quinta-feira, 7 de setembro de 2017

POEMA: EU É QUE PERGUNTO PARA A CANETA- GABRIEL O PENSADOR - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


EU É QUE PERGUNTO PARA A CANETA
GABRIEL O PENSADOR

Minha alma quando escreve
Tem a consciência leve
A caneta não faz greve
A caneta é que me leva.


Ao planeta mais distante
A luneta mais possante
Malagueta mais picante
É a caneta quando escreve.


Feito nave me transporta
Vira chave, abre a porta
Cerra grade, quebra, entorta
Sua tinta me liberta.

                                          Gabriel o Pensador. Diário Noturno. Rio de Janeiro:
                                                                                                           Objetiva, 2001.

1 – Considere o papel exercido pela caneta atribuído no ato de escrever. Relendo o poema, a que elementos a caneta é comparada? Comente.
       Aos trabalhadores, mas não faz greve; a um transporte, porque o leva; ao planeta e à luneta, ao mesmo tempo porque pode colocá-lo em um lugar completamente diferente, pode utilizar um instrumento para visualizar um lugar diferente e assim por diante. A caneta ora é transporte ora é instrumento.

2 – Poderíamos concluir que a caneta nesse poema está sendo utilizada no lugar da escrita. Se interpretarmos assim, qual seria a figura da linguagem utilizada? Por quê?
       Metonímia: a parte pelo todo.

3 – Relendo o texto, como você acha que o autor descreve o processo de criação escrita?
       Resposta pessoal. Mas poderíamos responder pensando que quando ele escreve cria-se um momento especial e que a escrita o liberta para imaginar lugares diferentes, vividos por ele mesmo, quando utiliza o transporte, ou observados por ele, quando utiliza um instrumento.

4 – Na sua opinião, como o autor trata o trabalho do poeta?

       Nesse poema o autor, além de tratar da inspiração e do trabalho mágico de lidar com palavras e rimas, descreve a criação como um trabalho de mão-de-obra em que o poema é escrito em várias versões. Trata ainda da intertextualidade da escrita: estamos sempre retomando ideias e “palavras” dos outros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário