Fábula: O Leão e o Ratinho
Caía a
tarde na selva. E ao longe pelos caminhos, ouvia-se a passarada que regressava a seus ninhos. Na
beira de uma lagoa, os sapos em profusão,
cantavam bem ritmados, a sua velha canção. No mais, tudo era silêncio.
No entanto, nesse momento,
surgiu um velho leão, à procura de alimento. Andava orgulhosamente, com passos
lentos, pesados. E por onde ele passava, os bichos apavorados, fugiam para suas
tocas, deixando livre o caminho.
Porém, eis que de repente, surgiu um pobre ratinho. O leão não perdeu tempo e assim estendendo a pata, alcançou o pobrezinho que corria pela mata.
- Vejam só, que sorte a minha! Abocanhei-te seu moço. Tu não és lá muito grande, mas já serve para o almoço!
- Tenha piedade senhor! - Oh, solte-me, por favor! Do que lhe serve matar-me! Pois veja bem, se me come, eu sou tão pequenininho, que mal posso matar-lhe a fome.
- Pensando bem, tens razão! Eu vou soltar-te ratinho. O que ia fazer contigo, assim pequeno, magrinho. Segue em paz o teu passeio. Não vês, sou teu amigo, para mim de nada serves, quase não pode contigo!
- Seu Leão, esse favor, eu jamais esquecerei. Se puder, algum dia, ainda lhe pagarei.
- Oh! - Pagar-me? Ora! Tu mal aguenta contigo! O que poderias fazer a meu favor, pobre amigo!
- Não sei, não sei majestade, mas prometo-lhe outra vez, algum dia, hei de pagar-lhe, o grande bem que me fez!
E assim dizendo, o ratinho correu e muito feliz entrou no seu buraquinho. E o leão tranquilamente, embrenhou-se na floresta.
Entretanto, de repente, o pobre animal, caiu na rede de um caçador. E a fera se debatendo de raiva e pavor, urrava! E quanto mais se esforçava, mais a corda o enlaçava. Nesse instante, o tal ratinho, que de longe tudo ouvia, chegou perto do leão, que urrando se debatia.
- Não se aflija meu amigo, aqui estou para salvá-lo. Espere. Fique tranquilo, pois vou tentar libertá-lo. Deixe-me roer a corda que o prendeu... assim...assim... não se mexa por favor, descanse e confie em mim.
E o ratinho foi roendo, roendo insistentemente, até que a corda cedeu e arrebentou finalmente!
- Pronto, estou livre afinal! - Muito obrigado ratinho. O que seria de mim sem tua ajuda, amiguinho!
E o ratinho humildemente, cheio de satisfação, estendeu sua patinha ao grande e velho leão!
- Amigo, não me agradeça, entretanto aprenda bem, não faça pouco dos fracos, confie neles também!
Entendendo o texto
01-Marque
(V) para efeitos de sentidos pertinentes ao texto-discurso e (F) para efeitos
de sentidos não pertinentes:
a-(
V )
Percebe-se o discurso de crítica aos que desvalorizam os fracos;
b-(
V ) Percebe-se que o personagem leão representa a
prática social da exibição de poder;
c-(
F ) Percebe-se que o personagem ratinho
representa a prática social da ingratidão;
d-( F
) Percebe-se o discurso de que apenas os fortes conseguem ter eficiência
no mundo;
e-(
V )
Percebe-se o discurso de que se deve exercer o poder com humildade;
02-Qual
a tese central defendida na fábula?
a- é preciso vangloriar-se do poder de que
se dispõe;
b- é preciso não desvalorizar
e não humilhar os considerados fracos;
c- é preciso ajudar uns aos outros.
03-Qual
enunciado revela “exercício do poder
com abuso dos fracos”?
a) Abocanhei-te
seu moço;
b) - Vejam só, que sorte a minha!;
c) - Oh! - Pagar-me? Ora! Tu mal
aguenta contigo!;
d) Segue em paz o teu passeio.
04-No enunciado “Na beira de uma lagoa, os sapos em profusão, cantavam bem ritmados, a
sua velha canção.”, o
adjetivo grifado caracteriza o substantivo:
a- lagoa;
b- sapos;
c- profusão;
d- canção.
05-No enunciado “Tu não és lá muito grande, mas
já serve para o almoço!”, a conjunção grifada é adversativa porque estabelece
uma relação de:
a-
_______( sentido positivo)_______, mas _______(sentido positivo)__________
b-
_______( sentido negativo)_______, mas _______(sentido
negativo)_________
c-
_______( sentido positivo)_______, mas _______(sentido
negativo)__________
d- _______( sentido negativo)_______,
mas _______(sentido positivo)__________
06-Qual enunciado revela súplica?
a) - Tenha piedade senhor! - Oh, solte-me por favor!
b) - Seu Leão, esse favor, eu jamais esquecerei.
c) - Não sei, não sei majestade...
d) - Não se aflija meu amigo, aqui estou para salvá-lo.
07-No relato “Andava orgulhosamente,
com passos lentos, pesados.”, a palavra grifada indica:
a- o lugar por onde andava o leão;
b- o tempo em que o leão andava;
c- o modo como o leão andava;
d- a intensidade que o leão andava.
08-No enunciado “Do que lhe serve matar-me! Pois
veja bem, se me come, eu sou tão pequenininho, que mal posso matar-lhe a fome.”,
a conjunção grifada:
a- conclui o que foi dito antes;
b- adiciona informação ao que foi dito antes;
c- opõe-se ao que foi dito antes;
d- explica o que foi dito antes.
9-No enunciado “E assim dizendo, o ratinho correu e muito feliz entrou no seu buraquinho.”, o advérbio
grifado intensifica a palavra:
a- ratinho;
b- correu;
c- feliz;
d- entrou.
10-Qual enunciado revela que o
personagem interlocutor recebeu uma forma de tratamento inferiorizada na
relação de poder?
a)- Seu Leão, esse
favor, eu jamais esquecerei.
b) - Não sei, não sei majestade...
c) - Tenha piedade senhor!
d) O que poderias fazer a meu favor, pobre amigo!
11-No enunciado “E quanto mais se
esforçava, mais a corda o
enlaçava.”, temos uma relação de:
a- oposição entre o esforço do leão e o enlace da corda;
b- proporcionalidade/concomitância entre o esforço do leão e o enlace da
corda;
c- finalidade do esforço do leão para obter o enlace da corda;
d- comparação do esforço do leão com o enlace da corda.
12-No enunciado “Nesse instante, o tal ratinho, que
de longe tudo ouvia, chegou perto do leão, que urrando se debatia.”, o
pronome grifado é relativo, podendo ser substituído, a depender do contexto,
por (o qual, a qual, os quais, as quais), e foi usado para não repetir a
palavra:
a- instante;
b- ratinho;
c- longe;
c- leão.
13-No enunciado “Nesse instante, o tal
ratinho, que de longe tudo ouvia, chegou perto do leão, que urrando se debatia.”, o pronome grifado é
relativo, podendo ser substituído, a depender do contexto, por (o qual, a qual,
os quais, as quais), e foi usado para não repetir a palavra:
a- ratinho;
b- longe;
c- perto;
d- leão.
14-No enunciado “Caía a tarde na selva. E ao longe pelos caminhos, ouvia-se a passarada
que regressava a seus
ninhos.”, o pronome grifado é relativo, podendo ser substituído, a depender
do contexto, por (o qual, a qual, os quais, as quais), e foi usado para não
repetir a palavra:
a- tarde;
b- selva;
c- caminhos;
d- passarada.
15-No enunciado “E o leão tranquilamente, embrenhou-se na floresta. Entretanto, de repente, o pobre
animal, caiu na rede de um caçador.”, a conjunção grifada estabelece uma
relação adversativa descrita corretamente em:
a- o leão está em uma situação positiva e muda para outra situação
positiva;
b- o leão está em uma situação negativa e muda para outra situação
negativa;
c- o leão está em uma situação negativa e muda para uma situação
positiva;
d- o leão está em uma situação positiva e muda para uma situação
negativa.
16- O pronome lhe é usado para não repetir determinadas palavras ou
expressões. Identifique a que ou a quem se refere o pronome lhe nos trechos extraídos da
fábula:
a- “Do que lhe serve
matar-me!”_______________________________________________
b- “eu sou tão pequenininho, que mal posso matar-lhe a fome.”_______________________
c- “Se puder, algum dia, ainda lhe pagarei.”_______________________________________
d- “algum dia, hei de pagar-lhe...”
______________________________________________
17-No enunciado “Espere. Fique tranquilo, pois
vou tentar libertá-lo.”, a conjunção grifada:
a- conclui o que foi dito antes;
b- opõe-se ao que foi dito antes;
c- adiciona uma informação ao que foi dito antes;
d- explica o que foi dito antes.
18-Qual argumento defende respeito aos que aparentemente
possuem menor força nas relações de poder?
a- “Tu mal aguenta contigo! O que poderias fazer a meu favor, pobre
amigo!”
b- “- Seu Leão, esse favor, eu
jamais esquecerei.”
c- “Muito obrigado ratinho. O que seria de mim sem tua ajuda, amiguinho!”
d- “...entretanto
aprenda bem, não faça pouco dos fracos, confie neles também!”
19-Substitua as palavras sublinhadas no
texto-discurso por outras, buscando conservar o sentido do que foi dito.
Orgulhosamente: com soberba
Abocanhei-te: te peguei
Embrenhou-se: adentrou-se
Debatendo: lutando
Cedeu: arrebentou
20-Produza
um texto-discurso, dizendo o que você pensa sobre aqueles que menosprezam as pessoas
de menor poder nas relações sociais.
Texto-discurso:
A fábula do leão e do ratinho nos ensina
uma lição valiosa sobre a importância de todos os seres, independentemente de
sua força ou tamanho. A arrogância do leão em desdenhar o pequeno roedor
demonstra como o poder pode cegar e levar à subestimação dos outros.
No entanto, a história nos mostra que a
ajuda pode surgir de onde menos esperamos. O ratinho, com sua pequena força,
consegue salvar o poderoso leão, demonstrando que a solidariedade e a gratidão
são qualidades que transcendem as diferenças.
Em nossa sociedade, muitas vezes
repetimos o padrão do leão, desvalorizando aqueles que consideramos mais fracos
ou menos importantes. É fundamental refletir sobre nossas atitudes e buscar
construir relações mais justas e equitativas, onde todos sejam valorizados e
respeitados.
A fábula nos convida a:
- Valorizar
a diversidade:
Reconhecer que cada indivíduo possui habilidades e qualidades únicas.
- Cultivar
a empatia:
Colocar-se no lugar do outro e compreender suas necessidades.
- Praticar
a solidariedade:
Ajudar o próximo sem esperar nada em troca.
- Combater
a arrogância:
Evitar atitudes de superioridade e preconceito.
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