Ansiedades
“Lançando
sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.” – (1ª
Epístola de Pedro, 5:7.)
As ansiedades armam muitos crimes e
jamais edificam algo de útil na Terra.
Invariavelmente, o homem precipitado
conta com todas as probabilidades contra si.
Opondo-se às inquietações angustiosas,
falam as lições de paciência da Natureza, em todos os setores do caminho
humano.
Se
o homem nascesse para andar ansioso, seria dizer que veio ao mundo, não na
categoria de trabalhador em tarefa santificante, mas por desesperado sem
remissão.
Se a criatura refletisse mais
sensatamente reconheceria o conteúdo de serviço que os momentos de cada dia lhe
podem oferecer e saberia vigiar, com acentuado valor, os patrimônios próprios.
Indubitável que as paisagens se
modificarão incessantemente, compelindo-nos a enfrentar surpresas
desagradáveis, decorrentes de nossa atitude inadequada, na alegria ou na dor;
contudo, representa impositivo da lei a nossa obrigação de prosseguir
diariamente, na direção do bem.
A ansiedade tentará violentar corações
generosos, porque as estradas terrenas desdobram muitos ângulos obscuros e
problemas de solução difícil; entretanto, não nos esqueçamos da receita de
Pedro.
Lança as inquietudes sobre as tuas
esperanças em Nosso Pai Celestial, porque o Divino Amor cogita do bem-estar de
todos nós.
Justo é desejar, firmemente, a vitória da luz,
buscar a paz com perseverança, disciplinar-se para a união com os planos
superiores, insistir por sintonizar-se com as esferas mais altas. Não olvides,
porém, que a ansiedade precede sempre a ação de cair.
PANTEÍSMO
– LIVRO DOS ESPÍRITOS - ALLAN
KARDEC – Tradução Matheus R. Camargo
PERGUNTAS
E RESPOSTAS
14 – Deus é um ser distinto,
ou seria, segundo a opinião de alguns, a resultante de todas as forças e de
todas as inteligências do Universo reunidas?
Se assim fosse,
Deus não existiria, pois seria o efeito e não a causa; Ele não pode ser ao
mesmo tempo um e outro.
Deus existe, não podeis duvidar, e isso é
o essencial. Crede em mim, e não vades além. Não vos percais num labirinto de
onde não podereis sair. Isso não vos tornaria melhores, mas um pouco mais
orgulhosos, talvez, já que julgaríeis saber, quando na realidade nada
saberíeis. Então, deixai de lado todos esses sistemas; vós já tendes muitas
coisas que vos tocam mais diretamente, a começar por vós mesmos. Estudai vossas
próprias imperfeições para vos livrardes delas; isto será mais útil do que
querer penetrar no que é impenetrável.
15 – O que pensar da opinião
segundo a qual todos os corpos da Natureza, todos os seres e todos os planetas
do Universo seriam partes da Divindade e constituiriam, em seu conjunto, a
própria Divindade; ou seja, da doutrina panteísta?
Uma vez que o
homem não pode fazer-se Deus, quer ao menos ser uma parte de Deus.
16 – Aqueles que professam
essa doutrina pretendem encontrar nela a demonstração de alguns dos atributos
de Deus. Já que os mundos são infinitos, Deus é, por essa mesma razão,
infinito; por não haver em parte alguma o vazio e o nada, Deus está em toda
parte; já que Deus está em todo lugar, pois é parte integrante de tudo, Ele dá
a todos os fenômenos da Natureza uma razão de ser inteligente. O que se pode
opor a esse raciocínio?
A razão. Refleti
atentamente e não vos será difícil reconhecer o absurdo disso.
Essa doutrina faz de Deus um ser material
que, embora dotado de uma inteligência suprema, seria em grandes proporções
aquilo que nós somos em pequenas proporções. Ora, já que a matéria se
transforma sem cessar, Deus, nesse caso, não teria nenhuma estabilidade.
Estaria sujeito a todas as vicissitudes e mesmo a todas as necessidades da
humanidade. Faltar-lhe-ia um dos atributos essenciais da Divindade: a
imutabilidade. As propriedades da matéria não podem se aliar à ideia de Deus em
rebaixá-lo, em nosso pensamento, e todas as sutilezas do sofisma não
conseguirão resolver o problema de sua natureza íntima. Não sabemos tudo o que
Deus é, mas sabemos o que Ele não pode deixar de ser. O sistema panteísta está
em contradição com suas propriedades mais essenciais, por confundir o criador
com a criatura, precisamente como se quiséssemos que uma máquina engenhosa
fosse parte integrante do mecânico que a concebeu.
A inteligência de Deus se revela em Suas
obras como a de um pintor em seu quadro; mas as obras de Deus não são o próprio
Deus, assim como o quadro não é o pintor que o concebeu e executou.
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