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domingo, 17 de julho de 2022

FÁBULA: O HOMEM E O LEÃO - ESOPO - COM GABARITO

 Fábula: O HOMEM E O LEÃO

            Esopo 

Viajavam juntos um homem e um leão. O homem disse:

        ─ Eu sou mais forte que você!

        O leão disse:

        ─ Eu sou mais forte que você!

        No meio da discussão, o homem viu uma estátua que representava um homem esganando um leão.

        ─ Olhe lá! – disse ele. – Veja como o homem é mais forte! Aquela estátua prova que eu estou com a razão!

        O leão retrucou:

        ─ Se a estátua tivesse sido feita por um leão, seria o leão quem estaria esganando o homem!

        Moral: O fim de uma história sempre depende de quem a conta.

ESOPO. O homem e o leão. In: FIGUEIREDO, Guilherme (Trad.). Fábulas de Esopo. Rio de Janeiro: Ediouro, 1997.

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p. 239-240.

Entendendo a fábula:

01 – Ao dizer “Eu sou mais forte que você!”, a intenção do homem era:

    Dar uma ordem.

·        Indicar dúvida, possibilidade ou hipótese de ser o mais forte.

·        Indicar que ele realmente era mais forte do que o leão.

02 – Ao dizer “Olha lá!”, a intenção do homem era:

     Indicar possibilidade, hipótese ou dúvida de que algo iria acontecer.

·        Dar uma ordem ou fazer um pedido.

·        Indicar que algo acontece, aconteceu ou acontecerá certamente.

03 – Ao dizer “Se a estátua tivesse sido feita por um leão [...]”, o leão expressa: 

   Uma ordem ou pedido.

·        Uma hipótese.

·        Uma certeza.

04 – O texto que você leu é uma fábula. A fábula tem origem na Antiguidade.

a)   Sobre qual assunto o homem e o leão conversavam?

Eles viam qual era o mais forte.

b)    Os dois personagens concordaram sobre o assunto que discutiam? Explique sua resposta.

Resposta pessoal do aluno.

05 – As fábulas expõem uma lição de moral de onde podemos tirar algum ensinamento. A MORAL da fábula afirma que “O fim de uma história sempre depende de quem a conta.”. Explique, com suas palavras, o que você entendeu desse ensinamento.

      Resposta pessoal do aluno.

06 – Retire do texto dois termos que indicam que os fatos narrados são passados?

      Viajavam e tivesse.                                                                 

07 – Qual é o sentido da palavra RETRUCOU?

      Tem o sentido de revidou.

sexta-feira, 8 de julho de 2022

FÁBULA: HIERARQUIA - MILLÔR FERNANDES - COM GABARITO

 Fábula: Hierarquia

               Millôr Fernandes

        Diz que um leão enorme ia andando chateado, não muito rei dos animais, porque tinha acabado de brigar com a mulher e esta lhe dissera poucas e boas.

        Eis que, subitamente, o leão defronta com um pequeno rato, o ratinho mais menor que ele já tinha visto. Pisou-lhe a cauda e, enquanto o rato forçava inutilmente pra escapar, o leão gritava: "Miserável criatura, estúpida, ínfima, vil, torpe: não conheço na criação nada mais insignificante e nojento. Vou te deixar com vida apenas para que você possa sofrer toda a humilhação do que lhe disse, você, desgraçado, inferior, mesquinho, rato!" E soltou-o.

        O rato correu o mais que pode, mas, quando já estava a salvo, gritou pro leão: "Será que V. Excelência poderia escrever isso pra mim? Vou me encontrar com uma lesma que eu conheço e quero repetir isso pra ela com as mesmas palavras!"

        MORAL: Ninguém é tão sempre inferior.

        SUBMORAL: Nem tão nunca superior, por falar nisso

              Millôr Fernandes. Disponível em: http://www2.uol.com.br/millor/fabulas/070.htm. Acesso em: 27 jan. 2015.

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p.144-5.

Entendendo a fábula:

01 – O conflito entre uma personagem que representa o poder e uma personagem que representa o mais fraco também aparece nessa nova versão da fábula? Explique.

      Sim, também nessa versão o leão aprisiona o rato e o ameaça.

02 – Que significado você daria à expressão “não muito rei dos animais”? Por que o leão estaria se sentindo assim?

      Reposta pessoal do aluno. Sugestão: Significaria baixa autoestima, sentindo-se menos poderoso. O leão estaria sentindo assim, por ter brigando com a mulher.

03 – A expressão “o ratinho mais menor” não é recomendada pelas normas e convenções da variedade padrão. No texto ela é empregada com intenções literárias para provocar efeitos de sentido. Que imagem do ratinho se quer sugerir com o uso dela?

      A de que realmente ele é muito pequeno.

04 – Que expressões o leão usou para caracterizar o rato? Consulte no dicionário o sentido das que lhe forem desconhecidas. Por que provavelmente o leão falou tanta coisa para o ratinho?

      “Miserável criatura, estúpida, ínfima, vil, torpe” e, ainda, “desgraçado, inferior, mesquinho, rato!”. Porque ele estava com a autoestima baixa e descontou isso no rato, ao também lhe dizer “poucas e boas”.

05 – Que pronome de tratamento o rato usa para se dirigir ao leão? O que isso permite inferir?

      Vossa Excelência. Permite inferir que o rato respeitava o poder e o prestígio do leão.

·        Ele parece ter ficado ofendido ou impressionado com as palavras do leão? Explique.

Ele parece ter ficado impressionado com as palavras ruins, a ponto de pedir que o leão as escrevesse.

 

FÁBULA: O LEÃO E O RATINHO - GUILHERME FIGUEIREDO - COM GABARITO

 Fábula: O leão e o ratinho

             Guilherme Figueiredo

   Um leão estava dormindo e acordou com as cócegas que um ratinho lhe fazia ao correr no seu focinho. Com terrível rugido, o leão agarrou o importuno e ia devorá-lo, quando o ratinho disse:

        – Por favor, poupe minha vida! Eu saberei retribuir a sua generosidade!

        O rei dos animais achou graça da pretensão do ratinho. Como é que um simples camundongo poderia ajudar uma fera tão poderosa? Achou tanta graça que soltou o infeliz.

        Tempos depois, o leão caiu numa rede armada pelos caçadores e ali se debatia quando chegou o ratinho, que tinha ouvido os seus rugidos.

        – Espere um pouco! – disse o ratinho.

        E, roendo as malhas da rede, libertou o leão.

        Moral: Os fracos também podem ajudar os fortes.

FIGUEIREDO, Guilherme. Fábulas de Esopo. São Paulo: Ediouro, 2005. p. 28.

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p. 143-4.

Entendendo a fábula:

01 – Releia: “O rei dos animais achou graça da pretensão do ratinho”. O que essa atitude do leão permite inferir? O que ele achava do rato?

      O leão despreza a capacidade de o rato ajuda-lo um dia. Devia, portanto, considera-lo incapaz, frágil.

02 – O ponto de vista do leão foi confirmado? Explique.

      Não, pois o rato foi capaz de salvá-lo da armadilha.

03 – Que outra moral você tiraria dessa fábula?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: “Não subestime a capacidade dos mais fracos”; “O poder e a força são relativos em algumas situações”.

04 – Qual sua opinião: todo poderoso despreza o mais fraco? Argumente com exemplos.

      Resposta pessoal do aluno.

domingo, 29 de maio de 2022

FÁBULA/CORDEL: A DESCOBERTA DO CAVALO - SEVERINO JOSÉ - COM GABARITO

 Fábula/cordel: A descoberta do cavalo

                             Severino José

Ao escolher um aliado
Esta fábula já explica
Podes ao inimigo vencer
Mas escravo és tu quem fica

Ao ver um rude javali
Bebendo, um certo cavalo
Fingindo-se muito zangado
Começou a provocá-lo
E como não tinha coragem
Pediu para o homem matá-lo.

Levando o homem nas costas
O cavalo criou coragem
Porque naquela situação
Agora levava vantagem
Acabou com o javali
Ali naquela ramagem.

Quando ao voltar para casa
Pediu ao seu aliado forte
Que descesse da garupa
Pois o javali teve a morte
O homem lhe respondeu
És meu meio de transporte.

                 JOSÉ, Severino. Fábula/Cordel – introdução e seleção de Luiz de Assis Monteiro. São Paulo: Hedra, 2001. Coleção Biblioteca de cordel. p. 99.

      Fonte: Língua Portuguesa – Caminhar e transformar – Aos finais do ensino fundamental – 1ª edição – São Paulo – FTD, 2013. p. 32-3.

Entendendo a fábula/cordel:

01 – O que fez o cavalo ganhar coragem de enfrentar o inimigo?

      O fato de estar com o homem.

02 – O que o cavalo esperava do homem por ter enfrentado o javali?

      Que o homem não o montasse.

03 – A história contada no cordel apresenta um ensinamento. Em que estrofe esse ensinamento é apresentado?

      Na primeira estrofe.

·        Que ensinamento é apresentado?

Escolher bem o aliado, para não se tornar escravo dele.

04 – Em que estrofes é contada a história que comprova o ensinamento?

      Na 2ª, 3ª e 4ª estrofes.

05 – Com base no poema, assinale as alternativas adequadas.

(   ) Os versos que rimam são o terceiro e o quinto.

(X) As estrofes, com exceção da primeira, são compostas de seis versos.

(X) O segundo, o quarto e o sexto verso rimam entre si.

(   ) Este poema também fala da arte do cordel.

 

 

terça-feira, 8 de março de 2022

FÁBULA: O LEÃO E AS OUTRAS FERAS - FÁBULAS DE ESOPO - COM GABARITO

 Fábula: O leão e as outras feras

               ESOPO

Certo dia o leão saiu para caçar junto com três outras feras, e os quatro pegaram um veado. Com a permissão dos outros, o leão se encarregou de repartir a presa e dividiu o veado em quatro partes iguais. Porém, quando os outros foram pegar seus pedaços, o leão falou:

        -- Calma, amigos. Este primeiro pedaço é meu, porque é o meu pedaço. O segundo também é meu, porque sou o rei dos animais. O terceiro vocês vão me dar de presente para homenagear minha coragem e o sujeito maravilhoso que eu sou. E o quarto... Bom, se alguém aí quiser disputar esse pedaço comigo na luta, pode vir que eu estou pronto. Logo, logo a gente fica sabendo quem é o vencedor.

        Moral: Nunca forme uma sociedade sem primeiro saber como será a divisão dos lucros.

Fábulas de Esopo. São Paulo, Companhia das Letras, 1994. p. 32.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 7ª Série – 2ª edição - Atual Editora -1998 – p. 220-1.

Entendendo a fábula:

01 – Leia os pares de orações abaixo:

I – O leão se encarregou de repartir a presa

      Dividiu o veado em quatro partes iguais.

II – Os outros foram pegar seus pedaços,

      O leão falou:

III – O segundo também é meu,

       Sou o rei dos animais.

        Do modo como as orações estão organizadas, não há palavras relacionando-as. Volte ao texto e identifique a palavra qu liga as orações de cada um dos pares.

      E, quando, porque.

02 – Na ligação entre as orações, essas palavras estabelecem um sentido novo. Em qual par de orações, no texto, a palavra que liga uma oração à outra:

a)   Estabelece uma relação de adição?

No par I.

b)   Introduz a explicação para o que se afirmou na 1ª oração?

No par III.

c)   Inicia uma oração que indica circunstância de tempo?

No par II.

03 – Qual o sentido da palavra “presa” no trecho do texto: “... o leão se encarregou de repartir a presa e dividiu o ...”

I – Dente canino.

II – Animal que outro caça ou mata para alimentar-se.

III – Muitos animais se disputando o almoço.

04 – O leão usa o terceiro argumento para lhe exaltar diante dos outros animais.  Sabemos que o texto é uma fábula mais que tem característica humana. Você acredita que tem pessoas com esse tipo de comportamento? Justifique sua resposta.

      Resposta pessoal do aluno.

05 – Observe na primeira, segunda e terceira fala do leão e veja que ele empregou a palavra “porque” junto. Você sabe o motivo dela aparecer dessa forma? 

a)   Sim, porque foi usado em pergunta.

b)   Sim, porque foi usado para justificar algo.

c)   Sim, porque foi usado várias vezes no texto.

 

 

                       

sábado, 9 de outubro de 2021

FÁBULA: O SOCORRO - MILLÔR FERNANDES - COM GABARITO

 FÁBULA: O SOCORRO

                Millôr Fernandes

 

        Ele foi cavando, cavando, cavando, pois sua profissão – coveiro – era cavar. Mas, de repente, na distração do ofício que amava, percebeu que cavara demais. Tentou sair da cova e não conseguiu. Levantou o olhar para cima e viu que, sozinho, não conseguiria sair. Gritou. Ninguém atendeu. Gritou mais forte. Ninguém veio. Enrouqueceu de gritar, cansou de esbravejar, desistiu com a noite. Sentou-se no fundo da cova, desesperado. A noite chegou, subiu, fez-se o silêncio das horas tardias. Bateu o frio da madrugada e, na noite escura, não se ouvia um som humano, embora o cemitério estivesse cheio de pipilos e coaxares naturais dos matos. Só pouco depois da meia-noite é que lá vieram uns passos. Deitado no fundo da cova o coveiro gritou. Os passos se aproximaram. Uma cabeça ébria apareceu lá em cima, perguntou o que havia: ―O que é que há?‖.

          O coveiro então gritou desesperado: ―Tire-me daqui, por favor. Estou com um frio terrível!‖. ―Mas, coitado!‖ condoeu-se o bêbado – ―Tem toda razão de estar com frio. Alguém tirou a terra de cima de você, meu pobre mortinho!‖ E pegando a pá, encheu-a de terra e pôs-se a cobri-lo cuidadosamente.

 Moral: Nos momentos graves é preciso verificar muito bem a quem se apela.

Fonte: Millôr Fernandes, Fábulas fabulosas. http://compartilhandosaberesaberes.blogspot.com/2016/04/o-socorromillor-fernandes.html

Entendendo o texto

 01.O que faz esse texto ficar engraçado?

A) O bêbado ter imaginado que o coveiro era um morto e jogar terra para cobri-lo.

B) O coveiro ficar cavando e sentir frio durante a madrugada. C) O homem ficar sentado no fundo enrouquecido de tanto gritar.

D) O homem ter cavado demais e ficar preso no buraco.

   02. O coveiro ficou desesperado por que

         A) ficou preso no buraco e já era noite.

         B) ouviu uns passos chegando perto do buraco.

         C) sentiu medo de ficar sozinho no cemitério.

         D) viu que um bêbado tinha chegado para ajudá-lo.

 

03.No trecho “E pegando a pá, encheu-a de terra e pôs-se a cobri-lo cuidadosamente.”, a palavra “cuidadosamente” dá ideia de quê?

Que ele foi jogando a terra bem devagar.

 

04.Em qual dos trechos abaixo há traços de humor?

         A) “Percebeu que cavava demais!”.

        B) “Ninguém atendeu. Gritou mais forte. Ninguém veio.”.

       C) “Alguém tirou a terra de cima de você, meu pobre mortinho!”.

       D) “ A noite chegou,”.

    05. O coveiro ficou desesperado por que:

        A)   Ficou preso no buraco e já era noite.

        B)   Ouviu uns passos chegando perto do buraco.

        C)   Sentiu medo de ficar sozinho no cemitério.

        D)   Viu que um bêbado tinha chegado para ajudá-lo.

  06. “O que é que há?” Quem fez essa pergunta foi:

       A)   O mortinho.

       B)   A cabeça ébria.

       C)   O coveiro.

       D)   O narrador.

07. O motivo pelo qual o coveiro não conseguiu sair do buraco foi que:

     A) Distraiu-se tanto com seu trabalho que cavou demais.

     B) Anoiteceu rapidamente e ele sentiu medo de sair da cova.

     C) Estava com muito frio e precisava de um lugar para dormir.

     D) Por mais que gritasse, ninguém atendeu seu pedido.

08. Lendo o texto, você conclui que o coveiro

     A) Não gostava do que fazia.

     B) Era uma pessoa atenta ao que fazia.

     C) Recebeu ajuda do bêbado, rapidamente.

     D) Não foi capaz de pedir ajuda.

     E) Não foi bem sucedido no seu ofício.

 09. Que afirmativa abaixo expressa a meia ideia da moral do texto?

      A) Deve-se pedir socorro a qualquer pessoa.

      B) Não importa a quem se pede ajuda.

     C) Ao precisar de ajuda, deve-se saber a quem pedir.

     D) Nunca se precisa de ajuda.

     E) Ao ajudar, não se deve cobrar.

10. Por que o bêbado não atendeu ao pedido do coveiro?

      A) Porque ele não ouviu o seu pedido de socorro.

      B) Porque enterrar defunto era o seu ofício.

      C) Porque ele não estava em plena consciência de seus atos.

      D) Porque ele queria brincar com o coveiro.

      E) Porque ele não era capaz de carregar o coveiro.

11.  Ao cair na cova, o coveiro

       A) Ficou sem reação.

       B) Não pediu socorro.

       C) Recebeu ajuda imediata.

       D) Sempre teve esperança.

       E) Viu-se impotente.

 12.  Ao dizer: “Alguém tirou a terra de cima de você, meu pobre mortinho!”, o bêbado

       A) Achou que o coveiro estava se divertindo.

       B) Sentiu pena do coveiro por estar coberto de terra.

       C) Não entendeu a sua situação.

       D) Tratou o coveiro com palavras indelicadas.

       E) Humilhou o coveiro.

13. Durante a noite, o coveiro

     A) Ouviu bastantes vozes de pessoas.

     B) Presenciou o barulho dos animais.

     C) Teve ajuda de várias pessoas.

     D) Sentiu bastante frio.

     E) Saiu da cova.

terça-feira, 14 de setembro de 2021

FÁBULA: QUEM TEM RAZÃO? A LEBRE OU O LEÃO? - VALDENICE DO NASCIMENTO MARTINS - COM GABARITO

Fábula: Quem tem razão? A lebre ou o leão? 

            Valdenice do Nascimento Martins

        Naquela floresta calma e tranquila alguma coisa diferente estava acontecendo. Ouvia-se o som de vozes numa conversa animada como se fosse uma boa discussão. 

        — Eu não concordo com o título de que o leão é o rei dos animais – reclamava a lebre, muito nervosa. Isso me deixa muito contrariada porque, afinal, ele já leva a fama há tanto tempo e nunca mais alguém propôs uma discussão sobre o assunto. Que tal convocarmos uma assembleia? – propôs a danada aos outros animais. — Seria uma ótima oportunidade de encontrarmos os colegas e discutirmos o assunto. 

        — Mas... assembleia? – disse o macaco. — Eu nem sei o que é isso. 

        — É uma reunião onde todos os participantes falam e expressam suas ideias de uma maneira organizada e bem educada, isto é, sem ofensas e brigas – explicou a lebre. 

        — Tudo bem - concordaram os demais — mas quando? 

        — Talvez depois de amanhã, para que haja tempo de avisarmos todos os animais – concluiu a lebre. 

        — Ok, está combinado: sábado, embaixo da mangueira e neste mesmo horário, ao nascer do sol — responderam os elefantes. 

        — Até lá, meus amigos! – continuou a lebre, agora mais satisfeita. 

        O burburinho era geral, pois, embora o macaco, o tatu, a cotia, a zebra e o papagaio e muitos outros animais tivessem gostado da ideia, eles ainda não sabiam muito bem o que iria acontecer. Mesmo assim os convites prosseguiram. Era tatu avisando minhoca e papagaio na casa da arara, todos ajudando a lebre a organizar a tal assembleia. E a cada convite surgia novamente a dúvida. Mas o que será que vamos discutir? Eles não conseguiam saber o que a lebre iria dizer ao leão. 

        Bem, chegando o dia e a hora, todos estavam curiosos e agitados. 

        Para dar início à reunião, a lebre, como é pequenininha, pediu ajuda à girafa para poder explicar sua proposta lá do alto. 

        — Eu, lebre da floresta, tenho uma proposta para vocês. Gostaria de discutir o título dado ao leão como "Rei dos Animais". Este título já foi dado a ele há muito tempo e precisamos voltar a discuti-lo, afinal, os tempos mudaram. Vocês concordam com a minha ideia? 

        Os animais se olharam e mesmo meio apavorados demonstraram concordar balançando afirmativamente as cabeças. 

        Assim que os animais se manifestaram, o leão soltou um rugido daqueles tão fortes que mais da metade da bicharada saiu correndo de medo. Os outros animais ficaram olhando surpresos para a lebre, esperando o que ela iria dizer. Ela não teve dúvidas. 

        — Sr. Leão, o senhor acha mesmo que com esse rugido vai assustar todo mundo e continuar a ser o rei? Pois então vamos lá! 

        Chamou de volta todos os animais que tinham fugido e garantiu a eles que ficassem sossegados, pois a conversa estava apenas começando. 

        — Já que o senhor tem uma voz tão forte, por que não promovemos um concurso de canto? Quem se candidata? – continuou a lebre. 

        Imediatamente um pássaro se apresentou e iniciou a cantoria. Os animais da plateia não paravam de elogiá-lo. Foi um sucesso! 

        — Agora é a sua vez, Sr. Leão. 

        Ele rugiu tão alto e desafinado como se fosse um disco riscado tocando no máximo volume. Desta vez a plateia não gostou, mas ficou imóvel de medo. 

        — Então, meus amigos – disse a lebre – se o rei dos animais fosse escolhido pelo canto, segundo as reações de vocês, o pássaro seria o vencedor. 

        — Apoiada, Sra. Lebre – disseram os animais, agora mais satisfeitos e tranquilos. 

        — Então vamos a outra prova: "Tamanho não é documento" – propôs a organizadora. 

        — Essa eu não tenho dúvida de que vencerei – falou o leão. – Quem me enfrentará? Mesmo que seja um elefante grandão e pesado, eu o derrubo em um só golpe, vamos ver. 

        — Espere, Sr. Leão – disse a lebre. 

        E, para espanto de todos, a lebre convidou uma formiga para participar da prova. Vocês têm ideia do que aconteceu? 

        A formiguinha subiu na juba do leão e começou a passear tão de levinho que ele sentiu cócegas e se "derreteu" todo, chegando a deitar-se no chão para curtir o carinho da formiguinha. 

        — E, então, Sr. Leão, vamos continuar? 

        — Acho que já entendi sua ideia, Sra. Lebre. A senhora quis mostrar aos animais dessa floresta que não devemos achar que somos os melhores em tudo, porque isso não existe. Cada um pode ser bom em alguma coisa, depende do ponto de vista. Certo? – disse o leão. 

        Os animais ficaram surpresos e contentes com a fala do leão. Acharam que a lebre foi muito esperta nessa assembleia. 

        — Mas, Sra. Lebre, só para terminar eu gostaria de lhe fazer uma perguntinha. 

        — Pois não, Sr. Leão. 

        — Como é mesmo aquela história da corrida entre a lebre e a tartaruga? 

MARTINS, Valdenise do Nascimento. A compreensão da leitura de fábulas. O professor e os desafios da escola pública paranaense. Produção didático-pedagógica. Paranaguá, 2012, v. 2, p. 16-18. Disponível em: http://www.diaadiaeducação.pr.gov.br/portais/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2012/2012_fafipar_port_pdp_valdenilse_do_nascimento_martins.pdf. Acesso em: 30 jan. 2015.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 6º ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª Edição São Paulo 2015 p. 182-5.

Entendendo a fábula:

01 – Com base na leitura do texto, explique o que é uma assembleia. 

      Resposta pessoal do aluno.

02 – Que proposta foi feita pela lebre da floresta? 

      Fazer uma assembleia para rever o título de rei das selvas dado ao leão. 

03 – Qual frase usada pela lebre indica que ela se interessa em ouvir a opinião dos outros animais? 

      “Vocês concordam com a minha ideia?”

·        O que você achou da atitude da lebre de procurar conhecer a opinião dos colegas? Justifique sua resposta.

Resposta pessoal do aluno.

04 – Retire do texto uma fala de personagem que contenha argumentação. 

     “Gostaria de discutir o título dado ao leão como ‘Rei dos Animais’. Esse título já foi dado a ele há muito tempo e precisamos voltar a discuti-lo, afinal, os tempos mudaram. Vocês concordam com a minha ideia?” 

05 – Releia este trecho do texto: 

        “Assim que os animais se manifestaram, o leão soltou um rugido daqueles tão fortes que mais da metade da bicharada saiu correndo de medo”

a)   Nesse trecho, o leão usou argumentos? Explique sua resposta.

Não, o leão agiu usando a força de seu rugido para intimidar os outros animais.

b)   Em situações reais, há pessoas que, para vencer um debate, agem de maneira semelhante ao leão?

Sim, há pessoas que, quando não conseguem convencer o outro a aceitar suas ideias, esbravejam e até mesmo partem para a agressão. 

c)   O que você pensa sobre esse tipo de atitude?

Resposta pessoal do aluno.

06 – No debate entre os animais, alguma personagem demonstra concordar com a opinião de outro animal? Caso afirmativo, transcreva do texto a fala que comprova sua resposta. 

      "— Ok, está combinado: sábado, embaixo da mangueira e neste mesmo horário, ao nascer do sol — responderam os elefantes."     

07 – Qual foi o assunto discutido pela assembleia dos animais? 

      O direito de o leão ser majestade para sempre.

·        Houve opiniões diferentes sobre esse assunto? 

Sim, a opinião da lebre era diferente da de outros animais.

08 – Em sua opinião, qual foi a melhor "ideia" apresentada na assembleia dos animais? Apresente-a para a turma, Preste atenção nas opiniões dos colegas e procure defender a sua, justificando-a.

      Resposta pessoal do aluno.

09 – Existe alguma relação entre o título do texto e o motivo pelo qual a assembleia foi realizada? 

      Sim, a assembleia foi realizada para discutir o título rei dos animais atribuído ao leão, com o eu a lebre não concorda. Os animais foram convocados a dar a opinião deles sobre o assunto e decidir quem tinha razão, se a lebre – que contestava o título – ou o leão – que o ostentava e defendia.

10 – Releia o trecho em que a lebre explica o que é uma assembleia: 

        "— É uma reunião onde todos os participantes falam e expressam suas ideias de uma maneira organizada e bem-educada, isto é, sem ofensas e brigas – explicou a lebre."

a)   A explicação da lebre está mais de acordo com a definição de assembleia ou de debate? 

Com a definição de debate.

b)   Há possibilidade de se realizar uma assembleia sem um debate de ideias? Explique sua resposta. 

Não, pois, para tomar decisões e votar, é preciso discutir coletivamente os problemas. Isso normalmente se dá por meio de um debate de ideias. 

c)   O que falta na explicação da lebre para completar a definição de assembleia, conforme as informações que você leu sobre esse gênero? Em seu caderno, complete a fala da lebre com uma das alternativas a seguir. 

I. Nessa reunião, as pessoas brigam muito.

II. Nessa reunião, as pessoas tomam decisões com base nas opiniões discutidas.

III. Nessa reunião, ninguém vota.

11 – De acordo com o final do texto, você acha que a discussão foi concluída pelos animais? Houve votação e tomada de decisões? Por quê? 

      Não houve votação. A discussão foi concluída porque o leão fingiu aceitar os argumentos da lebre, mas levantou nova discussão.

12 – Que outra fábula conhecida foi mencionada no último parágrafo do texto? 

      "A lebre e a tartaruga". Professor, seria interessante perguntar aos alunos se eles conhecem essa fábula. Se algum aluno tiver conhecimento da fábula, poderá contá-la para os colegas. 

13 – As personagens do texto se comunicaram quase só pela fala. Mas há momentos em que a comunicação acontece de outra forma. Copie do texto um trecho que mostre esse fato.

      "Os animais se olharam e mesmo meio apavorados demonstraram concordar balançando afirmativamente as cabeças.".