domingo, 17 de julho de 2022

POEMA: A FELICIDADE BATE À SUA PORTA - SEBASTIÃO NUNES - COM GABARITO

 Poema: A felicidade bate à sua porta

             Sebastião Nunes

Todo mundo é feliz
nos anúncios de cigarro.
Todo mundo é feliz
nos anúncios de bebida.
Todo mundo é feliz
nos anúncios de carro.
Todo mundo é feliz
nos anúncios de tudo.


A melhor garota propaganda
da publicidade
é a felicidade.

NUNES, Sebastião. Somos todos assassinos. Belo Horizonte/Sabará: Dubolso, 1980, p. 63.   

        Poema é um texto geralmente organizado em versos e estrofes. Verso é cada linha do poema. Cada conjunto de versos é chamado de estrofe.      

        Alguns recursos costumam ser empregados na construção de um poema. São eles ritmo, rima, sonoridade, musicalidade e expressividade por meio da escolha de palavras.

        Ritmo é a sucessão de sons que se repetem regularmente, com acentos fortes e fracos. Rima é a repetição de sons semelhantes no final das palavras ou no final de dois ou mais versos. Sonoridade é a qualidade do que é sonoro, que se destaca pelo som, agradável ou não.

        Uma das características da poesia contemporânea é o uso de versos brancos (sem rimas) e versos livres (sem métrica). A voz que fala no poema é chamada de eu lírico ou eu poético. O eu lírico ou poético é uma criação do autor do poema, mas não deve ser confundido com ele.

 Fonte: Livro Língua Portuguesa – Trilhas e Tramas – Volume 1 – Leya – São Paulo – 2ª edição – 2016. p. 31-2.

Entendendo o poema:

01 – Baseando-se nas informações acima, responda:

a)   Quantos versos e quantas estrofes tem o poema “A felicidade bate à sua porta”?

Tem duas estrofes e onze versos.

b)   Esse poema contém rimas? Quais?

Sim. As rimas são carro/cigarro; publicidade/felicidade.

02 – Qual o tema do poema?

      A promessa de felicidade presente nos anúncios publicitários, que tentam convencer o consumidor de que comprar traz felicidade. Essa afirmação tem um tom irônico no poema, em que o autor satiriza a linguagem publicitária.

03 – Entre as alternativas abaixo, qual não se refere ao poema de Sebastião Nunes?

a)   São usados recursos poéticos como repetição, ritmo, sonoridade.

b)   Uma das funções desse poema é convencer o leitor dos aspectos negativos da publicidade.

c)   Trata-se de um poema lírico, pois a voz que fala (o eu poético) expressa emoções e sentimentos pessoais.

d)   O eu poético tem a intenção de negar a promessa de felicidade anunciada no título do poema.

Alternativa c. O poema é satírico.

04 – Segundo o poema “A felicidade bate à sua porta”, qual é o argumento predominante na publicidade?

      O apelo ao sentimento de prazer e à busca de felicidade, que, segundo se apregoa, pode ser alcançada facilmente.

05 – No poema, o que a aquisição dos produtos anunciados representa?

      A compra e o consumo de produtos como carro, bebida e cigarro representam a felicidade.

 

FÁBULA: O LEÃO E O RATO - MILLÔR FERNANDES - COM GABARITO

 Fábula: O Leão e o Rato  

              Millôr Fernandes

        Depois que o Leão desistiu de comer o Rato porque o Rato estava com espinho no pé (ou por desprezo, mas dá no mesmo), e, posteriormente, o Rato, tendo encontrado o Leão envolvido numa rede de caça, roeu a rede e salvou o Leão (por gratidão ou mineirice, já que tinha que continuar a viver na mesma floresta), os dois, Rato e Leão, passaram a andar sempre juntos, para estranheza dos outros habitantes da floresta (e das fábulas). E como os tempos são tão duros nas florestas quanto nas cidades, e como a poluição já devastou até mesmo as mais virgens das matas, eis que os dois se encontraram, em certo momento, sem ter comido durante vários dias. Disse o Leão:

        – Nem um boi. Nem ao menos uma paca. Nem sequer uma lebre. Nem mesmo uma borboleta, como hors-d’oeuvres de uma futura refeição.

        Caiu estatelado no chão, irado ao mais fundo de sua alma leonina. E, do chão onde estava, lançou um olhar ao Rato que o fez estremecer até a medula. “A amizade resistiria à fome?” – pensou ele. E, sem ousar responder à própria pergunta, esgueirou-se pé ante pé e sumiu da frente do amigo (?) faminto. Sumiu durante muito tempo. Quando voltou, o Leão passeava em círculos, deitando fogo pelas narinas, com ódio da humanidade. Mas o Rato vinha com algo capaz de aplacar a fome do ditador das selvas: um enorme pedaço de queijo Gorgonzola que ninguém jamais poderá explicar onde conseguiu (fábulas!). O Leão, ao ver o queijo, embora não fosse animal queijífero, lambeu os beiços e exclamou:

      – Maravilhoso, amigo, maravilhoso! Você é uma das sete maravilhas! Comamos, comamos! Mas, antes, vamos repartir o queijo com equanimidade. E como tenho receio de não resistir à minha natural prepotência, e sendo ao mesmo tempo um democrata nato e confirmado, deixo a você a tarefa ingrata de controlar o queijo com seus próprios e famélicos instintos. Vamos, divida você, meu irmão! A parte do Rato para o Rato; para o Leão, a parte do Leão.

        A expressão ainda não existia naquela época, mas o Rato percebeu que ela passaria a ter uma validade que os tempos não mais apagariam. E dividiu o queijo como o Leão queria: uma parte do Rato, outra parte do Leão. Isto é: deu o queijo todo ao Leão e ficou apenas com os buracos. O Leão segurou com as patas o queijo todo e abocanhou um pedaço enorme, não sem antes elogiar o Rato pelo seu alto critério:

        – Muito bem, meu amigo. Isso é que se chama partilha. Isso é que se chama justiça. Quando eu voltar ao poder, entregarei sempre a você a partilha dos meus bens que me couberem no litígio com os súditos. Você é um verdadeiro e egrégio meritíssimo! Não vai se arrepender!

        E o ratinho, morto de fome, riu o riso menos amarelo que podia, e ainda lambeu o ar para o Leão pensar que lambia os buracos do queijo, e enquanto lambia o ar, gritava, no mais forte que podiam seus fracos pulmões:

        – Longa vida ao Rei Leão! Longa vida ao Rei Leão!

        MORAL: Os ratos são iguaizinhos aos homens.

Disponível em: http://www2.uol.com.br/millor/fabulas/067.htm. Acesso em: 9 fev. 2015.

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p. 163-5.

Entendendo a fábula:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Hors-d’oeuvres: prato leve e frio, servido antes da entrada ou do prato principal.

·        Esgueirou-se: saiu às escondidas.

·        Equanimidade: equilíbrio, imparcialidade.

·        Famélicos: famintos.

·        Litígio: conflito de interesses.

·        Súditos: aquele que estão submetidos à vontade de uma autoridade.

·        Egrégio: magnífico.

·        Meritíssimo: juiz.

02 – Essa fábula daria continuidade a que outra da tradição?

      A do leão e do rato, contada por Esopo.

03 – A voz do narrador está preocupada em recuperar exatamente o que acontecia na história original? O que você observou para chegar a essa conclusão?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Não, como ela manifesta em certas passagens entre parênteses, por exemplo: “(ou por desprezo, mas dá no mesmo”).

04 – Em nossa cultura, muitos estereótipos são atribuídos às pessoas de diferentes estados e regiões. O texto brinca com isso, ao dizer que talvez o rato tenha salvado o leão por mineirice. O que seria a “mineirice”?

      Mineirice, quer dizer que seria sujeitos moderados, sempre agindo com cautela, para não se comprometerem.

05 – Como você interpretaria a expressão “fábulas!”, no terceiro parágrafo?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Trata-se de certo deboche do narrador pelo absurdo de aparecer um queijo caro em meio à floresta, acontecimento só possível no mundo da imaginação.

06 – Localize no texto uma referência que pode ser tomada como discurso crítico à ação do homem no meio ambiente.

      “E como a poluição já devastou até mesmo as mais virgens das matas.”

07 – Releia: “– Nem um boi. Nem ao menos uma paca. Nem sequer uma lebre. Nem mesmo uma borboleta, como hors-d’oeuvres de uma futura refeição.”

a)   O que você percebe na enumeração dos animais: há uma lógica na sequência dessa enumeração?

Sim, vai do maior ao menor animal.

b)   Que ideia é reforçada com esse jeito de apresentar os animais na fala do leão?

A de falta absoluta de alimento.

c)   Por que o leão estava “com ódio da humanidade”?

Ele culpa o ser humano, como já havia feito explicitamente o narrador, pela falta de alimentos.

08 – Que parte do texto poderia ser relacionada com a parábola bíblica?

      A fala do leão ao rato: “A parte do rato para o rato; para o leão, a parte do leão”.

a)   Com que possíveis intenções de sentido ela foi usada pela personagem?

O leão quis lembrar ao rato que ele era o mais poderoso e, por isso, mereceria a maior parte.

b)   Você acha que ao dar essa fala para a personagem, o narrador reforça o que o leitor espera desse tipo? Por quê?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: A fala da personagem reforça as características e ações esperadas em relação ao que o leão representa no mundo das fábulas: prepotência, abuso de autoridade, etc.

09 – Releia: “A expressão ainda não existia naquela época, mas o Rato percebeu que ela passaria a ter uma validade que os tempos não mais apagariam.”. Estabeleça relações com as informações do boxe “Clipe”.

        Clipe

        Sem correção da tabela, mordida do IR será maior

        Acaba este ano o compromisso do governo federal de corrigir a tabela do Imposto de Renda (IR) em 4,5% para repor as perdas provocadas pela inflação [...]. Caso uma nova correção não seja definida até o fim do ano, o trabalhador pagará mais IR em 2011. O pagamento de mais imposto ocorre porque o contribuinte que teve aumento de renda poderá deixar de ser isento ou subir de faixa de tributação e receber uma mordida maior do Leão.

Publicado em: 17 nov. 2010. Disponível em: http://blogs.estaadao.com.br/jt-seu-bolso/sem-correcao-da-tabela-mordida-do-ir-sera-maior/. Acesso em: 2 fev. 2015. Fragmento.

a)   O que é imposto de renda?

O imposto que todo trabalhador precisa pagar sobre sua renda ou salário.

b)   A notícia é favorável ao contribuinte, isto é, ao trabalhador que paga os impostos?

Não, ela mostra que o contribuinte poderá pagar ainda mais impostos.

c)   Quem é o leão a que se refere a notícia?

O imposto de renda.

d)   Sabendo disso, que crítica pode estar implícita na parte da fábula que você releu?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: O texto permite pensar em nosso próprio contexto, em que o leão ainda exige sua, bem grande, parte.

10 – Como você interpretaria a moral da fábula?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: O rato precisou ceder a parte do leão para sobreviver, como fazem os cidadãos que estão na economia ativa.

11 – Agora é a sua vez! Pensando nas relações que o texto permite com a parábola e com a cobrança de imposto de renda em nossa sociedade, invente outra moral para a fábula com foco no leão.

      Resposta pessoal do aluno.

 

 

ARTIGO: E SE A LUA NÃO EXISTISSE MAIS? NAELTON DE ARAÚJO - COM GABARITO

 Artigo: E se a Lua não existisse mais?

   Por Naelton de Araújo – Astrônomo da Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro

        A Máquina do Tempo (2002), Oblivion (2013) e Espaço: 1999 (1975) são três filmes de ficção científica que têm algo em comum: nas histórias, a Lua é destruída ou tirada de órbita. O que mudaria se isso acontecesse de fato? E se a Lua nunca tivesse existido? Como seriam as coisas por aqui?

        O diâmetro da Terra é pouco mais que quatro vezes o diâmetro da Lua. Confrontada com um mapa terrestre, a silhueta da Lua cobre facilmente a Austrália ou a Europa. Considerando os demais planetas do Sistema Solar, que possuem satélites, a Lua é muito grande comparada com o planeta que orbita. Já foi sugerido que o conjunto Terra-Lua seria um planeta duplo, tanto pela relação de tamanhos quanto à distância entre os astros.

        Esta particularidade do sistema Terra-Lua faz com que a força gravitacional entre os astros seja tremenda. A influência mais notável pode ser facilmente visualizada pelas marés. A massa lunar também influencia o eixo de rotação da Terra. Sem a Lua as marés seriam irregulares e as estações do ano variariam abruptamente. Isso tudo causaria grandes problemas para os habitantes da Terra.

        Outra função que Lua exerce naturalmente é servir de escudo para nós. Muitos pequenos corpos celestes colidem com nosso satélite em vez de nos atingirem. Sem a Lua qualquer corpo que passasse suficientemente perto seguiria direto para o nosso planeta.

        Daí concluímos que, se a Lua não existisse para regular ciclos de marés e estações climáticas, talvez a vida como conhecemos nem teria se desenvolvido na Terra. Se nosso satélite de repente sumisse, haveria terremotos, ameaças de meteoritos, tsunamis e perturbações climáticas enormes. Uma coisa é certa: os observadores de estrelas gostariam de não ter aquelas noites de Lua cheia no céu ofuscando objetos menos brilhantes, como nebulosas e galáxias. Por outro lado os românticos teriam menos uma beleza no céu para cantar:

“Poetas, Poetas, seresteiros, namorados, correi

É chegada a hora de escrever e cantar

Talvez as derradeiras noites de luar” (“Lunik 9” por Gilberto Gil, 1967).

Publicado: em 22 jul. 2014. Disponível em: http://www.planetariodorio.com.br/index.php/component/k2/item/3404-e-se-a-lua-n%C3%A3o-existisse-mais??Itemid=290. Acesso em: 9 fev. 2015.

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p. 255-6.

Entendendo o artigo:

01 – Considerando o título do artigo, do que você acha que tratará a matéria da revista?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: A matéria explicará o que os cientistas acreditam que aconteceria se a Lua não existisse mais.

02 – Escreva no caderno uma frase que poderia responder à pergunta do título.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Haveria mais meteoros atingindo a Terra, catástrofes e alterações grandes no clima.

03 – Que tempo verbal você utilizou em sua resposta? Por quê?

      O futuro do pretérito, porque ele indica uma ação que ocorreria no futuro caso uma condição fosse cumprida.     

04 – Leia agora esta pergunta: “E se a Lua não existir mais?”.

I – O que mudou da pergunta original para essa, em termos de tempos verbais?

      No original, o verbo existir estava flexionado no pretérito imperfeito do subjuntivo; agora, está flexionado no futuro do subjuntivo.

II – E o que mudou em termos de significado?

      Antes, o tempo indicava uma hipótese no presente (em um “universo paralelo” da ficção científica, por exemplo). Agora, indica uma hipótese no futuro.

III – Escreva no caderno outra frase para responder a essa nova pergunta.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Haverá mais meteoros atingindo a Terra, catástrofes e alterações grandes no clima.

IV – Qual tempo verbal você utilizou dessa vez? Por quê?

      O futuro do presente, porque ele acompanha o futuro do subjuntivo.

 

FÁBULA: O HOMEM E O LEÃO - ESOPO - COM GABARITO

 Fábula: O HOMEM E O LEÃO

            Esopo 

Viajavam juntos um homem e um leão. O homem disse:

        ─ Eu sou mais forte que você!

        O leão disse:

        ─ Eu sou mais forte que você!

        No meio da discussão, o homem viu uma estátua que representava um homem esganando um leão.

        ─ Olhe lá! – disse ele. – Veja como o homem é mais forte! Aquela estátua prova que eu estou com a razão!

        O leão retrucou:

        ─ Se a estátua tivesse sido feita por um leão, seria o leão quem estaria esganando o homem!

        Moral: O fim de uma história sempre depende de quem a conta.

ESOPO. O homem e o leão. In: FIGUEIREDO, Guilherme (Trad.). Fábulas de Esopo. Rio de Janeiro: Ediouro, 1997.

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p. 239-240.

Entendendo a fábula:

01 – Ao dizer “Eu sou mais forte que você!”, a intenção do homem era:

    Dar uma ordem.

·        Indicar dúvida, possibilidade ou hipótese de ser o mais forte.

·        Indicar que ele realmente era mais forte do que o leão.

02 – Ao dizer “Olha lá!”, a intenção do homem era:

     Indicar possibilidade, hipótese ou dúvida de que algo iria acontecer.

·        Dar uma ordem ou fazer um pedido.

·        Indicar que algo acontece, aconteceu ou acontecerá certamente.

03 – Ao dizer “Se a estátua tivesse sido feita por um leão [...]”, o leão expressa: 

   Uma ordem ou pedido.

·        Uma hipótese.

·        Uma certeza.

04 – O texto que você leu é uma fábula. A fábula tem origem na Antiguidade.

a)   Sobre qual assunto o homem e o leão conversavam?

Eles viam qual era o mais forte.

b)    Os dois personagens concordaram sobre o assunto que discutiam? Explique sua resposta.

Resposta pessoal do aluno.

05 – As fábulas expõem uma lição de moral de onde podemos tirar algum ensinamento. A MORAL da fábula afirma que “O fim de uma história sempre depende de quem a conta.”. Explique, com suas palavras, o que você entendeu desse ensinamento.

      Resposta pessoal do aluno.

06 – Retire do texto dois termos que indicam que os fatos narrados são passados?

      Viajavam e tivesse.                                                                 

07 – Qual é o sentido da palavra RETRUCOU?

      Tem o sentido de revidou.

POEMA: O AMOR, ESSE SUFOCO - PAULO LEMINSKI - COM GABARITO

 Poema: O amor, esse sufoco

                Paulo Leminski

O amor, esse sufoco,
agora a pouco era muito,
agora, apenas um sopro.
Ah, troço de louco,
corações trocando rosas,
e socos.

Paulo Leminski. In: MARINS, Álvaro; GÓES, Fred (Org.). Melhores poemas de Paulo Leminski. 5. ed. São Paulo: Global, 1996.

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p. 178-9.

Entendendo o poema:

01 – O poema se vale de palavras mais ou menos cotidianas?

      Trata de palavras mais corriqueiras, cotidianas.

      Essa escolha de palavras caracteriza uma linguagem mais ou menos formal?

A escolha de palavras cotidianas caracteriza uma linguagem menos formal.

02 – Releia o poema, prestando atenção no par de palavras: sufoco/sopro.

·        O uso dessa palavras sugere que o amor é um sentimento estável ou instável? Por quê?

É um sentimento instável, que muda radicalmente, indo da sensação intensa de um sufoco à de um sopro, que é quase imperceptível.

03 – Nos versos 2 e 3 são trabalhadas duas expressões que marcam o tempo. Transcreva-as no caderno.

·        Discuta: o que elas podem sugerir sobre o tempo em que ocorrem mudanças no amor?

“Agora há pouco” e “Agora”. Essas expressões sugerem o curto intervalo em que o amor se transforma.

04 – A maior parte dos versos tem sete sílabas poéticas, a chamada redondilha maior, e há, ainda, versos menores.

a)   Essa quantidade de sílabas estabelece um ritmo mais ou menos acelerado?

Essa quantidade de sílabas dá ao poema um ritmo mais acelerado, com menor intervalo entre as sílabas tônicas.

b)   Esse ritmo combina com o que se diz sobre o tempo nas mudanças do amor?

O ritmo combina com a ideia de passagem rápida do tempo para as mudanças no amor.

05 – Que outra antítese é usada nos dois últimos versos?

      Rosas e socos.

06 – Quando se refere a corações, o poema fala mesmo do órgão humano? Por quê?

      Não, pois corações não podem trocar rosas e socos.

07 – Que expressão idiomática é usada para falar do amor?

      Troço de louco.

       Ela pode ser tomada como uma síntese do que o eu lírico acha do amor? Por quê?

Sim, pois essa expressão significa aproximadamente algo que não pode ser compreendido e o amor, na perspectiva do eu lírico, é algo confuso, contraditório, ora intenso, ora quase inexistente, motivando os amantes a agirem com ambiguidade.

08 – Como você declamaria esse poema? Imagine e ensaie bem para depois poder declamar com seus colegas!

      Resposta pessoal do aluno.

 

MÚSICA(ATIVIDADES): BORBOLETA PEQUENINA - CANTIGAS POPULARES - COM GABARITO

 Música(Atividades): Borboleta pequenina

                Cantigas populares

Borboleta pequenina
Saia fora do rosal.
Venha ver quanta alegria,
Que hoje é noite de Natal.

Eu sou uma borboleta,
Pequenina e feiticeira.
Ando no meio das flores,
Procurando quem me queira.

Borboleta pequenina,
Venha para o meu cordão.
Venha cantar o hino,
Que hoje é noite de Natal.

Domínio popular.

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p. 226.

Entendendo a música:

01 – Localize a metáfora que ocorre no trecho lido e explique por que ela deve ser considerada como tal.

      Ocorre uma metáfora na segunda quadrinha, porque o eu lírico se compara implicitamente a uma borboleta: “Eu sou uma borboleta pequenina e feiticeira”. Assim, uma palavra de certo campo semântico (borboleta, um inseto) é usada em outro campo (seres humanos).

02 – Quais semelhanças entre os seres comparados serviram de base à construção da metáfora?

      O eu lírico sente-se tão “pequenino e feiticeiro” quanto a borboleta e também se imagina, como ela, andando no meio das flores e “paquerando”, procurando quem lhe queira.

03 – Se quisesse criar uma comparação entre você mesmo e um animal, qual animal você escolheria? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno.

04 – Com base na sua resposta ao item anterior, crie, no caderno, uma quadrinha rimada, semelhante à última quadrinha do trecho lido. Ela deve conter uma metáfora envolvendo o animal escolhido. Veja um exemplo:

Eu sou um lindo gavião,

De asa grande e poderosa.

Voo com os meus amigos,

Vivo sempre todo prosa.

·        Quando terminar, leia seus versos para os colegas e ouça os deles também.

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: “Sou uma ovelhinha / do cabelo enrolado. / Todo o mundo que é bacana / quer estar sempre ao meu lado”.

05 – Como você deve ter percebido neste capítulo, as metáforas são comuns em poemas e letras de canção.

·        Examine seus poemas e letras preferidos e verifique se eles contêm metáforas. Copie três delas no caderno e explique, em cada caso, qual semelhança entre os seres comparados serviu de base à construção da metáfora.

Resposta pessoal do aluno.

 

 

CRÔNICA: EXPERIÊNCIA NOVA - LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO - COM GABARITO

 Crônica: Experiência nova   

               Luís Fernando Veríssimo

        Pegaram o cara em flagrante roubando galinhas de um galinheiro e levaram para a delegacia.

        – Que vida mansa, hein, vagabundo? Roubando galinha pra ter o que comer sem precisar trabalhar. Vai pra cadeia!

        – Não era pra mim não. Era pra vender.

        – Pior. Venda de artigo roubado. Concorrência desleal com o comércio estabelecido. Sem-vergonha!

        – Mas eu vendia mais caro.

        – Mais caro?

        – Espalhei o boato que as galinhas do galinheiro eram bichadas e as minhas não. E que as do galinheiro botavam ovos brancos enquanto as minhas botavam ovos marrons.

        – Mas eram as mesmas galinhas, safado.

        – Os ovos das minhas eu pintava.

        – Que grande pilantra…

        Mas já havia um certo respeito no tom do delegado.

        – Ainda bem que tu vai preso. Se o dono do galinheiro te pega…

        – Já me pegou. Fiz um acerto com ele. Me comprometi a não espalhar mais boato sobre as galinhas dele, e ele se comprometeu a aumentar os preços dos produtos dele para ficarem iguais aos meus. Convidamos outros donos de galinheiro a entrar no nosso esquema. Formamos um oligopólio. Ou, no caso, um ovigopólio.

        – E o que você faz com o lucro do seu negócio?

        – Especulo com dólar. Invisto alguma coisa no tráfico de drogas. Comprei alguns deputados. Dois ou três ministros. Consegui a exclusividade no suprimento de galinhas e ovos para os programas de alimentação do governo e superfaturo os preços.

        O delegado mandou pedir um cafezinho para o preso e perguntou se a cadeira estava confortável, se ele não queria uma almofada. Depois perguntou:

        – Doutor, não me leve a mal, mas com tudo isso, o senhor não está milionário?

        – Trilionário. Sem contar o que eu sonego do Imposto de Renda e o que tenho depositado ilegalmente no exterior.

        – E, com tudo isso, o senhor continua roubando galinhas?

        – Às vezes. Sabe como é.

        – Não sei não, excelência. Me explique.

        – É que, em todas essas minhas atividades, eu sinto falta de uma coisa. Do risco, entende? Daquela sensação de perigo, de estar fazendo uma coisa proibida, da iminência do castigo. Só roubando galinhas eu me sinto realmente um ladrão, e isso é excitante. Como agora. Fui pego, finalmente. Vou para a cadeia. É uma experiência nova.

        – O que é isso, excelência? O senhor não vai ser preso não.

        – Mas fui pego em flagrante pulando a cerca do galinheiro!

        – Sim. Mas primário, e com esses antecedentes…

VERÍSSIMO, Luís Fernando. Todas as comédias. Porto Alegre: L&PM, 1999.

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p. 262-4.

Entendendo a crônica:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Oligopólio: domínio do mercado por um pequeno número de empresas.

·        Superfaturar: cobrar preço exageradamente alto, geralmente de forma fraudulenta.

·        Iminência: ameaça.

·        Antecedentes: fatos do passado de uma pessoa.

02 – Por que o delegado vai mudando a forma como trata o cara que foi pego roubando galinhas?

      Porque o delegado percebe que ele, apesar de criminoso, é rico e importante.

03 – Ovigopólio é um neologismo (palavra nova) criado pela fusão de duas outras palavras. Quais são elas?

      Ovo e oligopólio.

04 – Deduza: O que seria um ovigopólio?

      É a união dele e outros donos de galinheiro se juntaram para dominar o mercado de ovos.

05 – Quais são o sujeito e o núcleo do sujeito na oração “O delegado mandou pedir um cafezinho para o preso”?

      Sujeito: O delegado; Núcleo: delegado.

06 – De que tipo é esse sujeito: simples ou composto? Justifique.

      Sujeito simples, pois tem apenas um núcleo.

07 – Releia este trecho:

        “O delegado mandou pedir um cafezinho para o preso e perguntou se a cadeira estava confortável, se ele não queria uma almofada. Depois perguntou:”

I – Na oração destacada, quem foi que perguntou?

      O delegado.

II – O que você observou na oração para responder à pergunta anterior?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: O sentido do texto e a terminação do verbo.

08 – Fizemos algumas modificações nesse trecho que você releu. Leia.

        “O delegado mandou pedir um cafezinho para o preso e o delegado perguntou se a cadeira estava confortável, se ele não queria uma almofada. Depois o delegado perguntou:

I – O que foi modificado nesse trecho?

      Foi colocado o substantivo “delegado” antes do verbo “perguntou”.

II – O que você achou da modificação? Justifique sua opinião.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: O texto ficou repetitivo.

III – Em sua opinião, por que o autor optou por não escrever todos os sujeitos de todos os verbos desse trecho?

      Provavelmente, para o texto não ficar repetitivo.