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sexta-feira, 18 de maio de 2018

QUESTÕES DE VESTIBULARES/ENEM - COM GABARITO


PUC – CAMP (2011)

    Argumento histórico – Na primeira expedição foi ao Rio Grande do Norte um moço de nome Martim Soares Moreno, que se ligou de amizade com Jacaúna, chefe dos índios do litoral, e seu irmão Poti. Em 1608, por ordem de d. Diogo Meneses, voltou a dar princípio à regular colonização daquela capitania. Poti recebeu no batismo o nome de Antônio Filipe Camarão, que ilustrou na guerra holandesa. Martim chegou a mestre-de-campo e foi um dos excelentes cabos portugueses que libertaram o Brasil da invasão holandesa. O Ceará deve honrar sua memória como um varão prestante e seu verdadeiro fundador.
       Adaptado de José de Alencar. Notas a Iracema
                                         São Paulo: Melhoramentos, 2. Ed. p. 154.

Entendendo o texto:
01 – Alencar identifica como personagens de seu romance as figuras históricas de Martim e Poti, mas não faz o mesmo com Iracema. Isso se deve ao fato de que Iracema:
     a) Não representa, em sua individualidade feminina, personagem que, mesmo remotamente, se possa localizar no plano histórico.
     b) É sobretudo uma protagonista romântica, de modo que sua condição de nativa ressalta aspectos de mulher idealizada.
     c) Não tem relevância histórica, tratando-se de uma índia inteiramente à margem dos costumes sagrados de seu povo.
     d) Encarna mais o afã de independência nacional do que, propriamente, o código de conduta dos indígenas.
     e) Encarna a heroína clássica que, acima da história, representa a espiritualidade, o senso de missão e a nobreza da renúncia.



CAUSO:  NO CAPRICHO

         O Adãozinho, meu cumpade, enquanto esperava pelo delegado, olhava para um quadro, a pintura de uma senhora. Ao entrar a autoridade e percebendo que o caboco admirava tal figura, perguntou: “Que tal? Gosta desse quadro?”.
         E o Adãozinho, com toda a sinceridade que Deus dá ao caboco da roça: “Mas pelo amor de Deus, hein, dotô! Que muié feia! Parece filote de cruis-credo, parente de deus-me-livre, mais horriver que briga de cego no escuro”.
          Ao que o delegado não teve como deixar de confessar, um pouco secamente: “È a minha mãe”. E o caboco, em cima da bucha, não perde a linha: “Mais doto, inté que é uma feiura caprichada”.

             BOLDRIN, Rolando. Almanaque Brasil da cultura popular São Paulo:
                              Andreato Comunicação e cultura, n.62, 2004. (Adaptado).

01 – Por sua características formais, por sua função e uso, o texto pertence ao gênero:
     a) Anedota, pelo enredo e humor característicos.
     b) Crônica, pela abordagem literária de fatos do cotidiano.
     c) Depoimento, pela apresentação de experiências pessoais.
     d) Relato, pela descrição minuciosa de fatos verídicos
     e) Reportagem, pelo registro impessoal de situações reais.


UNEMAT (2011)

         “Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço”.

01 – O fragmento acima pertence à obra de referência na literatura brasileira do século XIX, sendo considerado o primeiro romance realista de nossa literatura. Dentre as alternativas, indique o título da referida obra literária.
a) Quincas Borba
     b) Memórias de um sargento de milícias
     c) Memórias póstumas de Brás Cubas.
     d) Memórias sentimentais de João Miramar.
     e) A cidade e as serras.



ENEM (2006)

         NO INÍCIO DE SÉCULO XIX, o naturalista alemão Carl von Martius esteve no Brasil em missão científica para fazer observações sobre a flora e a fauna nativas e sobre a sociedade indígena. Referindo-se ao indígena, ele afirmou:
         Permanecendo em grau inferior da humanidade, moralmente, ainda na infância, a civilização não o altera, nenhum exemplo o excita e nada o impulsiona para um nobre desenvolvimento progressivo [...]. esse estranho e inexplicável estado do indígena americano, até o presente, tem feito fracassarem todas as tentativas para conciliá-lo inteiramente com a Europa vencedora e torna-lo um cidadão satisfeito e feliz.

         MARTIUS, Carl von. O estado do direito entre os autóctones do Brasil.
                                                Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/Edusp, 1982.

01 – Com base nessa descrição, conclui-se que o naturalista Von Martius:
     a) Apoiava a independência do Novo Mundo, acreditando que os índios, diferentemente do que fazia a missão europeia, respeitavam a flora e a fauna do país.
     b) Discriminava preconceituosamente as populações originárias da América e advogava o extermínio dos índios.
    c) Defendia uma posição progressista para o século XIX: a de tornar o indígena cidadão satisfeito e feliz.
    d) Procurava impedir o processo de aculturação, ao descrever cientificamente a cultura das populações originárias da América
      e) Desvalorizava os patrimônios étnicos e culturais das sociedades indígenas e reforçava a missão “civilizadora europeia”, típica do século XIX


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