SONETO: Quando cheios de gosto, e de alegria
Cláudio Manuel da Costa
Quando cheios de gosto, e de
alegria
Estes campos diviso
florescentes,
Então me vêm as lágrimas
ardentes
Com mais ânsia, mais dor, mais
agonia.

Aquele mesmo objeto, que desvia
Do humano peito as mágoas
inclementes,
Esse mesmo em imagens diferentes
Toda a minha tristeza desafia.
Se das flores a bela contextura
Esmalta o campo na melhor
fragrância,
Para dar uma ideia de ventura;
Como, ó Céus, para os ver terei
constância,
Se cada flor me lembra a
formosura
Da bela causadora de minha
ânsia?
In: Péricles Eugênio da Silva Ramos, org. Poemas de Cláudio Manuel da
Costa. São Paulo: Cultrix, 1976, p. 72.
Fonte: Livro –
Português: Linguagens, Vol. Único. William Roberto Cereja, Thereza Cochar
Magalhães. Ensino Médio, 1ª ed. 4ª reimpressão – São Paulo: ed. Atual, 2003. p.
146.
Entendendo o soneto:
01 – Qual é o sentimento
central expresso no soneto?
O sentimento
central é a melancolia e a tristeza do eu lírico, mesmo diante da beleza da
natureza. Ele experimenta um contraste entre a alegria do ambiente externo e a
dor que sente interiormente.
02 – Qual é a causa da
tristeza do eu lírico?
A causa da
tristeza é a lembrança da amada, que é evocada pela beleza das flores. Cada
flor o faz recordar da formosura da mulher que ama, intensificando sua dor e a
sensação de ausência.
03 – Como a natureza é
descrita no soneto?
A natureza é
descrita como "florescentes campos", com "bela contextura"
e "melhor fragrância". As flores são apresentadas como símbolos de
alegria e ventura, criando um contraste com o estado emocional do eu lírico.
04 – Qual é o papel das flores
no soneto?
As flores têm um
papel duplo no soneto. Ao mesmo tempo em que representam a beleza da natureza,
elas também servem como um gatilho para a memória da amada, intensificando a
tristeza e a dor do eu lírico.
05 – Qual é a principal emoção
expressa no último verso do soneto?
O último verso
expressa a ânsia do eu lírico, que se refere ao seu desejo intenso e doloroso
pela amada. A beleza das flores se torna um tormento, pois o impede de esquecer
a mulher que causa sua dor.
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