quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

TEXTO: TODO PONTO DE VISTA É A VISTA DE UM PONTO - LEONARDO BOFF - COM GABARITO

  Texto: Todo ponto de vista é a vista de um ponto

Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam. Todo ponto de vista é um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura. A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender, é essencial conhecer o lugar social de quem olha. Vale dizer: como alguém vive, com quem convive, que experiências tem, em que trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e da morte e que esperanças o animam. Isso faz da compreensão sempre uma interpretação.

 Boff, Leonardo. A águia e a galinha. 4ª ed. RJ: Sextante, 1999.


01. A expressão “com os olhos que tem” (ℓ.1), no texto, tem o sentido de (A) enfatizar a leitura.

(B) incentivar a leitura.

(C) individualizar a leitura.

(D) priorizar a leitura.

(E) valorizar a leitura.

CRÔNICA: NAMORO - LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO - COM GABARITO

 Crônica: Namoro

                   Luís Fernando Veríssimo

 O melhor do namoro, claro, é o ridículo. Vocês dois no telefone:

 - Desliga você.
 - Não, desliga você.
 - Você. 
- Você.
 - Então vamos desligar juntos.
 - Tá. Conta até três
. - Um... Dois... Dois e meio... 
Ridículo agora, porque na hora não era não. Na hora nem os apelidos secretos que vocês tinham um para o outro, lembra? Eram ridículos. Ronron. Suzuca. Alcizanzão. Surusuzuca. Gongonha (Gongonha!) Mamosa. Purupupuca... Não havia coisa melhor do que passar tardes inteiras num sofá, olho no olho, dizendo: 
- As dondozeira ama os dondozeiro?
 - Ama. 
- Mas os dondozeiro ama as dondozeira mais do que as dondozeira ama os dondozeiro.
 - Na-na-não. As dondozeira ama os dondozeiro mais do que, etc. E, entremeando o diálogo, longos beijos, profundos beijos, beijos mais do que de línguas, beijos de amígdalas, beijos catetéricos. Tardes inteiras. Confesse: ridículo só porque nunca mais. 
Depois de ridículo, o melhor do namoro são as brigas. Quem diz que nunca, como quem não quer nada, arquitetou um encontro casual com a ex ou o ex só para ver se ela ou ele está com alguém, ou para fingir que não vê, ou para ver e ignorar, ou para dar um abano amistoso querendo dizer que ela ou ele significa tão pouco que pode até ser amigos, está mentindo. Ah, está mentindo. 
E melhor do que as brigas são as reconciliações. Beijos ainda mais profundos, apelidos ainda mais lamentáveis, vistos de longe. A gente brigava mesmo era para se reconciliar depois, lembra? Oito entre dez namorados transam pela primeira vez fazendo as pazes. Não estou inventando. O IBGE tem as estatísticas.

 Na última briga deles, a Suzana conseguiu fazer chegar aos ouvidos do Alcyr que estava saindo com outro. Um colega do trabalho. E o Alcyr fez a coisa sensata, o que qualquer um de nós faria. Passou a espionar a Suzana escondido. Começou a faltar a sua aula de especialização em ciências contábeis às 6 para ficar atrás de uma carrocinha de pipoca, vendo se a Suzana saía do trabalho com o outro. Rondava a casa da Suzana. Uma noite, uma sexta-feira, pensou ver a Suzana entrar em casa com um homem - e não viu o homem sair da casa.   

    Quatro da manhã e o Alcyr abraçado a uma árvore, tremendo de frio, de olho fixo na porta. Todas as luzes da casa apagadas e o Alcyr pensando, quase chorando: não pode ser, não pode ser. Como é que o seu Amorim e a dona Laurita deixam? Eu, eles botavam na rua às onze e meia. O outro, deixam dormir com a Suzana na sua própria cama. Porque a Suzana só podia estar na cama com o outro. Àquela hora, não podiam estar mais no sofá, ela chamando ele de Dondozeiro. Ou podia? Não podia. Podia, não podia, o Alcyr não se aguentou, pulou a cerca, se agachou sob a janela da Suzana, bateu com o joelho em alguma coisa, gritou, e quando o seu Amorim apareceu na porta dos fundos e perguntou "Quem é que está aí?" tentou imitar um cachorro. Não convenceu ninguém, claro, tanto que, dez minutos depois, estava sentado na mesa da cozinha, tiritando, as calças sujas de barro, tomando o café da dona Laurita com uma mão, e o outro braço em volta da cintura de Suzana. Sim, reconciliados, abraçados, emocionados. Pois Suzana se enternecera com o ciúme do seu Ipsilonezinho. Não havia outro nenhum, ela fora à farmácia com o pai, o homem que ele vira entrar em casa com ela era o seu Amorim, bobo! Mas o que realmente conquistara Suzana fora o ganido do Alcyr, tentando imitar um cachorro. Só um homem muito apaixonado faria um ridículo daqueles. Em dois meses estavam casados.

            Até hoje a Suzana conta a história do Alcyr ganindo no quintal, por mais que ele peça para ela não contar. As crianças já cansaram de ouvir a história, os amigos ouvem um pouco sem jeito. E a Suzana e o Alcyr não se tratam mais por apelidos. Quando fala nele, ela diz "Esse daí". Mas que foi bom, foi.

(VERÍSSIMO, Luís Fernando. Correio Braziliense. 13/06/1999.)

Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPBxHlTUpn0mrW6I6NM1voIr64xF25FzQ_7sWzTinR0keG-KZdft8-RLUQkvrrg4yRB0Z49Mmd6SAGje4g4hkzLAMC_rQ44lBpuzRCNQW2IzBUyWAIZ09zvC1dFpHly-tcFP0vx2dcXKVG/s1600/namoro.jpg

 Entendendo a Crônica

01.No texto, considera-se que o melhor do namoro é o ridículo associado

A) às brigas por amor. 

B) às mentiras inocentes.
C) às reconciliações felizes. 
D) aos apelidos carinhosos. 
E) aos telefonemas intermináveis.

02. Qual é o tema principal do texto lido? Comprove a sua resposta com um trecho retirado da crônica.

     O tema é as coisas ridículas que dizemos quando estamos enamorados. “...apelidos secretos que vocês tinham um para o outro, lembra? Eram ridículos. Ronron. Suzuca. Alcizanzão. Surusuzuca. Gongonha (Gongonha!) Mamosa. Purupupuca...”

03. O extremo do ridículo, segundo o narrador foi:

a) imitar um cachorro para não ser descoberto.        

c) convidá-la para um chope   

b) abraçar uma árvore.                                        

d) apelidar a pessoa amada.

 

04. O que é, segundo o narrador do texto, melhor que as brigas?

     Melhor do que as brigas são as reconciliações. 

 


ARTIGO: A LÍNGUA ESTÁ VIVA - IVANA TRAVERSIM - COM GABARITO

 A LÍNGUA ESTÁ VIVA

Ivana Traversim

 Na gramática, como muitos sabem e outros nem tanto, existe a exceção da exceção. Isso não quer dizer que vale tudo na hora de falar ou escrever. Há normas sobre as quais não podemos passar, mas existem também as preferências de determinado autor – regras que não são regras, apenas opções. De vez em quando aparece alguém querendo fazer dessas escolhas uma regra.

Geralmente são os que não estão bem inteirados da língua e buscam soluções rápidas nos guias práticos de redação. Nada contra. O problema é julgar inquestionáveis as informações que esses manuais contêm, esquecendo-se de que eles estão, na maioria dos casos, sendo práticos – deixando para as gramáticas a explicação dos fundamentos da língua portuguesa.

Com informação, vocabulário e o auxílio da gramática, você tem plenas condições de escrever um bom texto. Mas, antes de se aventurar, considere quem vai ler o que você escreveu. A galera da faculdade, o pessoal da empresa ou a turma da balada? As linguagens são diferentes.

Afinal, a língua está viva, renovando-se sem parar, circulando em todos os lugares, em todos os momentos do seu dia. Estar antenado, ir no embalo, baixar um arquivo, clicar no ícone – mais que expressões – são maneiras de se inserir num grupo, de socializar-se.

 (Você S/A, jun. 2003.)


 ENTENDENDO O ARTIGO

D8 - Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos para sustentá-las.

 01. (SAEP/PARANÁ) A tese da dinamicidade da língua comprova-se pelo fato de que

(A) as regras gramaticais podem transformar-se em exceção.

(B) a gramática permite que as regras se tornem opções.

(C) a língua se manifesta em variados contextos e situações.

(D) os manuais de redação são práticos para criar ideias.

POEMA: BELÉM DO PARÁ - MANUEL BANDEIRA - COM GABARITO

 Poema - Belém do Pará

                  Manuel Bandeira


 Bembelelém

 Viva Belém!

 Belém do Pará porto moderno integrado na equatorial

 Beleza eterna da paisagem

 

Bembelelém

Viva Belém!

 Cidade pomar

(Obrigou a polícia a classificar um tipo novo de delinquente:

O apedrejador de mangueiras)

 

Bembelelém

Viva Belém!

 Belém do Pará onde as avenidas se chamam Estradas:

Estrada de São Jerônimo

Estrada de Nazaré

Onde a banal Avenida Marechal Deodoro da Fonseca

de todas as cidades do Brasil 

Se chama liricamente

Brasileiramente

Estrada do Generalíssimo Deodoro

 

Bembelelém

Viva Belém! 

Nortista gostosa

Eu te quero bem.

 

Terra da castanha

Terra da borracha

Terra de biribá bacuri sapoti

Terra de fala cheia de nome indígena

Que a gente não sabe se é de fruta pé de pau

ou ave de plumagem bonita. 

 

Nortista gostosa

Eu te quero bem.

 

Me obrigarás a novas saudades

Nunca mais me esquecerei do teu Largo da Sé

Com a fé maciça das duas maravilhosas igrejas barrocas

E o renque ajoelhado de sobradinhos coloniais tão bonitinhos

 

Nunca mais me esquecerei

Das velas encarnadas 

Verdes

Azuis

Da doca de Ver-o-Peso

Nunca mais

 

E foi pra me consolar mais tarde

 

Que inventei esta cantiga: 

 

Bembelelém

Viva Belém!

Nortista gostosa

Eu te quero bem.

 (Belém, 1928)

 Referência:

BANDEIRA, Manuel. Antologia poética. 6. ed. Rio de Janeiro: Sabiá, 1961. p. 75-77.

  Entendendo o poema

 D19 – Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos.

 01. (AV. Goiás) As palavras ―Bembelelém, Belém‖, com repetição de sons semelhantes sugerem

(A) brincadeira com palavras.

(B) evocação do repicar de sinos.

(C) homenagem a Belém do Pará.

(D) leveza da estrutura do poema.

 

 

 

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

MÚSICA(ATIVIDADES): QUERO TE ENCONTRAR - BUCHECHA - COM GABARITO

 Música(Atividades): Quero Te Encontrar


                                                          Buchecha

 

Quando você vem
Pra passar o fim de semana
Eu finjo estar tudo bem
Mesmo duro ou com grana
É que você ignora tudo que eu faço
Depois vai embora
Desatando os nossos laços

Quero te encontrar
Quero te amar
Você pra mim é tudo
Minha terra, meu céu, meu mar
Quero te encontrar
Quero te amar
Você pra mim é tudo
Minha terra, meu céu, meu mar

Quando você vem
Pra passar o fim de semana
Eu finjo estar tudo bem
Mesmo duro ou com grana
É que você ignora tudo que eu faço
Depois vai embora
Desatando os nossos laços

Quero te encontrar
Quero te amar
Você pra mim é tudo
Minha terra, meu céu, meu mar
Quero te encontrar
Quero te amar
Você pra mim é tudo
Minha terra, meu céu, meu mar

É muita ousadia ter que percorrer
O país inteiro pra achar você
Mas tudo que eu faço tem um bom motivo
Linda, eu te amo, vem ficar comigo
Tô alucinado pelo seu olhar
Vou aonde for até te encontrar
Eu te amo demais, você é minha paz
Faz amor gostoso de novo comigo, faz
Faz

Quero te encontrar
Quero te amar
Você pra mim é tudo
Minha terra, meu céu, meu mar
Quero te encontrar
Quero te amar
Você pra mim é tudo
Minha terra, meu céu, meu mar

Quero te encontrar
Quero te amar
Você pra mim é tudo
Minha terra, meu céu, meu mar
Quero te encontrar
Quero te amar
Você pra mim é tudo
Minha terra, meu céu, meu mar

Quero te te encontrar
Quero te te encontrar
Quero te te encontrar
Quero te encontrar

 

Fonte: Disponível em: http://letras.terra.com.br/buchecha/626447/

 

D13 - Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto.

01. (SEDUC – GO/2012) A frase em que há expressões próprias da gíria é

(A) “Quando você vem...”

(B) “Mesmo duro ou com grana.”

(C) “... Minha terra, meu céu, meu mar.”

(D) “...Desatando os nossos laços.”

D1 – Localizar informações explicitas em um texto

02. No texto “Quero Te Encontrar” o eu-lírico demonstra

(A) fingimento em relação à pessoa que ama.

(B) distanciamento em relação à pessoa que ama.

(C) contentamento em relação à pessoa que ama.

(D) aproximação em relação à pessoa que ama.

TEXTO: MAGIA DAS ÁRVORES - MÁQUI - COM GABARITO

 Texto: Magia das árvores

 Eu já lhe disse que as árvores fazem frutos do nada e isso é a mais pura magia. Pense agora como as árvores são grandes e fortes, velhas e generosas e só pedem em troca um pouquinho de luz, água, ar e terra. É tanto por tão pouco! Quase toda a magia da árvore vem da raiz. Sob a terra, todas as árvores se unem. É como se estivessem de mãos dadas. Você pode aprender muito sobre paciência estudando as raízes. Elas vão penetrando no solo devagarinho, vencendo a resistência mesmo dos solos mais duros. Aos poucos vão crescendo até acharem água. Não erram nunca a direção. Pedi uma vez a um velho pinheiro que me explicasse por que as raízes nunca se enganam quando procuram água e ele me disse que as outras árvores que já acharam água ajudam as que ainda estão procurando.

— E se a árvore estiver plantada sozinha num prado?

— As árvores se comunicam entre si, não importa a distância. Na verdade, nenhuma árvore está sozinha. Ninguém está sozinho. Jamais. Lembre-se disso.

 Máqui. Magia das árvores. São Paulo: FTD, 1992.

 Entendendo o texto

D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos.

01. (Paraná - 2011) No trecho “Ninguém está sozinho. Jamais. Lembre-se disso”, as frases curtas produzem o efeito de

(A) continuidade.

(B) dúvida.

(C) ênfase.

(D) hesitação.

D2 - Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto.

02. (Salto - 2013) No trecho, ―Você pode aprender muito sobre paciência estudando as raízes. Elas vão penetrando no solo devagarinho, vencendo a resistência mesmo dos solos mais duros‖, o termo destacado refere-se a

(A) árvores.

(B) raízes.

(C) mãos.

(D) velhas.






domingo, 31 de janeiro de 2021

PECADOS MORTAIS DA DISSERTAÇÃO

 Pecados Mortais da Dissertação


PECADO 1– Letra ilegível

Vestibulares e concursos – Aplica-se este item à dissertação exigida nos vestibulares e concursos, cuja composição é feita de forma manuscrita.

Decifrando a escrita – Não se consegue valorizar ou admirar o que é incompreensível. O professor encarregado da avaliação tem tempo estipulado para concluir o trabalho de correção. Não pode, pois, perder tempo tentando adivinhar (às vezes decifrar) o que o candidato escreveu. Não se exige do redator letra bonita; exige-se letra legível, de fácil compreensão.

Solução – Depois de uma certa idade, é quase impossível mudar totalmente o aspecto da caligrafia. Mas é possível melhorá-la, atentando no formato de algumas letras. Às vezes, a leitura torna-se difícil por causa do m, do n e do u que se confundem no papel. Outras vezes, o l e o t são grafados de tal forma (ou tamanho) que atrapalham a compreensão das palavras contidas nas linhas superiores ou inferiores. Uma vez identificado o problema, deve-se escrever com mais apuro, principalmente quando se produz texto para ser avaliado por alguém.

PECADO 2– Fuga do assunto

Falha grave – É, com certeza, o pior deslize numa dissertação. Se o trabalho vale nota, a fuga do tema conduz ao zero por falta de adequação entre o texto ou título proposto e as ideias expostas pelo candidato. Escrever fugindo do assunto sugere:

a) Falta de planejamento sobre o que se está produzindo.

b) Pouca capacidade de concentração.

c) Incapacidade de delimitação do assunto.

d) Desvio intencional para tópicos decorados previamente.

Fuga parcial – Às vezes, os rodeios, a preparação excessiva para finalmente falar se do tema constituem fugas parciais que, dependendo de quem está avaliando o trabalho, também conduzem ao zero. O tema “Violência urbana” pode virar livro nas mãos de escritor habilidoso. O que se quer do aluno é apenas uma dissertação de, no máximo, trinta e cinco linhas. Falar de Abel e Caim, da violência praticada em Roma à época dos Césares é fugir do assunto porque não há espaço (nem tempo) para tantos dados. O melhor caminho é falar da violência urbana hoje, apontando causas, consequências e, se possível, soluções para o problema abordado.

Solução – É preciso organizar-se didaticamente para escrever bem. A elaboração de rascunho, enumerando tópicos como causas, consequências, soluções, ideias contra ou a favor ajuda o redator a manter-se fiel ao tema, além de garantir uma sequência lógica para os parágrafos da dissertação.

PECADO 3– Uso de gírias

Linguagem formal – No texto narrativo, a gíria é, em certos momentos, perfeitamente cabível. Às vezes, faz parte dos traços individuais da personagem. No dissertativo, porém, é um desastre. Isso porque a dissertação exige uma linguagem formal, não necessariamente erudita, mas pelo menos bem elaborada. Veja expressões que não têm espaço em dissertações:

1. Esses caras.

2. Maneiro.

3. Saia dessa.

4. Estou noutra.

5. O meganha.

6. O maior barato.

7. Esse papo não cola.

8. Mina.

9. Gente da pesada.

10. Cada um na sua.

11. Pra cima de mim, não.

12. Tudo em cima.

13. Muito legal.

14. Bicho.

15. Não enche.

16. Tudo em riba.

Solução – O uso de gírias em textos dissertativos só acontece, pela lógica, com os adolescentes. Pessoas adultas têm um senso de correção (e de ridículo) mais apurado quando se trata de texto escrito.

PECADO 4 – Provérbios, frases feitas, ditos populares.

As frases feitas, os provérbios, os ditos que estão na boca de todo mundo empobrecem a redação, dando a impressão de que o autor não tem criatividade. Veja expressões que você deve evitar.

a) Primeiro parágrafo

Para iniciar a dissertação (primeira linha do primeiro parágrafo), NÃO use:

1. Atualmente...

2. Antigamente...

3. Hoje em dia...

4. Nos dias de hoje...

5. No mundo de hoje...

6. Dando início ao meu trabalho...

7 Desde os primórdios da nossa existência...

Observação:

Algumas das expressões acima podem ser usadas no corpo dos parágrafos sem que isso implique lugar-comum.

b) Último parágrafo

Para iniciar o último parágrafo da dissertação, não use:

1. Finalizando o meu trabalho...

2. Concluindo...

3. Resumindo tudo o que eu disse antes...

4. Em síntese...

5. Em resumo...

c) Em qualquer parte do texto

De modo geral, não use as expressões seguintes em texto dissertativo:

1. Como já dizia meu avô...

2. A esperança é a última que morre...

3. Quem avisa amigo é...

4. Quem espera sempre alcança...

5. Dar a volta por cima...

6. Agradar a gregos e a troianos...

7. Colocando um ponto final...

8. De mão beijada...

9. De vento em popa...

10. Depois de um longo e tenebroso inverno...

11. Ensaiar os primeiros passos...

12. Faca de dois gumes...

13. Fazer das tripas coração...

14. Passar em brancas nuvens...

15. Pôr a casa em ordem...

16. Procurar chifre em cabeça de cavalo...

17. Tábua de salvação...

18. Tirar o cavalo da chuva...

Observação:

Algumas das expressões listadas podem ser empregadas coerentemente, desde que predomine a criatividade. Às vezes, os lugares-comuns denotam ironia. Nesse caso, ao invés de depreciar, valorizam o texto em que se inserem.

PECADO 5 – Incluir-se na dissertação

Indecisão

Dissertar é emitir sua visão (crítica, de preferência) sobre um assunto proposto. É analisar de modo impessoal e com total objetividade. Mas o que fazer diante  o emprego do “eu” ou do “nós” em dissertações bem estruturadas. O que acontece, às vezes, é o uso de tais pronomes sem argumentação que os justifique. Ao invés de mostrar firmeza e segurança, o aluno passa ao examinador a ideia de indecisão e de fraqueza.

Expressões pessoais

Outro aspecto negativo é a mistura de problemas pessoais ou particulares com a problemática sobre a qual se está dissertando. Aconselha-se, pois, que o candidato evite o uso das expressões seguintes. Se forem empregadas, entretanto, de forma adequada, no momento certo, podem estar coerentes e ser valorizadas pelo examinador.

1. Na minha opinião...

2. No meu entender...

3. Ao meu ver...

4. No meu ponto de vista...

5. Eu vejo por mim mesmo...

6. Como já aconteceu comigo...

7. Isso é o que eu penso...

8. Conforme a minha visão do mundo...

9. Eu acho...

10. Eu imagino que...

11. Eu penso que...

12. Eu concluo que...

Solução

Deve-se adotar na dissertação uma atitude crítica, dizendo verdades universais, aplicáveis a todos. A questão pessoal soa como depoimento, e dissertar, exige mais que isso: tem-se de argumentar, sustentando ideias que convençam.

PECADO 6 – Misturar dissertação com religião

Argumentação

A dissertação é baseada sempre na argumentação cuja base é a lógica. Misturá-la com questões de fé é inconcebível, pois os dogmas religiosos, os preceitos e as crendices independem de provas ou de evidências constatáveis.

Veja algumas construções que denotam fanatismo e exagero por parte de quem as usa:

1. A solução para a violência urbana está em Jesus Cristo, nosso salvador.

2. Frequentar a igreja regularmente e confessar-se uma vez por semana: é o conselho que dou para quem está passando por conflitos familiares.

3. O conflito pela posse da terra só acontece no Brasil por falta de leitura da Bíblia. Tanto o Velho quanto o Novo Testamento trazem ensinamentos que, se aplicados ao campo brasileiro, resolveriam o problema da Reforma Agrária.

4. Antes de cultura e de educação, o povo brasileiro precisa mistificar-se, aceitar Jesus como salvador universal. Aí, sim, todos os problemas de injustiças sociais serão resolvidos.

Em nenhuma hipótese, crendices ou dogmas devem servir de base para a composição de textos dissertativos. Os aspectos místicos ou esotéricos não combinam com visão crítica.

PECADO 7 – Emoções exageradas Emoções pessoais

Às vezes, o tema que se está explorando na dissertação engloba problemas e/ou situações pelos quais o escrevente já passou (ou está passando). Nesse caso, devem-se evitar as emoções pessoais. Elas denotam revolta, e o registro no papel pende para o exagero.

Veja algumas construções que depreciam o exto dissertativo:

1. Os autores do último pacote econômico deveriam ser exterminados, um a um, pelo mal que fizeram à economia do Brasil.

2. Pessoas como essas, que estupram e matam, devem arder para sempre no fogo do inferno.

3. Morte aos monstros que assaltam e roubam em nome do progresso...

4. A morte é castigo muito pequeno para quem estupra e mata...

5. Criminosos assim não merecem a pena de morte. Merecem uma doença incurável, que provoque o apodrecimento lento do corpo e da alma...

6. Pessoas assim não devem morrer. Devem ficar presas para sempre, mesmo depois de mortas, para que suas almas não cometam crimes por aí.

7. O abuso sexual contra crianças deve ser punido com a morte. Não a morte pura e simples, por meio de choque elétrico ou de injeção letal. Os pedófilos devem, antes de morrer, passar pelo estupro, para que sintam a mesma dor que provocaram em suas vítimas.

PECADO 8 – Abreviações e números

Caráter didático

O caráter didático da dissertação poda inovações e vícios próprios da pressa ou do desleixo. Por isso, as expressões numéricas devem ser escritas por extenso, e as abreviações devem ser usadas com cautela, até pelo aspecto da correção gramatical. Poucos têm segurança no momento de grafar por extenso determinados números e de abreviar determinadas palavras. Veja exemplos que a norma culta condena:

1. O vestibular é injusto e ñ (não) mede capacidade de ninguém.

2. É c/ (com) desespero que notamos o aumento da criminalidade no Brasil.

3. Faz-se necessária uma reforma profunda no ensino p/ (para) q/ (que) se possa exigir mais do aluno brasileiro.

4. Nos E.U.A. (Estados Unidos), o racismo é mais forte que no Brasil.

5. Pesquisas atestam que 90% (noventa por cento) do povo brasileiro votam sem consciência político-social.

PECADO 9 – Repetições

Vocabulário escasso

A repetição (quer da ideia, quer da mesma palavra) causa impressão desagradável a quem lê: sugere pobreza de vocabulário.

Faz-se mister, nesse caso, o uso de sinônimos adequados.

Veja construções erradas; compare-as, a seguir, com o modelo correto.

1. Errado – A poluição, por sua vez, prejudica qualquer tentativa de desenvolvimento, pois o desenvolvimento só consegue beneficiar o homem se estiver dissociado da poluição.

Certo – A poluição, por sua vez, prejudica qualquer tentativa de desenvolvimento, pois as inovações só conseguem beneficiar o homem se estiverem dissociadas de qualquer aspecto maléfico.

2. Errado – A inflação gera desemprego; para combater a inflação, o governo deve atacar o déficit público e abaixar as taxas de juros, pois com juros tão elevados, os ricos é que se beneficiam do fenômeno da inflação.

Certo – A inflação gera desemprego; para combatê-la, o governo deve atacar o déficit público e abaixar as taxas de juros, pois é sabido que o fenômeno inflacionário beneficia os ricos e prejudica os pobres.

PECADO 10 – Inovações na caligrafia

Letra grande

Numa dissertação de vinte linhas (tamanho mínimo exigido em concursos e vestibulares), se a letra do aluno é muito grande, esse mínimo deve ser ampliado para vinte e cinco, trinta linhas. A razão é óbvia: muitos alunos aumentam a letra para alcançar a quantidade de linhas exigidas no exame.

Espaços entre as palavras

Os espaços em branco entre as palavras constituem recurso muito usado por quem tem dificuldade de escrever. Porém os professores encarregados da correção conhecem bem esse artifício. Por isso, se você, naturalmente, escreve assim, tente evitar os espaços exagerados entre as palavras. Se não for possível, escreva uma dissertação com bastantes linhas.

Letra muito pequena

Há alunos com letra tão reduzida que, dependendo do caso, o professor, mesmo de óculos, não consegue ler. Pior ainda: o próprio aluno, quando questionado sobre o que escreveu, também não consegue.

Letra ilegível

Às vezes, o aluno demonstra que vai fazer vestibular para Medicina por meio da grafia das palavras: já exibe letra de médico. Para decifrá-la, só pedindo ajuda ao pessoal que trabalha em farmácias. Não se trata de letra feia, mas de escrita ilegível. A sua grafia pode ser feia e legível. Nesse caso, tudo bem.

Dissertação não é um concurso de caligrafia

 Fonte da imagem - https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.jrmcoaching.com.br%2Fblog%2Fcarta-de-gratidao-aprenda-como-escrever-a-sua%2F&psig=AOvVaw08QgNKfUmynuS_BmB-m8ES&ust=1612184571242000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCJiKkOadxu4CFQAAAAAdAAAAABAJ

 

sábado, 30 de janeiro de 2021

MÚSICA(ATIVIDADES): AMOR SEM LIMITE - ROBERTO CARLOS - COM GABARITO

 Música(Atividades): Amor Sem Limite

             Roberto Carlos

 Quando a gente ama alguém de verdade

Esse amor não se esquece
O tempo passa, tudo passa, mas no peito
O amor permanece
E qualquer minuto longe é demais
A saudade atormenta
Mas qualquer minuto perto é bom demais
o amor só aumenta

Vivo por ela
Ninguém duvida
Porque ela é tudo
Na minha vida

Eu nunca imaginei que houvesse no mundo
Um amor desse jeito
Do tipo que quando se tem não se sabe
Se cabe no peito

Mas eu posso dizer que sei o que é ter
Um amor de verdade
E um amor assim eu sei que é pra sempre
É pra eternidade

Vivo por ela
Ninguém duvida
Porque ela é tudo
Na minha vida

Quem ama não esquece quem ama
O amor é assim
Eu tenho esquecido de mim
Mas d'ela eu nunca me esqueço

Por ela esse amor infinito
O amor mais bonito
É assim nosso amor sem limite
O maior e mais forte que existe

Vivo por ela
Ninguém duvida
Porque ela é tudo
Na minha vida

Quem ama não esquece quem ama
O amor é assim
Eu tenho esquecido de mim
Mas d'ela eu nunca me esqueço

Por ela esse amor infinito
O amor mais bonito
É assim nosso amor sem limite
O maior e mais forte que existe

Vivo por ela
Ninguém duvida
Porque ela é tudo
Na minha vida

                   Compositor: Roberto Carlos / Erasmo Carlos

Entendendo a canção:

01 – De que se trata a primeira estrofe dessa canção?

      Que a passagem do tempo apaga muitas coisas, mas a memória afetiva registra as coisas que emocionalmente tem importância; essas permanecem.

02 – A quem Roberto Carlos homenageou com essa canção?

      Sua ex-mulher, Maria Rita (in memoriam) no ano de 1999.

03 – Ao escutar essa música, você:

a)   (  ) Desliga imediatamente.

b)   (X) Ouve atentamente.

c)   (  ) Compra o CD.

d)   (  ) Deixa tocando como música de fundo.

      Resposta pessoal.

04 – O que você sente ao ouvir essa música?

      Resposta pessoal.

05 – O que você vê ou imagina se fechar os olhos e ouvir essa música?

      Resposta pessoal.

06 – A música é:

(  ) Divertida.     (X) Suave.             (  ) Chata.     (  ) Melancólica.   

07 – A letra da música é:

(  ) Repetitiva.   (  ) Muito longa.     (  ) Bonita.    (X) Romântica.