A música "Não Tem Tradução" de Noel Rosa aborda a influência do cinema falado e dos estrangeirismos na transformação da cultura das pessoas, especialmente aqueles que vivem nos morros. O eu lírico critica a preferência por palavras estrangeiras em detrimento do samba e da cultura brasileira.
03. Qual é o posicionamento do eu lírico, quanto aos estrangeirismos em “Não tem tradução”?
O eu lírico
expressa uma posição crítica em relação aos estranhamentos na música. Ele
sugere que o cinema falado é responsável pela transformação da cultura, levando
as pessoas a valorizarem mais palavras estrangeiras do que a riqueza do samba e
da cultura brasileira.
04. Esta
canção é atual? Justifique as suas respostas, retirando elementos do texto.
A canção não é atual, pois foi composta por Noel Rosa em 1933. O texto
menciona o cinema falado como uma influência, o que remete a um período em que
o cinema sonoro estava se popularizando.
05. Transcreva
as palavras de origem estrangeira encontradas na Música Não tem Tradução. Composição Noel Rosa,
descrevendo os significados.
a) Palavras de origem estrangeira na música:
Barracão (português, mas usado no contexto da
música)
Fox-Trote (do inglês, referindo-se a uma dança)
Risoleta (possivelmente do francês, nome próprio)
Malandro (originado do espanhol/italiano, mas
usado no contexto brasileiro).
06. Há uma
defesa do eu lírico em relação ao samba. Qual é? Justifique, retirando
elementos que comprovem a resposta.
O eu lírico defende o samba como algo intrinsecamente brasileiro,
destacando que as rimas do samba não são em inglês ("I love you").
Ele critica a preferência por palavras estrangeiras em detrimento do samba,
afirmando que o samba não tem tradução no idioma francês.
07. Na Música
Não tem Tradução. Composição Noel Rosa., há gírias na canção? Se sim,
transcreva-as inserindo os significados que elas possuem.
Sim, há gírias na música. No trecho mencionado, "dar pinote"
significa agir de maneira evasiva ou enganosa, e "na gafieira"
refere-se a um tipo de dança de salão.
08. Leia o trecho em
destaque e responda às questões a seguir: “[...] Amor lá no morro é amor pra
chuchu As rimas do samba não são I love you E esse negócio de alô, alô boy e
alô Johnny Só pode ser conversa de telefone [...]” (Noel Rosa, Não Tem Tradução, 1933).
O trecho destaca a ideia de que o amor no morro é abundante ("amor
lá no morro é amor pra chuchu"), mas as rimas do samba não são como as
expressões românticas estrangeiras, como "eu te amo". O eu lírico
também ironiza o uso de aplicações telefônicas como "alô boy" e
"alô Johnny", evidenciando que são inapropriados ou artificiais.
a) Qual era a preocupação existente na época,
que Noel Rosa deixa transparecer em meio aos versos?
A preocupação existente na época,
refletida nos versos de Noel Rosa, está relacionada à influência do cinema
falado e dos estranhamentos na transformação da cultura brasileira. Há uma
crítica à preferência por palavras estrangeiras em detrimento do samba e da
cultura brasileira moderna.
b) Transcreva os elementos do texto que
justifiquem a sua resposta.
Os elementos do texto que
justificam a resposta incluem a menção ao cinema falada como "o grande
culpado da transformação", a crítica ao uso de palavras estrangeiras em
vez do samba, e a ironia em relação aos cumprimentos telefônicos estrangeiros
como "alô boy" e "alô Johnny". Esses elementos indicam a
preocupação de Noel Rosa com a preservação da cultura brasileira diante da
influência estrangeira.
"O cinema falado
É o grande culpado
Da transformação
Dessa gente que sente
Que um barracão Prende mais que um xadrez. (...)
Amor, lá no morro, é amor pra chuchu,
As rimas do samba não são 'I love you'.
E esse negócio de 'alô, alô, boy','Alô, Johnny',
Só pode ser conversa de telefone.”
Noel Rosa. Cinema falado, 1933.
Os versos acima refletem uma crítica. Eles expressam:
a) a ausência das inovações tecnológicas estrangeiras na difusão da cultura popular brasileira.
b) a influência do jazz norte-americano no ritmo e nas letras do samba.
c) a expansão da dominação cultural norte-americana e a desvalorização da cultura popular nacional.
d) a resistência da arte popular quanto às inovações tecnológicas, especialmente o cinema falado e o rádio.
e) o predomínio da música estrangeira em substituição ao samba autenticamente nacional.
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