jornada desses jovens. Eles vão aprender como eles podem ficar seguros na internet, eles vão aprender: Como que a gente faz um aplicativo? Com esses mesmos mestres que se sentem inseguros e que acham que programação são letrinhas verdes numa tela preta, que o menino do Vale do Silício aprendeu com cinco anos e aí ele ficou milionário com 18, só com isso. A gente tem que quebrar essas barreiras. E eu queria aproveitar esse momento e os poucos minutos que me faltam pra chamar vocês pra se juntar nessa revolução.

        A gente que está em alguma instância relacionada com o sistema educacional, a gente tem três opções. A primeira, se a gente for parte do sistema, a gente pode gerar alguma mudança, estando no sistema. Por exemplo, se vocês chegarem na sala de aula de vocês e discutirem com seus alunos, plantarem aquela pulguinha de: “Como que nasce um aplicativo, como se faz um aplicativo?”. Hoje tem muita coisa na internet. Vocês já podem fazer essa mudança, e se juntar a esse movimento. Segunda situação possível: vocês podem pressionar o sistema, e aí eu vou dar uma dica ótima! Vai na escola do seu bairro e pergunta se a sala de informática está joia. Provavelmente ela não vai estar. Mas, só pra vocês saberem, isso é lei, pessoal. Todas as escolas têm que ter sala de informática aberta ao público.

        Vocês podem pressionar o sistema. Por último, você pode simplesmente... evitar entrar no sistema e tomar atitudes fora dele, que é o que eu tenho feito, vou confessar. E aí você pode simplesmente sentar com seus filhos e conversar sobre tecnologia e perguntar quais sites ele está acessando. Perguntar se ele tem ideia de como o Facebook funciona. Busquem juntos, aprendam juntos. Bom, era isso que eu tinha pra falar pra vocês. Espero que cada um de vocês continue me ajudando, e ajudando o mundo nessa revolução. O que eu posso garantir pra vocês é que eu vou continuar... tentando, nem que seja convencer uma pessoa de cada vez a fazer essa revolução. Obrigada!

ACHUTTI, Camila. Ensinar programação é a nova alfabetização. TEDxSão Paulo, jun. 2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=zBqPg80l7xA>. Acesso em: 29 abr. 2019.

Fonte: Língua Portuguesa – Programa mais MT – Ensino fundamental anos finais – 9° ano – Moderna – Thaís Ginícolo Cabral. p. 195-204.

Entendendo o texto:

01 – Agora que você leu a transcrição da fala da palestrante Camila Achutti, retome as discussões iniciais que fez com seus colegas: 

a)   Que tipo de linguagem a palestrante empregou: mais formal ou informal? Era a que você havia suposto? Que tom a pesquisadora utiliza para convencer a plateia de que nos dias de hoje deve-se ensinar programação nas escolas?

Resposta pessoal do aluno.

b)   As suas hipóteses quanto às mudanças que devem acontecer no sistema escolar estão de acordo com o que Camila Achutti apresenta no seu discurso?

Resposta pessoal do aluno.

c)   Com base nas afirmações feitas pela palestrante, você acha que as sugestões de mudança são ou não praticáveis?

Resposta pessoal do aluno.

02 – O texto que você leu foi apresentado em uma sessão de TED x São Paulo realizada no Estádio Palestra Itália, em São Paulo. Esse formato de palestras pode ser considerado inovador? Por quê?

      Sim porque se trata de comunicar um assunto em tempo recorde, 18 minutos, de modo criativo, objetivo e persuasivo, com o objetivo de comunicar o essencial com embasamento científico.

03 – Considere o formato da TED em comparação ao do seminário e responda:

a)   Por que as palestras da TED possuem 18 minutos? Faça uma breve pesquisa para descobrir o motivo.

Os idealizadores da TED acreditam que esse seja um tempo médio de concentração possível a um ser humano. Porém, não existem estudos que comprovem essa métrica.

b)   Quais são as dificuldades que você reconhece na preparação de uma apresentação com caráter científico em 18 minutos?

Resposta pessoal do aluno.

c)   Como o formato da TED pode contribuir para aprimorar uma apresentação em seminário?

Ele pode servir como modelo para despertar o interesse da plateia para o tema, além de ser um formato útil para apresentar um tema de forma sintética.

04 – Pergunta retórica é uma interrogação que não tem como objetivo obter uma resposta, mas sim estimular a reflexão do indivíduo sobre determinado assunto.

a)   Camila Achutti inicia sua palestra lançando mão de perguntas retóricas. Quais?

As perguntas retóricas encontram-se no 1° parágrafo da transcrição.

b)   Qual pode ser a razão dessa linha de argumentação adotada.

Provavelmente o público-alvo composto de educadores preocupados em entender o efeito retroativo das tecnologias no sistema escolar.

05 – Em sua fala, a palestrante tece brevemente uma retrospectiva histórica da formação das disciplinas escolares.

a)   O que ela pretende ao fazer essa retrospectiva?

Ela pretende invalidar a força dessa tradição histórica, considerando a existência da tecnologia e levar o espectador a concordar com suas ideias.

b)   Ironia é um recurso de crítica comuns em textos orais ou escritos, charges, cartuns, etc. que possibilita ao ouvinte perceber a intenção do falante. Qual pode ter sido a intenção de Camila ao empregar ironia em sua fala?

A intenção de criticar de forma humorada o sistema escolar vigente.

c)   Selecione partes do texto ou expressões que comprovem isso.

“Vai ser do meu jeito”; “a gente é bem bom nisso”; “Ele tinha que ser o mestre, eu precisava saber tudo, eu precisava saber biologia, história, geografia... Como que eu ia suportar todo o desenvolvimento que a gente teve? A gente... inclusive uma parte que eu adoro que a gente inventou, que foi a avaliação. A gente agora tinha avaliação matemática. Era ponto. Só que era totalmente baseado na subjetividade de uma pessoa só. O mestre, certo, pessoal?”.

06 – Em explanação, a autora utiliza um argumento como fio condutor.

a)   Qual é esse argumento?

O argumento de que é necessário repensarmos as formas de ensinar e as adaptarmos ao século XXI, principalmente no que se refere à alfabetização digital.

b)   Que palavras ou expressões do texto justificam a resposta anterior?

Possibilidades de trechos: “nada disso faz sentido no século 21...”, “A gente precisa se dedicar para a alfabetização digital, assim como a gente se dedicou para a alfabetização tradicional...”, “Não ter essa leitura crítica, pessoal, é muito perigoso”, etc.

07 – Pelo discurso da palestrante, é possível saber qual seria o público-alvo na palestra.

a)   Que parte do texto nos dá essa pista?

Sim, a palestrante se dirige a educadores. “A gente que está em alguma instância relacionada com o sistema educacional, a gente tem três opções.”.

b)   Se você estivesse presente nessa conferência como você reagiria ao que ela propõe? O que ela propõe?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Sim, ela apresenta uma proposta e quer ser aceita em suas ideias revolucionárias de formar uma geração que saiba lidar com as informações digitais de forma crítica, ativa, responsiva e que atribua significado a cada ação realizada virtualmente.

08 – Na transcrição da fala da palestrante existem muitas marcas características da oralidade. Complete a tabela com exemplos dessas marcas. Características – Marcas de oralidade.

Repetições: “A gente precisa colocar programação...”; “A gente não pode mais evitar...”; “A gente precisa de uma verdadeira revolução...”; “A gente precisa... pegar os nossos professores...”; “A gente tem que transformar...”; “A gente tem que ajudar eles...”; “A gente tem que quebrar essas barreiras...”; “A gente que está em alguma...”; “A gente tem três opções...”; “A gente pode gerar alguma mudança...”.

Diálogo com o interlocutor: “Eu queria começar... refletindo com vocês...”; “Eu garanto pra vocês, pessoal, que se vocês soubessem como a gente salva as senhas de vocês, e todo o trabalho que a gente tem para mantê-las seguras lá, eu garanto que vocês iam pensar umas dez vezes antes de sair criando conta por aí. Só acho, reflitam, certo?”; “E eu queria aproveitar esse momento e os poucos minutos que me faltam pra chamar vocês pra se juntar nessa revolução...”.

Discurso de referência a si mesmo: “E, olhando assim, vocês vão pensar: ‘Que fofa, ela vem aqui, critica o sistema inteiro, acha que pode e não vai dar nem um plano?’. Calma, eu tenho um plano.”.

Contrações de palavras: “... nossos pais foram chamados na escola e perguntaram pra eles se tudo bem”; “Eu garanto pra vocês, pessoal”.

Colocações pronominais ou recursos de regência fora do padrão formal: “...mas eu vou resumir ela”, “questiona a necessidade da gente aprender”; “A gente tem que transformar eles em facilitadores. A gente tem que ajudar eles com material bacana, com treinamento show, a acompanhar a jornada desses jovens.”.

Gírias: “material bacana”; “treinamento show”; “... que é aquele compartilhar no Facebook para quem não está ligado nas coisas”; “tira uma foto, procura no Google, voilà...”; “Beleza, eu tinha que identificar algumas...”.

SEMINÁRIO - ALDA LUIZA CARLINI - COM GABARITO

  SEMINÁRIO

           Alda Luiza Carlini

        Descrição

        Seminário, em sentido genérico, designa um evento destinado à socialização de conhecimentos ou de variados aspectos de um mesmo tema, de natureza semelhante a congressos, encontros nacionais e internacionais, e outros.

        Em sentido específico, seminário é um procedimento de ensino que se constrói com base no ensino com pesquisa, realizado em subgrupos, e no debate dos aspectos investigados, de maneira integrada ou complementar, sob a coordenação do professor. Esse procedimento distingue-se daquelas práticas usualmente conhecidas por essa denominação, em primeiro lugar pelo processo de investigação do tema, que é o mesmo para todos os grupos, e realiza-se por meio de pesquisa, em vez de os conhecidos fichamentos e resenhas de capítulos. Em segundo lugar, pela forma de apresentação dos trabalhos, em debate de pontos convergentes, divergentes ou complementares.

        Com algumas adaptações, é um procedimento de ensino que pode ser utilizado em EaD, desde que os grupos trabalhem seus temas específicos, por meio de e-mail ou lista de discussão, por um tempo determinado e, na sequência, participem da discussão do tema proposto para o seminário, utilizando a lista ou o fórum.

        Objetivos de Ensino

        O seminário possibilita reunir as qualidades de dois outros procedimentos de ensino estudados, o ensino com pesquisa e o debate, refinando-os em seus aspectos favoráveis ao desenvolvimento do aluno. Portanto, o debate realiza-se com maior e melhor fundamento e a pesquisa ganha mais significado no processo de debate e socialização de conhecimentos.

        De modo amplo, é possível afirmar que o seminário propicia a professor e alunos condições para:

·        Investigar em amplitude e profundidade uma questão, buscando entendê-la sob diferentes e renovadas perspectivas.

·        Analisar de maneira crítica e reflexiva os resultados de sua investigação (ou de seu grupo), em confronto com aqueles apresentados pelos outros grupos da classe.

·        Trabalhar cooperativamente, buscando e socializando informações, discutindo e confrontando hipóteses e opiniões.

·        Debater, com fundamento, aspectos diversificados de uma questão ou problema.

·        Participar ativamente, respeitando as contribuições dos diferentes grupos e participantes.

        O seminário é uma situação de aprendizagem que possibilita ao aluno realizar transformações de ordem conceitual (coleta, seleciona, organiza, relaciona e registra informações), procedimental (leitura, pesquisa bibliográfica, registro e expressão oral) e atitudinal (cooperação, autoconfiança).

        Atribuições do professor

        Embora a ação dos alunos seja preponderante nesse procedimento de ensino, muitas são as atribuições reservadas ao professor. Elas podem ser divididas em duas fases principais, que se referem à preparação e à apresentação. Na fase de preparação, o professor precisa:

·        Definir com clareza os objetivos de ensino a serem atingidos.

·        Identificar os conteúdos a serem trabalhados.

·        Selecionar o tema a ser investigado, bem como os subtemas, de acordo com os objetivos e conteúdos de ensino definidos.

·        Selecionar a bibliografia, em diferentes graus de complexidade e aprofundamento, a ser indicada aos alunos.

·        Esclarecer aos alunos a forma de realização do trabalho de investigação, a apresentação e a avaliação.

·        Orientar o trabalho, construindo com os alunos um roteiro de pesquisa e auxiliando na localização e utilização dos recursos bibliográficos necessários.

·        Elaborar o cronograma de realização de pesquisa e de apresentação e discussão dos resultados.

·        Acompanhar os trabalhos dos subgrupos, observando o desempenho e a participação dos alunos e dos produtos elaborados.

·        Concluída a fase de pesquisa, o professor tem de viabilizar a apresentação dos trabalhos e a realização do debate. Nesse sentido, ele deve:

·        Organizar o ambiente da sala de aula, selecionando ou solicitando a indicação de debatedores.

·        Coordenar as apresentações, direcionando o processo, questionando, esclarecendo e sintetizando, quando necessário.

·        Garantir o respeito e a solidariedade, a participação e a cooperação.

·        Formular questões amplas e relativas ao tema central, a serem respondidas no debate.

·        Estimular a reflexão crítica e o aprofundamento dos estudos.

·        Observar a participação individual e coletiva de seus alunos, quer estejam no papel de debatedores ou de plateia.

·        Avaliar, com a colaboração dos alunos, o trabalho realizado, verificando os objetivos de ensino e o grau de envolvimento dos participantes, e identificando aspectos positivos e negativos, além de alternativas de superação

        Papel do aluno

        Da mesma forma que para o professor, as tarefas do aluno são diversificadas. De início, os alunos devem:

·        Responsabilizar-se pelo subtema determinado.

·        Reunir a bibliografia necessária à investigação.

·        Ler e estudar, aprofundando sua compreensão do subtema.

·        Organizar e sistematizar as ideias principais do assunto estudado.

·        Preparar-se para a realização do seminário, esclarecendo dúvidas e divergências.

·        Na fase de apresentação dos trabalhos, os alunos têm de participar ativamente do debate. Para tanto, devem:

·        Apresentar relatório por escrito do subtema estudado, com cópias para cada participante.

·        Expor, de maneira clara e objetiva, as ideias essenciais estudadas.

·        Assistir atentamente à exposição dos colegas.

·        Buscar os esclarecimentos necessários à compreensão dos diferentes enfoques da questão em estudo.

·        Debater os diferentes aspectos do tema e as questões formuladas pelo professor, argumentando e contra-argumentando, buscar respostas e encaminhar conclusões.

·        Participar da avaliação do seminário, contribuindo na identificação de dificuldades e propondo alternativas de solução.

        Comentários

        O seminário é um procedimento de ensino muito eficiente na construção da autonomia dos alunos, no que se refere ao desenvolvimento de habilidades de pesquisa, registro, comunicação e argumentação oral. É verdade que professores e alunos ainda precisam conhecê-lo mais e melhor e utilizá-lo com maior frequência.

                 CARLINI, Alda Luiza. Procedimentos de ensino: escolher e decidir. In: SCARPATO, Marta (Org.). Os procedimentos de ensino fazem a aula acontecer. São Paulo: Avercamp, 2004. p. 69-73.

Fonte: Língua Portuguesa – Programa mais MT – Ensino fundamental anos finais – 9° ano – Moderna – Thaís Ginícolo Cabral. p.170-7.

Entendendo o texto:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Convergentes: semelhantes, que levam a resultados iguais ou semelhantes.

·        Divergentes: que divergem, se afastam, discordância (interesses divergentes).

·        EaD: Educação a Distância; forma de ensino-aprendizagem mediada por tecnologias que permitem a professores e alunos estar em ambientes físicos diferentes.

02 – Retome com seus colegas as questões que discutiram previamente à leitura do texto e, coletivamente, ponderem:

a)   Considerando o texto, qual é o principal objetivo de ensino do gênero seminário no âmbito escolar? A colocação feita pela autora está de acordo com a discussão inicial da turma? O que foi diferente?

Resposta pessoal do aluno.

b)   Quanto aos papéis atribuídos a alunos e professor na produção de um seminário escolar, o texto foi esclarecedor? Que diferenças há em relação aos papéis que você atribuiu e aos apresentados no texto?

Resposta pessoal do aluno.

03 – O texto apresenta uma definição para seminário em sentido amplo e em sentido específico.

a)   Explique cada um deles.

Em sentido amplo, dá nome a um evento de compartilhamento de conhecimentos ou de variados aspectos de um mesmo tema. Em sentido específico, é um procedimento de ensino que se constrói por meio da pesquisa, que se realiza em subgrupos, e propõe o debate dos aspectos investigados.

b)   De que modo o sentido específico se relaciona ao sentido amplo?

A pesquisa e o debate são realizados para compartilhar conhecimentos científicos.

c)   Você já participou de um seminário? Em sua experiência, ele apresentava mais relação com o sentido amplo ou específico, citado no texto?

Resposta pessoal do aluno.

04 – Assinale a alternativa que define melhor as características do texto lido:

a)   É um texto jornalístico, pois apresenta logo no primeiro parágrafo as informações principais ao leitor.

b)   É um texto instrucional, pois tem função de orientar procedimentos.

c)   É um texto narrativo, pois mostra estrutura de um enredo de seminário.

d)   É um texto normativo, pois apresenta muitas regras sobre como fazer um seminário.

05 – No texto, a autora afirma que “o seminário é uma situação de aprendizagem que permite ao aluno realizar transformações de ordem conceitual [...], procedimental [...] e atitudinal [...]”.

a)   Pesquise no dicionário os significados da palavra ordem e explique qual sentido a autora atribuiu a ela, no contexto do texto.

Sugestão: acepção 13 do dicionário Michaelis: “característica de pessoas ou coisas, baseada na excelência de cada uma”. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/ordem. Acesso em: 15 set. 2018.

b)   Busque no texto e complete o quadro com a função e transformação dos alunos relativamente a cada ordem quando se submetem a um seminário.

Ordem                       Função

Conceitual – Coleta, seleção, organização, relacionamento e registro de informações.

Atitudinal    Cooperação e autoconfiança.

Procedimental – Leitura, pesquisa bibliográfica, registro e expressão oral.

c)   Em sua opinião, que transformações são possíveis acontecer no âmbito da aprendizagem quando os alunos produzem um seminário?

Resposta pessoal do aluno.

06 – Você já realizou um seminário? O que se lembra de ter aprendido com ele, em relação a cada uma dessas dimensões?

      Resposta pessoal do aluno.

07 – Releia as atribuições a seguir sobre a fase de preparação do gênero seminário:

 • Definir com clareza os objetivos de ensino a serem atingidos.

 • Identificar os conteúdos a serem trabalhados.

 • Selecionar o tema a ser investigado, bem como os subtemas, de acordo com os objetivos e conteúdos de ensino definidos.

 • Responsabilizar-se pelo subtema determinado.

 • Reunir a bibliografia necessária à investigação.

 • Selecionar a bibliografia, em diferentes graus de complexidade e aprofundamento.

 • Ler e estudar, aprofundando sua compreensão do subtema.

 • Organizar e sistematizar as ideias principais do assunto estudado.

 • Esclarecer a forma de realização do trabalho de investigação, a apresentação e a avaliação.

 • Orientar o trabalho, construir coletivamente um roteiro de pesquisa e auxiliar na localização e utilização dos recursos bibliográficos necessários.

 • Elaborar o cronograma de realização de pesquisa e de apresentação e discussão dos resultados.

 • Preparar-se para a realização do seminário, esclarecendo dúvidas e divergências.

 • Acompanhar os trabalhos dos subgrupos, observando o desempenho e a participação dos integrantes e dos produtos elaborados.

Complete as colunas do quadro a seguir de acordo com as atribuições do aluno e do professor.

·        Atribuições do aluno: Responsabilizar-se pelo subtema determinado; Reunir a bibliografia necessária à investigação; Ler e estudar, aprofundando sua compreensão do subtema; Organizar e sistematizar as ideias principais do assunto estudado; Preparar-se para a realização do seminário, esclarecendo dúvidas e divergências.

·        Atribuições do professor: Definir com clareza os objetivos de ensino a serem atingidos; Identificar os conteúdos a serem trabalhados; Selecionar a bibliografia, em diferentes graus de complexidade e aprofundamento; Esclarecer a forma de realização do trabalho de investigação, a apresentação e a avaliação; Orientar o trabalho, construir coletivamente um roteiro de pesquisa e auxiliar na localização e utilização dos recursos bibliográficos necessários; Elaborar o cronograma de realização de pesquisa e de apresentação e discussão dos resultados; Acompanhar os trabalhos dos subgrupos, observando o desempenho e a participação dos integrantes e dos produtos elaborados. 

08 – Você identifica outras atribuições de preparação, além das mencionadas na atividade 6?

      Resposta pessoal do aluno.

09 – O texto foi publicado em um livro sobre procedimentos de ensino. Qual seria o público a que esse texto se destina?

      O texto se destina primordialmente a professores e outros interessados em metodologias educacionais.

10 – Em que essa leitura contribui, para você, em relação ao gênero seminário?

      Resposta pessoal do aluno.

11 – Releia as seguintes atribuições do aluno relacionadas à apresentação do seminário e, depois, com base em seus conhecimentos prévios sobre o gênero seminário, reúna-se com um colega e respondam às questões:

·        Apresentar relatório por escrito do subtema estudado, com cópias para cada participante.

·        Expor, de maneira clara e objetiva, as ideias essenciais estudadas.

·        Assistir atentamente à exposição dos colegas.

·        Buscar os esclarecimentos necessários à compreensão dos diferentes enfoques da questão em estudo.

                CARLINI, Alda Luiza. Procedimentos de ensino: escolher e decidir. In: SCARPATO, Marta (Org.). Os procedimentos de ensino fazem a aula acontecer. São Paulo: Avercamp, 2004. p. 72.

a)   Em que consiste o relatório escrito do subtema e que itens ele costuma apresentar?

Consiste na sistematização de informações conceituais e orientadoras para o acompanhamento da apresentação pela plateia. Itens comuns de serem apresentados são: título, agenda (o que vai ser apresentado em cada parte da apresentação), conceitos relacionados ao tema e referências bibliográficas.

b)   O que significa expor de maneira clara e objetiva as ideias essenciais estudadas?

Significa ter o domínio sobre o conteúdo para apresentar as ideias principais, com planejamento e objetivo de instrução, de modo a não se desviar do assunto e obscurecer os conceitos.

c)   Que elementos da sala de aula poderiam distrair a atenção do público durante a apresentação? Que medidas você tomaria para minimizar essas distrações?

Distrações: a tecnologia que não estiver a serviço da apresentação, atividades aleatórias, barulho de ventiladores, disposição das carteiras, conversa excessiva etc. Medidas preventivas: combinar com a plateia o uso da tecnologia de acordo com a necessidade da apresentação, reduzir a velocidade dos ventiladores, mudar a disposição das carteiras etc.

d)   De que modo seria possível garantir que os diferentes enfoques da questão em estudo pudessem ser esclarecidos?

Por meio da elaboração e organização prévia da apresentação, para contemplar nela pontos de vista conceituais diferentes sobre o assunto e, assim, possibilitar à plateia desenvolver posicionamentos e argumentos sobre cada um desses conceitos.