sábado, 13 de outubro de 2018

CRÔNICA: O MENINO QUE CHUPOU A BALA ERRADA - STANISLAW PONTE PRETA - COM GABARITO

Crônica: O menino que chupou a bala errada
         Stanislaw Ponte Preta


        Diz que era um menininho que adorava bala e isto não lhe dava qualquer condição de originalidade, é ou não é? Tudo que é menininho gosta de bala. Mas o garoto desta história era tarado por bala. Ele tinha assim uma espécie de ideia fixa, uma coisa assim… assim, como direi? Ah… creio que arranjei um bom exemplo comparativo: o garoto tinha por bala a mesma loucura que o Sr. Lacerda tem pelo poder. [Eu, Yuri, diria “a mesma loucura que o Sr. Lula tem pelo poder”. Entendeu agora?]
        Vai daí um dia o pai do menininho estava limpando o revólver e, para que a arma não lhe fizesse uma falseta, descarregou-a, colocando as balas em cima da mesa. O menininho veio lá do quintal, viu aquilo ali e perguntou pro pai o que era:
        – É bala – respondeu o pai, distraído.
        Imediatamente o menininho pegou diversas, botou na boca e engoliu, para desespero do pai, que não medira as consequências de uma informação que seria razoável a um filho comum, mas não a um filho que não podia ouvir falar em bala que ficava tarado para chupá-las.
        Chamou a mãe (do menino), explicou o que ocorrera e a pobre senhora saiu desvairada para o telefone, para comunicar a desgraça ao médico. Esse tranquilizou a senhora e disse que iria até lá, em seguida.
        Era um velho clínico, desses gordos e bonachões, acostumados aos pequenos dramas domésticos. Deu um laxante para o menininho e esclareceu que nada de mais iria ocorrer. Mas a mãe estava ainda aflita e insistiu:
        – Mas não há perigo de vida, doutor?
        – Não – garantiu o médico: – Para o menino não há o menor perigo de vida. Para os outros talvez.
        – Para os outros? – estranhou a senhora.
        – Bem… – ponderou o doutor: – o que eu quero dizer é que, pelo menos durante o período de recuperação, talvez fosse prudente não apontar o menino para ninguém.

De Stanislaw Ponte Preta (pseudônimo de Sérgio Porto).
Fonte: “365 – Seleção de Leitura e Informação”, 1973 (?).
Entendendo o texto:

01 – “O menino que chupou a bala errada” é um texto em prosa, organizado em parágrafos. Quantos parágrafos tem o texto?
      Possui 10 parágrafos.

02 – O narrador desse texto participa dos acontecimentos ou é apenas um observador?
      Apenas observador.

03 – Transcreva uma passagem do texto em que o narrador conversa diretamente com o leitor.
      “O garoto tinha por bala a mesma loucura que o Sr. Lacerda tem pelo poder. [Eu, Yuri, diria “a mesma loucura que o Sr. Lula tem pelo poder”. Entendeu agora?].

04 – Quantos personagens participam do acontecimento? Quais são?
      O menino, o pai, a mãe e o médico.

05 – Por que o menino poderia representar um perigo de vida para os outros?
      Porque a bala poderia explodir na hora que fosse expelida para fora.

06 – Na crônica de Stanislaw Ponte Preta, vimos a confusão resultante da dupla interpretação de uma mesma palavra (bala), que tem mais de um significado. Uma interpretação errada pode resultar em confusão. Escreva significados diferentes para a palavra abaixo:
Rosa: Nome de pessoa, nome de flor, cor de um objeto ou coisas.

07 – Qual é o substantivo que deu origem estes adjetivos?
a) amanteigado: manteiga.
b) venenosa: veneno.
c) enferrujado: ferrugem.

08 – Escreva o plural dos substantivos:
a) Capitão: capitães.
b) dobrão: dobrões.
c) espanhol: espanhóis.
d) poder: poderes.
e) barril: barris.
f) chapéu: chapéus.

09 – Escreva o aumentativo destes substantivos.
a) nariz: narigão.
b) orelha: orelhão.
c) cabeça: cabeção.
d) pé: pezão.
e) cabelo: cabelão.
f) dedo: dedão.
g) pescoço: pescoção.
h) braço: bração.



Um comentário: