GABRIEL O PENSADOR
Minha alma quando escreve
Tem a consciência leve
A caneta não faz greve
A caneta é que me leva.
Ao planeta mais distante
A luneta mais possante
Malagueta mais picante
É a caneta quando escreve.
Feito nave me transporta
Vira chave, abre a porta
Cerra grade, quebra, entorta
Sua tinta me liberta.
Gabriel
o Pensador. Diário Noturno. Rio de Janeiro:
Objetiva,
2001.
1 – Considere o papel exercido pela caneta
atribuído no ato de escrever. Relendo o poema, a que elementos a caneta é
comparada? Comente.
Aos
trabalhadores, mas não faz greve; a um transporte, porque o leva; ao planeta e
à luneta, ao mesmo tempo porque pode colocá-lo em um lugar completamente
diferente, pode utilizar um instrumento para visualizar um lugar diferente e
assim por diante. A caneta ora é transporte ora é instrumento.
2 – Poderíamos concluir que a caneta nesse
poema está sendo utilizada no lugar da escrita. Se interpretarmos assim, qual
seria a figura da linguagem utilizada? Por quê?
Metonímia: a parte pelo todo.
3 – Relendo o texto, como você acha que o
autor descreve o processo de criação escrita?
Resposta pessoal. Mas poderíamos responder pensando que quando ele escreve
cria-se um momento especial e que a escrita o liberta para imaginar lugares
diferentes, vividos por ele mesmo, quando utiliza o transporte, ou observados
por ele, quando utiliza um instrumento.
4 – Na sua opinião, como o autor trata o
trabalho do poeta?
Nesse
poema o autor, além de tratar da inspiração e do trabalho mágico de lidar com
palavras e rimas, descreve a criação como um trabalho de mão-de-obra em que o
poema é escrito em várias versões. Trata ainda da intertextualidade da escrita:
estamos sempre retomando ideias e “palavras” dos outros.
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