POEMA(FRAG.): MANHÃ DE VERÃO
Olavo Bilac
[…]
Diz
a palmeira: “Invejo-a! ao vir a luz radiante,
Vem
o vento agitar-me e desnastrar-me a coma:
E
eu pelo vento envio ao seu cabelo ondeante
Todo
o meu esplendor e todo o meu aroma!”
E
a floresta, que canta, e o sol, que abre a coroa
De
ouro fulvo, espancando a matutina bruma,
E
o lírio, que estremece, e o pássaro, que voa,
E
a água, cheia de sons e de flocos de espuma,
Tudo,
– a cor, o dano, o perfume e o gorjeio,
Tudo,
elevando a voz, nesta manhã de estio,
Diz:
“Pudesses dormir, poeta! no seu seio,
Curvo
como este céu, manso como este rio!”
BILAC, Olavo. Alma inquieta. Belém: Núcleo
de Educação a Distância da Universidade do Amazonas.
Disponível em:
<www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua000245.pdf>. Acesso em: 25
jun. 2018.
ENTENDENDO
O POEMA
01.
Sobre o que fala o eu poético?
Ele ressalta a beleza da
natureza ao amanhecer.
02.
Existem figuras de linguagem que têm papel
fundamental na organização do poema.
I.
Reconheça uma delas, que você já estudou, e
explique por que ganha essa importância.
A personificação, pois o eu poético “conversa” com os elementos da
natureza.
II.
A repetição da conjunção e na segunda estrofe
reproduzida também tem papel fundamental na composição do poema. Que efeito ela
traz?
Possibilidade: Reforça a ideia da acumulação sucessiva de visões da
natureza, o que desperta a sensibilidade e emoção do leitor.
A
figura de linguagem criada pela repetição de uma mesma conjunção chama-se polissíndeto.
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