terça-feira, 7 de maio de 2024

CRÔNICA: ESPLENDOR EM RUÍNAS - WALCYR CARRASCO - COM GABARITO

 CRÔNICA: Esplendor em Ruínas

                    Walcyr Carrasco

         Sou um otimista. Acho que o paulistano tem vontade de viver numa cidade bonita. O entusiasmo é maior agora, com a mudança na prefeitura. Mas, entra ano, sai ano, eu vejo construções interessantes transformarem-se em ruínas. E me pergunto: até quando? Cada casa antiga que cai é um pedaço do passado que desaparece. Não estou falando em critérios técnicos. Talvez para mim seja linda uma casa que não receba nenhum aval como monumento importante. Isso aconteceu com a antiga (e demolida) mansão dos Matarazzo, na avenida Paulista. Li várias reportagens em que criteriosos profissionais afirmavam que ela não tinha valor arquitetônico. 

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitn8RE-ou9rECFuUlVzxyGPWTHYDGdTMY-4zTBMAijS8ualK6DrWjA66ev6ayryKGmoHtjw8cCHJ83PqvpLFVoHmx41xTYa8hfL-bCNz7VPRVFr9D_PX05JoDZOSKcTkItP0RVXwO_Ei1x6Mews8mJN2urg-ueHeEkA_ijT0Ncg2VUVZ1uEnTOwRJnsA0/s320/MANSAO.jpg


Nunca entendi essa opinião puramente técnica. Era um belíssimo palacete, que remetia à São Paulo antiga, e guardava um pouco de história em cada um de seus tijolos. Hoje é estacionamento. O que é melhor? O palacete ou o estacionamento?

Tenho um amor especial pela Vila Itororó, na rua Martiniano de Carvalho. Inaugurada nos anos 20, abrigou a primeira piscina pública da cidade. Quem vê de perto fica surpreso. Erguida em um barranco, possui vários andares sustentados por colunas altíssimas. Uma estátua de ferro da deusa da prosperidade enfeita a entrada da casa ao nível da rua. Dois leões guardavam a entrada. Guardavam. Não é à toa que usei o verbo no passado. Passei em frente um dia desses, e um dos leões estava em cacos no chão. Em torno existe um belo conjunto de casas antigas. A vila converteu-se, há décadas, em um grande cortiço. Tem lixo na frente. Nem sei se está tombada. Mas, se estiver, de que adianta, se vai acabar como entulho?

        Não é o único monumento abandonado, mas é simbólico.

        Eu me pergunto: por que tantos governos preferem construir centros de concreto, como o causticante Memorial da América Latina, em vez de recuperar o que já existe? Recentemente procurei fazer um contato no governo estadual, por causa de um antigo colégio japonês. E uma grande casa em estilo oriental, construída no início do século passado para abrigar os imigrantes japoneses. Ficaram de me procurar para que eu desse mais detalhes e a localização. Há meses. Ninguém mais falou comigo. E o castelinho da São João? Foi cedido para uso de uma instituição. Continua em decadência. Se possui o tal selo de valor arquitetônico, não sei. Mas é uma obra original, com identidade. Vale a pena deixar que um dia vire terreno baldio?

        Nem tudo está perdido. Conheço o dono de uma editora de porte médio que, ao buscar uma sede para sua empresa, teve uma ótima ideia. Resolveu comprar uma casa tombada. Justamente por serem tombadas, essas casas acabam tendo um valor de mercado menor, embora às vezes a localização seja excelente. Como a ideia-padrão do empresário comum é comprar para demolir, ou revender pelo triplo, boa parte delas termina ficando abandonada. Meu amigo editor comprou a casa que pertenceu ao arquiteto Ramos de Azevedo na Liberdade. São 5.000 metros quadrados de terreno, com jardim, cocheira, telhado de ardósia, grades de ferro batido. Mesmo localizada no agitado bairro da Liberdade, quando entrei tive a impressão de que estava fora da cidade. Passarinhos cantavam. Um belo jardim. Árvores. Restaurada, ficou lindíssima, confortável, e os funcionários sentem orgulho em trabalhar em um lugar tão agradável.

        Não acredito que se deva largar o corpo à espera de soluções que venham da prefeitura ou do governo, embora sua atuação seja fundamental. Mas quantos casarões, colégios, prédios maravilhosos não se encontram a ponto de virar ruínas? Se o paulistano está realmente interessado em viver em uma cidade mais agradável, é preciso não perder mais tempo e tomar consciência do que ainda pode ser salvo!

Entendendo o texto

01 – Qual é o tema principal abordado por Walcyr Carrasco nesta crônica?

a) A história da arquitetura em São Paulo.

b) A importância da preservação do patrimônio histórico.

c) A transformação urbana da cidade.

d) A política municipal na conservação de monumentos.

02 – Por que o autor menciona a antiga mansão dos Matarazzo na Avenida Paulista?

           a) Porque era um exemplo de construção moderna.

           b) Porque o autor trabalhou lá durante anos.

           c) Para exemplificar como um edifício histórico foi demolido.

           d) Porque foi tombada como patrimônio histórico.

03 – Qual é a visão do autor sobre a transformação da Vila Itororó?

a) Ele acha que deveria ser demolida para novas construções b) Ele lamenta a decadência e abandono do local.

c) Ele acredita que é um exemplo bem-sucedido de restauração.

d) Ele acha que o local não possui valor histórico.

04 – Por que o autor questiona a construção de "centros de concreto" em vez da recuperação do patrimônio existente?

        a) Ele acredita que os centros de concreto são mais baratos.

        b) Ele não gosta da arquitetura moderna.

        c) Ele prefere investir em novas construções.

        d) Ele valoriza a preservação da identidade histórica da cidade.

 05 – Qual é a atitude positiva destacada pelo autor em relação à preservação do patrimônio?

        a) Compra de propriedades históricas para restauração.

        b) Demolição de edifícios antigos.

        c) Abandono de casas tombadas.

        d) Ignorar o valor histórico das construções.

 06 – O que aconteceu com o castelinho da São João, mencionado na crônica?

        a) Foi restaurado e aberto como museu.

        b) Foi demolido para dar lugar a um parque.

        c) Foi cedido para uso institucional, mas continua em decadência.

         d) Foi reformado e transformado em espaço cultural.

 07 – Qual é a ideia padrão do empresário comum em relação às propriedades históricas?

        a) Preservar e restaurar.

       b) Comprar para demolir ou revender com lucro.

       c) Doar para organizações de preservação.

       d) Ignorar completamente o valor histórico.

 08 – Qual é o exemplo positivo de preservação apresentado na crônica?

       a) Restauração de um prédio moderno no centro da cidade.

       b) Demolição de uma casa histórica na Liberdade.

       c) Uso institucional de um patrimônio tombado.

       d) Compra e restauração de uma casa tombada para sede de uma editora.

 09 – O que o autor acredita ser necessário para a preservação do patrimônio histórico?

       a) Investimento exclusivo do governo.

       b) Consciência e ação da população.

       c) Demolição de edifícios antigos.

       d) Implementação de novos projetos arquitetônicos.

 10 – Qual é a principal mensagem transmitida pelo autor nesta crônica?

       a) A indiferença em relação ao patrimônio histórico.

       b) A necessidade de ações concretas para preservar o passado.

       c) A preferência por construções modernas em detrimento das antigas.

       d) A dependência exclusiva dos governos na preservação histórica.

 

 

POESIA:PALACIANA "GLOSA" - MANUEL MARIA DE BARBOSA DU BOCAGE - COM GABARITO

 POESIA: PALACIANA “GLOSA”

               Manuel Maria de Barbosa du Bocage

MOTE

Almas, vidas, pensamentos.

GLOSA

Calções, polainas, sapatos,
Percevejos, pulgas, piolhos,
Azeites, vinagres, molhos,
Tigelas, pires e pratos:
Cadelas, galgos e gatos,
Pauladas, dores, tormentos,
Burros, cavalos, jumentos,
Naus, navios, caravelas,
Corações, tripas, moelas,
Almas, vidas, pensamentos!

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLm4qlGEosKk0M-Iau_vcy6gskOcJ5xL-3pXVOFj9Ab__60RMFuXIrWqug0MH7lNKBDu0aGS4NJFRge_CpmsJn1lvhZCWsA5dSUa4AMsDqPR4G_uqKhZFQpeqFtFPIzQm5ExHEookpEqW-_IfcPhv_731htRQ5UvuTBDV9aM2rXo84krDZhsg6dF7_LRE/s320/ALMAS.jpg


Manuel Maria Barbosa du Bocage. In: LAJOLO, Marisa (Seleção de textos, notas, estudos biográficos e críticos). Bocage. 3. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1990. p. 88.

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 119-120.

Entendendo a poesia:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo.

·        Mote: motivo prévio, tema inicial composto de poucos versos. Pode ser uma cantiga popular, um poema, um provérbio, um trocadilho ou mesmo uma criação original do próprio poeta.

·        Glosa: estrofe que retoma e desenvolve o mote.

·        Galgos: cães muito ágeis, de pernas compridas e abdômen estreito.

02 – Embora a poesia de Bocage seja composta de palavras muito diferentes, há nele uma coerência interna. Observe atentamente cada um dos versos e explique que tipo de relação pode ser estabelecida entre das palavras que os compõem e entre eles.

      As três palavras que compõem o mote da poesia – “Almas, vidas, pensamentos” – são interpretadas por Bocage como pertencentes ao mesmo campo semântico. Dessa forma, ele desenvolve uma glosa composta de nove versos novos, estruturados em três palavras de mesmo campo semântico, para dar continuidade ao esquema proposto no mote. Disso decorre a coerência textual.

03 – Baseando-se nas definições de Mote e Glosa, você defenderia que a poesia de Bocage segue o padrão dos poemas medievais, ou seja, os versos que compõem a glosa retomam e desenvolvem um mote (motivo, tema)? Justifique.

      Não, na poesia de Bocage o mote não é propriamente desenvolvido, Ele serve apenas de inspiração formal para que o poeta escreva a glosa.

04 – O que é a estrutura principal desta poesia?

      A poesia "Glosa" é uma composição estruturada como uma lista de palavras em forma de verso, organizada em rima.

05 – Quais elementos cotidianos são mencionados na lista de palavras?

      A poesia faz uma enumeração de objetos e seres cotidianos, como calções, polainas, sapatos, percevejos, pulgas, piolhos, azeites, vinagres, molhos, tigelas, pires, pratos, cadelas, galgos, gatos, pauladas, dores, tormentos, burros, cavalos, jumentos, naus, navios, caravelas, corações, tripas, moelas.

06 – Qual é a intenção do autor ao listar esses objetos e seres?

      O autor parece fazer uma reflexão sobre a diversidade da existência e a complexidade do mundo através da enumeração caótica de elementos mundanos e vivos.

07 – O que a poesia sugere sobre a natureza da vida e do pensamento?

      A poesia sugere uma visão da vida como uma sucessão caótica de elementos e seres diversos, refletindo a complexidade e a diversidade da experiência humana e da mente.

08 – Como os versos finais ("Almas, vidas, pensamentos!") resumem o tema geral da poesia?

      Os versos finais enfatizam a profundidade e a essência da vida humana, apontando para a interioridade dos seres por trás da multiplicidade de formas e experiências enumeradas ao longo da poesia.

POESIA: IMPORTUNA RAZÃO, NÃO ME PERSIGAS - MANUEL MARIA DE BARBOSA DU BOCAGE - COM GABARITO

 Poesia: Importuna Razão, não me persigas

            Manuel Maria de Barbosa du Bocage

Importuna Razão, não me persigas;
Cesse a ríspida voz que em vão murmura;
Se a lei de Amor, se a força da ternura
Nem domas, nem contrastas, nem mitigas;

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwHregY4CBKteCk3lkvdztmyP8B0j7ncno5h28D3eda5DK6iz3ni0UgWMNz0jNWHudkoo46zGSqGX3DWWUHmNo86aduN4zFuruuy0NRmZEHj7RWg2BlXtFMHQr6hqxjuAltVi8-XJHMgMl2vUILbRX2Kz0nYnnzXcBVmOiA4XwhfXu71mdFxEfeePzfAg/s320/RAZ%C3%83O.jpg



Se acusas os mortais, e os não abrigas,
Se (conhecendo o mal) não dás a cura,
Deixa-me apreciar minha loucura,
Importuna Razão, não me persigas.

É teu fim, teu projeto encher de pejo
Esta alma, frágil vítima daquela
Que, injusta e vária, noutros laços vejo.

Queres que fuja de Marília bela,
Que a maldiga, a desdenhe; e o meu desejo
É carpir, delirar, morrer por ela.

BOCAGE, Manuel Maria de Barbosa du. In: LAJOLO, Marisa (Seleção de textos, notas, estudos biográficos e críticos). Bocage. 3. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1990. p. 36-37.

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 117.

Entendendo a poesia:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Importuna: incômoda, inconveniente.

·        Pejo: sentimento de vergonha.

·        Mitigas: alivias, aplacas.

·        Carpir: lamentar, prantear.

02 – Qual é o tema central da poesia "Importuna Razão, não me persigas"?

      O tema central da poesia é o conflito entre a razão e o amor, em que o eu lírico suplica para que a razão não interfira em seus sentimentos amorosos.

03 – Quem é Marília, mencionada na poesia?

      Marília é a pessoa amada pelo eu lírico, uma figura feminina pela qual o poeta expressa profundos sentimentos e desejos.

04 – Como o eu lírico descreve a interferência da razão em sua vida amorosa?

      O eu lírico descreve a razão como importuna e ríspida, tentando domar ou mitigar seus sentimentos de amor e loucura por Marília.

05 – Qual é a atitude do eu lírico em relação às acusações da razão?

      O eu lírico parece rejeitar as acusações da razão e expressa o desejo de apreciar sua própria loucura, indicando uma preferência pelos sentimentos amorosos em detrimento da lógica racional.

06 – Qual é a ironia presente na expressão "Deixa-me apreciar minha loucura"?

      A ironia está em reconhecer a própria loucura romântica como algo apreciável e legítimo, mesmo que a razão tente reprimi-la ou criticá-la.

07 – Que tipo de dilema emocional o eu lírico enfrenta em relação a Marília?

      O eu lírico enfrenta o dilema emocional de ser atraído por Marília, mesmo reconhecendo injustiça e variabilidade nela, o que contrasta com a racionalidade.

08 – Como o eu lírico expressa seu desejo final em relação a Marília?

      O eu lírico expressa um desejo intenso por Marília, desejando não fugir dela, mas sim lamentar, delirar e até morrer por ela, apesar das contradições percebidas.

 

sexta-feira, 3 de maio de 2024

POEMA: SONHO REAL - ELIAS JOSÉ - COM GABARITO

 POEMA: Sonho real

     Elias José

 

- Mãe, eu quero ser rei,

amado por todo mundo.

Com muita fama

a muito dinheiro.

Quando não estiver reinando,

apareço na tevê,

nos jornais e nas revistas,

dou entrevista,

faço comercial,

gravo disco

e jogo na Seleção.

 

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaZnN-TfaK5A05Upan861CiUNOO8FKDfGWuq5xDRs3b8eujrOuSQQGgzMVa1tL7ty7ql7H28P4hHVs6gFPSyUwUb2HhYT50PcjcKoPa12mDh9RzD4S6gqtMte1NmfA8XpxhyphenhyphenAuPNTrsFSc8f_zYj9xYEdFh-hJL25VLzeGg1xWFod4CVvpH4wCRcHYF9A/s320/reizinho-2.png

- Rei administra o seu povo

e não fica só no oba-oba,

meu filho.

E, depois, nem tem rei mais,

Quase só presidentes...

 

- Xi! Já vi que você tá boiando!...

Não quero ser rei da pátria,

não quero nada disso.

Quero ser um rei mais importante:

quero ser rei do futebol!

Fonte: Encontro e Reencontro em Língua Portuguesa – Marilda Prates – 5ª série - 1º ed. – São Paulo: Moderna ,1998, p.109.

Entendendo o texto

01. O que o filho deseja ser no poema "Sonho real"?

a) Presidente da República.

b) Um astro da televisão.

c) Um famoso jogador de futebol.

d) Um rei de um país.

    02. Qual é a reação da mãe ao ouvir o desejo do filho de ser rei?

           a) Ela incentiva o filho a perseguir seus sonhos.

           b) Ela explica que ser rei envolve responsabilidades sérias.

           c) Ela ri do sonho do filho.

           d) Ela sugere que ele se torne presidente.

03. Por que o filho diz que não quer ser rei da pátria?

a) Porque ele não gosta do país onde vive.

b) Porque ele prefere ser famoso por outras razões.

c) Porque ele deseja ser um rei mais importante em sua área favorita.

d) Porque ele não gosta de política.

    04. Além de jogar futebol, quais são as outras atividades que o filho deseja fazer como "rei do futebol"?

          a) Gravar discos e dar entrevistas.

          b) Administrar o país e fazer comerciais.

          c) Ser famoso na televisão e nas revistas.

          d) Aparecer em jornais e ser presidente.

   05. O que a mãe tenta explicar ao filho sobre o papel de um verdadeiro rei?

          a) Que ser rei envolve muitas festas e diversão.

          b) Que ser rei é uma posição de liderança com responsabilidades.

          c) Que ser rei significa ter muito dinheiro e fama.

          d) Que ser rei é como ser uma estrela de cinema.

    06. O que significa "estar boiando" na conversa entre mãe e filho?

           a) Estar cansado.

           b) Não entender algo.

           c) Estar triste.

           d) Estar com fome.

    07. Qual é o tom predominante do poema "Sonho real"?

          a) Humorístico e leve.

          b) Sério e político.

          c) Triste e melancólico.

          d) Científico e educativo.

 

 

 

CRÔNICA: O MENINO QUE TINHA MEDO DE TUDO - ANTÔNIO CARLOS DOS S. CARVALHO - COM GABARITO

 Crônica: O menino que tinha medo de tudo

      Antônio Carlos dos S. Carvalho

 

E o menino que tinha medo de tudo foi ficando com mais medo ainda.

Quantas coisas! Quantas coisas não fazia!

E se escondeu mais e mais... Até ninguém ver mais!

Aí, numa daquelas noites em que o sono não vem porque o medo é grande, ele chorou pensando na rua, na escola, nos possíveis amigos e namoradas...

Primeiro chorou baixinho.


Um choro abafado para que ninguém ouvisse.

Depois

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4tPVbUyo_HYkIibXQkuB6by5xKHkPrbbbiPd5XX7FZYnDSSPVZCACoPJDOTJnAiWuF2UIBSK6Ex3XpCoD7_Jnlh4mjDH363xf3zu6AOYbR3jqyxf-x1gLui8rmpI247eiQjNQ74nxizEAxyEfS1CCcIN45dLvDGgsQreEl7LjOmpXrQfb7GjbzCTM2rc/s320/CHORO.jpg

chorou um pouco mais alto e o medo desabafou um pouquinho também seu coração!

Aí, chorou mais e mais alto!

E o medo foi saindo feito água sem que ele mesmo percebesse...

E chorou tudo o que estava guardado no fundo mais fundo do fundo.

Sem medo de que alguém escutasse!

Então ele se olhou no espelho do lado que se formou com as lágrimas do medo dele: não era tão pequeno quanto pensava ser.

E sorriu devagarinho!

E sorrindo quase sem medo de sorrir, correu até a porta, se espichou no chão e olhou por baixo dela... E rolou de tanto rir!

Sem medo!

Abriu a janela e mostrou o riso. Com toda cara e coragem!

Fonte: Encontro e Reencontro em Língua Portuguesa – Marilda Prates – 5ª série - 1º ed. – São Paulo: Moderna ,1998, p. 85.

 

         Entendendo o texto

 01.Por que o menino da crônica tinha medo de tudo?

a) Porque ele tinha muitos amigos que o assustavam.

b) Porque ele tinha problemas na escola.

c) Porque ele se escondia cada vez mais até desaparecer. d) Porque ele não conseguia dormir à noite devido ao medo.

      02. Como o menino se sentiu após chorar e desabafar suas emoções?

             a) Ele se sentiu mais assustado e ansioso.

             b) Ele percebeu que não era tão pequeno quanto pensava ser.

             c) Ele ficou com mais medo de mostrar suas emoções.

             d) Ele se escondeu ainda mais.

      03. O que o menino fez depois de se olhar no espelho e sorrir?

             a) Ele correu para se esconder.

             b) Ele continuou a chorar.

             c) Ele correu até a porta e olhou por baixo dela.

             d) Ele se trancou no quarto.

      04. O que aconteceu quando o menino olhou por baixo da porta?

             a) Ele viu algo assustador e se escondeu novamente.

             b) Ele rolou de tanto rir.

             c) Ele ficou mais assustado e fechou a porta rapidamente.

             d) Ele encontrou um amigo.

      05. Como o menino se sentiu depois de mostrar seu riso com coragem?

             a) Ele ficou mais assustado.

             b) Ele se sentiu aliviado e sem medo.

             c) Ele se escondeu novamente.

             d) Ele continuou a chorar.

     06. O que o menino descobriu sobre si mesmo no final da crônica?

            a) Que ele era muito pequeno e fraco.

            b) Que ele era corajoso e capaz de superar seus medos.

            c) Que ele não tinha amigos verdadeiros.

            d) Que ele precisava se esconder para se sentir seguro.

    07. Qual é a mensagem principal da crônica "O menino que tinha medo de tudo"?

            a) Que é importante esconder seus medos.

            b) Que chorar pode ajudar a superar os medos.

            c) Que os amigos são essenciais para superar os medos.

            d) Que enfrentar os medos pode trazer alívio e coragem.

 

 

 

POEMA: ZÉ - EDSON GABRIEL GARCIA - COM GABARITO

 POEMA: ZÉ

Edson Gabriel Garcia

 

O Zé que eu conheço

não é buscapé,

não tem chulé,

não gosta de canapé.

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivdrMXxHhGAeFYDH4YzdaKVAGLx-teSNiZl75Jgj0YOJaFr0PgCd8XASteH7LV9Y4S0dWK-ZrVAu2Xtj5lkmBibEuajQgwqY1i3oXNzRilYm-PW0kPvpiL18TTE9TxueG3qD57DhHZ-ORpzD-yrdZGMXaWpyoHlcCBwwptZUTYI3Rc0LwpHXGCartEoX8/s1600/ZE.png

Não é Zemaria

Não é Zezão

nem Zezinho.

É Zé só.

Zé da alegria

Zé do coração

cheio de carinho.

 

Mas é um Zé do peru,

nunca está jururu,

esse Zé sururu.

 

De dia

leva a vida

bem vivida.

 

De noite,

o Zé descansa.

 

Enquanto pensa,

exclama com fé:

“Que vida dura

essa vida de Zé!”

Fonte: Encontro e Reencontro em Língua Portuguesa – Marilda Prates – 5ª série - 1º ed. – São Paulo: Moderna ,1998, p. 77.

Entendendo o texto

01. Qual é a característica principal do Zé descrita no poema?

a) Ele gosta de usar canapé.

b) Ele tem um nome composto, como Zemaria ou Zezão.

c) Ele é uma pessoa alegre e carinhosa.

d) Ele sempre está cansado e desanimado.

   02. O que o Zé faz durante o dia, de acordo com o poema?

         a) Ele fica sempre de mau humor.

         b) Ele leva uma vida bem vivida.

         c) Ele trabalha o dia todo sem descanso.

         d) Ele está sempre preocupado.

   03. Qual é a expressão usada pelo Zé para descrever sua vida de forma positiva?

          a) "Que vida triste!"

          b) "Que vida agitada!"

          c) "Que vida dura!"

          d) "Que vida simples!"

   04. Como o poema descreve o Zé à noite?

          a) Ele fica mais animado e feliz.

          b) Ele descansa e relaxa.

          c) Ele continua trabalhando.

          d) Ele pensa sobre suas preocupações.

   05. Qual é a característica que o poema enfatiza que o Zé não possui?

          a) Ele não gosta de usar chulé.

          b) Ele não é uma pessoa alegre.

          c) Ele não tem um nome composto.

          d) Ele não é uma pessoa preguiçosa.