Conto: DOUTORES DA ALEGRIA
Quando
a arte é o remédio
Já se passaram 19 anos desde que a
primeira dupla de palhaços dos Doutores da Alegria adentrou os corredores de um
hospital para levar a crianças um infalível fortificante: a alegria.
Contabilizando uma média de 75 mil visitas anuais em três cidades – São Paulo,
Recife e Belo Horizonte –, a organização criada por Wellington Nogueira abre
edital no Rio de Janeiro para uma nova experiência: o Plateias Hospitalares. O
projeto pretende levar cultura para quem está impossibilitado de acesso,
integrando profissionais de saúde, pacientes e comunidades.
Eles são doutores em uma especialidade
em que poucos se aventurariam. Afinal, não é em todo mundo que jaleco branco,
nariz vermelho e sapato de palhaço caem bem. Sem falar na habilidade de
manusear instrumentos de altíssima precisão como bolinha de sabão, pandeiro e
violão. Os besteirologistas têm a missão de levar alegria a crianças
hospitalizadas, através da arte do palhaço. [...] explica Wellington Nogueira,
o idealizador do Doutores da Alegria no país. “Eles fazem isso continuamente,
duas vezes por semana, seis horas por dia. Quando o paciente vive a experiência
da alegria impacta os pais, impacta os profissionais de saúde. [...]
E
é assim, de leito em leito, que Wellington Nogueira e seu pequeno exército de
47 atores-palhaços colore um pouco a vida de quem passa por um momento difícil,
de apreensão. Para fazer parte desta equipe é preciso treinamento intenso,
antes da estreia nos hospitais, e depois também. “Sabemos que a carga emocional
é imensa, mas mudando nosso olhar em relação ao hospital quando estamos ali
como besteirologistas”, explica o ‘doutor’.
“Antigamente, era muito suscetível,
hospital me causava náusea. Quando entrei como palhaço, com o objetivo de me
disponibilizar para criança, percebi que não me afetava mais o entorno daquela
situação, que devia me focar no olhar daquele serzinho, buscar o que está bom
em tudo aquilo”. [...]
Paulistano, com cinquenta anos,
Wellington Nogueira fez parte do elenco da Big Apple Circus Clown Care Unit,
nos Estados Unidos, programa pioneiro em levar palhaços profissionais
especialmente treinados para visitar crianças hospitalizadas. Em 1991 voltou ao
Brasil e fundou o Doutores da Alegria, onde até hoje acumula a função de
coordenador e de “Dr. Zinho”. E o artista não se vê mais dissociado do trabalho
social. “Isso pra mim se tornou um caminho sem volta. Quando eu consegui o
primeiro patrocínio significativo para os Doutores, pensei: vou parar de atuar
por uns cinco anos para me dedicar exclusivamente ao projeto”. E já se foram 15
anos. “Processos de ensaios teatrais são maravilhosos, mas depois que entrei em
uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) me sinto mais útil. [...]”.
Para esse ‘doutor’ especialista em boas
ações, nenhum artista cênico está completo sem viver algo semelhante. “O grande
desafio é quando a gente, ator, olha a vida real como uma grande mídia, e vai
para o trabalho do corpo a corpo, do um a um. Você toca aquela plateia
individual e ela marca para sempre a vida da gente. Esse é meu interesse nas
artes cênicas. Mostrar que o encontro entre duas pessoas pode ser um espetáculo
de começo, meio e fim
Adaptado de Revista
Acesso Total, 29 agosto de 2010.
http://www.doutoresdaalegria.org.br
Entendendo o conto:
01 – No 1º parágrafo, que
relação se estabelece entre o que a dupla de palhaços leva aos hospitais (o
infalível fortificante: alegria) e o público a quem se dirige (crianças
internadas no hospital)?
Estabelece a
interação e a diversão entre ambos.
02 – Qual o nome do novo
projeto dos Doutores da Alegria e qual o seu objetivo?
O Plateias
Hospitalares.
O projeto pretende levar cultura para
quem está impossibilitado de acesso, integrando profissionais de saúde,
pacientes e comunidades.
03 – No trecho “O projeto
pretende levar cultura para quem está
impossibilitado de acesso [...]”, a quem se referem as palavras em
destaque?
Aos pacientes dos
hospitais.
04 – Transcreva do 2º
parágrafo:
a) o trecho que mistura
termos ligados a duas profissões: médico e palhaço.
“Eles são doutores em uma especialidade em
que poucos se aventurariam. Afinal, não é em todo mundo que jaleco branco,
nariz vermelho e sapato de palhaço caem bem.”
b) o trecho que associa os
objetos usados pelos Doutores da Alegria a instrumentos usados na medicina.
“Sem falar na habilidade de manusear
instrumentos de altíssima precisão como bolinha de sabão, pandeiro e violão.”
05 – Ainda no 2º parágrafo,
que palavra foi criada para se referir aos Doutores da Alegria?
Os besteirologistas.
06 – Segundo o depoimento de
Wellington Nogueira, no 2º parágrafo, além dos pacientes quem mais é afetado
pela experiência da alegria?
“Quando o paciente vive a experiência da
alegria impacta os pais, impacta os profissionais de saúde.”
07 – Com que sentido foi
usada a palavra em destaque no trecho “E é assim, de leito em leito, que
Wellington Nogueira e seu pequeno exército de 47 atores-palhaços colore um pouco a vida de quem
passa por um momento difícil, de apreensão.”
Foi empregada no
sentido de proporcionar alegria, felicidade e diversão a todas as pessoas que
estão num leito de hospital.
08 – No 3º parágrafo a
palavra ‘doutor’ aparece entre aspas. Que efeito de sentido pode-se perceber no
uso desta notação gráfica – as aspas?
Tem o sentido de afirmar que além de um
besteirologista, ele também é um médico.
09 – Que sentimento pode-se
perceber no uso do diminutivo serzinho?
(4º parágrafo)
Refere-se à aquelas pequenas crianças que estão em tratamento
no hospital.
10 – Por que, segundo o
texto, Wellington Nogueira se sente mais útil atuando numa UTI?
Porque ele viu o
quanto bem estava fazendo à aquelas pessoas que estavam num estado bem ruim.
11 – Observe o título do
texto e a mensagem não verbal da logomarca acima, à esquerda. Que relação há
entre eles e o projeto Doutores da Alegria?
Significa que o
trabalho executado por eles, faz tão bem as pessoas doentes, chega a ter efeito
positivo como a de um medicamento.
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