PUC – CAMP (2011)
Argumento histórico –
Na primeira expedição foi ao Rio Grande do Norte um moço de nome Martim Soares
Moreno, que se ligou de amizade com Jacaúna, chefe dos índios do litoral, e seu
irmão Poti. Em 1608, por ordem de d. Diogo Meneses, voltou a dar princípio à
regular colonização daquela capitania. Poti recebeu no batismo o nome de
Antônio Filipe Camarão, que ilustrou na guerra holandesa. Martim chegou a
mestre-de-campo e foi um dos excelentes cabos portugueses que libertaram o
Brasil da invasão holandesa. O Ceará deve honrar sua memória como um varão
prestante e seu verdadeiro fundador.
São
Paulo: Melhoramentos, 2. Ed. p. 154.
Entendendo o texto:
01 – Alencar identifica como personagens de seu romance as figuras
históricas de Martim e Poti, mas não faz o mesmo com Iracema. Isso se deve ao
fato de que Iracema:
a) Não representa, em sua individualidade feminina, personagem que,
mesmo remotamente, se possa localizar no plano histórico.
b) É sobretudo uma protagonista romântica, de modo que sua condição
de nativa ressalta aspectos de mulher idealizada.
c) Não tem relevância histórica, tratando-se de uma índia
inteiramente à margem dos costumes sagrados de seu povo.
d) Encarna mais o afã de independência nacional do que,
propriamente, o código de conduta dos indígenas.
e) Encarna a heroína clássica que, acima da história, representa a
espiritualidade, o senso de missão e a nobreza da renúncia.
CAUSO: NO CAPRICHO
O Adãozinho, meu
cumpade, enquanto esperava pelo delegado, olhava para um quadro, a pintura de
uma senhora. Ao entrar a autoridade e percebendo que o caboco admirava tal
figura, perguntou: “Que tal? Gosta desse quadro?”.
E o Adãozinho, com toda
a sinceridade que Deus dá ao caboco da roça: “Mas pelo amor de Deus, hein,
dotô! Que muié feia! Parece filote de cruis-credo, parente de deus-me-livre,
mais horriver que briga de cego no escuro”.
Ao que o delegado
não teve como deixar de confessar, um pouco secamente: “È a minha mãe”. E o
caboco, em cima da bucha, não perde a linha: “Mais doto, inté que é uma feiura
caprichada”.
BOLDRIN, Rolando. Almanaque Brasil da cultura popular São Paulo:
Andreato Comunicação e cultura, n.62, 2004. (Adaptado).
01 – Por sua características formais, por sua função e uso, o texto
pertence ao gênero:
a) Anedota, pelo enredo e humor característicos.
b) Crônica, pela abordagem literária de fatos do cotidiano.
c) Depoimento, pela apresentação de experiências pessoais.
d) Relato, pela descrição minuciosa de fatos verídicos
e) Reportagem, pelo registro impessoal de situações reais.
UNEMAT (2011)
“Algum tempo hesitei se
devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em
primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja
começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente
método: a primeira é que não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto
autor, para quem a campa foi outro berço”.
01 – O fragmento acima pertence à obra de referência na literatura
brasileira do século XIX, sendo considerado o primeiro romance realista de
nossa literatura. Dentre as alternativas, indique o título da referida obra
literária.
a) Quincas Borba
b) Memórias de um sargento de milícias
c) Memórias póstumas de Brás Cubas.
d) Memórias sentimentais de João Miramar.
e) A cidade e as serras.
ENEM (2006)
NO INÍCIO DE SÉCULO
XIX, o naturalista alemão Carl von Martius esteve no Brasil em missão
científica para fazer observações sobre a flora e a fauna nativas e sobre a sociedade
indígena. Referindo-se ao indígena, ele afirmou:
Permanecendo em grau inferior da humanidade, moralmente, ainda na infância, a
civilização não o altera, nenhum exemplo o excita e nada o impulsiona para um
nobre desenvolvimento progressivo [...]. esse estranho e inexplicável estado do
indígena americano, até o presente, tem feito fracassarem todas as tentativas
para conciliá-lo inteiramente com a Europa vencedora e torna-lo um cidadão
satisfeito e feliz.
MARTIUS,
Carl von. O estado do direito entre os autóctones do Brasil.
Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/Edusp, 1982.
01 – Com base nessa descrição, conclui-se que o naturalista Von Martius:
a) Apoiava a independência do Novo Mundo, acreditando que os
índios, diferentemente do que fazia a missão europeia, respeitavam a flora e a
fauna do país.
b) Discriminava preconceituosamente as populações originárias da
América e advogava o extermínio dos índios.
c) Defendia uma posição progressista para o século XIX: a de tornar
o indígena cidadão satisfeito e feliz.
d) Procurava impedir o processo de aculturação, ao descrever
cientificamente a cultura das populações originárias da América
e) Desvalorizava os patrimônios étnicos e culturais das sociedades
indígenas e reforçava a missão “civilizadora europeia”, típica do século XIX
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