Crônica: O menino que chupou a bala
errada
Stanislaw Ponte Preta
Diz que era um menininho que adorava
bala e isto não lhe dava qualquer condição de originalidade, é ou não é? Tudo
que é menininho gosta de bala. Mas o garoto desta história era tarado por bala.
Ele tinha assim uma espécie de ideia fixa, uma coisa assim… assim, como direi?
Ah… creio que arranjei um bom exemplo comparativo: o garoto tinha por bala a
mesma loucura que o Sr. Lacerda tem pelo poder. [Eu, Yuri, diria “a mesma
loucura que o Sr. Lula tem pelo poder”. Entendeu agora?]
Vai daí um dia o pai do menininho
estava limpando o revólver e, para que a arma não lhe fizesse uma falseta,
descarregou-a, colocando as balas em cima da mesa. O menininho veio lá do
quintal, viu aquilo ali e perguntou pro pai o que era:
– É bala – respondeu o pai, distraído.
Imediatamente o menininho pegou
diversas, botou na boca e engoliu, para desespero do pai, que não medira as
consequências de uma informação que seria razoável a um filho comum, mas não a
um filho que não podia ouvir falar em bala que ficava tarado para chupá-las.
Chamou a mãe (do menino), explicou o
que ocorrera e a pobre senhora saiu desvairada para o telefone, para comunicar
a desgraça ao médico. Esse tranquilizou a senhora e disse que iria até lá, em
seguida.
Era um velho clínico, desses gordos e
bonachões, acostumados aos pequenos dramas domésticos. Deu um laxante para o
menininho e esclareceu que nada de mais iria ocorrer. Mas a mãe estava ainda
aflita e insistiu:
– Mas não há perigo de vida, doutor?
– Não – garantiu o médico: – Para o
menino não há o menor perigo de vida. Para os outros talvez.
– Para os outros? – estranhou a
senhora.
– Bem… – ponderou o doutor: – o que eu
quero dizer é que, pelo menos durante o período de recuperação, talvez fosse
prudente não apontar o menino para ninguém.
De Stanislaw
Ponte Preta (pseudônimo de Sérgio Porto).
Fonte: “365 – Seleção
de Leitura e Informação”, 1973 (?).
Entendendo o texto:
01 – “O menino que chupou a
bala errada” é um texto em prosa, organizado em parágrafos. Quantos parágrafos
tem o texto?
Possui 10
parágrafos.
02 – O narrador desse texto
participa dos acontecimentos ou é apenas um observador?
Apenas
observador.
03 – Transcreva uma passagem
do texto em que o narrador conversa diretamente com o leitor.
“O garoto tinha por bala a mesma loucura
que o Sr. Lacerda tem pelo poder. [Eu, Yuri, diria “a mesma loucura que o Sr.
Lula tem pelo poder”. Entendeu agora?].
04 – Quantos personagens
participam do acontecimento? Quais são?
O menino, o pai,
a mãe e o médico.
05 – Por que o menino
poderia representar um perigo de vida para os outros?
Porque a bala
poderia explodir na hora que fosse expelida para fora.
06 – Na crônica de Stanislaw
Ponte Preta, vimos a confusão resultante da dupla interpretação de uma mesma
palavra (bala), que tem mais de um significado. Uma interpretação errada pode
resultar em confusão. Escreva significados diferentes para a palavra abaixo:
Rosa: Nome de pessoa, nome de flor, cor de um objeto ou coisas.
07 – Qual é o substantivo que deu origem estes adjetivos?
a) amanteigado: manteiga.
b) venenosa: veneno.
c) enferrujado: ferrugem.
08 – Escreva o plural dos substantivos:
a) Capitão: capitães.
b) dobrão: dobrões.
c) espanhol: espanhóis.
d) poder: poderes.
e) barril: barris.
f) chapéu: chapéus.
09 – Escreva o aumentativo destes substantivos.
a) nariz: narigão.
b) orelha: orelhão.
c) cabeça: cabeção.
d) pé: pezão.
e) cabelo: cabelão.
f) dedo: dedão.
g) pescoço: pescoção.
h) braço: bração.
Oi pessoal, será que poderia mim ajuda?
ResponderExcluir