domingo, 22 de maio de 2022

TEXTO DRAMÁTICO: BILIRI E O POTE VAZIO - CENA 16 - RICARDO KARMAN - COM GABARITO

 Texto dramático: Biliri e o pote vazio


Cena 16 – Premiação

 Cena anterior permanece na tela. Finalmente, o imperador vai falar com Biliri.

        Imperador – Ei, você, menino! (Biliri levanta o rosto.) Qual é o
seu nome?

        Biliri – Biliri.

        Imperador – Muito bem, Biliri. Um ano atrás eu lhe dei uma
semente para cultivar. O que fez com ela?

        Biliri – Ela está aqui, senhor. (Mostra o vaso.)

        Imperador – Veja, a Praça do Palácio Imperial está cheia de flores magníficas; uma mais linda do que a outra. Você não acha que
essas flores são bonitas?

        Biliri – São maravilhosas, majestade...

        Imperador – Então, Biliri, como você tem coragem de apresentar-se a mim com um vaso vazio? Não se sente envergonhado diante do sucesso de todos os outros?

        Biliri – (Chorando.) Eu plantei a semente que o senhor me deu.
Coloquei-a em terra úmida e com pouca luz, Cuidei dela todos os
dias, desde o amanhecer até a noite, quando todos dormiam. Mas ela não brotou. Conversei com ela como faço com todas as minhas
plantas, mas ela nada me respondia, majestade, parecia surda.

        Imperador – Surda? (Surpreso) Que coisa mais inesperada...
Quer dizer que você "conversa" com as plantas?

        Biliri – (Envergonhado) Eu sei... deve ser bobagem de criança. Já me falaram isso mil vezes, talvez seja mesmo bobagem, mas... eu gosto de falar com as plantas... e eu sinto que elas falam comigo. O senhor tem um jardim, não tem? O senhor já deve ter sentido isso alguma vez, não sentiu, imperador?

        Imperador – (Severo) Prossiga, menino. Por que não adubou a terra?

        Biliri – Eu adubei, sim, com esterco bem curado da estrebaria do Sr. Pô. Coloquei a semente em um vaso maior, com mais terra e depois em um menor e muito mais bonito. Veja!

        Imperador – Mais bonito? Flores não têm olhos....

        Biliri – Eu só queria que ela ficasse feliz. As plantas são sensíveis; o senhor sabe, não gostam de ser maltratadas... mas mesmo assim, ela não brotou.

        Imperador – Colocou água o suficiente?

        Biliri – Majestade, eu cuidei dela o ano inteiro. Dormia abraçado com ela. Regava bem cedinho, quando o sol nascia e à tardezinha, quando o sol se punha, mas mesmo assim, apesar de todo o meu esforço, ela não floresceu.

        Imperador – (Severo) E por que as flores dos outros floresceram tão magníficas, Biliri?

        Biliri – Não sei, não sei! Nada de bom nasceu de mim, majestade. Meu vaso é o mais feio de todos. É muito ruim saber disso. (Apontando a tela) Essas flores são tão lindas! Elas são melhores do que eu... Todos eles... devem ter o coração mais colorido também. É muito triste... Mas tudo o que eu falei é verdade. Esse vaso vazio foi o melhor que eu pude fazer... Meu pai disse que meu esforço era digno do imperador, por isso eu vim assim... Talvez tenha sido errado... Me perdoe... (Chora.)

        (Música – Tempestade 3° movimento)

        Imperador – Isso tudo é muito grave. Biliri! O mundo é cheio de flores falsas e de mentiras que se disfarçam de beleza. Mas a verdade sempre prevalece e é mais forte do que tudo, Ministro! Ministro!?

        Ministro – Sim, senhor!

        Imperador – Avise o povo! Diga a todos que eu já tomei a minha decisão.

        Ministro – Que ótima notícia, Imperador! Salve, aleluia! E qual dessa fores magníficas será a vencedora?

        Imperador – Nenhuma!

        Ministro – ... nenhuma?

        Imperador – Ministro Chao! Escondida nesta vasta multidão de ilusões, há apenas uma pessoa digna de ser a minha sucessora.

        Ministro – Como assim, Imperador! Todos essas flores são lindas...

        Imperador – A ignorância nos faz ver coisas que não existem. E beleza onde não há. Todas essas flores, todas essas crianças e os pais que as ajudaram, tudo isso é uma miragem da beleza imensa que poderia ser, mas do que não foi.

        Ministro – Miragem? Não consigo entender, majestade.

        Imperador – Levante-se, Biliri! Você me trouxe um vaso vazio. Me contou a sua história e me disse a mais pura e simples verdade. Você foi digno e honesto. E, agora, eu que lhe peço desculpas, Biliri, pois a semente que eu lhe dei, por mais que você cuidasse dela, jamais poderia ter germinado.

        Ministro – Jamais ter germinado? Como assim, Imperador?

        Todos na coxia – Ooohh...! (Murmúrios)

        Imperador – Não sei como essas crianças cultivaram todas essas flores magníficas, ministro. Não sei onde conseguiram essas sementes incríveis. Mas certamente não foram as sementes que lhes dei, pois as minhas sementes, senhor ministro, as minhas sementes estavam todas cozidas!

        Ministro – Cozidas?

        Todos na coxia – Ooohh...! (Murmúrios)

        Imperador – (Maroto) Sim, cozidas! Eu mesmo as cozinhei numa grande panela de bruxa; nenhuma dessas sementes poderia ter nascido, Biliri. Toda essa praça está manchada pela vergonha e falsidade. Você foi o único que enfrentou a verdade e teve a coragem de dizê-la diante de todos. Você trabalhou em vão, eu sei, mas agora será recompensado. Pois uma pessoa de bem pode salvar toda a humanidade. Ministro! Avise a todos, grite aos quatro ventos, diga ao povo da China que o país ganhou um novo Imperador e eu ganhei o filho que nunca tive. Sim, Biliri! Vou entregar-lhe todo o meu reino e torna-lo imperador deste país!

        (Música – Piano concerto n° 2 – 3° movimento)

        Ministro – Alvíssaras! Alvíssaras! O herdeiro foi escolhido! É tempo de alegria! Viva! Viva!

        Biliri – Obrigado, majestade!

        Ministro joga confete para o alto. Papel picado cai do céu e também na tela. Alegria geral. Todos comemoram.

a)   Todas as músicas são obras para piano de Beethoven.

Ricardo Karman. Kompanhia do Centro da Terra.

Fonte: livro – Língua portuguesa – Buriti mais português – 4° ano – ensino fundamental – Anos iniciais – 1ª edição, São Paulo, 2017. Moderna. p. 12-8.

Entendendo o texto:

01 – Converse com os colegas.

a)   O que o imperador deu a Biliri um ano atrás?

Uma semente de flor para cultivar.

b)   Biliri plantou e cultivou a semente? O que aconteceu?

Biliri plantou e cultivou a semente, mas ela não floresceu.

c)   De que maneira Biliri cuidou da semente?

Biliri colocou a semente em terra úmida e com pouca luz, cuidando dela todos os dias. Ele também conversou com ela, adubou, regou e dormiu abraçado com o vaso.

d)   Por que Biliri levou o vaso até o imperador mesmo sem a semente ter florescido?

Porque o pai dele disse que seu esforço era digno do imperador.

e)   O que aconteceu com Biliri no final da história?

O imperador o nomeou o novo imperador da China.

f)    Essa é uma história que faz o leitor pensar. A que conclusões e reflexões podemos chegar ao tê-la?

A honestidade é um valor importante. Os outros meninos e pais não foram honestos, pois, ao perceberem que a semente fornecida pelo imperador não floresceu, trocaram-na por outra.

02 – Releia este trecho.

        Imperador – [...]. Um ano atrás eu lhe dei uma
semente para cultivar. O que fez com ela?

        Biliri – Ela está aqui, senhor. (Mostra o vaso.)

a)   Sublinhe as falas.

Um ano atrás eu lhe dei uma semente para cultivar. O que fez com ela? / Ela está aqui, senhor.

b)   Circule o nome das personagens.

Imperador e Biliri.

c)   Copie o que você não circulou nem sublinhou. Em sua opinião, o que significa essa frase?

(Mostra o vaso). Resposta pessoal do aluno.

03 – Copie do texto um exemplo de rubrica que indique:

a)   Ambiente.

Cena anterior permanece na tela.

b)   Objetos.

(Mostra o vaso) e (Apontando a tela).

c)   Movimentos e gestos.

(Biliri levanta o rosto) e (Finalmente, o imperador vai falar com Biliri).

d)   Estado emocional das personagens e entonação da voz.

(Chorando); (Surpreso); (Envergonhado); (Chora); (Severo); (Maroto); (Murmúrios).

04 – Releia estes trechos.

        “Cena anterior permanece na tela. Finalmente, o imperador vai falar com Biliri.”

        Biliri – Não sei, não sei! Nada de bom nasceu de mim, majestade. Meu vaso é o mais feio de todos. É muito ruim saber disso. (Apontando a tela) Essas flores são tão lindas! [...]”.

a)   Você consegue imaginar como essa peça estava sendo encenada? Que tela é essa a que as rubricas se referem?

Resposta pessoal do aluno.

b)   Você já assistiu a algum espetáculo teatral que tivesse projeção de imagens?

Resposta pessoal do aluno.

05 – Releia em voz alta esta fala.

        Imperador – (Severo) Prossiga, menino. Por que não adubou a terra?”

a)   Pela indicação da rubrica, como o imperador fez essa pergunta a Biliri?

(X) Bravo.

(   ) Curioso.

(   ) Satisfeito.

b)   Biliri adubou a terra?

(X) Sim                 (   ) Não.

c)   O que mais Biliri fez para que a semente florescesse?

Cuidou dela todos os dias, conversou com ela, colocou-a em terra úmida com pouco luz e num vaso maior com mais terra, regou, dormiu abraçado com ela.

d)   Por que a semente não floresceu?

Porque o imperador entregou às crianças sementes cozidas.

e)   Em sua opinião, o imperador estava mesmo bravo na fala acima? Explique.

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Não, pois sabia que havia dado a Biliri sementes que nunca floresceriam e que o menino não tinha nenhuma culpa por isso. A severidade na voz do imperador é justificada por seu desejo de testar o garoto e a sua honestidade.

06 – Por que Biliri foi escolhido o novo imperador da China?

      Porque ele foi o único a dizer a verdade ao imperador.

07 – O imperador disse: “[...] Todas essas flores, todas essas crianças e os pais que as ajudaram, tudo isso é uma miragem da beleza imensa que poderia ser, mas que não foi”.

a)   Consulte o dicionário para saber o significado da palavra imagem.

Figura, representação de uma pessoa, foto, quadro.

b)   O que o imperador quis dizer com “beleza imensa que poderia ser, mas que não foi”?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Que a beleza das flores poderia representar a beleza de caráter de cada pessoa segurando um vaso, mas que isso não era verdade, era apenas uma miragem, uma falsa realidade, porque todos haviam sido desonestos, menos Baliri.

08 – Pesquise no dicionário o significado das palavras abaixo e assinale a alternativa certa.

a)   Alvíssara: (  ) Sucesso. (X) Notícia. (  ) Criação.

b)   Murmúrio: (  ) Movimento. (  ) Organização. (X) Sussurro.

09 – O teatro é composta de coxia, palco e plateia. Explique o que é a coxia no teatro.

      Espaço não visual ao público que fica entre o palco e a parede, onde os atores aguardam para entrar em cena; bastidores.

10 – Que outro título você daria para o texto dramático?

      Resposta pessoal do aluno.

 

 

 

 

 

FILME(RESENHA): DIVERTIDA MENTE - PETE HANS DOCTER E RONALDO DEL CARMEN - COM GABARITO

 Filme(Atividades): Divertida Mente

Imagem: Cena do filme Divertida Mente, 2015

Autores: Pete Hans Docter e Ronaldo Del Carmen (direção)

Técnica: animação

        A animação conta o que se passa na mente de Riley Andersen, uma garota divertida de 11 anos de idade, quando seus pais decidem se mudar de uma cidade pequena para São Francisco, na Califórnia. As personagens da história são suas emoções: Alegria, Medo, Raiva, Tristeza e Nojinho. Alegria é a líder do grupo, ela se esforça para Riley ficar sempre feliz. Porém um problema ocorre, e Alegria e Tristeza são banidas da sala de controle. Ambas tentam retornar a seu posto e, com isso, a vida e as emoções de Riley se transformam de modo radical.

        Nova animação Divertida Mente brinca com os sentimentos; leia crítica

        Você já se mudou de casa, de cidade ou de escola? E de tudo isso junto? É o que acontece com a menina Riley, a personagem de animação Divertida mente, que estreia no cinema na próxima quinta (18).

        No começo do filme, a vida de Riley parece tranquila. Ela vive com os pais em Minnesota, um estado dos Estados Unidos onde faz muito frio. Por isso gosta de jogar hóquei no gelo e de brincar com a neve.

        As coisas mudam quando a família dela vai morar em San Francisco, uma cidade grande, em uma região bem mais quente. Ali, tudo é novidade. E quase tudo é problema.

        Sabe de onde nós vemos toda a história de Riley? De dentro dela! Divertida mente mostra o que acontece no corpo dela quando ela tem emoções, sonhos, lembranças etc.

        Na cabeça da Riley trabalha uma “equipe de comando”: tem uma menina que cuida da alegria, outra que cuida da tristeza e também personagens responsáveis pelo medo, pelo nojo e pela raiva.

        A menina da alegria quer mandar na Riley, para deixá-la sempre feliz. Mas quem disse que tem jeito de evitar a tristeza o tempo todo? E a raiva, então?

        De vez em quando esses sentimentos também aparecem. Na Riley e em seus pais. O filme mostra a “equipe de comando” da cabeça deles.

        Dica: quando acabar a história, espere mais um pouco. Você vai conhecer o que se passa dentro da cabeça de... um cachorro e um gato!

                        Sérgio Rizzo. Disponível em: http://1.folha.uol.com.br/folhinha/2015/06/1641307-nova-animacao-divertida-mente-brinca-com-os-sentimentos-lei-critica.shtml.Folhinha. Acesso em: 30 out. 2017.

         Fonte: livro – Língua portuguesa – Buriti mais português – 4° ano – ensino fundamental – Anos iniciais – 1ª edição, São Paulo, 2017. Moderna. p. 84-9.

Entendendo o filme:

01 – Observe a imagem e converse com os colegas.

a)   Que lugar é esse?

É a imagem de uma cena da animação Divertida Mente.

b)   Quem são essas personagens?

Raiva, Medo, Alegria, Tristeza e Nojinho.

c)   O que elas estão fazendo?

O cenário de Divertida Mente.

02 – Agora, fale de você.

a)   Você costuma ir ao cinema?

Resposta pessoal do aluno.

b)   Qual seu filme de animação preferido?

Resposta pessoal do aluno.

c)   Você sabe como eram os filmes de animação quando surgiram?

Resposta pessoal do aluno.

03 – Converse com os colegas.

a)   Você conhece esse filme? Já assistiu a ele?

Resposta pessoal do aluno.

b)   Se já o viu, concorda com o que o autor escreveu sobre ele?

Resposta pessoal do aluno.

c)   Se ainda não o viu, ficou com vontade de assistir ao filme depois de ler a resenha? Por quê?

Resposta pessoal do aluno.

d)   Você costuma ler resenhas de livros e filmes para se informar antes de escolher o que ler ou assistir?

Resposta pessoal do aluno.

e)   De que outra maneira podemos nos informar sobre livros e filmes?

Através dos jornais, as revistas e os sites informativos são o suporte ideal para esse gênero, uma vez que sua função social é informar o leitor/ouvinte.

04 – Essa resenha é sobre que tipo de obra: livro, filme ou texto teatral? 

      É a resenha de um filme.

05 – Em quais parágrafos da resenha está o resumo do filme?

      Do 2° ao 7° parágrafo.

·        Como é possível saber isso? Assinale a alternativa correta.

     (   ) Nesses parágrafos estão as partes importantes da história: o começo, o meio e o fim, e as personagens nela envolvidas.

     (X) Nesses parágrafos estão as partes mais importantes da história: as personagens principais, o conflito e o lugar onde acontece a história.

06 – Qual é o nome do autor da resenha?

      Sérgio Rizzo.

07 – Qual é o título da resenha?

      Nova animação Divertida Mente brinca com os sentimentos; leia crítica.

08 – Qual é o título do filme resenhado?

      Divertida Mente.

09 – Qual é a data de estreia do filme?

      Quinta (18).

10 – Esse filme é indicado para crianças ou para adultos? Como você chegou a essa conclusão?

      Para crianças. Pelo tema da animação e pela maneira como o autor da resenha escreve, dirigindo-se ao público infantil.

11 – Releia o primeiro parágrafo da resenha.

        “Você já se mudou de casa, de cidade ou de escola? E de tudo isso junto? É o que acontece com a menina Riley, a personagem de animação Divertida mente, que estreia no cinema na próxima quinta (18).”. Que informações estão presentes nesse trecho?

(X) Título do filme, personagem principal, data da estreia.

(   ) Título do filme, resumo e personagem principal.

(   ) Resumo do filme, personagem principal e data de estreia.

12 – Para você, essa resenha é mais descritiva ou de opinião? Explique sua resposta.

      Essa resenha é mais descritiva, não há nela momentos em que o autor dá sua opinião de maneira explícita, mas, ao ler a resenha, temos a impressão de que é um bom filme.

·        De que maneira o autor se dirige ao leitor?

(X) Usado linguagem informal, como em uma conversa.

(  ) Usando linguagem formal , descrevendo o filme

13 – Releia o título da resenha: “Nova animação Divertida mente brinca com os sentimentos; leia a crítica

a)   Você considera o título adequado?

Resposta pessoal do aluno.

b)   Por que o autor da resenha diz que a animação brinca com os sentimentos?

Resposta pessoal do aluno.

14 – Releia os trechos e observe os sinais de pontuação em destaque.

·        “Você já se mudou de casa, de cidade ou de escola? E de tudo isso junto?"

·        “Sabe de onde nós vemos toda a história de Riley? De dentro dela!”

·        “Mas quem disse que tem jeito de evitar a tristeza o tempo todo? E a raiva, então?”

Na sua opinião, por que o autor usou esses sinais de pontuação na resenha?

Provavelmente, o autor usou esses sinais de pontuação para dar a impressão de estar conversando com o leitor, para se aproximar mais dele e, assim, deixa-lo com vontade de assistir ao filme.

15 – Você acha que é possível perceber a opinião do autor sobre o filme na resenha?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: A maneira como o autor explica o filme mostra que ele gostou dele e o recomenda.

     

 

LENDA: AS ESTRELAS NOS OLHOS DOS MENINOS - REGINALDO PRANDI - COM GABARITO

 Lenda: AS ESTRELAS NOS OLHOS DOS MENINOS

           Reginaldo Prandi

        Naquele tempo, a noite era completamente escura, nenhuma estrela brilhava no firmamento, não havia estrelas.

        Na aldeia indígena, fogueiras eram acesas logo que escurecia, e as famílias se reuniam em torno delas para se esquentar do frio da noite, comer e descansar.

        As mulheres assavam pedaços de pirarucus e tucunarés pescados no dia e cozinhavam nas cinzas ovos de tartaruga que recolhiam dos ninhos na areia das margens dos rios. Os homens falavam da guerra e contavam vantagem. No entorno da aldeia era a escuridão e o mistério. O que vinha de lá era o pio da coruja, o miado da onça, o canto do Jurutaí.

        [...]

        Numa noite, quando foram preparar as comidas, as mulheres descobriram que os ovos de tartaruga que tinham colhido haviam desaparecido...

        Noutra noite, a história se repetiu: os ovos tinham sido roubados.

        Algumas noites depois o roubo aconteceu de novo, e as mulheres resolveram tirar a limpo esses sumiços estranhos.
Escondidas atrás de uns arbustos, elas observaram os meninos roubarem os ovos e saírem sorrateiramente para o mato. Foram no encalço deles e viram quando se enfiaram na floresta e, numa clareira, prepararam o fogo para assar os ovos roubados. Eles queriam come-los sem ter que dividir com os outros.

        As mulheres começaram a gritar, e os meninos, surpreendidos, correram. As mulheres correram atrás. Proferiram ameaças e prometeram castigos severos.

        Para escapar das punições, os meninos pediram ao beija-flor que amarrasse um cipó no céu. O beija-flor atendeu ao pedido, e eles começaram a subir. Já estavam bem no alto quando as mulheres chegaram ao local da fuga para o firmamento. Elas não tiveram dúvidas: subiram atrás deles.

        Para não serem alcançados pelas mulheres, os meninos cortaram o cipó logo abaixo deles, e as mulheres se precipitaram lá de cima. No chão, antes de se esborracharem, foram transformadas em animais da floresta. Os meninos, por sua vez, ficaram presos no céu sem ter como descer.

        Desde então, eles olharam a terra lá do céu. No escuro da noite, brilham para sempre os olhos arregalados dos meninos. Foi assim que a noite acabou se enchendo de estrelas. São os olhos dos meninos.

                          Reginaldo Prandi. Ilustração de Pedro Rafael. Contos e lendas da Amazônia. São Paulo: Companhia das letras, 2011.

        Fonte: livro – Língua portuguesa – Buriti mais português – 4° ano – ensino fundamental – Anos iniciais – 1ª edição, São Paulo, 2017. Moderna. p. 62-6.

Entendendo a lenda:

01 – Substitua a palavra destacada por outra, sem mudar o sentido da frase. Nenhuma estrela brilhava no firmamento.

      Nenhuma estrela brilhava no céu.

02 – Explique o significado do título “As estrelas nos olhos dos meninos”.

      Segundo o texto, as estrelas são os olhos arregalados dos meninos. Podemos vê-los quando olham a terra lá do céu, brilhando no escuro da noite.

03 – O que aconteceria com os meninos se as mulheres os alcançassem?

      As mulheres “Proferiam ameaças e prometiam castigos severos”, o que leva a crer que os meninos seriam punidos, caso elas os alcançassem.

04 – O que os meninos fizeram?

      Os meninos roubaram os ovos de tartaruga que as mulheres tinham colhido.

05 – Por que eles fizeram isso?

      Eles queriam comê-los sem ter que dividir com os outros.

06 – Você conhece outro mito (lenda) que explique o surgimento de um elemento da natureza?

      Resposta pessoal do aluno.

07 – Os Bororos explicam o surgimento das estrelas por meio de:

(   ) Conhecimentos científicos. (X) Crenças de seu povo.

08 – Numere os acontecimentos na sequência correta.

(6) Os meninos pediram ajuda ao beija-flor e subiram ao céu por um cipó.

(3) As mulheres viram os meninos roubarem os ovos.

(1) Numa noite, os ovos de tartaruga desapareceram.

(2) O roubo dos ovos continuou por mais noites.

(7) Os meninos cortaram o cipó e ficaram presos no céu sem ter como descer.

(4) As mulheres começaram a gritar e os meninos começaram a correr.

(5) As mulheres foram atrás deles.

09 – Releia.

        “[...] No entorno da aldeia era a escuridão e o mistério. O que vinha de lá era o pio da coruja, o miado da onça, o canto do Jurutaí.” Duas palavras, nesse trecho, justificam a criação do mito. Quais são elas?

      Escuridão e mistério.

10 – Leia esta frase observando as ações nela descritas.

        “Os meninos fugiram, subindo por um cipó em direção ao céu”.

a)   Qual é a causa dessas ações?

O roubo dos ovos de tartaruga.

b)   Qual é a consequência dessas ações?

Os meninos ficaram para sempre no céu e seus olhos viraram estrelas.

11 – No trecho abaixo, o que significa a expressão tirar a limpo? Marque a resposta correta.

        “Algumas noites depois o roubo aconteceu de novo, e as mulheres resolveram tirar a limpo esses sumiços estranhos.”

(X) Esclarecer.    (   ) Limpar.    (   ) Retirar.

12 – Circule a palavra que tem sentido semelhante ao da palavra destacada.

        (Escondidas) atrás de uns arbustos, elas observaram os meninos roubarem os ovos e saírem sorrateiramente para o mato.” Por que as personagens agiram assim?

      Os meninos, porque faziam algo errado; As mães, para se certificarem do que os meninos faziam.

13 – Releia estes trechos.

·        Numa noite [...], as mulheres descobriram que os ovos de tartaruga que tinham colhido haviam desaparecido.

·        Noutra noite, a história se repetiu.

·        Algumas noites depois o roubo acontece de novo.

Que informação as expressões em destaque dão ao leitor?

      As expressões indicam a sequência temporal (noite após noite) em que os acontecimentos ocorreram.

 

 

 

 

 

 

CONTO: VIVENDO COM A VACA - ROSANE PAMPLONA - COM GABARITO

 Conto: VIVENDO COM A VACA

        Era uma vez um homem que vivia com a mulher e seus oito filhos numa casa bem pequena. Quanto mais os filhos cresciam, mais ficava difícil morar naquele reduzido espaço.

        Muito descontente, o pobre homem procurou um sábio rabino:

        – Mestre, não consigo mais viver neste desconforto! Mostre-me uma saída para essa situação tão incômoda!

        O mestre prometeu que resolveria seu problema, desde que ele lhe obedecesse fielmente aos conselhos. Confiando plenamente na sabedoria do rabino, o homem concordou.

        – Como primeiro passo – aconselhou o mestre –, compre um porco e crie-o dentro de casa.

        O homem estranhou, quis discutir, porém lembrou-se de que prometera obedecer. Assim, comprou o porco, que passou a morar junto com a sua já numerosa família. É claro que a situação piorou e, ao cabo de uns dias, ele voltou a procurar o rabino, dizendo que nada havia melhorado, pelo contrário.

        O sábio, então, mandou que ele comprasse uma cabra.

        E que a criasse também dentro de casa, junto com o porco. O homem ficou muito aflito, mas fez o que seu mestre lhe dissera.

        Com a cabra dentro de casa, o problema da falta de espaço tronou-se uma verdadeira tragédia. Corriam pela casa cabra, porco e crianças, e ninguém achava espaço para se sentir confortável. Não demorou que o dono da casa procurasse pela terceira vez o mestre, que, sem se abalar com as queixas de seu discípulo, ordenou-lhe que pusesse, agora, uma vaca para morar na casa.

        O coitado do homem quis protestar; o olhar do mestre, entretanto, lembrou-o dos votos de obediência. Resignado, comprou uma vaca e a levou para dentro de casa. Dessa vez, a situação ficou mesmo insuportável: a família mal podia mexer no exíguo espaço que lhe cabia. Mais uma vez, o homem apelou ao rabino:

        – Mestre, não é possível mais viver naquela casa! Minha vida virou um suplício! Prefiro morar na rua!

        Sorrindo, o rabino ordenou-lhe que tirasse da casa os animais, que os pusesse no quintal.

        O homem voltou feliz com as novas ordens. Sem demora, tirou de casa o porco, a cabra e a vaca. E, como por milagre, sua casa imediatamente pareceu-lhe grande, espaçosa, confortável. Que felicidade!

        E nem ele nem sua família nunca mais se queixaram da falta de espaço.

                          Rosane Pamplona. Verso e reverso – O outro lado das histórias. São Paulo: Brinque-Book, 2008.

Fonte: livro – Língua portuguesa – Buriti mais português – 4° ano – ensino fundamental – Anos iniciais – 1ª edição, São Paulo, 2017. Moderna. p. 163-7.

Entendendo o conto:

01 – Qual é a dificuldade do homem e de sua família?

      Eles moram numa casa bem pequena, considerando a quantidade de moradores.

02 – Que animais foram viver dentro da casa do homem?

      Porco, cabra, vaca.

03 – Você acha que a ideia do rabino foi boa?

      Resposta pessoal do aluno.

04 – O que o homem aprendeu ao seguir os conselhos do rabino?

      A não se queixar do que tinha.

05 – O que você achou dessa história?

      Resposta pessoal do aluno.

06 – Quem é a personagem protagonista?

      O homem, dono da casa.

07 – Numere a segunda de acordo com a primeira. 

(1)  Conflito. 

(2)  Solução. 

(3)  Desfecho.

(2) Seguindo o conselho do rabino, o homem levou para casa um porco, uma cabra e uma vaca. A casa ficou ainda menor e mais desconfortável. Depois que o homem retirou os animais, a casa imediatamente pareceu grande e espaçosa.

(3) Nunca mais o homem e sua família se queixaram da falta de espaço.

(1) Um homem, sua mulher e seus oito filhos viviam em uma casa muito pequena.

08 – Quem solucionou o conflito? Como?

      O rabino, ao sugerir que o homem levasse animais para dentro de casa. A vaca, o maior das três, foi a gota d’água. A severidade do rabino e a resignação do homem fizeram o plano dar certo.

09 – O narrador do conto é uma das personagens da história? Por quê?

      O narrador não é uma das personagens da história, pois não participa dos acontecimentos.

10 – Releia este trecho do conto.

        “O homem voltou feliz com as novas ordens. Sem demora, tirou de casa o porco, a cabra e a vaca. E, como por milagre, sua casa imediatamente pareceu-lhe grande, espaçosa, confortável.” Por que o narrador usa a expressão “como por milagre”?

      Porque o homem voltou a ter o mesmo espaço que tinha no início da história, porém, depois de ter compartilhado o espaço com os três animais, a casa já não lhe parecia pequena e desconfortável.

11 – Releia outro trecho do conto.

        “Muito descontente, o pobre homem procurou um sábio rabino:

        – Mestre, não consigo mais viver neste desconforto! Mostre-me uma saída para essa situação tão incômoda!”. Copie a fala do narrador desse trecho.

      Muito descontente, o pobre homem procurou um sábio rabino.