domingo, 4 de novembro de 2018

CONTO: CEM ANOS DE PERDÃO - CLARICE LISPECTOR - COM GABARITO

Conto: Cem anos de perdão             

                          Clarice Lispector

        O conto se passa em um bairro rico de Recife, próximo a um palacete. Este lugar, que tem a beleza como uma de suas principais características, tem um jardim também muito bonito, que chama a atenção das personagens do conto. A partir daí, a história “começa” (fatos importantes ocorrem).
        Um dia, duas meninas passaram por esse bairro e avistaram tal palacete, que chamava a atenção. Elas queriam se apropriar dele, mas não podiam. Uma delas ficou encantada com uma das rosas que viram neste mesmo lugar, e então, a roubou, tomando cuidado para não ser vista. O enredo basicamente se desenvolve em torno dos pensamentos para tal roubo, já que o desejo por aquela rosa, para esta menina, era tão grande. Enquanto ela pegava as rosas, sua amiga vigiava, para que ninguém as visse. Com o passar do tempo, passaram a roubar não só rosas com frequência, como pitangas também.
        Apesar do narrador dizer que não se arrepende por roubar rosas quando pequena, o leitor nota que ela nunca esqueceu esse fato, conservando em sua memória todos os detalhes (inclusive os emocionais) da primeira vez em que roubou rosas, e procurando desculpar-se ao dizer que tem cem anos de perdão.
        Podemos classificar resumidamente, as partes que constituem o conto, tais como a situação inicial, o conflito, o clímax e o desenlace. A situação inicial é basicamente o fato das duas amigas olharem para os palacetes. O conflito se dá quando uma delas teve o desejo de uma flor. O clímax, por sua vez, é o roubo da flor, pois o resto do conto se baseia em tal ato. Já o desenlace, é o fato das meninas passarem a não roubarem apenas flores, como pitangas também, e isso indica que ambas gostaram e continuaram o que estavam fazendo (roubar).
        Apenas duas personagens fazem parte deste conto e estas são apresentadas ao leitor logo no começo. Ao decorrer deste, alteramos a imagem que tínhamos sobre ambas, pois não imaginaríamos que elas roubariam flores/pitangas, já que no começo, parecem ser inocentes.  Uma destas meninas é a narradora. Ela pode ser caracterizada por uma narradora em primeira pessoa protagonista, e também conta a história através de uma posição central, pois já que não narrou algo momentâneo, está distante dos acontecimentos, mas apesar disto, nos conta detalhadamente tudo o que aconteceu, e então, notamos que todos os eventos, personagens e elementos da história giram ao seu redor.  Já a sua amiga, pode ser caracterizada como uma personagem co-protagonista, pois possui uma relação próxima com o protagonista e o ajuda na busca de seu objetivo, ou seja, no roubo das rosas.
        O espaço em que o conto se passa compromete o que as personagens farão ao decorrer do mesmo, isto é, o que elas fizeram dependeu de onde estavam. Pelo fato de, logo no começo, avistarem um palacete que se situava em um bairro rico, ficaram comovidas com o mesmo e é a partir desta comoção que o conto se desenvolve. 
        Notamos que, para o narrador, a rosa era um desejo inevitável, ou seja, a menina tinha necessidade de possuí-la. Não sabemos ao certo porque ela tinha um desejo tão grande em roubar rosas, talvez para tentar substituir outras necessidades que tinha, como o desejo daqueles palacetes, ou apenas por vontade de cometer um erro.
        Quando a menina se depara com a rosa, se distancia daquilo imposto pela sociedade (cultura), ou seja, da proibição do roubo, e então, a partir daí, os valores, os princípios, as normas, as regras e os costumes são deixados de lado. A menina deseja a rosa, sem medo do que pode acontecer, pois enfrenta com muita naturalidade o fato de ter que roubá-la se quiser possuí-la. Este ato é considerado natural, apesar de parecer errado. A menina então enfrenta o mal e experimenta praticar ações consideradas pela sociedade como criminosas, assim como dito anteriormente.
        Pode-se perceber que esse conto relaciona o ato de roubar flores e pitangas com o erotismo, que não se expressa explicitamente. Ao decorrer da narrativa, imaginamos detalhadamente as descrições deste ato e o conto nos surpreende, pois logo no começo notamos que ele seria simples, mas depois, tudo muda. A autora faz com que nos aprofundemos mais na história narrada, devido ao aprofundamento na descrição detalhada do roubo da rosa e das pitangas, e a predominância da cor vermelha. Esse conto nos comove, pois a menina não queria apenas furtar flores e pitangas.

Entendendo o conto: 
01 – Quais são as personagens principais?
      O Autor, duas meninas, o Jardineiro.

02 – O que acontece na história?
      O texto fala de uma menina que queria uma rosa, mas como o jardineiro não dava, ela decidiu roubar, quando ela finalmente conseguiu, a rosa se espedaçou.

03 – Em que tempo e em que lugar se passa a história narrada?
      Num dia lindo ensolarado, num castelo.

04 – Quem narra? É possível ser identificado? Dá para saber quem está contando a história?
      O narrador-personagem. Sim. Sim porque ao ler podemos identificar que tem uma pessoa contando a história.

05 – O narrador conta de fora ou ele também é um dos personagens?
      Ele também é um personagem.

06 – Há tema (uma situação) abordado por este texto que tem semelhança com uma situação do conto “A Bela e a Fera”. Qual é esta situação?
      Porque assim como a menina roubava as rosas o pai da bela também roubou a rosa do castelo do monstro.

07 – Faça um resumo da História: (Mínimo de 5 linhas, uso suas próprias palavras)
      Num dia lindo, duas meninas estavam brincando na rua, quando uma das meninas viu uma rosa, e fica fascinada com a beleza da rosa, sabendo que o jardineiro é muito cuidadoso com seu jardim. A garota resolveu roubar a rosa com a sua amiga, ela roubou, mais ao roubar a rosa começou a se despedaçar na sua mão.











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