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domingo, 20 de agosto de 2017

CONTO: GAROTO LINHA DURA- STANISLAW PONTE PRETA - COM GABARITO

CONTO: GAROTO LINHA DURA
                  Stanislaw Ponte Preta

Deu-se que o Pedrinho estava jogando bola no jardim e, ao emendar a bola de bico por cima do travessão, a dita foi de contra uma vidraça e despedaçou tudo. Pedrinho botou a bola debaixo do braço e sumiu até a hora do jantar, com medo de ser espinafrado pelo pai.
        Quando o pai chegou, perguntou à mãe quem quebrou o vidro e a mulher disse que foi o Pedrinho, mas que o menino estava com medo de ser castigado, razão pela qual ela temia que a criança não confessasse o seu crime.
        O pai chamou Pedrinho e perguntou: - Quem quebrou o vidro, meu filho?
        Pedrinho balançou a cabeça e respondeu que não tinha a mínima ideia. O pai achou que o menino estava ainda sob o impacto do nervosismo e resolveu deixar para depois.
        Na hora em que o jantar ia para mesa, o pai tentou de novo: - Pedrinho, quem foi que quebrou a vidraça, meu filho? – e, ante a negativa reiterada do filho, apelou: - Meu filhinho, pode dizer quem foi que eu prometo não castigar você.
        Diante disso, Pedrinho, com a maior cara-de-pau, pigarreou e lascou:
        --- Quem quebrou foi o garoto do vizinho.
        --- Você tem certeza?
        --- Juro.
        Aí o pai se queimou e disse que, acabado o jantar, os dois iriam ao vizinho esclarecer tudo. Pedrinho concordou que era a melhor solução e jantou sem dar a menor mostra de remorso. Apenas – quando o pai fez ameaça – Pedrinho pensou um pouquinho e depois concordou.
        Terminado o jantar o pai pegou o filho pela mão e – já chateadíssimo – rumou para a casa do vizinho. Foi aí que Pedrinho provou que tinha ideias revolucionárias. Virou-se para o pai e aconselhou:
        --- Papai, esse menino do vizinho é um subversivo desgraçado. Não pergunte nada a ele não. Quando ele vier atender a porta, o senhor vai logo tacando a mão nele.

               Stanislaw Ponte Preta. Garoto linha dura. Rio de Janeiro:
Entendendo o texto                                                                           Editora do autor, 1964.

1 – Em que lugar Pedrinho estava jogando bola?
     No jardim de sua casa.

2 – Em que momento do jogo a bola atingiu a vidraça?
     Quando ele a emendou por cima do travessão.

3 – Como o menino ficou ao perceber o estrago que a bola fizera?
     Temeroso.

4 – Como o pai tomou conhecimento da vidraça quebrada?
     Ele próprio viu ao chegar em casa.

5 – A mãe receava que Pedrinho não contasse a verdade. Por quê?
     Porque o menino estava com medo de ser castigado.

6 – Diante da resposta negativa do menino, o pai mostrou-se bastante compreensivo. Retire do texto uma frase que comprove essa afirmação.
     “O pai achou o que o menino ainda estava sob o impacto do nervosismo e resolveu deixar para depois”.

7 – Na hora em que o jantar está sendo servido, há uma segunda tentativa, mas o menino continua a negar. Qual o recurso de que se serve o pai, então, para que Pedrinho conte a verdade?
     Ele prometeu não castigar o menino.

8 – Quem foi que Pedrinho apontou como autor do crime?
     Ele apontou o garoto do vizinho.

9 – Diante da segunda mentira do filho, o pai ficou nervoso. Retire do texto uma frase que tenha o mesmo sentido da afirmação acima.
     “Aí o pai se queimou...”

10 – Em sua opinião, agiu corretamente o pai ao dizer que “os dois iriam ao vizinho esclarecer tudo”? Por quê?
     Resposta pessoal do aluno.

11 – Há um momento da conversa entre pai e filho em que o menino demonstra certa hesitação. Cite a frase do texto que comprova essa afirmação.
     “Apenas – quando o pai fez ameaça – Pedrinho pensou um pouquinho...”

12 – Em sua opinião, o que o garoto pretendia na última fala do texto?
     Resposta pessoal do aluno.

13 – O texto pode ser dividido em quatro partes:
        Indique onde começa e termina cada uma das partes do texto:
Primeira parte: Pedrinho quebra a vidraça e foge.
     “Deu-se que o Pedrinho estava jogando bola...”
     “... com medo de ser espinafrado pelo pai”.

Segunda parte: O pai toma conhecimento do fato e pergunta a Pedrinho, mas este nega.
     “Quando o pai chegou...”
     “... e resolveu deixar para depois”.

Terceira parte: Durante o jantar, Pedrinho acusa o garoto do vizinho.
     “Na hora em que o jantar ia para mesa...”
     “... e depois concordou”.

Quarta parte: Pai e filho dirigem-se à casa do vizinho.
     “Termina o jantar...”
     “... o senhor vai logo tocando a mão nele”.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

CRÔNICA: A VELHA CONTRABANDISTA - STANISLAW PONTE PRETA - COM GABARITO

CRÔNICA:  A VELHA CONTRABANDISTA
                       STANISLAW PONTE PRETA


          Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da Alfândega – tudo malandro velho – começou a desconfiar da velhinha.    
         Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da Alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela:
           - Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?  
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais os outros, que ela adquirira no odontólogo e respondeu:
        - É areia!  Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha que fosse em frente.
        Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.
Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez.
       
Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia. Diz que foi aí que o fiscal se chateou:
        - Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista. Mas no saco só tem areia! – insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs:
        - Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias?
          - O senhor promete que não “espaia”? – quis saber a velhinha.      
          - Juro.
          - Respondeu o fiscal.
              É lambreta.                                                  (Stanislaw Ponte Preta)


Interpretação do texto

1) O que a velhinha carregava dentro do saco, para despistar o guarda?
     Areia.

2) O autor quis dizer o que com a expressão “tudo malandro velho”?
     Que era funcionário antigo.

3) Leia novamente o 4º parágrafo do texto e responda:
Quando o narrador citou os dentes que “ela adquirira no odontólogo”, a que tipo de dentes ele se referia?
     Dentadura.

4) Explique com suas palavras qual foi o truque da velhinha para enganar o fiscal.
     O saco de areia.

 5) Quando a velhinha decidiu contar a verdade?
     Quando o fiscal prometeu não revelar a verdade.

6) Qual é a grande surpresa da história?
     É o contrabando de lambreta.

7) Quando e por qual motivo a velhinha decidiu contar a verdade?

Ela contou a verdade pois o fiscal prometeu que não iria espalhar para ninguém.  

8) Qual é a grande surpresa da história?

A grande surpresa foi que a velhinha era uma contrabandista de verdade e que ela contrabandeava lambretas.

9) Qual é a sequência correta dos acontecimentos de acordo com o texto “A velha contrabandista”.

( 3 ) O fiscal verificou que só havia areia dentro do saco.

( 2 ) O pessoal da alfândega começou a desconfiar da velhinha.

( 7 ) Diante da promessa do fiscal, ela lhe contou a verdade: era contrabando de lambretas.  

( 1 ) Todo dia, a velhinha passava pela fronteira montada numa lambreta, com um saco no bagageiro.

( 4 ) Mas, desconfiado, o fiscal passou a revistar a velhinha todos os dias.

( 5 ) Durante um mês, o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.

( 6 ) Então, ele prometeu que não contaria nada a ninguém, mas pediu à velhinha que lhe dissesse qual era o contrabando que fazia.

   10) Que adjetivos (qualidades) você daria à velhinha:(Respostas pessoais)

(     ) ingênua       (     ) otimista

(  x   ) esperta      (     ) pessimista

(     ) caduca        (     ) boba

(     ) cansada      (  x   ) inteligente