quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA PARA O 7º ANO COM DESCRITORES - GABARITADA

 

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA PARA O 7º ANO ENSINO FUNDAMENTAL

 D13 - Identificar efeitos de ironia ou humor em textos.

 Leia a anedota a seguir.

Anedota: Cachorrinho perdido

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhm88s011BVhCNLXt9FKanumxLw2y5tGhvJrnoH-2XQksb4l6L4nblugQCLJai_npKp-AQDbyzscsOxYALd7902K_AfwLk-G8WFRI3HdR4yGg6hFHvfFTZKZoQJgVuEVBFippdzqt6DJAj1dt8ZyyxW53Q2pAwMV6aZ6OZ3pUbJqjmpsj-kKyennjHTRT4/s1600/PERDIDO.jpg


 Um senhor chegou todo agoniado em uma empresa que fazia faixas e cartazes e foi logo dizendo:

— Meu cachorrinho se perdeu e eu quero mandar fazer uma faixa bem grande!

— Pois não, meu senhor! Quais serão os dizeres na faixa?

— Totó, volte logo! Estou muito triste!

Adaptado de: http://www.osvigaristas.com.br/piadas/portugues/cachorrinho-perdido-8616.html

QUESTÃO 01

O traço de humor no texto é percebido quando o senhor

(A) chega agoniado na empresa.

(B) diz que perdeu seu cachorrinho.

C) pede uma faixa bem grande.

D) diz as frases para colocar na faixa.

 Observe a tirinha abaixo:

                                                                   Fonte: farawaysoclose3.blogspot.com

QUESTÃO 02 (SAEP 2012)

Nessa tirinha, o que causa humor?

(A) a baratinha em cima do livro no primeiro quadrinho.

(B) o homem encontrar a baratinha no livro.

(C) a fala da baratinha no último quadrinho.

(D) o tamanho da baratinha.

  

Observe a tirinha abaixo para responder à questão 03.

 FONTE: LANCAST. Anabel. Revista Recreio. Ano 6, nº 299. São Paulo: abril, 1º/12/2005.

QUESTÃO 03

O traço de humor na tirinha é percebido principalmente quando descobrimos

(A) o que tem dentro da caixa de presente.

(B) o porquê da menina não abraçar o aniversariante.

(C) o lugar da festa organizada pelo aniversariante.

(D) quanto a menina pagou pelo presente.

 

Leia a anedota abaixo:

QUESTÃO 04 (SAEP 2012)

O texto é engraçado porque

(A) um cliente liga para a loja.

(B) o cliente confunde “próprio” com o nome de alguém.

(C) o cliente confunde Pedro com o nome “próprio”.

(D) Pedro não se encontra na loja.

 

Observe a tirinha a seguir e responda à questão 05.

 Níquel Náusea, de Fernando Gonsales. Folha de São Paulo, SP – 12 maio 2001. E11.

 QUESTÃO 05 (SAEP 2012)

Nesta tirinha a sentença que expressa humor é:

(A) “Oi, zebra!”

(B) “Nossa!! Que mau humor!!”

(C) “Aproveita que já está de pijama! Há há há!”

(D) “Você precisa dormir um pouco!”

 

D14 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso de pontuação e de outras notações.

 Fábula: O coelho e a tartaruga

 O coelho estava se gabando para os outros animais:

__ Sou o mais rápido e nunca perco de ninguém. Desafio a

todos aqui a participarem de uma corrida comigo.

__ Aceito o desafio! Disse a tartaruga.

__ Você é muito lenta! Acho que vai perder seu tempo,

respondeu o coelho.

__ Guarde seu orgulho até ver quem vai vencer, alertou

a tartaruga.

Ao ouvirem o sinal de largada, os dois partiram.

O coelho saiu a toda velocidade e a tartaruga ficou para trás.

Mais adiante, acreditando que a tartaruga não tinha a menor chance, deitou-se e tirou uma soneca. Enquanto isso, a tartaruga continuava caminhando.

Quando o coelho acordou não teve tempo de correr para chegar primeiro, então a tartaruga atravessou a linha de chegada e venceu a corrida.

Moral: Quem segue confiante é vencedor.

Adaptado de http://www.clubedobebe.com.br/HomePage/Fabulas/fabulasdeesopo1.htm

QUESTÃO 06

No trecho “Aceito o desafio!”, o ponto de exclamação (!) indica que a tartaruga estava

(A) triste.

(B) aborrecida.

(C) assustada.

(D) confiante.

 

Piada - A continha de subtração

Na aula de Matemática, a professora perguntou para os alunos:

— Se quatro moscas estivessem em cima da minha mesa e eu matasse uma delas, quantas ficariam na mesa?

— Uma! Respondeu Pedrinho, rapidamente.

— O quê? Você não sabe fazer uma simples continha de subtração?

— Professora, acontece que só fica a mosca morta em cima da mesa, porque as outras vão se mandar.

Adaptado de: http://circodoxixi.blogspot.com/2011/01/piadas-infantis.html

QUESTÃO 07

Na expressão ― “O quê?”, o ponto de interrogação (?) dá o sentido de que a professora está

(A) aborrecida.

(B) satisfeita.

(C) em dúvida.

(D) orgulhosa.

 

Observe a tirinha da Chiquinha, a seguir:

QUESTÃO 08 (SAEP 2012)

O ponto de exclamação usado na fala do último quadrinho indica

(A) decepção.

(B) medo.

(C) raiva.

(D) surpresa.

Observe a tirinha da Mafalda.


                        Fonte: http://sempretops.com/tirinha338_mafalda.jpg

 QUESTÃO 09 (SAEP 2012)

O ponto de exclamação aparece em todos os quadrinhos expressando sentidos diferentes. A expressão em que ele indica ordem é

(A) Como o mar é lindo!

(B) Está indo embora!

(C) Ei, volte!

(D) Que saco essa obediência!

 Observe a tirinha abaixo:

QUESTÃO 10 (SAEP 2012)

As reticências usadas no segundo quadrinho indicam

(A) uma pausa grande no pensamento do Cebolinha.

(B) que o Cebolinha não tinha mais nada a dizer.

(C) que o Cebolinha queria dizer apenas isto mesmo.

(D) a continuidade do pensamento do Cebolinha.

 

QUESTÃO 11 (SAEP 2012)

D14- Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso de pontuação e de outras notações.

Leia o texto abaixo e responda.

O pai telefona para casa:

– Alô?

– ...

Reconhece o silêncio da tipinha. Você liga? Quem fala é você.

– Alô, fofinha.

Nem um som. Criança não é para ser chamada fofinha. Cinco anos, já viu.

– Oi, filha. Sabe que eu te amo?

– Eu também.

“Puxa, ela nunca disse que me amava”.

– Também o quê?

– Eu também amo eu.

Crianças (seleção). Curitiba, 2001. p. 31. Disponível em: <http://www.releituras.com/daltontrevisan_crianca.asp>.

Em qual dos trechos desse texto está expressa a opinião do narrador?

A) “Reconhece o silêncio da tipinha.”.

B) “Criança não é para ser chamada de fofinha.”.

C) “– Oi filha. Sabe que eu te amo?”.

D) “Puxa, ela nunca disse que me amava”.

QUESTÃO 12

D7 – Identificar a tese de um texto

Leia o texto abaixo.

RECEITAS DA VOVÓ

Lembra aquela receita que só sua mãe ou sua avó sabem fazer? Pois saiba que, além de gostoso, esse prato é parte importante da cultura brasileira. É verdade. Os cadernos de receita são registros culturais. Primeiro, porque resgatam antigas tradições, seja familiares ou étnicas. Além disso, mostram como se fala ou se falava em determinada região. E ainda servem como passagens de tempo, chaves para alcançarmos memórias emocionais que a gente nem sabia que tinha (se você se lembrou do prato que sua avó ou sua mãe fazia, você sabe do que eu estou falando).

A tese defendida pelo autor do texto é de que as receitas culinárias:

A) Fazem com que lembremos a nossa infância.

B) Resgatam nossas tradições familiares ou étnicas.

C) São as que só nossas mães ou avós conhecem.

D) São uma parte importante da cultura brasileira.

QUESTÃO 13 (PROVA BRASIL)

D8 –   Estabelecer relação causa/consequência entre partes e elementos do texto.

Leia o texto abaixo:

O QUE É SER ADOTADO

Os alunos do primeiro ano, da professora Débora, discutiam a fotografia de uma família. Um menino na foto tinha os cabelos de cor diferente dos outros membros da família.

Um aluno sugeriu que ele talvez fosse adotado e uma garotinha disse:

– Sei tudo de filhos adotados porque sou adotada.

– O que é ser adotado? – outra criança perguntou.

– Quer dizer que você cresce no coração da mãe, em vez de crescer na barriga.

DOLAN, George. Você Não Está Só. Ediouro

O aluno sugeriu que a criança da foto tinha sido adotada por que:

A) os cabelos dela eram diferentes.

B) estava na foto da família.

C) pertencia a uma família.

D) cresceu na barriga da mãe.

QUESTÃO 14 (SAERS)

D9 – Diferenciar as partes principais das secundárias em um texto

Leia o texto abaixo.

FÁBULA: A TARTARUGA E A LEBRE

                  (Esopo)

A lebre estava caçoando da lerdeza da tartaruga. A tartaruga se abespinhou e desafiou a lebre para uma corrida. A lebre, cheia de si, aceitou a aposta. A raposa foi escolhida como juiz. A solução por ser muito sabida e correta. A tartaruga não perdeu tempo e começou a se arrastar. A lebre logo ultrapassou a adversária e, vendo que ia ganhar fácil, resolveu dar um cochilo. Acordou assustada e correu como louca. Na linha de chegada, a tartaruga esperava a lebre toda contente.

Devagar se vai ao longe.

BENNET, William J. (Org.); MACHADO, Luiz Raul (Trad.). O livro das virtudes.

 O principal objetivo desse texto é

A)  descrever um local.

B) evidenciar uma moral.

C) falar sobre uma aposta.

D) relatar um fato científico.

 

QUESTÃO 15 (Prova Brasil)

D11- Estabelecer relação causa/consequência entre partes e elementos do texto

Leia o texto abaixo:

A FUNÇÃO DA ARTE

Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar.

Viajaram para o Sul.

Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.

Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.

E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:

– Me ajuda a olhar!

 GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Trad. Eric Nepomuceno 5ª ed. Porto Alegre: Editora L & PM, 1997.

 O menino ficou tremendo, gaguejando por que

A) a viagem foi longa.

B) as dunas eram muito altas.

C) o mar era imenso e belo.

D) o pai não o ajudou a ver o mar.

QUESTÃO 16 – (Prova Brasil)

D16 - Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados.

Leia o texto abaixo:

O CABO E O SOLDADO

Um cabo e um soldado de serviço dobravam a esquina, quando perceberam que a multidão fechada em círculo observava algo. O cabo foi logo verificar do que se tratava.

Não conseguindo ver nada, disse, pedindo passagem:

— Eu sou irmão da vítima.

Todos olharam e logo o deixaram passar.

Quando chegou ao centro da multidão, notou que ali estava um burro que tinha acabado de ser atropelado e, sem graça, gaguejou dizendo ao soldado:

— Ora essa, o parente é seu.

 Revista Seleções. Rir é o melhor remédio. 12/98, p.91.

No texto, o traço de humor está no fato de:

A) o cabo e um soldado terem dobrado a esquina.

B) o cabo ter ido verificar do que se tratava.

C) todos terem olhado para o cabo.

D) ter sido um burro a vítima do atropelamento.

D2 - Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto.

Texto: Infância

Eu tenho oito anos e já sei ler e escrever.

Por isso, ganhei de presente a história de Peter Pan. As aventuras dele com o Capitão Gancho e o jacaré que engoliu um relógio até que são engraçadas. Mas achei uma bobagem aquela mania do Peter Pan de querer ficar sempre menino.

Já imaginaram se todos quisessem ficar sempre pequenos e nunca mais crescer? Aí quem ia cuidar da gente? Fazer comida, passar pito, mandar tomar banho, dizer que é hora de ir pra cama?

Sarar a gente da dor de barriga e da dor de dente?

 Fonte: Henriqueta Lisboa ET ALII. Varal de Poesia.1ª ed. São Paulo: Ática, 2003. p. 35.

 QUESTÃO 17 (Prova Rio, 2010)

No trecho “As aventuras dele com o Capitão Gancho”, a palavra destacada refere-se ao

(A) jacaré.

(B) menino.

(C) Peter Pan.

(D) relógio.

D2 - Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto.

 Texto: Um conto de gatos

 Os gatos sortudos da Rua Melenas tinham cada um sete ratos para comer. Os outros, com dois apenas tinham de se satisfazer. O total de ratos comidos sendo 24, quantos gatos traçaram ratos?

UM CONTO de gatos. CiênciaHoje das Crianças, ano 9. nº 60. Jul. 2006. p. 28.

 

QUESTÃO 18 (SAEP 2012)

No trecho: “Os outros, com dois apenas...”, a expressão em destaque se refere

(A) aos gatos.

(B) aos ratos.

(C) aos contos.

(D) aos gatos e ratos.

 

D8 - Estabelecer relações de causa/consequência entre partes e elementos do texto.

 Texto: O terremoto

Depois do terremoto, apenas uma casa ficou de pé.

__ Por que você ficou de pé, sua casa doida, não sabe que houve um terremoto? – Advertiu a bruxa.

__ Um terremoto?! – repetiu a casa com as janelas esbugalhadas.

E foi tratando logo de desabar também com medo da bruxa.

DÍDIMO, Horácio. As historinhas do mestre jabuti. Fortaleza: Edições Democrático Rocha, 2003, p. 23

 QUESTÃO 19 (SAERJ 2009)

A casa que estava em pé desabou

(A) por causa de um terremoto.

(B) porque teve medo da bruxa.

(C) porque era uma casa doida.

(D) por causa das janelas abertas.

D5- Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, foto etc.). 

 

                                Garfiel – 0024-7

QUESTÃO 20 (SARESP 2010)

O balão do 3.º quadrinho é diferente dos outros. Seu formato indica que o personagem está

(A) cochichando.

(B) cantando.

(C) gritando.

(D) pensando.

 

 

 

 

 

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

CRÔNICA: CASA PRÓPRIA - WALCYR CARRASCO - COM GABARITO

 Crônica: Casa Própria

                   Walcyr Carrasco 

SER DONO DO PRÓPRIO teto é um sonho. Dá segurança morar no que é seu. O caso é que a residência equivale ao casco da tartaruga. Ou seja, é uma extensão do corpo. Aí começam as loucuras. É impressionante o número de pessoas que constroem casas delirantes. Certa vez um corretor me ofereceu uma que imitava um navio. Em vez de janelas, escotilhas. A estrutura de concreto, curva, semelhante ao casco. Era um barco encalhado. 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdBjIurdCymK_PNNljuRceBhwWvWmywk9NbhEb9Lgjxosq67qULP-M7ymP9wMqD2vlYgrpTQVFLVc_1EyRQxDLkVXaUlFvTtFo-o04oyq6tJWuhIv3KhFW0zPskfnyLB92tRW_MYeotaj2vw_4r8yv37LAvBYLR2R23afsdShe13KOCLDgO61khmSTpDc/s320/CASA.jpeg


No terreno e na imobiliária. Uma amiga resolveu construir o lar na Granja Viana. No alto de um morro. A vista, deslumbrante. Todo o dinheiro foi gasto em concreto. Parecia um viaduto pela metade. Aconselhei:

— Use o que você ainda tem para comprar o material essencial para terminar a obra. -

Encomendou boxes de Blindex e o motor da piscina. Detalhe: não havia piscina. Nem o buraco. Acabou ela mesma pintando quilômetros de chão de cimento da sala. Descobriu-se que o concreto a transformava em um forno no verão. Uma geladeira nó inverno. Comentei:

— Pelo menos, daqui a séculos, a casa vai estar de pé. Os arqueólogos vão achar que era um templo. E você, a deusa.

Vendeu para um casal apaixonado, por menos do que as sacas de concreto gastas no empreendimento. Os amigos correram a aconselhar:

— Compre alguma coisa feita, que só exija uma pintura.

Em segredo, arrumou um terreno no meio da Mata Atlântica. No momento, discute o corte das árvores com o Ibama. Outro amigo, advogado, apaixonou-se por uma mansão no Pacaembu. Mal comprou, descobriu: a casa tinha sido usada como escola de tiro ao alvo. Todas as paredes sofreram intervenção. Os alicerces. O telhado. A piscina. Só a cozinha estava ótima. Ele fez questão de quebrar porque queria uma parede curva. A obra foi estimada em seis meses. Faz dois anos. Pensam que está angustiado? De jeito nenhum. Está realizando um projeto de vida, apesar dos cabelos um tanto mais brancos.

Eu poderia dar um martelo de presente para vários conhecidos. Adoram derrubar paredes. Uma atriz passou anos economizando para ter seu cantinho. Conseguiu um apartamento antigo com terraço, na Vila Buarque. Pagou com esforço. Chamou os pedreiros e resolveu dar umas mexidinhas. Prometeram terminar em um mês. Um ano depois, ela conta, sem perder o sorriso de felicidade: — Abri tudo, ficou um salão. Agora o jeito é arrumar grana para cobrir o terraço e fazer o quarto, senão vou ter de dormir embaixo da pia.

Certas pessoas têm até consciência do delírio. Uma corretora que conheço recebeu um cliente. Queria um terreno no campo para fazer um paredão com uma porta de alumínio, e um único quarto. Tipo galpão. Ela aconselhou:

— Olha, esse é o tipo de casa que se um dia você quiser vender, não consegue.

A resposta, com os olhos brilhando.

— Claro. Eu vou construir um mico.

Meus miolos também não funcionam bem quando o assunto é moradia. Faço o gênero nômade. Vivo numa chácara há dois anos. O excesso de paz me enerva. Volto para a cidade.      Reclamo do trânsito. O dono da transportadora já me propôs abrir uma conta corrente. Cada vez, eu prometo.

— Agora é para sempre!.

Em seguida, começo a empacotar os trastes.

Só conheço uma pessoa que não se importa com casa. E o único de meus amigos que realmente posso dizer que é rico. Prefere pagar aluguel. Perguntei, surpreso, o motivo. 

— Existem maneiras melhores de investir o dinheiro —- comentou.

Pode ser. Mas certamente nenhuma mais gostosa do que enlouquecer com a casa própria, quebrar umas paredes, trocar o piso e imaginar que o sonho está prestes a ser realizado!

 Entendendo o texto

01. Qual é a analogia feita pelo autor entre uma casa e a casca de uma tartaruga?

a) Ambas são frágeis.

b) Ambas são essenciais para a segurança.

c) Ambas são comuns na natureza.

d) Ambas são construídas lentamente.

    02. Qual foi a sugestão do autor para a amiga que construiu uma casa na Granja Viana?

          a) Investir em acabamentos luxuosos.

          b) Comprar móveis caros.

          c) Gastar mais dinheiro em concreto.

          d) Comprar materiais essenciais para terminar a obra.

   03. O que aconteceu com a casa da amiga do autor na Granja Viana no verão?

         a) Tornou-se um forno devido ao concreto.

         b) Ficou fria e úmida.

         c) Foi inundada.

         d) Não teve mudanças de temperatura.

    04. Por que o advogado que comprou uma mansão no Pacaembu quebrou a cozinha?

         a) Porque queria uma cozinha moderna.

         b) Porque estava em mau estado.

         c) Porque queria uma parede curva.

         d) Porque estava realizando um projeto de vida.

   05. O que a atriz fez com seu apartamento na Vila Buarque?

         a) Vendeu-o.

         b) Reformou-o completamente.

         c) Deixou-o como estava.

         d) Construiu uma nova casa no terreno.

   06. Por que a corretora aconselhou contra a construção do paredão com uma porta de alumínio?

         a) Porque seria muito caro.

         b) Porque não seria seguro.

         c) Porque seria difícil de vender no futuro.

         d) Porque não seria esteticamente agradável.

  07. Qual é a característica do autor em relação à moradia?

         a) Ele é muito rico e constrói várias casas.

         b) Ele é nômade e muda constantemente de residência.

         c) Ele é conservador e mantém a mesma casa por anos.

         d) Ele é um construtor talentoso.

   08. Por que o autor volta para a cidade depois de viver na chácara por dois anos?

         a) Porque sente falta do trânsito.

         b) Porque prefere a paz da cidade.

         c) Porque recebeu uma oferta de emprego na cidade.

         d) Porque está construindo uma nova casa.

     09. Qual é a atitude do único amigo rico do autor em relação à casa própria?

           a) Ele investe em casas luxuosas.

           b) Ele prefere pagar aluguel.

           c) Ele constrói suas próprias casas.

           d) Ele não se importa com onde mora.

   10. Qual é a conclusão do autor sobre o desejo de possuir uma casa própria?

          a) É uma realização essencial na vida.

          b) É um investimento financeiro importante.

          c) É uma fonte de estresse e preocupação.

          d) É uma jornada emocionante e às vezes irracional.

 

 

 

 

CRÔNICA: ARROZ-DOCE - WALCYR CARRASCO - COM GABARITO

 Crônica: Arroz-Doce

     Walcyr Carrasco

 

CERTOS SABORES FICAM guardados em um canto onde a lembrança se mistura com a emoção. Eu nunca vou me esquecer do arroz-doce com canela da minha mãe. Simplesmente arroz cozido no leite, polvilhado com canela em pó. Não era doce de festa. Mamãe tinha um bazarzinho no interior, e pouco tempo para a cozinha. Empregada, nem pensar, naqueles tempos difíceis. 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEht0-vsa1nqPpFVUoVq4003Kne6ULvManQILvdRJfNG7Kdgh0ADNw7sCmSnsi2M-wisvaTmihBwtb5ruYEBVU4IwEew7xDtpoho5KJS8p4yuo2TvCJcFAPo6sRy7RaL6VL1uoJF5Ca5DbwQo4ruxq9lmFY4ntGKbH822QM0CqKOCo-5CuYduFs_9yu3S_g/s320/arroz_doce_tradicional.jpg


Morávamos em uma casa atrás da loja, e a porta da cozinha dava justamente para o balcão. Botava a panela no fogo e ficava com um olho na receita, outro na loja. Às vezes chegava uma freguesa, desatava a conversar. Que lugar melhor para saber as novidades do bairro, quem vai casar ou quem separou, do que o balcão de um bazar de cidade pequena? O leite fervia, derramava. Muitas vezes, depois do jantar, vinha o arroz doce passado do ponto, com um gostinho de açúcar queimado. Meu pai se divertia.

— Esqueceu no fogo?

Eu gostava assim mesmo. Repetia.

O pudim da minha avó paterna também está entre minhas recordações prediletas. E uma receita antiga, espanhola. Pudim de leite com queijo parmesão assado no banho-maria. Vovó era mestra na cozinha. Orgulhava-se. Quando vinha nos visitar, mamãe avisava. 

— Não esqueça de pedir o pudim.     

E não? Era a primeira coisa que eu falava. 

          — Vovó, faz pudim?    

Feliz pelo reconhecimento, voava para a cozinha.

Muitas anos depois, o pudim seria o tema de um ato de generosidade de minha mãe. Eu já era adulto. Morava fora de casa. Vovó, velhinha. Fui visitar a família. Cumpri o ritual. Pedi o pudim. Vovó foi para a cozinha. Passou horas; Mais tarde, confessou, desanimada.

— Desandou.

Olhou para as mãos, triste, sentindo que já não era a mesma. Dali a algum tempo, mamãe apareceu orgulhosa com um pudim, ainda quentinho.

— Mas não tinha desandado? — estranhei.

— A culpa era minha, que tirei antes do forno. Botei para assar mais um pouco e ficou bom! — explicou ela.

Vovó estranhou. Mas sorriu.

Mais tarde, quando estávamos sozinhos, mamãe confessou.

— Fiz outro escondido, para ela não ficar triste.

Já começando a ficar doente, vovó precisava daquela pequena vitória.

Nunca mais pedi o pudim. Muito tempo depois, consegui achar a receita, idêntica, em um antigo livro de cozinha. Também não tive coragem de fazer, pois só de pensar nele lembro desse dia, do desencanto de vovó, de seu sorriso e do gesto de mamãe. Sinto uma estranha emoção.

E ovos fritos, com a gema mole? Quem não gosta? Quem não sente saudade, depois que o colesterol começa a subir? Quando como ovos fritos, sempre me lembro da infância. Para muitos amigos é assim. Pratos simples remetem a sensações do dia-a-dia, quando a família toda sentava-se em torno da mesa. O jantar era, simplesmente, o momento de estarem juntos. Uma amiga se lembra com emoção das festinhas de aniversário. Cada ano a mãe escolhia uma cor. Uma vez rosa, outra azul, verde... Bolo, docinhos, vestido, tudo do mesmo tom! Balas de coco em cascata. Quem não tem as balas de coco guardadas na memória? Já vi senhores comportados atirarem-se sobre bandejas de docinhos de brigadeiros. Quem sabe revivendo a alegria dos tempos de infância!

É fato. A lasanha ao forno, o frango assado, o prato feito do jeitinho que só a mãe sabe, é inesquecível! Com a passagem dos anos, a vida muda, A gente se distancia. Ou as pessoas se vão para sempre. Ou então, ela já se foi. O sabor de uma receita, de um doce preferido, mexe com a gente. Dia das Mães. É uma excelente data para eu fazer uma panela de arroz-doce. E trazer de volta a sensação dos abraços, dos gestos de carinho, e de tudo que eu nunca perdi, porque continua vivo dentro de mim.

Entendendo o texto 

01. Qual é o sabor que o autor nunca vai esquecer da sua infância?

a) Arroz-doce com canela.

b) Pudim de leite com queijo parmesão.

c) Ovos fritos com gema mole.

d) Lasanha ao forno.

    02. Por que a mãe do autor nunca tinha tempo para a cozinha?

         a) Porque trabalhava como empregada.

         b) Porque morava longe da cidade.

         c) Porque tinha um bazar no interior.

         d) Porque não gostava de cozinhar.

    03. O que acontecia com o arroz-doce muitas vezes, de acordo com o texto?

        a) Ficava com um gosto de queijo queimado.

        b) Ficava sem açúcar.

        c) Ficava passado do ponto, com um gostinho de açúcar queimado.

        d) Ficava com muito sal.

     04. Qual era o tema do ato de generosidade da mãe do autor para com a avó?

         a) Fazer um bolo de aniversário.

         b) Preparar um jantar especial.

         c) Fazer um pudim de leite.

         d) Cozinhar ovos fritos.

      05. Por que a avó do autor ficou triste durante uma visita?

            a) Porque não encontrou os ingredientes.

            b) Porque o pudim desandou.

            c) Porque não tinha ninguém para ajudá-la na cozinha.

            d) Porque estava doente.

     06. Como a mãe do autor conseguiu fazer a avó ficar feliz novamente?

           a) Fazendo um bolo de chocolate.

           b) Fazendo outro pudim escondido.

           c) Levando-a para passear.

           d) Dando presentes.

    07. Qual foi a reação do autor depois de descobrir o gesto da mãe com a avó?

          a) Ele decidiu nunca mais visitar a avó.

          b) Ele se emocionou profundamente.

          c) Ele ficou com raiva da mãe.

          d) Ele decidiu aprender a fazer o pudim.

     08. O que o autor sente quando pensa em fazer a receita do pudim?

          a) Alegria.

          b) Nostalgia.

          c) Raiva.

          d) Indiferença.

    09. Qual é a sensação que pratos simples remetem para muitas pessoas, de acordo com o texto?

           a) Nostalgia e tristeza.

           b) Alegria e saudade.

           c) Frustração e desgosto.

           d) Indiferença e cansaço.

    10. Qual é a mensagem principal transmitida pelo texto?

          a) A importância dos momentos em família.

          b) A dificuldade de encontrar ingredientes para receitas.

          c) A necessidade de aprender a cozinhar.

          d) A preferência por pratos elaborados.