Texto: Carta para a vovó
Querida vovó Elza:
Estou carregadinha de novidades. Nem
sei como começar. Ah, já sei. A Pedrita ganhou mais filhotes: quatro machos e
duas fêmeas. Todos se parecem com ela. Pelo pretinho e patinhas brancas, uma
graça. A nossa Pedrita está toda orgulhosa e ciumenta. Se alguém se aproxima
dos filhotes, ela vira uma fera. Até papai, que conversa com Pedrita igual
gente, fica com medo do rosnado dela. Quem sofreu mesmo com essa história toda
foi um passarinho desavisado que foi saltitando beber água na vasilha de
Pedrita. Se ele não bate asa e voa, adeus passarinho.
Mas a novidade maior que eu quero
contar vem lá da escola. Eu nunca imaginei que palavra falasse. A senhora já?
Pois é. A professora começou a aula dizendo que “as palavras são desenhos que
falam, querem ver?”. “Essa não, professora”, falou o Geraldinho.
“E quem falou que a palavra é um
desenho?”, falou com firmeza a Terezinha. “Ah! Vocês estão duvidando de mim,
não estão? Pois provo para vocês que a palavra é um desenho que voa, que canta,
anda... Querem ver?”
Aí, vovó, a professora foi ao quadro e
escreveu a palavra asa como
todo mundo escreve. Depois caprichou na letra e a palavra adquiriu asas e voou
assim: ASAS.
Depois nos contou que um poeta gaúcho,
o Mário Quintana, disse que a palavra monstro é monstruosa porque é uma palavra
fechada e quando a gente a pronuncia ela sai pelo nariz, aí a palavra fica
pesada e mete medo. Se monstro fosse cheia de as como janela, ninguém ia ter medo e os fazedores de
desenhos animados iam ficar pobres.
Depois foi a vez da palavra
escorregador. Lembrei-me do brinquedo e descobri que essa palavra é mesmo
escorregadia. Vejamos: ESCORREGADOR.
E que a palavra avião voa em todas as
direções, assim: AVIÃO
(...)
Agora não posso ver uma palavra que
logo quero descobrir o seu mistério.
Oh, vó, só tem mais uma novidade: não é
nem novidade, é uma coisa que aconteceu com a minha outra vó, a vó Olga. Ela
ficou doente e foi parar no hospital. A gente nunca imagina que a vó da gente
fica doente e um dia desses peguei falando sozinho: mãe e flor não deveriam
ficar doentes nunca de nunca.
Fico por aqui, depois lhe mando as
palavras que eu inventei.
Um beijo da neta que a adora.
Ronald Claver. Dona Palavra, págs.
14 a 17/20.
São Paulo, FTD,
2002.
Entendendo o texto:
01 – O texto lido é:
a. uma carta
pessoal.
b. uma carta comercial.
c. um bilhete.
d. um cartão postal.
02 – O texto foi produzido
com o objetivo de:
a. conscientizar os
estudantes.
b. contar as
novidades para alguém.
c. conhecer novas palavras.
d. mostrar palavras
desenhadas.
03 – (...) “as palavras são
desenhos que falam, querem ver?” O trecho acima é a fala:
a. da Mariana.
b. do Geraldinho.
c. da vovó.
d. da professora.
04 – Quem escreve o texto
para a vovó é:
a. Ronald Claver.
b. Mariana.
c. a professora.
d. os estudantes.
05 – “Agora não posso ver
uma palavra que logo quero descobrir o
seu mistério.” As palavras sublinhadas podem ser substituídas, sem
alterar o sentido da frase, por:
a. o seu segredo.
b. a sua escrita.
c. o seu desenho.
d. a sua pronuncia.
06 – “(...) ela pediu no Para Casa que desenhássemos
outras palavras.” A expressão sublinhada refere-se:
a. a avaliação realizada em
sala.
b. as palavras desenhadas
pela professora.
c. a tarefa de
casa.
d. a palavra serpente que o
irmão fez.
07 – “(...) mãe e flor não
deveriam ficar doente nunca de nunca.” A repetição da palavra nunca:
a. reforça a ideia
que o pai de Mariana quer transmitir.
b. deixa a frase mais
elegante.
c. rima com a frase
anterior.
d. reforça a ideia que
Mariana quer transmitir.
08 – As imagens complementam
o texto, ou seja, fazem com que fique mais clara a mensagem que a Mariana quer
passar. Podemos comprovar isto quando ela mostra as palavras que foram
desenhadas pela professora no quadro durante a aula. As vogais da palavra asa foram desenhadas a partir de
que elemento? E o S, foi formado com o quê?
Da própria asa da ave, e o s com o
corpo da ave.
09 – Quem é Pedrita? Como
você conseguiu descobrir?
Uma gata,
descobre-se pelo desenho que Mariana faz ao lado do parágrafo que fala sobre
Pedrita.
10 – “Se ele não bate asa e
voa, adeus passarinho.” Este trecho indica que
a. o passarinho sabe voar.
b. o passarinho não gostou
da água.
c. Pedrita teria
atacado o passarinho se ele não saísse de perto dos filhotes.
d. se o passarinho não
voasse, Pedrita teria o deixado ele ficar próximo dos filhotes.
11 – “Se ele não bate asa e
voa, adeus passarinho.” As
palavras destacadas sugerem:
a. que o
passarinho teria morrido.
b. que Pedrita se despediu
do passarinho.
c. que o passarinho se
despediu dos filhotes.
d. que o passarinho teria se
machucado.
12 – “Ah! Vocês estão
duvidando de mim, não estão? Pois provo para vocês que a palavra é um desenho
que voa, que canta, anda. Querem ver?” Este trecho é a fala da professora.
Identificamos isto:
a. pelo travessão.
b. pelo sinal de
aspas.
c. pelo ponto de interrogação.
d. pelo ponto de exclamação.
13 – “Ah! Vocês estão
duvidando de mim, não estão? Pois provo para vocês que a palavra é um desenho
que voa, que canta, anda. Querem ver?” Porque foi usado aspas no trecho acima?
a. para indicar a
fala de algum personagem.
b. para indicar fala do
narrador.
c. para enfatizar o que a
professora quer mostrar.
d. para esclarecer uma dúvida
Muito bom!!!!
ResponderExcluirmuito obrigada vou arrazar na prova!!!!
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